O XXIII Encontro SOCINE acontecerá na Unisinos, em Porto Alegre, de 08 a 11 de outubro de 2019.

A lista dos trabalhos aprovados pode ser acessada aqui. Os associados também podem checar a avaliação final de seus trabalhos pela sua área de associado.

Todos os aprovados precisam realizar o pagamento dentro do prazo para que sua participação seja confirmada. Os valores, após o primeiro prazo, terão acréscimos. O pagamento deverá ser feito pela área do associado, via Paypal.

Primeiro prazo: 10 de junho a 12 de julho – R$190,00 (profissionais) / R$95,00 (estudantes/profissionais sem vínculo)
Segundo prazo: 15 de julho a 26 de julho – R$220,00 (profissionais) / R$110,00 (estudantes/profissionais sem vínculo)
Prazo final: 29 de julho a 02 de agosto – R$260,00 (profissionais) / R$130,00 (estudantes/profissionais sem vínculo)

Tendo qualquer dúvida ou dificuldade, favor contatar a secretaria no e-mail socine@socine.org.br.

Ficha do Proponente

Proponente

    CIRO INACIO MARCONDES (UCB)

Minicurrículo

    É professor, crítico e pesquisador de Histórias em Quadrinhos e Cinema. Atualmente leciona no curso de Comunicação e no Mestrado Profissional Inovação em Comunicação e Economia Criativa da Universidade Católica de Brasília. É Doutor em Comunicação e Mestre em Literatura pela UnB, com passagem pela Sorbonne. É o editor do site Raio Laser, especializado em crítica de HQ, e mantém semanalmente, no portal Metrópoles, a coluna ZIP – Quadrinhos e Cultura Pop. Membro da SOCINE desde 2009.

Ficha do Trabalho

Título

    Histórias em quadrinhos de Sganzerla: filme marginal, mídia marginal

Resumo

    O filme Histórias em quadrinhos (1969), de Rogério Sganzerla, unia a transgressão do cinema chamado “marginal” com aquela própria da mídia quadrinhos para reivindicar legitimidade para esta forma de expressão, historicamente negada e censurada. Este trabalho procura pensar a maneira que o filme antecipou um processo de reconhecimento dos quadrinhos que levou décadas para ser efetivado, ao mesmo tempo que vai analisar a própria estética dos quadrinhos no cinema de Sganzerla, com suas contradições

Resumo expandido

    Em 1969, o cineasta Rogério Sganzerla realizou dois curtas-metragens que serviam como espécie de estudo para seu segundo longa-metragem, A mulher de todos. Este filme conta com a participação de Jô Soares como um “industrial das histórias em quadrinhos” e abusa da relação que Sganzerla tinha com a “cultura pop”, na época em processo de legimitação como um fenômeno pós-Eco e pós-McLuhan. Os quadrinhos são tema destes dois curtas, Histórias em quadrinhos e Quadrinhos no Brasil. Ambos foram realizados em parceria com um pioneiro da pesquisa sobre quadrinhos no Brasil, Álvaro de Moya, que realizara, em 1951, a primeira exposição mundial de quadrinhos. O primeiro dos dois curtas, Histórias em quadrinhos, em muito ultrapassou seu caráter de exercício e revelou-se linguagem com potência autônoma, capaz de discorrer sobre a história do meio realizando interessante intersecção com as formas do cinema. O texto, narrado em voz over, é de autoria de Moya, e o filme de Sganzerla se coloca como eficiente sincretismo entre o pensamento historiográfico linear do primeiro e a linguagem fragmentária tropicalista/marginal do segundo.

    A ideia de voltar ao filme Histórias em quadrinhos vem da efetivada legitimação da proposta de Sganzerla e Moya em relação ao quadrinho brasileiro, especialmente na última década. Com uma volumosa produção recente e algumas obras laureadas, a HQ brasileira viu crescer o número de romances gráficos e trabalhos dedicados a todo tipo de público, especialmente o adulto. Documentários recentes ratificaram aquilo que já discursava o modesto filme de Sganzerla e Moya. Porém, em relação a este e aos dias de hoje, cabe-se pensar uma questão: que teleologia sobre a história das HQs estava sendo pensada no filme?

