O XXIII Encontro SOCINE acontecerá na Unisinos, em Porto Alegre, de 08 a 11 de outubro de 2019.

A lista dos trabalhos aprovados pode ser acessada aqui. Os associados também podem checar a avaliação final de seus trabalhos pela sua área de associado.

Todos os aprovados precisam realizar o pagamento dentro do prazo para que sua participação seja confirmada. Os valores, após o primeiro prazo, terão acréscimos. O pagamento deverá ser feito pela área do associado, via Paypal.

Primeiro prazo: 10 de junho a 12 de julho – R$190,00 (profissionais) / R$95,00 (estudantes/profissionais sem vínculo)
Segundo prazo: 15 de julho a 26 de julho – R$220,00 (profissionais) / R$110,00 (estudantes/profissionais sem vínculo)
Prazo final: 29 de julho a 02 de agosto – R$260,00 (profissionais) / R$130,00 (estudantes/profissionais sem vínculo)

Tendo qualquer dúvida ou dificuldade, favor contatar a secretaria no e-mail socine@socine.org.br.

Ficha do Proponente

Proponente

    TAIS A S NARDI (ECA-USP)

Minicurrículo

    Mestre em Audiovisual pelo Programa Meios e Processos Audiovisuais da ECA-USP (2017), começou seu doutorado sobre direção de fotografia no mesmo programa em 2018, sob orientação da Profa. Dra. Maria Dora Mourão. Possui graduação no Curso Superior do Audiovisual também pela Universidade de São Paulo (2007). Trabalha desde 2002 como diretora de fotografia. Desde 2017 é coordenadora dos cursos da área de fotografia na Bucareste Ateliê de Cinema (SP).

Ficha do Trabalho

Título

    A teoria de Eisenstein e a direção de fotografia

Seminário

    Teorias e análises da direção de fotografia

Resumo

    Esta apresentação propõe uma reflexão sobre a direção de fotografia no cinema por meio de conceitos estabelecidos por Eisenstein em seu trabalho teórico, notadamente, os princípios de conflito, organicidade e montagem expandida. De maneira sucinta, procura-se estabelecer como esses ideais podem colaborar para a atividade de criação do conceito fotográfico de um filme e na análise de uma obra já pronta. Para tanto, o artigo se baseia na análise do filme Quase Memória, de Ruy Guerra (2016).

