O XXIII Encontro SOCINE acontecerá na Unisinos, em Porto Alegre, de 08 a 11 de outubro de 2019.

A lista dos trabalhos aprovados pode ser acessada aqui. Os associados também podem checar a avaliação final de seus trabalhos pela sua área de associado.

Todos os aprovados precisam realizar o pagamento dentro do prazo para que sua participação seja confirmada. Os valores, após o primeiro prazo, terão acréscimos. O pagamento deverá ser feito pela área do associado, via Paypal.

Primeiro prazo: 10 de junho a 12 de julho – R$190,00 (profissionais) / R$95,00 (estudantes/profissionais sem vínculo)
Segundo prazo: 15 de julho a 26 de julho – R$220,00 (profissionais) / R$110,00 (estudantes/profissionais sem vínculo)
Prazo final: 29 de julho a 02 de agosto – R$260,00 (profissionais) / R$130,00 (estudantes/profissionais sem vínculo)

Tendo qualquer dúvida ou dificuldade, favor contatar a secretaria no e-mail socine@socine.org.br.

Ficha do Proponente

Proponente

    Leonardo Guimarães Rabelo do Amaral (UFMG)

Minicurrículo

    Curador das mostras “Tempos de Kuchar” (Sesc Palladium, 2016), “Mostra Escola: Cidade Aberta” (Caixa Cultural São Paulo, 2017) e Retrospectiva Helena Solberg (CCBB RJ-SP-DF, 2018). Membro de comissões de seleção do Festcurtas BH (2010-2013), do Forumdoc.BH (2015 e 2017), da Semana de Cinema do Rio (2016) e do Lumiar (2018). Roteirista e diretor de 3 longas e 12 curtas. Doutorando, mestre e graduado em Comunicação Social pela UFMG. Crítico e ensaísta em diversas revistas e catálogos.

Ficha do Trabalho

Título

    O céu e a areia de Copacabacana: onde residem a luz e a escuridão

Resumo

    Sob a luz dos conceitos de origem e imagem dialética de Walter Benjamin e dos de anacronismo propostos por Jacques Rancière, Georges Didi-Huberman e Giorgio Agamben, ensaia-se aqui proposições sobre os modos de vida, de trabalho e de lazer no filme Fábula ou Meu Lar é Copacabana (1965), de Arne Sucksdorff.

