O XXIII Encontro SOCINE acontecerá na Unisinos, em Porto Alegre, de 08 a 11 de outubro de 2019.

A lista dos trabalhos aprovados pode ser acessada aqui. Os associados também podem checar a avaliação final de seus trabalhos pela sua área de associado.

Todos os aprovados precisam realizar o pagamento dentro do prazo para que sua participação seja confirmada. Os valores, após o primeiro prazo, terão acréscimos. O pagamento deverá ser feito pela área do associado, via Paypal.

Primeiro prazo: 10 de junho a 12 de julho – R$190,00 (profissionais) / R$95,00 (estudantes/profissionais sem vínculo)
Segundo prazo: 15 de julho a 26 de julho – R$220,00 (profissionais) / R$110,00 (estudantes/profissionais sem vínculo)
Prazo final: 29 de julho a 02 de agosto – R$260,00 (profissionais) / R$130,00 (estudantes/profissionais sem vínculo)

Tendo qualquer dúvida ou dificuldade, favor contatar a secretaria no e-mail socine@socine.org.br.

Ficha do Proponente

Proponente

    Luíza Zaidan (UNICAMP)

Minicurrículo

    Graduada em Artes Cênicas pela UNICAMP. Sua formação inclui pós-graduação na Università Roma Tre (2016), além de cursos no Centro Sperimentale di Cinematografia (Itália, 2015) e na EICTV (Cuba, 2014). Dirigiu os documentários FuoriCampo (Itália, 2017) e MONA (Brasil, 2019). Atualmente, desenvolve a pesquisa de mestrado “Documentários de Conversa”: ator, personagem e auto-mise-en-scène no cinema de Eduardo Coutinho, na UNICAMP, onde analisa o trabalho do ator dentro do domínio do documentário.

Ficha do Trabalho

Título

    Coutinho ator em “Ultimas Conversas”

Seminário

    Corpo, gesto e atuação

Resumo

    Apoiando-se na bibliografia dos estudos atorais e na noção de auto-mise-en-scène (sob a perspectiva de Comolli), a comunicação pretende analisar a atuação de Coutinho em “Ultimas Conversas”, investigando o programa gestual que inscreve o corpo do realizador na imagem e na banda sonora do filme.

