O XXIII Encontro SOCINE acontecerá na Unisinos, em Porto Alegre, de 08 a 11 de outubro de 2019.

A lista dos trabalhos aprovados pode ser acessada aqui. Os associados também podem checar a avaliação final de seus trabalhos pela sua área de associado.

Todos os aprovados precisam realizar o pagamento dentro do prazo para que sua participação seja confirmada. Os valores, após o primeiro prazo, terão acréscimos. O pagamento deverá ser feito pela área do associado, via Paypal.

Primeiro prazo: 10 de junho a 12 de julho – R$190,00 (profissionais) / R$95,00 (estudantes/profissionais sem vínculo)
Segundo prazo: 15 de julho a 26 de julho – R$220,00 (profissionais) / R$110,00 (estudantes/profissionais sem vínculo)
Prazo final: 29 de julho a 02 de agosto – R$260,00 (profissionais) / R$130,00 (estudantes/profissionais sem vínculo)

Tendo qualquer dúvida ou dificuldade, favor contatar a secretaria no e-mail socine@socine.org.br.

Ficha do Proponente

Proponente

    Natália Marchiori da Silva (UFSCAR)

Minicurrículo

    Bacharel em Artes Visuais e desde 2018 mestranda no programa Imagem e Som da Universidade Federal de São Carlos (UFSCAR), sob orientação da Prof. Dra. Margarida Adamatti. A dissertação empreende a análise do estilo da cineasta Chantal Akerman e como ela constrói as sensações de claustrofobia doméstica em seus filmes da década de setenta, estabelecendo diálogos com demandas feministas do período e as tendências artísticas.

Ficha do Trabalho

Título

    A casa claustrofóbica de Chantal Akerman: Estilo e feminismo

Resumo

    A partir do recorte de Saute ma Ville (1968) e Jeanne Dielman,23 Quai du Commerce, 1080, Bruxelles (1975), ambos filmes de Chantal Akerman, é investigada a presença da casa e das sensações de claustrofobia doméstica como aspectos autorais da cineasta. A análise é encaminhada de acordo com a perspectiva de David Bordwell (2008), na qual os contextos culturais e, portanto, as críticas feministas do período, atravessam o estilo de Akerman e a forma como a diretora filma o corpo das mulheres.

