O XXIII Encontro SOCINE acontecerá na Unisinos, em Porto Alegre, de 08 a 11 de outubro de 2019.

A lista dos trabalhos aprovados pode ser acessada aqui. Os associados também podem checar a avaliação final de seus trabalhos pela sua área de associado.

Todos os aprovados precisam realizar o pagamento dentro do prazo para que sua participação seja confirmada. Os valores, após o primeiro prazo, terão acréscimos. O pagamento deverá ser feito pela área do associado, via Paypal.

Primeiro prazo: 10 de junho a 12 de julho – R$190,00 (profissionais) / R$95,00 (estudantes/profissionais sem vínculo)
Segundo prazo: 15 de julho a 26 de julho – R$220,00 (profissionais) / R$110,00 (estudantes/profissionais sem vínculo)
Prazo final: 29 de julho a 02 de agosto – R$260,00 (profissionais) / R$130,00 (estudantes/profissionais sem vínculo)

Tendo qualquer dúvida ou dificuldade, favor contatar a secretaria no e-mail socine@socine.org.br.

Ficha do Proponente

Proponente

    Rafael Dornellas Feltrin (USP)

Minicurrículo

    Graduado em Audiovisual pela ECA/USP. Crítico de cinema e pesquisador desde 2015. Redator da revista Interlúdio, colabora também para outras publicações. Participou da 34ª e 35ª edição do festival “Le Giornate del Cinema Muto”, em Pordenone (Itália), como integrante do programa Collegium para jovens pesquisadores de cinema. Como cineasta, roteirizou e dirigiu o curta-metragem “Regresso” (2017). Atualmente desenvolve pesquisa de mestrado no programa de Meios e Processos Audiovisuais (ECA/USP).

Ficha do Trabalho

Título

    Vício Frenético e Caminhos Perigosos: Abel Ferrara e a Nova Hollywood

Resumo

    O atual trabalho tem como objetivo apresentar uma análise formal do filme “Vício Frenético” (“Bad Lieutenant”, 1992, de Abel Ferrara) em comparação ao filme “Caminhos Perigosos” (“Mean Streets”, 1973, de Martin Scorsese). Tendo como mote central a carreira de Ferrara e seu filme de 1992, investigaremos como o cineasta atinge sua maturidade formal e narrativa respondendo e dialogando com o filme de juventude de Scorsese, tão caro a ele. Imagens dos filmes serão essenciais à análise e ao cotejo.