Resumo expandido

    Investigando a obra de Eduardo Coutinho, Ultimas Conversas (2015) merece atenção quando se pensa sobre a materialização da figura do cineasta no texto fílmico. O documentário é uma espécie de inventário que escancara na tela um método, suas escolhas de direção e, principalmente, a maneira como Coutinho se autorrepresenta diante da equipe e dos entrevistados. Na presença concreta do corpo do cineasta, surge a perspectiva de uma análise calcada na figura de Coutinho como um ator que representa um papel. Aqui, entra em jogo sua persona, através da maneira como ele escolhe ocultar ou explicitar sua presença; do seu tom de voz característico; suas interferências nos depoimentos – fazendo perguntas ou mesmo comentando o que é dito.
    No livro Acting in the Cinema, Naremore estabelece alguns níveis de jogo cênico: “As pessoas, em um filme, podem ser vistas em três diferentes sentidos: como atores interpretando personagens, teatralmente; como figuras públicas fazendo versões teatrais de si mesmos; e como evidências documentais” (1988, p.15). No caso de Últimas Conversas, pode-se dizer que Coutinho aparece como ator que representa sua figura de documentarista (reconhecível aos olhos do espectador), mas também como testemunha do encontro com os entrevistados, com quem negocia as bases da relação captada pela câmera.
    Analisando Jogo de Cena (2007), Mariana Baltar afirma que o diretor passa a se fabular como “um personagem de seus filmes, constituindo-se como o grande elemento de continuidade da narrativa, baseando em tal fato a autoridade (testemunhal) sobre a qual se estruturam seus filmes”. (2010, p. 225). Assim, pretendemos investigar o programa gestual desse Coutinho ator (que compõem personagens) bem como suas estratégias para construir e articular sua persona em Ultimas Conversas.
    Partindo de estímulos dos estudos atorais e da noção de auto-mise-en-scène (sob a perspectiva de Comolli), a comunicação pretende traçar uma análise da atuação de Coutinho em Ultimas Conversas, refletindo sobre como sua voz, gestos e ações inscrevem o corpo do realizador na imagem e na banda sonora. A presença de Coutinho, ao longo do filme, é mais opressiva do que nos trabalhos anteriores. Ouvimos sua voz interrompendo o silêncio das personagens, completando suas respostas. Em vários momentos o corpo do cineasta invade o enquadramento, rompendo um limite físico que antes costumava apartar a cadeira do diretor daquela do entrevistado: ele estica as mãos para apanhar um objeto, para cumprimentar alguém ou indicar um movimento da mise-en-scène. Vez ou outra, a câmera é obrigada a corrigir sua angulação, para filmar o corpo de Coutinho que participa da ação, improvisadamente. Ao deixar na montagem final as cenas de bastidor que revelam as pegadas de seu método, a mise-en-scène do filme alarga o espaço para essa esfera da autorrepresentação do Coutinho cineasta, em confronto com a autorrepresentação de um Coutinho mais humano, um senhor que se cansa do trabalho ou se envolve afetuosamente com determinadas personagens.
    A comunicação pretende também lançar um olhar retroativo para a cinematografia de Coutinho, no que diz respeito à condução dos entrevistados. Buscaremos em seu método as marcas que denunciam certa evolução na proximidade que o cineasta estabelece com os corpos que filma. No artigo O Canto dos Mortos, Andrade descreve como se dá essa relação em As Canções (2011), colocando filmes precedentes em perspectiva: “Até Jogo de Cena, as entrevistas de Eduardo Coutinho estavam muito mais próximas de confrontos do que de duetos”. (2013; p. 656). Pretende-se aprofundar a análise de Andrade, propondo uma escala de intimidade na relação entre documentarista e documentado, no que chamaremos de filmes de ENTREVISTAS; de DIÁLOGOS; DUETOS e CONSULTAS. Compreenderemos que o modo como se apresenta o Coutinho ator, nas diferentes fases de sua cinematografia, influi diretamente no momento do encontro com a personagem e conforma a mise-en-scène do filme.

Bibliografia

    ANDRADE, Fábio. O Canto dos Mortos: As Canções de Eduardo Coutinho. In: OHATA, Milton (org). Eduardo Coutinho. São Paulo: Cosac Naify; SESC, 2013. p.649 – 657.
    BALTAR, Mariana. Cotidianos em performance: Estamira encontra as mulheres de Jogo de Cena. In: MIGLIORIN, Cezar (org). Ensaios no real. Rio de Janeiro: Azougue, 2010. p. 217 – 234.
    BEZERRA, Cláudio. A personagem no documentário de Eduardo Coutinho. Campinas: Papirus, 2014.
    COMOLLI, Jean-Louis. Ver e Poder: A inocência perdida: cinema, televisão, ficção, documentário. Belo Horizonte: Editora UFMG, 2008.
    FRANCE, Claudine. Cinema e antropologia. Campinas: Unicamp, 1998.
    NAREMORE, James. Acting in the cinema. Berkeley: University of California Press, 1988.
    NACACHE, Jacqueline. O Ator de Cinema. Lisboa: Texto & Grafia, 2012.

O livro “XXII SOCINE: 50 anos do maio de 68”, organizado por Lisandro Nogueira e Cleomar Rocha já está disponível para download em nosso site. A obra é composta de 11 artigos que lidam com a temática do maio de 68 pela perspectiva do cinema, que foi o tema do XXII Encontro SOCINE realizado em Goiânia, em 2018. De acordo com os organizadores, “Não há dúvidas de que o tema foi, é, e será sempre instigante, ainda mais aos olhos de muitos que (sobre)viveram (a)os tempos de 68, especialmente no Brasil, e que durante o evento debateram e refletiram sobre o legado de tão importante período da história mundial para a contemporaneidade. Na presente coletânea de textos procuramos demonstrar um pouquinho do que foi a XXII SOCINE, bastante eclética, mas que correspondeu muito bem à chamada para trazer a reflexão dos acontecimentos políticos, sociais, culturais e artísticos do ano de 1968”. O livro leva o selo editorial da SOCINE e ficará disponível em nosso site para download na seção Livros.

