O XXIII Encontro SOCINE acontecerá na Unisinos, em Porto Alegre, de 08 a 11 de outubro de 2019.

A lista dos trabalhos aprovados pode ser acessada aqui. Os associados também podem checar a avaliação final de seus trabalhos pela sua área de associado.

Todos os aprovados precisam realizar o pagamento dentro do prazo para que sua participação seja confirmada. Os valores, após o primeiro prazo, terão acréscimos. O pagamento deverá ser feito pela área do associado, via Paypal.

Primeiro prazo: 10 de junho a 12 de julho – R$190,00 (profissionais) / R$95,00 (estudantes/profissionais sem vínculo)
Segundo prazo: 15 de julho a 26 de julho – R$220,00 (profissionais) / R$110,00 (estudantes/profissionais sem vínculo)
Prazo final: 29 de julho a 02 de agosto – R$260,00 (profissionais) / R$130,00 (estudantes/profissionais sem vínculo)

Tendo qualquer dúvida ou dificuldade, favor contatar a secretaria no e-mail socine@socine.org.br.

Ficha do Proponente

Proponente

    Wendell Marcel Alves da Costa (UFRN)

Minicurrículo

    Mestre em Antropologia Social pelo PPGAS da Universidade Federal do Rio Grande do Norte. Cientista Social pela UFRN. Pesquisa temas da cultura cinematográfica que tratam das mudanças espaciais, sonoras e estéticas da cidade no cinema brasileiro contemporâneo. Associado da Sociedade Brasileira de Estudos de Cinema e Audiovisual, da Associação Brasileira de Antropologia e da Sociedade Brasileira de Sociologia. É integrante do Grupo de Pesquisa Linguagens da Cena: imagem, cultura e representação.

Ficha do Trabalho

Título

    A nostalgia e os ritmos temporais urbanos na obra de Jacques Tati

Resumo

    Nosso objetivo é discutir parte da obra do cineasta francês Jacques Tati que trata da nostalgia e dos ritmos temporais urbanos nos filmes As Férias do Sr. Hulot, Meu Tio e Tempo de Diversão. Os filmes analisados desenvolvem narrativas fílmicas sobre sentimentos de nostalgia no interior dos ritmos temporais na estrutura do urbanismo. Apresentamos como os três filmes desenvolvem em seus enredos discussões filosóficas, geográficas e antropológicas através de figuras alegóricas materiais.

Resumo expandido

    Nosso objetivo é discutir parte da obra do cineasta francês Jacques Tati (1907-1982) que trata da nostalgia e dos ritmos temporais urbanos, principalmente nos filmes As Férias do Sr. Hulot (1953), Meu Tio (1958) e Tempo de Diversão (1967). Os filmes aqui analisados desenvolvem narrativas fílmicas sobre sentimentos de nostalgia – memoriais, afetivos e simbólicos – no interior dos ritmos temporais preexistentes na estrutura do urbanismo que se constitui como fenômeno da cidade da modernidade. Desse ponto de vista, queremos dizer como os três filmes paradigmáticos de Jacques Tati desenvolvem em seus enredos, num intervalo de produção de dez anos que se tornou decisivo para a fabricação da imaginação simbólica do cineasta, discussões filosóficas, geográficas e antropológicas de uma dialética dos trânsitos entre modernidade e pós-modernidade, através de figuras alegóricas materiais – as casas, os prédios, as ruas, os veículos de mobilidade e os aparelhos domésticos – situadas no contexto da cidade em transformação.

    Seus filmes falam sobre as mudanças de movimentos e trajetos dos transeuntes na cidade em processo, fomentando direções que se transformam na temporalidade das práticas cotidianas, que chegam a conhecer e conviver com arquiteturas modernas que estão por edificar lugares de representação burguês: é neste silogismo que entra em cena a personagem do Sr. Hulot, um homem burlesco, poético e nostálgico. É provável que a personagem do Sr. Hulot sirva como reservatório das imagens poéticas do humano simples, cotidiano, que em seu tempo interior e permanente precisa resolver-se com novas tecnologias sociais e, até mesmo, afetivas. Seu tempo interior poeticamente variável em contato com o tempo exterior socialmente estruturado – que Durkheim vem dizer – consagra-se aqui como a variabilidade dos modos de ser e de existir – como afirma Sartre – na sociedade moderna, além de integrar os paradigmas: sociedade x cultura, indivíduo x sociedade, Eu x Outro. Por isso, perguntamos como as imagens fílmicas dos filmes de Tati trabalham essas relações pungentes da construção das culturas e das representações por meio de imaginações simbólicas e a remodelação de signos alegóricos?

    Com esta reflexão, exemplificamos o jogo cênico que consagra o dinamismo teatral de Tati com dois gêneros cinematográficos dissidentes: a comédia de acontecimentos e a ficção científica. Através das discussões sobre a nostalgia e os ritmos temporais urbanos tocadas pela análise dos três filmes elencados, problematizamos as circunstâncias espaço-temporais-arquiteturais com que Jacques Tati representou os desafios de conceber situações fantásticas de distopias urbanas, na representação de contraposições clássicas do tipo exterior (na rua) x interior (na casa), direção x passeio, estrutura x plasticidade, organicidade x mecanicidade, cidade x rural. Como bem definiu Bazin (2018, p. 85), “nunca, sem dúvida, o tempo tinha sido a esse ponto a matéria-prima, quase que o próprio objeto do filme. Bem melhor e bem mais que nos filmes experimentais que duram o próprio tempo da ação, M. Hulot nos esclarece sobre a dimensão temporal de nossos sentimentos”.