Resumo expandido

    Abel Ferrara lançou seu primeiro filme “O Assassino da Furadeira” (“The Driller Killer”) em 1979, praticamente junto do fim melancólico da geração Nova Hollywood. A partir de então o cineasta nova iorquino desenvolveu sua carreira de maneira independente até o início dos anos 90 quando lança “O Rei de Nova York” (“King of New York”, 1990) e “Vício Frenético” (“Bad Lieutenant”, 1992). Mais do que o sucesso comercial, acenos para grandes estúdios e caras produções esses filmes assinalaram um ápice formal em sua carreira, um lento e progressivo abandono das estilizações radicais que o marcaram nos anos 80 e encontro balanceado entre improviso, encenação, dramaturgia e intensidade dramática.
    É sabido também que Ferrara é um cineasta cinéfilo por excelência, cujas produções quase sempre dialogam com terceiros, com cineastas e filmes específicos do passado. Sua gama de influências é imensa, indo de Kubrick e Hitchcock à Michael Snow e Jean-Luc Godard, o que torna sempre muito instigante o mergulho na totalidade de sua obra e o apontamento de referências como “Um corpo que cai” (“Vertigo”, 1958, de Alfred Hitchcock) em “Blackout” (1997, de Abel Ferrara), “O desprezo” (“Le mépris”, 1963, de Jean-Luc Godard) em “Olhos de serpente” (“Snake Eyes”, 1993, de Abel Ferrara) ou “A Morte de um Bookmaker Chinês” (“The Killing of a Chinese Bookie”, 1976, de John Cassavetes) em “Go Go Tales” (2007, de Abel Ferrara), entre muitos outros exemplos.
    Aqui, nos interessa sobretudo o diálogo cristalino e confesso que Ferrara estabeleceu com o cinema norte-americano dos anos 70, a Nova Hollywood, mais especificamente com o cinema da juventude de Martin Scorsese, e entre os filmes “Vício frenético” e “Caminhos perigosos”. Ferrara, de certa maneira, é um filho dessa geração. É um herdeiro direto de certo espectro da Nova Hollywood na linhagem do cinema norte-americano, de Martin Scorsese, de Monte Hellman, de Sam Peckinpah, de Paul Schrader, de John Cassavetes, de Walter Hill, de Larry Cohen, de Dennis Hooper, de John Flynn, entre outros aqueles que permaneceram um pouco mais à margem da grande indústria, um pouco mais independentes, durante aqueles anos.
    Algumas semelhanças primeiras entre o filme de 1973 e 1992 saltam aos olhos. Harvey Keitel é o ator protagonista em ambos filmes. A cidade de Nova York é o palco da encenação e ambiente muito importante para os filmes. Os dois filmes lidam com um imaginário de violência policial e trabalhos de mafiosos e gângsteres na cidade de Nova York. Os dois lidam com um imaginário católico de maneira intensa. Os dois filmes apresentam personagens que pouco a pouco vão se afundando em dívidas. Os dois filmes terminam com uma morte violenta, um assassinato.
    Além de estabelecer esses pontos de contato, nos interessa realizar um cotejo formal entre os filmes. Enquanto no filme de juventude de Scorsese parece haver uma hiper-estilização da encenação, uma preferência superlativa pela característica videoclíptica da montagem música + imagem, um direcionamento para a atuação exasperada e grandiloquente de seu elenco, no filme da maturidade de Ferrara sua mise en scène parece caminhar para uma direção oposta, parece haver um esvaziamento dramatúrgico, assim como um esvaziamento cênico. Ferrara realiza um procedimento de contenção das estilizações antes muito frequentes em seus filmes e um direcionamento claro para o documental, para o improviso, para a secura da cena. Keitel, aqui, é implosivo em seu desespero, fala pouco, age pouco, assim como o fio narrativo que é tecido de forma quase que imperceptível nos poucos acontecimentos e ações presentes no filme.
    Esses são apenas alguns pontos principais que buscaremos expor em nossa apresentação, que através de um exercício de cinema comparado procura apontar as características essenciais do filme principal de Abel Ferrara (“Vício Frenético”) e como tal filme dialoga com uma herança marcada nos anos iniciais da Nova Hollywood, no filme de Martin Scorsese (“Caminhos Perigosos”).

Bibliografia

    BORDWELL, David. Sobre a história do estilo cinematográfico. Campinas, SP: Papirus, 2013.
    BRENEZ, Nicole. Abel Ferrara. Illinois: University of Illinois Press, 2006.
    FRYE, Northrop. Anatomia da crítica. São Paulo: É realizações, 2014.
    GALLAGHER, Tag. “Geometry of Force: Abel Ferrara and Simone Weil”, in Screening the Past, n° 10, 2000.
    JONES, Kent. “Abel Ferrara – the man: who cares?”, in Lingo, 4. A journal of arts, 1994.
    JOHNSTONE, Nick. Abel Ferrara: The King of New York. London: Omnibus Press, 1999.
    LIMA, Paulo Santos (org). Easy Riders – o cinema da Nova Hollywood. São Paulo: CCBB – Centro Cultural Banco do Brasil, 2015.
    MARTIN, Adrian. “Neurosis Hotel: An introduction to Abel Ferrara.” Twelfth Brisbane international film festival, jul/2003.
    SMITH, Gavin. Moon in the Gutter: Abel Ferrara interviewed by Gavin Smith, Film Comment 24, nº 4 (Jul-ago 1990).
    WOOD, Robin. Hollywood from Vietnam to Reagan… and beyond. New York: Columbia University Press, 2003.

O livro “XXII SOCINE: 50 anos do maio de 68”, organizado por Lisandro Nogueira e Cleomar Rocha já está disponível para download em nosso site. A obra é composta de 11 artigos que lidam com a temática do maio de 68 pela perspectiva do cinema, que foi o tema do XXII Encontro SOCINE realizado em Goiânia, em 2018. De acordo com os organizadores, “Não há dúvidas de que o tema foi, é, e será sempre instigante, ainda mais aos olhos de muitos que (sobre)viveram (a)os tempos de 68, especialmente no Brasil, e que durante o evento debateram e refletiram sobre o legado de tão importante período da história mundial para a contemporaneidade. Na presente coletânea de textos procuramos demonstrar um pouquinho do que foi a XXII SOCINE, bastante eclética, mas que correspondeu muito bem à chamada para trazer a reflexão dos acontecimentos políticos, sociais, culturais e artísticos do ano de 1968”. O livro leva o selo editorial da SOCINE e ficará disponível em nosso site para download na seção Livros.

