O XXIII Encontro SOCINE acontecerá na Unisinos, em Porto Alegre, de 08 a 11 de outubro de 2019.

A lista dos trabalhos aprovados pode ser acessada aqui. Os associados também podem checar a avaliação final de seus trabalhos pela sua área de associado.

Todos os aprovados precisam realizar o pagamento dentro do prazo para que sua participação seja confirmada. Os valores, após o primeiro prazo, terão acréscimos. O pagamento deverá ser feito pela área do associado, via Paypal.

Primeiro prazo: 10 de junho a 12 de julho – R$190,00 (profissionais) / R$95,00 (estudantes/profissionais sem vínculo)
Segundo prazo: 15 de julho a 26 de julho – R$220,00 (profissionais) / R$110,00 (estudantes/profissionais sem vínculo)
Prazo final: 29 de julho a 02 de agosto – R$260,00 (profissionais) / R$130,00 (estudantes/profissionais sem vínculo)

Tendo qualquer dúvida ou dificuldade, favor contatar a secretaria no e-mail socine@socine.org.br.

Ficha do Proponente

Proponente

    Rogério Luiz Silva de Oliveira (UESB)

Minicurrículo

    Professor de Direção de Fotografia do Curso de Cinema e Audiovisual da Universidade Estadual do Sudoeste da Bahia – UESB. Concluiu mestrado e doutorado com estudos dedicados às imagens fotográfica e cinematográfica. Fotógrafo e realizador audiovisual. Sócio da Associação Brasileira de Cinematografia – ABC. Integrante do grupo de pesquisa Cultura, Memória e Desenvolvimento – CMD, vinculado à Universidade de Brasília – UnB.

Ficha do Trabalho

Título

    A direção de fotografia e a poética do espaço

Seminário

    Teorias e análises da direção de fotografia

Resumo

    A proposta propõe uma reflexão sobre a relação entre a direção de fotografia e o espaço. Toma como objeto de análise o processo criativo das narrativas audiovisuais “Sertão de Acrílico Azul Piscina” (2004) e “Viajo porque preciso, volto porque te amo” (2009). A ideia é apresentada em diálogo com a poética do espaço de Gaston Bachelard, procurando compreender a forma como um vídeo-roteiro suscita, por meio do registro cinematográfico da espacialidade, ideias para um longa-metragem.