Resumo expandido

    A obra teórica de Sergei Eisenstein é bastante influenciada por seu trabalho como realizador e professor, atividades que lhe permitem uma visão prática do cinema, referente ao processo de produção das obras. Muitos de seus textos se utilizam de análises de seus próprios filmes para explicitar a aplicação de seus conceitos teóricos ligados à importância e à expressividade do cinema, e por isso nos parecem fontes estimulantes para uma discussão sobre a fotografia cinematográfica, atividade que une conceito à prática, a busca de expressividade a escolhas técnicas.
    Além disso, é possível perceber em seus textos grande preocupação com a construção da imagem, ligada especialmente à composição do plano e à manipulação das linhas e tons, elementos sob responsabilidade do diretor em conjunto com o diretor de fotografia e o diretor de arte. Eisenstein exibe um pensamento imagético e gráfico e por isso propomos aplicar à direção de fotografia suas definições em relação à montagem.
    A proposta desta apresentação é então utilizar termos e princípios propostos por Eisenstein para analisar a direção de fotografia como ferramenta expressiva dentro da construção de um filme brasileiro contemporâneo. Para isso, vamos partir do conceito de “montagem expandida”.
    A “montagem expandida” indica uma concepção da obra que engloba tanto a montagem interna a cada plano como a relação entre as “linhas de movimento” que formam o desenrolar do filme. Podemos compreendê-la como um pensamento estruturante sobre a obra, que atravessa todos seus elementos – mise-en-scène, imagem, som e montagem (como colagem de planos) –, e utilizá-la, portanto, como fundamento para analisar os aspectos da construção da imagem, intra e entre planos, que concernem ao trabalho do diretor de fotografia.
    A importância dada a montagem intra-plano é marcada pela crença na identificação entre forma e conteúdo. Se a forma gera significados ao criar conflito entre os planos, ela é um elemento especialmente importante para a expressão do tema em si e do ponto de vista do autor em relação aos eventos que retrata (EISENSTEIN, 1932). É daqui que pulamos para o conceito de fotografia cinematográfica criativa ou discursiva, emprestando este segundo termo ao modo como muitos autores se referem à montagem de Eisenstein.
    Através das ideias de Eisenstein buscamos valorizar uma fotografia desassociada da ideia de registro e conectada à ideia de criação de sentido. Essa direção de fotografia discursiva se baseia na construção do plano como justaposição de camadas de significados estabelecidos pelos diversos elementos da imagem – enquadramento, movimentos, tom, cor, linhas, forma, profundidade e ritmo. O diretor de fotografia cria maneiras visuais de contar a história, que formam relações polifônicas com os outros elementos do filme – som, interpretação, figurinos, cenários, montagem, etc. – de modo a fortificar os sentidos da obra. Essas relações são construídas sobretudo pela organização de conflitos ou afinidades entre as imagens do filme.
    Para Eisenstein, o conflito é o princípio fundamental da montagem. Também é a essência do apelo emocional do filme e de sua construção ideológica por se apoiar no dinamismo característico do ser e da vida. O conflito é a chave da relação produzida pela emenda entre fragmentos, que permite a comparação entre eles; que por sua vez possibilita a percepção de temas e sub-temas e suas sínteses em um novo significado. É a percepção dos conflitos internos à obra que guiará a análise de Quase Memória.
    Quase Memória é um filme dirigido por Ruy Guerra, com direção de fotografia de Pablo Baião (2016), em que nos é apresentado o encontro de um personagem com ele mesmo em outro momento de sua vida. Carlos Velho e Carlos Jovem repentinamente se encontram no mesmo lugar e passam a discutir como e porque essa união aconteceu. O aparecimento de um embrulho de conteúdo incerto os faz lembrar do pai, um jornalista excêntrico chamado Ernesto.

Bibliografia

    AUMONT, J. Montage Eisenstein. Paris: Editions Albatros: 1979.

    BLOCK, B. A narrativa visual: Criando a estrutura visual para cinema, TV e mídias digitais. Tradução Cláudia Mello Belhassof. São Paulo: Elsevier, 2010.

    EISENSTEIN, S. A Forma do Filme. Tradução de Teresa Ottoni. Rio de Janeiro: Jorge Zahar Editor, 1990, p. 49-70.

    ________. The Film Sense. Edição e tradução de Jay Leyda. New York: Meridian Books, 1957.

    MOURÃO, D. “A montagem cinematográfica como ato criativo” In Significação: revista de cultura audiovisual. v. 33, n. 25, p. 229-250. São Paulo, 2006.

    QUASE Memória. Direção: Ruy Guerra. Roteiro: Ruy Guerra, Bruno Laet e Diogo Costa, a partir da obra de Carlos Heitor Cony. Direção de fotografia: Pablo Baião. Brasil: Canal Brasil, Globo Filmes, Kinossaurus Filmes, 2016.

O livro “XXII SOCINE: 50 anos do maio de 68”, organizado por Lisandro Nogueira e Cleomar Rocha já está disponível para download em nosso site. A obra é composta de 11 artigos que lidam com a temática do maio de 68 pela perspectiva do cinema, que foi o tema do XXII Encontro SOCINE realizado em Goiânia, em 2018. De acordo com os organizadores, “Não há dúvidas de que o tema foi, é, e será sempre instigante, ainda mais aos olhos de muitos que (sobre)viveram (a)os tempos de 68, especialmente no Brasil, e que durante o evento debateram e refletiram sobre o legado de tão importante período da história mundial para a contemporaneidade. Na presente coletânea de textos procuramos demonstrar um pouquinho do que foi a XXII SOCINE, bastante eclética, mas que correspondeu muito bem à chamada para trazer a reflexão dos acontecimentos políticos, sociais, culturais e artísticos do ano de 1968”. O livro leva o selo editorial da SOCINE e ficará disponível em nosso site para download na seção Livros.