Resumo expandido

    A partir de Saute ma Ville (1968), primeiro curta-metragem da cineasta Chantal Akerman, é possível identificar elementos estilísticos e narrativos que serão retomados às vezes até de forma obsessiva em toda a produção da cineasta, como o tema da vida doméstica, as sensações claustrofóbicas vinculadas à rotina da casa, o uso da câmera fixa, do plano sequência, o som em disjunção com a imagem, entre outros. Essas características, que podem ser rastreadas ao longo dos mais de 40 filmes realizados pela diretora, ficam mais evidentes, principalmente pela discussão sobre domesticidade e sexualidade feminina, nos filmes realizados na década de setenta. Tais assuntos são vinculados às demandas das mulheres que, na década de setenta, desenvolvem teorias que impactam as discussões sociais e culturais, principalmente, nos campos da filosofia, das artes visuais e do cinema.
    A teoria feminista do cinema que ganha força a partir da década de setenta, com autoras expressivas como Laura Mulvey (1983), Mary Ann Doane (1981), Teresa de Lauretis (1984), entre outras, aponta impasses na forma como o cinema clássico narrativo construía as representações das mulheres, não só pelo enredo do filme, mas também pela forma como esses filmes são produzidos. Textos escritos quase em tom de manifesto anunciavam, e por que não, formulavam, um fazer fílmico por diretoras que rompiam com modelos vigentes, sem transformar as personagens femininas em objetos de desejos e prazer visual, como apontado por Mulvey em seu importante texto, Prazer Visual e Cinema Narrativo. Doane (1981) em Woman’s Stake: Filming the Female Body se detém nesses problemas colocados para a prática de produzir filmes, uma vez que o dispositivo em 1970 já não é visto como neutro, mas como ideológico, produzindo um discurso, uma sintaxe através da forma como o corpo das mulheres vai ser enquadrado e representado. Doane aponta Jeanne Dielman 23, Quai du Commerce, 1080, Bruxelles (1975), filme de Akerman, como um dos filmes que consegue construir uma nova sintaxe, assim, possibilitando o colapso da ordem corrente e uma nova vida para a personagem no filme.
    Centrado na análise de Jeanne Dielman, os comentários de Doane (1981) são frutíferos para retomar o primeiro filme da diretora, pois como dito acima, ele já apresentava características que se repetirão nos filmes produzidos nos anos seguintes, colocando a vida doméstica e a casa como centro e palco para a construção dessa nova sintaxe. Os dois filmes, Saute ma Ville e Jeanne Dielman, se aproximam e se distanciam em diversos elementos internos, e embora a narrativa construída seja semelhante, compondo uma forte sensação claustrofóbica vinculada a esse espaço, a comunicação realiza uma análise comparativa a fim de aprofundar aquilo que se repete, como marca autoral da cineasta, como um estilo. David Bordwell (2008), teórico de referência para a análise, parte das funções expressivas, simbólicas e decorativas do estilo como meio de explicar as causas e consequências históricas da tendência estilística. Segundo o autor, para “explicar mudança e continuidade dentro do estilo de filme, temos de examinar as circunstâncias que influenciam mais diretamente a execução do filme – o modo de produção, a tecnologia empregada, as tradições e o cotidiano” (BORDWELL, 2008, p. 69). Bordwell afirma que fatores culturais ou demandas políticas tornam-se presentes na estrutura da obra, na atividade daqueles que criam filmes. Portanto, a análise dos filmes parte da busca por mapear o estilo de Akerman relacionando-o com as demandas feministas, que propõem novas formas de realização fílmica, e com os diálogos com as tradições do cinema, como as vanguardas, que será discutida pelos cineastas do chamado Cinema Moderno.

Bibliografia

    BORDWELL, David. Figuras traçadas na luz: a encenação no cinema. Campinas: Papirus, 2008.
    __________. La narración em el cine de ficción. Barcelona, Buenos Aires e México: Paidós, 1996.
    DOANE, Mary A. The Desire to Desire: The Woman’s Film of the 1940’s. Indiana: University Press, 1987.
    __________. “Woman’s Stake: Filming the female body”. The MIT Press, October, Vol. 17, The New Talkies, Summer, 1981.
    LAURETIS, Teresa. Alice Doesn’t: Feminism, Semiotics, Cinema. Indiana: University Press; New edition, 1984.
    MARGULIES, Ivone. Nada Acontece: O cotidiano Hiper-realista de Chantal Akerman. São Paulo: Editora da Universidade de São Paulo, 2016.
    MULVEY, Laura. “Prazer visual e cinema narrativo” in XAVIER, Ismail (ed), A experiência do cinema: antologia. Rio de Janeiro: Edições Graal: Embrafilme, 1983, p. 435-454.
    __________. Visual and Other Pleasure. New York: Palgrave, 1989.

O livro “XXII SOCINE: 50 anos do maio de 68”, organizado por Lisandro Nogueira e Cleomar Rocha já está disponível para download em nosso site. A obra é composta de 11 artigos que lidam com a temática do maio de 68 pela perspectiva do cinema, que foi o tema do XXII Encontro SOCINE realizado em Goiânia, em 2018. De acordo com os organizadores, “Não há dúvidas de que o tema foi, é, e será sempre instigante, ainda mais aos olhos de muitos que (sobre)viveram (a)os tempos de 68, especialmente no Brasil, e que durante o evento debateram e refletiram sobre o legado de tão importante período da história mundial para a contemporaneidade. Na presente coletânea de textos procuramos demonstrar um pouquinho do que foi a XXII SOCINE, bastante eclética, mas que correspondeu muito bem à chamada para trazer a reflexão dos acontecimentos políticos, sociais, culturais e artísticos do ano de 1968”. O livro leva o selo editorial da SOCINE e ficará disponível em nosso site para download na seção Livros.