Resumo expandido

    Separados no tempo por cinco anos, os dois trabalhos dirigidos por Karim Aïnouz e Marcelo Gomes são construídos por uma amálgama imagética captada numa longa viagem pelos estados brasileiros de Pernambuco, Ceará, Paraíba, Bahia, Sergipe e Alagoas nos anos de 1999 e 2000. Assinada por Heloísa Passos, e com as imagens adicionais de Daniel Aragão e Carlos Eduardo, a direção de fotografia lança um olhar aberto e livre sobre os distintos espaços encontrados no trajeto percorrido pelo vasto território nordestino. Nitidamente misturando tecnologias, resoluções e acabamentos técnicos, as imagens, a princípio vistas no vídeo-documentário “Sertão de Acrílico”, dão conta de uma multifacetada composição cultural manifestada em paisagens naturais e humanas, além do registro de pessoas em seus afazeres sociais. Cabe sublinhar, de partida, que as imagens brutas utilizadas na montagem final desse vídeo-documentário serviram como matéria-prima também para a construção do longa-metragem “Viajo porque preciso, volto porque te amo”. Neste segundo caso, o constructo documental dá lugar a uma ficção protagonizada pelo personagem José Renato, um geólogo que viaja pela longa faixa do nordeste registrando as condições geossociais para construção de um canal na região. Uma análise do duo fílmico em questão, em observância à dimensão espacial, não deixará passar o detalhe de que Joana, a destinatária das declarações de amor oriundas das elucubrações de um viajante solitário, é botânica por profissão. O processo de ressignificação das imagens captadas pela câmera parece bem representado nesta apropriação criativa em que um geólogo escreve para uma botânica utilizando, como metáfora, a manifestação natural das plantas e das falhas geológicas filmadas ao longo do caminho. Nota-se o quanto as imagens brutas inspiram um jogo imaginativo que valoriza a direção de fotografia ao criar características para as personagens numa nítida inspiração nas imagens.
    Ao tomarmos o documentário como um vídeo-roteiro, tomando de empréstimo a definição de Philippe Dubois, ao falar sobre o conjunto da obra de Jean-Luc Godard, será possível verificar o quanto a recorrência de determinados elementos espaciais registrados pela câmera de forma livre, favoreceu a criação das tensões e distintas nuances em cada um dos trabalhos. Nesse sentido, “Sertão de Acrílico” está para “Viajo porque preciso” na mesma proporção em que um vídeo-roteiro está para um longa-metragem. Vale muito, nesse sentido, a definição de Philippe Dubois sobre os vídeo-roteiros de Jean-Luc Godard ao lembrar que “tais trabalhos não devem ser de modo algum considerados o programa ou a prefiguração dos filmes aos quais correspondem” (DUBOIS, p. 302). Indo ainda mais fundo, os vídeo-roteiros são como rascunhos, esboços, notas de pesquisador. Ensaios, no sentido estrito” (idem).
    O encontro entre a câmera e os ambientes, com tudo aquilo que eles apresentam, funciona como um dispositivo frutífero, do ponto de vista plástico e narrativo, para a criação audiovisual. Isso, por sua vez, nos conduz a outro aspecto fundamental da reflexão aqui anunciada: a câmera promove uma poética do espaço, associada, por nós, à filosofia da imaginação proposta por Gaston Bachelard. Ao propor sua particular fenomenologia da imaginação (BACHELARD, 1978, p. 184), o filósofo induz a observação, por exemplo, sobre a possibilidade de um espaço como a casa ser tomado como instrumento de análise para a alma humana” (BACHELARD, 1978, p. 197). Não à tôa, a construção da personagem José Renato leva em consideração tantas imagens encontradas pela direção de fotografia na longa viagem de pesquisa da equipe de realização e materializadas, a princípio, em “Sertão de Acrílico”. O alcance da proposta aqui delineada permite identificar que o vídeo-roteiro em questão configura uma proposta de cinematografia colocada a serviço da averiguação do espaço com vistas ao desenvolvimento de uma ideia narrativa.

Bibliografia

    BACHELARD, Gaston. A Poética do Espaço. In: Os Pensadores. São Paulo: Abril Cultural, 1978. Tradução de Antônio da Costa Leal e Lídia do Valle Santos Leal. p. 183-354).

    COSGROVE, Denis. A Geografia está em toda parte: cultura e simbolismo nas paisagens humanas. In: ROSENDAHL, Zeny e CORRÊA, Roberto Lobato (org.). Paisagem, tempo e cultura. 2. Ed. Rio de Janeiro: EdUERJ, 2004.

    DUBOIS, Philippe. Cinema, video, Godard. São Paulo: Cosac Naify, 2004. Tradução Mateus Araújo Silva. (Coleção cinema, teatro e modernidade).

    OLIVEIRA, R. L. S. Memória e Criação na Direção de Fotografia. Tese de Doutorado. Programa de Pós-Graduação em Memória: Linguagem e Sociedade. Universidade Estadual do Sudoeste da Bahia. Vitória da Conquista – BA, 2016.

    Referências audiovisuais

    SERTÃO de acrílico azul-piscina. Direção: Karim Aïnouz e Marcelo Gomes. Brasil. 2003. 26 min. Colorido.

    VIAJO porque preciso, volto porque te amo. Direção: Karim Aïnouz e Marcelo Gomes. Brasil. 2009. 75 min. Colorido.

O livro “XXII SOCINE: 50 anos do maio de 68”, organizado por Lisandro Nogueira e Cleomar Rocha já está disponível para download em nosso site. A obra é composta de 11 artigos que lidam com a temática do maio de 68 pela perspectiva do cinema, que foi o tema do XXII Encontro SOCINE realizado em Goiânia, em 2018. De acordo com os organizadores, “Não há dúvidas de que o tema foi, é, e será sempre instigante, ainda mais aos olhos de muitos que (sobre)viveram (a)os tempos de 68, especialmente no Brasil, e que durante o evento debateram e refletiram sobre o legado de tão importante período da história mundial para a contemporaneidade. Na presente coletânea de textos procuramos demonstrar um pouquinho do que foi a XXII SOCINE, bastante eclética, mas que correspondeu muito bem à chamada para trazer a reflexão dos acontecimentos políticos, sociais, culturais e artísticos do ano de 1968”. O livro leva o selo editorial da SOCINE e ficará disponível em nosso site para download na seção Livros.