Resumo expandido

    Uma das indagações posta ao poeta contemporâneo é a de que ele deve manter fixo o olhar no seu tempo? O questionamento faz transcorrer em seu cerne uma nova pergunta: o que é contemporâneo? Giorgio Agamben (2009: 62-63) ensaia uma resposta sobre a contemporaneidade ao fazer a seguinte reflexão: “contemporâneo é aquele que mantém fixo o olhar no seu tempo, para nele perceber não as luzes, mas o escuro. (…) Contemporâneo é (…) aquele capaz de escrever mergulhando a pena nas trevas do presente.” Na visada de Agamben, o tempo histórico não é percebido como homogêneo. Há, portanto, um anacronismo do tempo histórico que pode ser percebido por uma dobra no presente. Mergulhar nas trevas do agora a fim de se compreender algo de outro momento. A história, vista em sua forma linear, empreende uma batalha contra o anacronismo, que, por sua vez, lança os sujeitos no desafio de não crerem na crença de seu próprio tempo. De acordo com Jacques Rancière (2001), a história possui uma pretensão de ser consensual e não é. É possível mostrar outras temporalidades dentro de um mesmo tempo. É preciso romper com essa ideia teleológica da história, fraturar com a noção de tempo homogêneo. Nesse sentido, o anacronismo seria um modo de se cortar relação com esse tipo de posicionamento do historiador. Ainda que crítico em relação a um certo determinismo técnico na construção do pensamento de Walter Benjamin em relação ao conceito de história, Rancière alcança uma proximidade na crítica a essa história linear e homogênea. Desta maneira, se aproxima também das concepções lançadas por Agamben, ainda que as orientações e encaminhamentos se difiram substancialmente.
    Se a ideia de anacronismo produz revezes temporais e, segundo a concepção de Rancière, as reivindicações da linearidade do tempo são reivindicações do saber e do poder, logo, esse mesmo anacronismo se apresentaria como um gesto político em relação à imagem contemporânea. O que resiste, então, dessa imagem contemporânea? Para Georges Didi-Huberman (2015: 16):
    Diante de uma imagem, enfim, temos que reconhecer humildemente isso: que ela provavelmente nos sobreviverá, somos diante dela o elemento de passagem, e ela é, diante de nós, elemento de futuro, o elemento da duração (durée). A imagem tem frequentemente mais memória e mais futuro que o ser (étant) que a olha.
    Segundo este pensamento, o anacronismo seria necessário e fecundo diante de um passado que se revela insuficiente e que se mostre um obstáculo a sua própria compreensão. Diante da imagem pretérita, existe uma tendência a interpretações guiadas por categorias e ferramentas do passado. Este seria o ideal do historiador que compreende a história em sua linearidade, em sua homogeneidade.
    Diante da imagem, um caleidoscópio de tempos. O ferramental possível para a análise de um filme como Fábula ou Meu lar é Copacabana (1965), realizado pelo cineasta sueco que criou raízes no Brasil, Arne Sucksdorff, encontra ressonâncias nas teorias trazidas à baila anteriormente. No longa-metragem, quatro crianças que moram no morro da Providência no Rio de Janeiro têm suas vidas atravessadas pela ausência de um lar e transitam sempre entre o morro e a praia. Paulinho é engraxate, Rico e Jorginho aplicam pequenos golpes no comércio de pipas nas areias de Copacabana, enquanto Lice é uma jovem lavadeira de roupas. Com referências fortes de realismo e uma dose de poesia, o filme é um apanhado entre as peripécias e sonhos desses quatro personagens.No corpo a corpo com o longa-metragem, buscaremos resgatar os conceitos e noções juntamente com categorias de análise como, por exemplo, mise-en-scène e montagem.

Bibliografia

    AGAMBEN, Giorgio. O que é contemporâneo? e outros ensaios. Chapecó: Argos, 2009.
    BARTHES, Roland. A câmera clara: nota sobre a fotografia. Rio de Janeiro: Editora Nova Fronteira, 1984.
    BENJAMIN, Walter. Paralipomènes et variantes des thèses sur le concept d’histoire. Écrits français. Paris: Gallimard, 1991.
    BENJAMIN, Walter. Origem do drama trágico alemão. São Paulo: Autêntica Editora, 2011.
    BENJAMIN, Walter. Sobre o conceito de história. Obras escolhidas I: Magia e técnica, arte e política: Ensaios sobre literatura e história da cultura. São Paulo: Editora Brasiliense, 2008.
    DIDI-HUBERMAN, Georges. Diante do tempo: história da arte e anacronismo das imagens. Belo Horizonte: Editora UFMG, 2015.
    DIDI-HUBERMAN, Georges. Sobrevivência dos vaga-lumes. Belo Horizonte: Editora UFMG, 2014
    PASOLINI, Pier-Paolo. L’articolo delle lucciole. Saggi sulla politica e sulla società. Milão: Arnoldo Mondadori, 1999.
    RANCIÈRE, Jacques. A história em pedaços. In: Folha de São Paulo, 11 nov. 2001.

O livro “XXII SOCINE: 50 anos do maio de 68”, organizado por Lisandro Nogueira e Cleomar Rocha já está disponível para download em nosso site. A obra é composta de 11 artigos que lidam com a temática do maio de 68 pela perspectiva do cinema, que foi o tema do XXII Encontro SOCINE realizado em Goiânia, em 2018. De acordo com os organizadores, “Não há dúvidas de que o tema foi, é, e será sempre instigante, ainda mais aos olhos de muitos que (sobre)viveram (a)os tempos de 68, especialmente no Brasil, e que durante o evento debateram e refletiram sobre o legado de tão importante período da história mundial para a contemporaneidade. Na presente coletânea de textos procuramos demonstrar um pouquinho do que foi a XXII SOCINE, bastante eclética, mas que correspondeu muito bem à chamada para trazer a reflexão dos acontecimentos políticos, sociais, culturais e artísticos do ano de 1968”. O livro leva o selo editorial da SOCINE e ficará disponível em nosso site para download na seção Livros.