XXII Socine 50 anos de maio de 68
1650 Downloads

Tema do XXII encontro da Sociedade Brasileira de Estudos de Cinema e Audiovisual (SOCINE): “herança do maio de 1968 do ponto de vista do cinema, das novas redes de comunicação digital e da televisão”.

A Sociedade Brasileira de Estudos de Cinema e Audiovisual (SOCINE) repudia veementemente as manifestações recentes do governo federal contrárias a disciplinas das Humanidades como Filosofia ou Sociologia. Tais manifestações se constituem como ameaças inaceitáveis a áreas de conhecimento fundamentais que já convivem há anos com espaço reduzido nas políticas de financiamento de ensino e pesquisa no país.

A SOCINE considera que tais manifestações, além de desconhecerem a centralidade das Humanidades na construção da cidadania e no desenvolvimento do país, demonstram uma completa ausência de um projeto sério de educação e ciência.

Por isso, a SOCINE também assina a nota de repudio redigida pela ANPOF, disponível em:
http://www.anpof.org/portal/index.php/pt-BR/artigos-em-destaque/2075-nota-de-repudio-a-declaracoes-do-ministro-da-educacao-e-do-presidente-da-republica-sobre-as-faculdades-de-humanidades-nomeadamente-filosofia-e-sociologia

Diretoria SOCINE

Encerrou-se na última sexta, 19/04, o pagamento da anuidade e a submissão de trabalhos para o XXIII Encontro SOCINE que acontecerá de 08 a 11 de outubro na Unisinos, em Porto Alegre, RS. As propostas entram agora em período de avaliação e a divulgação dos trabalhos selecionados está prevista para o dia 10/06/2019.

Num momento em que a pesquisa brasileira sofre cortes, a SOCINE tem buscado reagir às dificuldades postas a toda área, implementando descontos a profissionais sem vínculo, criando novas formas de desligamento que possibilitam uma economia aos sócios e diminuindo a quantidade de anuidades atrasadas a serem pagas. Além disso, a escolha do tema deste ano levou em consideração a necessidade de refletirmos sobre preservação e memória audiovisual num período como este que vivemos. Por tudo isto, nos anima o fato do Encontro deste ano ter registrado o maior número de trabalhos submetidos nos últimos dez anos, totalizando 595 propostas enviadas. Em momentos de dificuldades como estes que o fortalecimento de nossa Sociedade e Encontro se faz cada vez mais importante e por isso, agradecemos a todas e todos que inscreveram seus trabalhos. Faremos mais um instigante e afetuoso Encontro, dessa vez em Porto Alegre.

Para finalizar, gostaríamos de informar aos sócios que não pagaram a anuidade, que é possível realizar o pagamento normalmente pelo sistema durante todo o ano. Para aqueles que buscam economizar, pode-se optar pelo Desligamento Parcial, que gera um desconto de 50% no valor da anuidade.

Para pagar e submeter os trabalhos é necessário que o sócio já cadastrado na Sociedade acesse nosso site socine.org.br e coloque seu CPF e sua senha no PAINEL DO ASSOCIADO.

Estando logado em nosso sistema, o sócio deverá clicar em MINHA CONTA e em seguida DADOS DE PAGAMENTO. Vai aparecer uma tela com o Histórico de pagamentos e ao lado Instruções de pagamento, onde é feito o processo via Paypal. Assim que o pagamento é realizado, aparece escrito PAGO no Histórico na coluna Anuidade 2019. Com isso é possível submeter o trabalho em seguida.

Para submeter a proposta de comunicação, você deve clicar em ENCONTROe em seguida INSCRIÇÃO. Abrirá uma tela com a explicação sobre cada uma das 4 modalidades e ao lado em Minha proposta você encontra os botões com as modalidades para se inscrever nelas. Você irá clicar naquela que você gostaria de enviar seu trabalho e preencher os campos. Depois de enviar a proposta você ainda pode edita-la até o encerramento do prazo. Após isso, a proposta entra em avaliação e não pode ser mais modificada.

Qualquer dúvida sobre o processo, entre em contato com a Secretaria pelo e-mail socine@socine.org.br