XXII Socine 50 anos de maio de 68
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Tema do XXII encontro da Sociedade Brasileira de Estudos de Cinema e Audiovisual (SOCINE): “herança do maio de 1968 do ponto de vista do cinema, das novas redes de comunicação digital e da televisão”.

A Sociedade Brasileira de Estudos de Cinema e Audiovisual (SOCINE) repudia veementemente as manifestações recentes do governo federal contrárias a disciplinas das Humanidades como Filosofia ou Sociologia. Tais manifestações se constituem como ameaças inaceitáveis a áreas de conhecimento fundamentais que já convivem há anos com espaço reduzido nas políticas de financiamento de ensino e pesquisa no país.

A SOCINE considera que tais manifestações, além de desconhecerem a centralidade das Humanidades na construção da cidadania e no desenvolvimento do país, demonstram uma completa ausência de um projeto sério de educação e ciência.

Por isso, a SOCINE também assina a nota de repudio redigida pela ANPOF, disponível em:
http://www.anpof.org/portal/index.php/pt-BR/artigos-em-destaque/2075-nota-de-repudio-a-declaracoes-do-ministro-da-educacao-e-do-presidente-da-republica-sobre-as-faculdades-de-humanidades-nomeadamente-filosofia-e-sociologia

Diretoria SOCINE

Encerrou-se na última sexta, 19/04, o pagamento da anuidade e a submissão de trabalhos para o XXIII Encontro SOCINE que acontecerá de 08 a 11 de outubro na Unisinos, em Porto Alegre, RS. As propostas entram agora em período de avaliação e a divulgação dos trabalhos selecionados está prevista para o dia 10/06/2019.

Num momento em que a pesquisa brasileira sofre cortes, a SOCINE tem buscado reagir às dificuldades postas a toda área, implementando descontos a profissionais sem vínculo, criando novas formas de desligamento que possibilitam uma economia aos sócios e diminuindo a quantidade de anuidades atrasadas a serem pagas. Além disso, a escolha do tema deste ano levou em consideração a necessidade de refletirmos sobre preservação e memória audiovisual num período como este que vivemos. Por tudo isto, nos anima o fato do Encontro deste ano ter registrado o maior número de trabalhos submetidos nos últimos dez anos, totalizando 595 propostas enviadas. Em momentos de dificuldades como estes que o fortalecimento de nossa Sociedade e Encontro se faz cada vez mais importante e por isso, agradecemos a todas e todos que inscreveram seus trabalhos. Faremos mais um instigante e afetuoso Encontro, dessa vez em Porto Alegre.

Para finalizar, gostaríamos de informar aos sócios que não pagaram a anuidade, que é possível realizar o pagamento normalmente pelo sistema durante todo o ano. Para aqueles que buscam economizar, pode-se optar pelo Desligamento Parcial, que gera um desconto de 50% no valor da anuidade.

Para pagar e submeter os trabalhos é necessário que o sócio já cadastrado na Sociedade acesse nosso site socine.org.br e coloque seu CPF e sua senha no PAINEL DO ASSOCIADO.

Estando logado em nosso sistema, o sócio deverá clicar em MINHA CONTA e em seguida DADOS DE PAGAMENTO. Vai aparecer uma tela com o Histórico de pagamentos e ao lado Instruções de pagamento, onde é feito o processo via Paypal. Assim que o pagamento é realizado, aparece escrito PAGO no Histórico na coluna Anuidade 2019. Com isso é possível submeter o trabalho em seguida.

Para submeter a proposta de comunicação, você deve clicar em ENCONTROe em seguida INSCRIÇÃO. Abrirá uma tela com a explicação sobre cada uma das 4 modalidades e ao lado em Minha proposta você encontra os botões com as modalidades para se inscrever nelas. Você irá clicar naquela que você gostaria de enviar seu trabalho e preencher os campos. Depois de enviar a proposta você ainda pode edita-la até o encerramento do prazo. Após isso, a proposta entra em avaliação e não pode ser mais modificada.

Qualquer dúvida sobre o processo, entre em contato com a Secretaria pelo e-mail socine@socine.org.br