XXII Socine 50 anos de maio de 68
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Tema do XXII encontro da Sociedade Brasileira de Estudos de Cinema e Audiovisual (SOCINE): “herança do maio de 1968 do ponto de vista do cinema, das novas redes de comunicação digital e da televisão”.

A Sociedade Brasileira de Estudos de Cinema e Audiovisual (SOCINE) repudia veementemente as manifestações recentes do governo federal contrárias a disciplinas das Humanidades como Filosofia ou Sociologia. Tais manifestações se constituem como ameaças inaceitáveis a áreas de conhecimento fundamentais que já convivem há anos com espaço reduzido nas políticas de financiamento de ensino e pesquisa no país.

A SOCINE considera que tais manifestações, além de desconhecerem a centralidade das Humanidades na construção da cidadania e no desenvolvimento do país, demonstram uma completa ausência de um projeto sério de educação e ciência.

Por isso, a SOCINE também assina a nota de repudio redigida pela ANPOF, disponível em:
http://www.anpof.org/portal/index.php/pt-BR/artigos-em-destaque/2075-nota-de-repudio-a-declaracoes-do-ministro-da-educacao-e-do-presidente-da-republica-sobre-as-faculdades-de-humanidades-nomeadamente-filosofia-e-sociologia

Diretoria SOCINE

Encerrou-se na última sexta, 19/04, o pagamento da anuidade e a submissão de trabalhos para o XXIII Encontro SOCINE que acontecerá de 08 a 11 de outubro na Unisinos, em Porto Alegre, RS. As propostas entram agora em período de avaliação e a divulgação dos trabalhos selecionados está prevista para o dia 10/06/2019.

Num momento em que a pesquisa brasileira sofre cortes, a SOCINE tem buscado reagir às dificuldades postas a toda área, implementando descontos a profissionais sem vínculo, criando novas formas de desligamento que possibilitam uma economia aos sócios e diminuindo a quantidade de anuidades atrasadas a serem pagas. Além disso, a escolha do tema deste ano levou em consideração a necessidade de refletirmos sobre preservação e memória audiovisual num período como este que vivemos. Por tudo isto, nos anima o fato do Encontro deste ano ter registrado o maior número de trabalhos submetidos nos últimos dez anos, totalizando 595 propostas enviadas. Em momentos de dificuldades como estes que o fortalecimento de nossa Sociedade e Encontro se faz cada vez mais importante e por isso, agradecemos a todas e todos que inscreveram seus trabalhos. Faremos mais um instigante e afetuoso Encontro, dessa vez em Porto Alegre.

Para finalizar, gostaríamos de informar aos sócios que não pagaram a anuidade, que é possível realizar o pagamento normalmente pelo sistema durante todo o ano. Para aqueles que buscam economizar, pode-se optar pelo Desligamento Parcial, que gera um desconto de 50% no valor da anuidade.

Para pagar e submeter os trabalhos é necessário que o sócio já cadastrado na Sociedade acesse nosso site socine.org.br e coloque seu CPF e sua senha no PAINEL DO ASSOCIADO.

Estando logado em nosso sistema, o sócio deverá clicar em MINHA CONTA e em seguida DADOS DE PAGAMENTO. Vai aparecer uma tela com o Histórico de pagamentos e ao lado Instruções de pagamento, onde é feito o processo via Paypal. Assim que o pagamento é realizado, aparece escrito PAGO no Histórico na coluna Anuidade 2019. Com isso é possível submeter o trabalho em seguida.

Para submeter a proposta de comunicação, você deve clicar em ENCONTROe em seguida INSCRIÇÃO. Abrirá uma tela com a explicação sobre cada uma das 4 modalidades e ao lado em Minha proposta você encontra os botões com as modalidades para se inscrever nelas. Você irá clicar naquela que você gostaria de enviar seu trabalho e preencher os campos. Depois de enviar a proposta você ainda pode edita-la até o encerramento do prazo. Após isso, a proposta entra em avaliação e não pode ser mais modificada.

Qualquer dúvida sobre o processo, entre em contato com a Secretaria pelo e-mail socine@socine.org.br