XXII Socine 50 anos de maio de 68
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Tema do XXII encontro da Sociedade Brasileira de Estudos de Cinema e Audiovisual (SOCINE): “herança do maio de 1968 do ponto de vista do cinema, das novas redes de comunicação digital e da televisão”.

A Sociedade Brasileira de Estudos de Cinema e Audiovisual (SOCINE) repudia veementemente as manifestações recentes do governo federal contrárias a disciplinas das Humanidades como Filosofia ou Sociologia. Tais manifestações se constituem como ameaças inaceitáveis a áreas de conhecimento fundamentais que já convivem há anos com espaço reduzido nas políticas de financiamento de ensino e pesquisa no país.

A SOCINE considera que tais manifestações, além de desconhecerem a centralidade das Humanidades na construção da cidadania e no desenvolvimento do país, demonstram uma completa ausência de um projeto sério de educação e ciência.

Por isso, a SOCINE também assina a nota de repudio redigida pela ANPOF, disponível em:
http://www.anpof.org/portal/index.php/pt-BR/artigos-em-destaque/2075-nota-de-repudio-a-declaracoes-do-ministro-da-educacao-e-do-presidente-da-republica-sobre-as-faculdades-de-humanidades-nomeadamente-filosofia-e-sociologia

Diretoria SOCINE

Encerrou-se na última sexta, 19/04, o pagamento da anuidade e a submissão de trabalhos para o XXIII Encontro SOCINE que acontecerá de 08 a 11 de outubro na Unisinos, em Porto Alegre, RS. As propostas entram agora em período de avaliação e a divulgação dos trabalhos selecionados está prevista para o dia 10/06/2019.

Num momento em que a pesquisa brasileira sofre cortes, a SOCINE tem buscado reagir às dificuldades postas a toda área, implementando descontos a profissionais sem vínculo, criando novas formas de desligamento que possibilitam uma economia aos sócios e diminuindo a quantidade de anuidades atrasadas a serem pagas. Além disso, a escolha do tema deste ano levou em consideração a necessidade de refletirmos sobre preservação e memória audiovisual num período como este que vivemos. Por tudo isto, nos anima o fato do Encontro deste ano ter registrado o maior número de trabalhos submetidos nos últimos dez anos, totalizando 595 propostas enviadas. Em momentos de dificuldades como estes que o fortalecimento de nossa Sociedade e Encontro se faz cada vez mais importante e por isso, agradecemos a todas e todos que inscreveram seus trabalhos. Faremos mais um instigante e afetuoso Encontro, dessa vez em Porto Alegre.

Para finalizar, gostaríamos de informar aos sócios que não pagaram a anuidade, que é possível realizar o pagamento normalmente pelo sistema durante todo o ano. Para aqueles que buscam economizar, pode-se optar pelo Desligamento Parcial, que gera um desconto de 50% no valor da anuidade.

Para pagar e submeter os trabalhos é necessário que o sócio já cadastrado na Sociedade acesse nosso site socine.org.br e coloque seu CPF e sua senha no PAINEL DO ASSOCIADO.

Estando logado em nosso sistema, o sócio deverá clicar em MINHA CONTA e em seguida DADOS DE PAGAMENTO. Vai aparecer uma tela com o Histórico de pagamentos e ao lado Instruções de pagamento, onde é feito o processo via Paypal. Assim que o pagamento é realizado, aparece escrito PAGO no Histórico na coluna Anuidade 2019. Com isso é possível submeter o trabalho em seguida.

Para submeter a proposta de comunicação, você deve clicar em ENCONTROe em seguida INSCRIÇÃO. Abrirá uma tela com a explicação sobre cada uma das 4 modalidades e ao lado em Minha proposta você encontra os botões com as modalidades para se inscrever nelas. Você irá clicar naquela que você gostaria de enviar seu trabalho e preencher os campos. Depois de enviar a proposta você ainda pode edita-la até o encerramento do prazo. Após isso, a proposta entra em avaliação e não pode ser mais modificada.

Qualquer dúvida sobre o processo, entre em contato com a Secretaria pelo e-mail socine@socine.org.br