O XXIII Encontro SOCINE acontecerá na Unisinos, em Porto Alegre, de 08 a 11 de outubro de 2019.

A lista dos trabalhos aprovados pode ser acessada aqui. Os associados também podem checar a avaliação final de seus trabalhos pela sua área de associado.

Todos os aprovados precisam realizar o pagamento dentro do prazo para que sua participação seja confirmada. Os valores, após o primeiro prazo, terão acréscimos. O pagamento deverá ser feito pela área do associado, via Paypal.

Primeiro prazo: 10 de junho a 12 de julho – R$190,00 (profissionais) / R$95,00 (estudantes/profissionais sem vínculo)
Segundo prazo: 15 de julho a 26 de julho – R$220,00 (profissionais) / R$110,00 (estudantes/profissionais sem vínculo)
Prazo final: 29 de julho a 02 de agosto – R$260,00 (profissionais) / R$130,00 (estudantes/profissionais sem vínculo)

Tendo qualquer dúvida ou dificuldade, favor contatar a secretaria no e-mail socine@socine.org.br.

Ficha do Proponente

Proponente

    Margarida Maria Adamatti (UFSCar)

Minicurrículo

    Margarida Maria Adamatti é doutora em Meios e Processos Audiovisuais pela Escola de Comunicações e Artes (ECA-USP). Desenvolve pesquisa de Pós-Doutorado, com apoio da CAPES, na Universidade Federal de São Carlos (UFSCar), onde também é professora do Programa de Pós-Graduação em Imagem e Som (PNPD/CAPES). Participa do IntermIdia Project – “Towards an Intermedial History of Brazilian Cinema: Exploring Intermediality as a Historiographic Method” (UFSCar/UoR) e integra o Comitê Editorial da Revista

Ficha do Trabalho

Título

    Espaços híbridos entre o musical e o teatro no Ébrio de Gilda de Abreu

Resumo

    O Ébrio (1946) de Gilda de Abreu incorpora na forma fílmica a presença das duas mídias que deram origem ao projeto, a música e a peça de teatro, criando um intercâmbio difuso com o espaço cinematográfico. A partir da noção de intermidialidade enquanto espaço transitório, analiso como o final do filme retoma um tipo de duração atrelada ao in between. Essa alusão às duas mídias precedentes gera reverberações na configuração espacial, na composição dos planos, na montagem e no tipo de encenação.