    A relação da marginalidade-Sganzerla com a marginalidade-quadrinhos possui assimetrias. O diretor nunca assumiu ou gostou do termo “marginal”. “O país já era marginal em 1969, era uma abominação. O que tentei foi ser honesto. Não existe cinema marginal, existe cinema moderno”. (SGANZERLA, 1990). O nome problemático, porém, não nos permite deixar de pensar que este cinema buscava uma atuação que estivesse fora dos alicerces do grande cinema clássico Hollywoodiano, buscando subverter economia e política por meio da linguagem. Os quadrinhos são também uma forma de arte que sofreu forte censura, em diversos países, especialmente entre os anos 1950 e 1970. Na época do filme Histórias em quadrinhos, poucos levavam esta linguagem a sério. “Sendo a mais visível, menos censurada e mais popular expressão de entretenimento juvenil, a história em quadrinhos era também a mídia mais selvagem e alienígena à sensibilidade adulta”. (WRIGHT, 2001)

    É curioso, portanto, pensar que o filme de Sganzerla buscava a legitimação de uma forma de linguagem supostamente marginal com o procedimento de erigir um cânone bastante claro e óbvio para esta forma de comunicação. O filme é narrado como table top, ou seja, somente as imagens dos quadrinhos são mostradas, em sequência e montagem. Na historiografia narrada, informações que hoje são clichês (e até alguns equívocos) sobre os quadrinhos: o “jornalismo amarelo” suscitado pelo Yellow Kid; Burne Hogarth como “Michelangelo” dos quadrinhos; Mandrake “inspirando” O ano passado em Marienbad. No final, os quadrinhos reivindicam um lugar ao sol como a “oitava arte” (hoje, “nona”). A montagem sganzerleana e o table top ajudam a fazer do filme “solidariedade icônica”, para ficar no termo do teórico Thierry Groensteen (2009), ou seja, uma codependência imagética entre ilustrações que produzam sentido no contato.

    Restam, portanto, perguntas, dentro de uma dialética: como o aspecto “transgressor” do filme de Sganzerla ajuda a legitimar uma versão da história dos quadrinhos que afirma um cânone neutralizador da própria transgressividade do meio? E como, no final das contas, este cânone legitimizado ajudou a levantar uma nova geração transgressora nos anos 2010?

Bibliografia

    BEATY, Bart. Comics versus art. University of Toronto: Toronto, Buffalo, London, 2012.
    BOLTER, Jay David; GRUSIN, Richard. Remediation: understanding new media. United States: MIT Press, 2000.
    CENTRO CULTURAL BANCO DO BRASIL. Catálogo da mostra Cinema Marginal Brasileiro. São Paulo, 2009.
    GROENSTEEN, Thierry. The system of comics. Jackson: University of Mississipi Press, 2007.
    HEER, Jeet; WORCESTER,Kent (Org.). A comics studies reader. Jackson: University Press of Mississipi, 2009.
    MCLUHAN, Marshall. Os meios de comunicação como extensões do homem. Trad. deDécio Pignatari. São Paulo: Cultrix, 1964.
    MICHAUD, Philippe Alain. Filme: por uma teoria expandida do cinema. Rio de Janeiro: Contraponto, 2014.
    MOYA, Álvaro de. (Org.). Shazam! São Paulo: Perspectiva, 1977.
    SGANZERLA, Rogério. Entrevista concedida ao Museu da Imagem e do Som. Projeto Cinema Depoimento. São Paulo, 1990.
    WRIGHT, Bradford W. Comic book nation. The transformation of youth culture in America. John Hopkins, 2003.

O livro “XXII SOCINE: 50 anos do maio de 68”, organizado por Lisandro Nogueira e Cleomar Rocha já está disponível para download em nosso site. A obra é composta de 11 artigos que lidam com a temática do maio de 68 pela perspectiva do cinema, que foi o tema do XXII Encontro SOCINE realizado em Goiânia, em 2018. De acordo com os organizadores, “Não há dúvidas de que o tema foi, é, e será sempre instigante, ainda mais aos olhos de muitos que (sobre)viveram (a)os tempos de 68, especialmente no Brasil, e que durante o evento debateram e refletiram sobre o legado de tão importante período da história mundial para a contemporaneidade. Na presente coletânea de textos procuramos demonstrar um pouquinho do que foi a XXII SOCINE, bastante eclética, mas que correspondeu muito bem à chamada para trazer a reflexão dos acontecimentos políticos, sociais, culturais e artísticos do ano de 1968”. O livro leva o selo editorial da SOCINE e ficará disponível em nosso site para download na seção Livros.