XXII Socine 50 anos de maio de 68
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Tema do XXII encontro da Sociedade Brasileira de Estudos de Cinema e Audiovisual (SOCINE): “herança do maio de 1968 do ponto de vista do cinema, das novas redes de comunicação digital e da televisão”.

A Sociedade Brasileira de Estudos de Cinema e Audiovisual (SOCINE) repudia veementemente as manifestações recentes do governo federal contrárias a disciplinas das Humanidades como Filosofia ou Sociologia. Tais manifestações se constituem como ameaças inaceitáveis a áreas de conhecimento fundamentais que já convivem há anos com espaço reduzido nas políticas de financiamento de ensino e pesquisa no país.

A SOCINE considera que tais manifestações, além de desconhecerem a centralidade das Humanidades na construção da cidadania e no desenvolvimento do país, demonstram uma completa ausência de um projeto sério de educação e ciência.

Por isso, a SOCINE também assina a nota de repudio redigida pela ANPOF, disponível em:
http://www.anpof.org/portal/index.php/pt-BR/artigos-em-destaque/2075-nota-de-repudio-a-declaracoes-do-ministro-da-educacao-e-do-presidente-da-republica-sobre-as-faculdades-de-humanidades-nomeadamente-filosofia-e-sociologia

Diretoria SOCINE

Encerrou-se na última sexta, 19/04, o pagamento da anuidade e a submissão de trabalhos para o XXIII Encontro SOCINE que acontecerá de 08 a 11 de outubro na Unisinos, em Porto Alegre, RS. As propostas entram agora em período de avaliação e a divulgação dos trabalhos selecionados está prevista para o dia 10/06/2019.

Num momento em que a pesquisa brasileira sofre cortes, a SOCINE tem buscado reagir às dificuldades postas a toda área, implementando descontos a profissionais sem vínculo, criando novas formas de desligamento que possibilitam uma economia aos sócios e diminuindo a quantidade de anuidades atrasadas a serem pagas. Além disso, a escolha do tema deste ano levou em consideração a necessidade de refletirmos sobre preservação e memória audiovisual num período como este que vivemos. Por tudo isto, nos anima o fato do Encontro deste ano ter registrado o maior número de trabalhos submetidos nos últimos dez anos, totalizando 595 propostas enviadas. Em momentos de dificuldades como estes que o fortalecimento de nossa Sociedade e Encontro se faz cada vez mais importante e por isso, agradecemos a todas e todos que inscreveram seus trabalhos. Faremos mais um instigante e afetuoso Encontro, dessa vez em Porto Alegre.

Para finalizar, gostaríamos de informar aos sócios que não pagaram a anuidade, que é possível realizar o pagamento normalmente pelo sistema durante todo o ano. Para aqueles que buscam economizar, pode-se optar pelo Desligamento Parcial, que gera um desconto de 50% no valor da anuidade.

Para pagar e submeter os trabalhos é necessário que o sócio já cadastrado na Sociedade acesse nosso site socine.org.br e coloque seu CPF e sua senha no PAINEL DO ASSOCIADO.

Estando logado em nosso sistema, o sócio deverá clicar em MINHA CONTA e em seguida DADOS DE PAGAMENTO. Vai aparecer uma tela com o Histórico de pagamentos e ao lado Instruções de pagamento, onde é feito o processo via Paypal. Assim que o pagamento é realizado, aparece escrito PAGO no Histórico na coluna Anuidade 2019. Com isso é possível submeter o trabalho em seguida.

Para submeter a proposta de comunicação, você deve clicar em ENCONTROe em seguida INSCRIÇÃO. Abrirá uma tela com a explicação sobre cada uma das 4 modalidades e ao lado em Minha proposta você encontra os botões com as modalidades para se inscrever nelas. Você irá clicar naquela que você gostaria de enviar seu trabalho e preencher os campos. Depois de enviar a proposta você ainda pode edita-la até o encerramento do prazo. Após isso, a proposta entra em avaliação e não pode ser mais modificada.

Qualquer dúvida sobre o processo, entre em contato com a Secretaria pelo e-mail socine@socine.org.br