Resumo expandido

    O Ébrio de Gilda de Abreu e Vicente Celestino integra um dos maiores projetos intermidiáticos do cinema brasileiro, seja por sua grande temporalidade, seja pela quantidade de mídias pelas quais passou. Ao longo de trinta anos (1935/36-1965), a mesma história do homem traído pela mulher, que se torna alcoólatra, foi lançada no rádio, disco, teatro, cinema, romance e telenovela. Se o trajeto inicial teve início com a canção de sucesso de Vicente Celestino nos anos 1930, a década seguinte assistiu à transposição para os palcos (1941) e para o cinema (1946). A comunicação analisa a cena final do filme de Gilda de Abreu, quando o famoso tenor e ator Vicente Celestino canta a música título. Nesse momento, a presença conjunta do teatro e da música aprimora um intercâmbio difuso e intersticial na forma fílmica, trazendo um simulacro da temporalidade desses suportes anteriores, num tipo de duração atrelada ao in between.
    A cena final no bar ocupa quase um terço da duração total do filme e pode ser pensada como momento síntese de referência ao espaço cênico, ao espetáculo musical e às relações fronteiriças entre ator, personagem e cenário, com reverberações no tipo de encenação. Adaptamos a noção de intermidialidade como lugar de passagem, zona fronteiriça ou espaço transitório (Pethö, 2011) para observar como durante o número musical a atuação de Vicente Celestino intercala a presença do astro e do personagem de maneira concomitante.
    A longa sequência começa quando Gilberto e seu amigo de bebedeira, Pedro, entram num bar para beber, mas sem dispor de dinheiro para sustentar o vício. Uma longa briga entre os clientes antecede a conversa deles com o dono do bar, até o início do número musical de Vicente Celestino dentro do filme. Para justificar diegeticamente a entrada da canção, surgem em cena dois casais ricos que vão até o Bar da Paz se divertir a custa do infortúnio alheio. Eles oferecem ao maltrapilho Gilberto (Vicente Celestino) uma garrafa de bebida alcoólica, caso ele conte a história de sua vida. Ao invés de relembrar sua trajetória com palavras, o homem bêbado toma um violão da mesa ao lado e canta a famosa canção O Ébrio, um dos maiores sucessos da carreira de Celestino. A cena possibilitava ao público ver e ouvir ao mesmo tempo o show musical em sua integralidade, especialmente para uma audiência sem acesso ao hic et nunc do teatro de revista e dos shows realizados pelo astro. Quando Gilberto canta, a voz, os gestos, a entonação e a postura não são mais a do homem bêbado, mas a do tenor com o famoso dó de peito. Num espaço intersticial entre o ator e o personagem, o ápice dramático recorre a modos híbridos, entre a ficção e uma encenação com ares documentais, cujos desdobramentos chegam ao tipo de atuação. Dessa forma, a longa sequência de 25 minutos transita entre formas diferentes de se relacionar com a composição espacial e a montagem, que são tema dessa comunicação. Com especial atenção à composição dos planos e à análise fílmica, observo as maneiras pelas quais a presença transitória e oscilante das duas mídias é incorporada à forma fílmica.
    À maneira de um jogo de estar entre lugares (Rajewsky, 2012), o entrelaçamento midiático cria uma alusão ao espaço cênico e musical. O transitar por essas duas mídias não faz referência somente ao trabalho de Vicente Celestino, mas também à trajetória anterior da cineasta. Desde 1933, Gilda de Abreu atuava no teatro de revista e no canto lírico. A partir de Bonequinha de Seda (1936) de Oduvaldo Vianna, ela iniciou seu trajeto no cinema, primeiro como atriz, depois como diretora do Ébrio; que foi seu primeiro longa-metragem. Esse percurso permite transpor a noção de in between à formação dos dois artistas envolvidos no projeto, analisando a trajetória conjunta deles como uma sucessão de transposições midiáticas.

Bibliografia

    ALTMAN, Rick. The American film musical. Bloomington: Indiana University Press, 1987.
    FEUER, Jane. “The self-reflective musical and the myth of entertainment”. In: ALTMAN, Rick (org.). Genre: the musical – a reader. London/Boston: Routledge, 1981.
    GLEDHILL, Christine. Stardom – industry of desire. London: Routledge, 1991.
    GUERRA, Guido. Vicente Celestino, o hóspede das tempestades. Rio de Janeiro: Record, 1994.
    PETHÖ, Agnés. Cinema and intermediality – the passion for the in-between. Newscastle upon Tyne, Cambrigde Scholars Publishing, 2011.
    RAJEWSKY, Irina. “A fronteira em discussão: o status problemático das fronteiras midiáticas no debate contemporâneo sobre intermidialidade”. In: DINIZ, Thaïs Nogueira; VIEIRA, André Soares. Intermidialidade e estudos interartes: desafios da arte contemporânea 2. v. 2. Belo Horizonte: Rona Editora: Fale/ UFMG, 2012.

O livro “XXII SOCINE: 50 anos do maio de 68”, organizado por Lisandro Nogueira e Cleomar Rocha já está disponível para download em nosso site. A obra é composta de 11 artigos que lidam com a temática do maio de 68 pela perspectiva do cinema, que foi o tema do XXII Encontro SOCINE realizado em Goiânia, em 2018. De acordo com os organizadores, “Não há dúvidas de que o tema foi, é, e será sempre instigante, ainda mais aos olhos de muitos que (sobre)viveram (a)os tempos de 68, especialmente no Brasil, e que durante o evento debateram e refletiram sobre o legado de tão importante período da história mundial para a contemporaneidade. Na presente coletânea de textos procuramos demonstrar um pouquinho do que foi a XXII SOCINE, bastante eclética, mas que correspondeu muito bem à chamada para trazer a reflexão dos acontecimentos políticos, sociais, culturais e artísticos do ano de 1968”. O livro leva o selo editorial da SOCINE e ficará disponível em nosso site para download na seção Livros.