XXII Socine 50 anos de maio de 68
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Tema do XXII encontro da Sociedade Brasileira de Estudos de Cinema e Audiovisual (SOCINE): “herança do maio de 1968 do ponto de vista do cinema, das novas redes de comunicação digital e da televisão”.

A Sociedade Brasileira de Estudos de Cinema e Audiovisual (SOCINE) repudia veementemente as manifestações recentes do governo federal contrárias a disciplinas das Humanidades como Filosofia ou Sociologia. Tais manifestações se constituem como ameaças inaceitáveis a áreas de conhecimento fundamentais que já convivem há anos com espaço reduzido nas políticas de financiamento de ensino e pesquisa no país.

A SOCINE considera que tais manifestações, além de desconhecerem a centralidade das Humanidades na construção da cidadania e no desenvolvimento do país, demonstram uma completa ausência de um projeto sério de educação e ciência.

Por isso, a SOCINE também assina a nota de repudio redigida pela ANPOF, disponível em:
http://www.anpof.org/portal/index.php/pt-BR/artigos-em-destaque/2075-nota-de-repudio-a-declaracoes-do-ministro-da-educacao-e-do-presidente-da-republica-sobre-as-faculdades-de-humanidades-nomeadamente-filosofia-e-sociologia

Diretoria SOCINE

Encerrou-se na última sexta, 19/04, o pagamento da anuidade e a submissão de trabalhos para o XXIII Encontro SOCINE que acontecerá de 08 a 11 de outubro na Unisinos, em Porto Alegre, RS. As propostas entram agora em período de avaliação e a divulgação dos trabalhos selecionados está prevista para o dia 10/06/2019.

Num momento em que a pesquisa brasileira sofre cortes, a SOCINE tem buscado reagir às dificuldades postas a toda área, implementando descontos a profissionais sem vínculo, criando novas formas de desligamento que possibilitam uma economia aos sócios e diminuindo a quantidade de anuidades atrasadas a serem pagas. Além disso, a escolha do tema deste ano levou em consideração a necessidade de refletirmos sobre preservação e memória audiovisual num período como este que vivemos. Por tudo isto, nos anima o fato do Encontro deste ano ter registrado o maior número de trabalhos submetidos nos últimos dez anos, totalizando 595 propostas enviadas. Em momentos de dificuldades como estes que o fortalecimento de nossa Sociedade e Encontro se faz cada vez mais importante e por isso, agradecemos a todas e todos que inscreveram seus trabalhos. Faremos mais um instigante e afetuoso Encontro, dessa vez em Porto Alegre.

Para finalizar, gostaríamos de informar aos sócios que não pagaram a anuidade, que é possível realizar o pagamento normalmente pelo sistema durante todo o ano. Para aqueles que buscam economizar, pode-se optar pelo Desligamento Parcial, que gera um desconto de 50% no valor da anuidade.

Para pagar e submeter os trabalhos é necessário que o sócio já cadastrado na Sociedade acesse nosso site socine.org.br e coloque seu CPF e sua senha no PAINEL DO ASSOCIADO.

Estando logado em nosso sistema, o sócio deverá clicar em MINHA CONTA e em seguida DADOS DE PAGAMENTO. Vai aparecer uma tela com o Histórico de pagamentos e ao lado Instruções de pagamento, onde é feito o processo via Paypal. Assim que o pagamento é realizado, aparece escrito PAGO no Histórico na coluna Anuidade 2019. Com isso é possível submeter o trabalho em seguida.

Para submeter a proposta de comunicação, você deve clicar em ENCONTROe em seguida INSCRIÇÃO. Abrirá uma tela com a explicação sobre cada uma das 4 modalidades e ao lado em Minha proposta você encontra os botões com as modalidades para se inscrever nelas. Você irá clicar naquela que você gostaria de enviar seu trabalho e preencher os campos. Depois de enviar a proposta você ainda pode edita-la até o encerramento do prazo. Após isso, a proposta entra em avaliação e não pode ser mais modificada.

Qualquer dúvida sobre o processo, entre em contato com a Secretaria pelo e-mail socine@socine.org.br