XXII Socine 50 anos de maio de 68
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Tema do XXII encontro da Sociedade Brasileira de Estudos de Cinema e Audiovisual (SOCINE): “herança do maio de 1968 do ponto de vista do cinema, das novas redes de comunicação digital e da televisão”.

A Sociedade Brasileira de Estudos de Cinema e Audiovisual (SOCINE) repudia veementemente as manifestações recentes do governo federal contrárias a disciplinas das Humanidades como Filosofia ou Sociologia. Tais manifestações se constituem como ameaças inaceitáveis a áreas de conhecimento fundamentais que já convivem há anos com espaço reduzido nas políticas de financiamento de ensino e pesquisa no país.

A SOCINE considera que tais manifestações, além de desconhecerem a centralidade das Humanidades na construção da cidadania e no desenvolvimento do país, demonstram uma completa ausência de um projeto sério de educação e ciência.

Por isso, a SOCINE também assina a nota de repudio redigida pela ANPOF, disponível em:
http://www.anpof.org/portal/index.php/pt-BR/artigos-em-destaque/2075-nota-de-repudio-a-declaracoes-do-ministro-da-educacao-e-do-presidente-da-republica-sobre-as-faculdades-de-humanidades-nomeadamente-filosofia-e-sociologia

Diretoria SOCINE

Encerrou-se na última sexta, 19/04, o pagamento da anuidade e a submissão de trabalhos para o XXIII Encontro SOCINE que acontecerá de 08 a 11 de outubro na Unisinos, em Porto Alegre, RS. As propostas entram agora em período de avaliação e a divulgação dos trabalhos selecionados está prevista para o dia 10/06/2019.

Num momento em que a pesquisa brasileira sofre cortes, a SOCINE tem buscado reagir às dificuldades postas a toda área, implementando descontos a profissionais sem vínculo, criando novas formas de desligamento que possibilitam uma economia aos sócios e diminuindo a quantidade de anuidades atrasadas a serem pagas. Além disso, a escolha do tema deste ano levou em consideração a necessidade de refletirmos sobre preservação e memória audiovisual num período como este que vivemos. Por tudo isto, nos anima o fato do Encontro deste ano ter registrado o maior número de trabalhos submetidos nos últimos dez anos, totalizando 595 propostas enviadas. Em momentos de dificuldades como estes que o fortalecimento de nossa Sociedade e Encontro se faz cada vez mais importante e por isso, agradecemos a todas e todos que inscreveram seus trabalhos. Faremos mais um instigante e afetuoso Encontro, dessa vez em Porto Alegre.

Para finalizar, gostaríamos de informar aos sócios que não pagaram a anuidade, que é possível realizar o pagamento normalmente pelo sistema durante todo o ano. Para aqueles que buscam economizar, pode-se optar pelo Desligamento Parcial, que gera um desconto de 50% no valor da anuidade.

Para pagar e submeter os trabalhos é necessário que o sócio já cadastrado na Sociedade acesse nosso site socine.org.br e coloque seu CPF e sua senha no PAINEL DO ASSOCIADO.

Estando logado em nosso sistema, o sócio deverá clicar em MINHA CONTA e em seguida DADOS DE PAGAMENTO. Vai aparecer uma tela com o Histórico de pagamentos e ao lado Instruções de pagamento, onde é feito o processo via Paypal. Assim que o pagamento é realizado, aparece escrito PAGO no Histórico na coluna Anuidade 2019. Com isso é possível submeter o trabalho em seguida.

Para submeter a proposta de comunicação, você deve clicar em ENCONTROe em seguida INSCRIÇÃO. Abrirá uma tela com a explicação sobre cada uma das 4 modalidades e ao lado em Minha proposta você encontra os botões com as modalidades para se inscrever nelas. Você irá clicar naquela que você gostaria de enviar seu trabalho e preencher os campos. Depois de enviar a proposta você ainda pode edita-la até o encerramento do prazo. Após isso, a proposta entra em avaliação e não pode ser mais modificada.

Qualquer dúvida sobre o processo, entre em contato com a Secretaria pelo e-mail socine@socine.org.br