XXII Socine 50 anos de maio de 68
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Tema do XXII encontro da Sociedade Brasileira de Estudos de Cinema e Audiovisual (SOCINE): “herança do maio de 1968 do ponto de vista do cinema, das novas redes de comunicação digital e da televisão”.

A Sociedade Brasileira de Estudos de Cinema e Audiovisual (SOCINE) repudia veementemente as manifestações recentes do governo federal contrárias a disciplinas das Humanidades como Filosofia ou Sociologia. Tais manifestações se constituem como ameaças inaceitáveis a áreas de conhecimento fundamentais que já convivem há anos com espaço reduzido nas políticas de financiamento de ensino e pesquisa no país.

A SOCINE considera que tais manifestações, além de desconhecerem a centralidade das Humanidades na construção da cidadania e no desenvolvimento do país, demonstram uma completa ausência de um projeto sério de educação e ciência.

Por isso, a SOCINE também assina a nota de repudio redigida pela ANPOF, disponível em:
http://www.anpof.org/portal/index.php/pt-BR/artigos-em-destaque/2075-nota-de-repudio-a-declaracoes-do-ministro-da-educacao-e-do-presidente-da-republica-sobre-as-faculdades-de-humanidades-nomeadamente-filosofia-e-sociologia

Diretoria SOCINE

Encerrou-se na última sexta, 19/04, o pagamento da anuidade e a submissão de trabalhos para o XXIII Encontro SOCINE que acontecerá de 08 a 11 de outubro na Unisinos, em Porto Alegre, RS. As propostas entram agora em período de avaliação e a divulgação dos trabalhos selecionados está prevista para o dia 10/06/2019.

Num momento em que a pesquisa brasileira sofre cortes, a SOCINE tem buscado reagir às dificuldades postas a toda área, implementando descontos a profissionais sem vínculo, criando novas formas de desligamento que possibilitam uma economia aos sócios e diminuindo a quantidade de anuidades atrasadas a serem pagas. Além disso, a escolha do tema deste ano levou em consideração a necessidade de refletirmos sobre preservação e memória audiovisual num período como este que vivemos. Por tudo isto, nos anima o fato do Encontro deste ano ter registrado o maior número de trabalhos submetidos nos últimos dez anos, totalizando 595 propostas enviadas. Em momentos de dificuldades como estes que o fortalecimento de nossa Sociedade e Encontro se faz cada vez mais importante e por isso, agradecemos a todas e todos que inscreveram seus trabalhos. Faremos mais um instigante e afetuoso Encontro, dessa vez em Porto Alegre.

Para finalizar, gostaríamos de informar aos sócios que não pagaram a anuidade, que é possível realizar o pagamento normalmente pelo sistema durante todo o ano. Para aqueles que buscam economizar, pode-se optar pelo Desligamento Parcial, que gera um desconto de 50% no valor da anuidade.

Para pagar e submeter os trabalhos é necessário que o sócio já cadastrado na Sociedade acesse nosso site socine.org.br e coloque seu CPF e sua senha no PAINEL DO ASSOCIADO.

Estando logado em nosso sistema, o sócio deverá clicar em MINHA CONTA e em seguida DADOS DE PAGAMENTO. Vai aparecer uma tela com o Histórico de pagamentos e ao lado Instruções de pagamento, onde é feito o processo via Paypal. Assim que o pagamento é realizado, aparece escrito PAGO no Histórico na coluna Anuidade 2019. Com isso é possível submeter o trabalho em seguida.

Para submeter a proposta de comunicação, você deve clicar em ENCONTROe em seguida INSCRIÇÃO. Abrirá uma tela com a explicação sobre cada uma das 4 modalidades e ao lado em Minha proposta você encontra os botões com as modalidades para se inscrever nelas. Você irá clicar naquela que você gostaria de enviar seu trabalho e preencher os campos. Depois de enviar a proposta você ainda pode edita-la até o encerramento do prazo. Após isso, a proposta entra em avaliação e não pode ser mais modificada.

Qualquer dúvida sobre o processo, entre em contato com a Secretaria pelo e-mail socine@socine.org.br