    Baseando-se nas propostas de Gilbert Durand (1993; 1997) e Gaston Bachelard (1988; 1993), e nos argumentos de Jameson (1996), Bruno (2002), Williams (2011) e Le Breton (2018), consubstanciamos nosso entendimento de cidade pós-moderna com resquícios da modernidade arquitetural e societal em imagens-semblantes de “filmes corriqueiros”, que em seus discursos enfatizam as transformações pelas quais passam e tem passado sociedades industriais na ordem do simbólico e do afetivo pela representação das cotidianidades urbanas. As análises fílmicas realizadas propõem alcançar nos esconderijos da linguagem cinematográfica a presença dos signos alegóricos, códigos e o imaginário simbólico, revelando em As Férias do Sr. Hulot, Meu Tio e Tempo de Diversão um arsenal poderoso do imaginário social da cidade da (pós)modernidade.

Bibliografia

    BACHELARD, Gaston. A dialética da duração. São Paulo: Editora Ática, 1988.

    BACHELARD, Gaston. A poética do espaço. São Paulo: Martins Fontes, 1993.

    BAZIN, André. “Monsieur Hulot e o tempo”. In: _______. O que é o cinema? São Paulo: UBU Editora, 2018, pp. 80-87.

    BRUNO, Giuliana. Atlas of emotion. Journey in Art, Architecture, and Film. New York: Verso, 2002.

    DURAND, Gilbert. A imaginação simbólica. Lisboa: Edições 70, 1993.

    DURAND, Gilbert. As estruturas antropológicas do imaginário: introdução à arqueologia geral. São Paulo: Martins Fontes, 1997.

    JAMESON, Fredric. Pós-modernismo: a lógica cultural do capitalismo tardio. São Paulo: Editora Ática, 1996.

    LE BRETON, David. Desaparecer de si: uma tentação contemporânea. Petrópolis: Vozes, 2018.

    WILLIAMS, Raymond. “Percepções metropolitanas e a emergência do modernismo”. In: _______. Política do modernismo. São Paulo: Editora Unesp, 2011, pp. 9-26.

O livro “XXII SOCINE: 50 anos do maio de 68”, organizado por Lisandro Nogueira e Cleomar Rocha já está disponível para download em nosso site. A obra é composta de 11 artigos que lidam com a temática do maio de 68 pela perspectiva do cinema, que foi o tema do XXII Encontro SOCINE realizado em Goiânia, em 2018. De acordo com os organizadores, “Não há dúvidas de que o tema foi, é, e será sempre instigante, ainda mais aos olhos de muitos que (sobre)viveram (a)os tempos de 68, especialmente no Brasil, e que durante o evento debateram e refletiram sobre o legado de tão importante período da história mundial para a contemporaneidade. Na presente coletânea de textos procuramos demonstrar um pouquinho do que foi a XXII SOCINE, bastante eclética, mas que correspondeu muito bem à chamada para trazer a reflexão dos acontecimentos políticos, sociais, culturais e artísticos do ano de 1968”. O livro leva o selo editorial da SOCINE e ficará disponível em nosso site para download na seção Livros.

XXII Socine 50 anos de maio de 68
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Tema do XXII encontro da Sociedade Brasileira de Estudos de Cinema e Audiovisual (SOCINE): “herança do maio de 1968 do ponto de vista do cinema, das novas redes de comunicação digital e da televisão”.

A Sociedade Brasileira de Estudos de Cinema e Audiovisual (SOCINE) repudia veementemente as manifestações recentes do governo federal contrárias a disciplinas das Humanidades como Filosofia ou Sociologia. Tais manifestações se constituem como ameaças inaceitáveis a áreas de conhecimento fundamentais que já convivem há anos com espaço reduzido nas políticas de financiamento de ensino e pesquisa no país.

A SOCINE considera que tais manifestações, além de desconhecerem a centralidade das Humanidades na construção da cidadania e no desenvolvimento do país, demonstram uma completa ausência de um projeto sério de educação e ciência.

Por isso, a SOCINE também assina a nota de repudio redigida pela ANPOF, disponível em:
http://www.anpof.org/portal/index.php/pt-BR/artigos-em-destaque/2075-nota-de-repudio-a-declaracoes-do-ministro-da-educacao-e-do-presidente-da-republica-sobre-as-faculdades-de-humanidades-nomeadamente-filosofia-e-sociologia

Diretoria SOCINE

Encerrou-se na última sexta, 19/04, o pagamento da anuidade e a submissão de trabalhos para o XXIII Encontro SOCINE que acontecerá de 08 a 11 de outubro na Unisinos, em Porto Alegre, RS. As propostas entram agora em período de avaliação e a divulgação dos trabalhos selecionados está prevista para o dia 10/06/2019.

Num momento em que a pesquisa brasileira sofre cortes, a SOCINE tem buscado reagir às dificuldades postas a toda área, implementando descontos a profissionais sem vínculo, criando novas formas de desligamento que possibilitam uma economia aos sócios e diminuindo a quantidade de anuidades atrasadas a serem pagas. Além disso, a escolha do tema deste ano levou em consideração a necessidade de refletirmos sobre preservação e memória audiovisual num período como este que vivemos. Por tudo isto, nos anima o fato do Encontro deste ano ter registrado o maior número de trabalhos submetidos nos últimos dez anos, totalizando 595 propostas enviadas. Em momentos de dificuldades como estes que o fortalecimento de nossa Sociedade e Encontro se faz cada vez mais importante e por isso, agradecemos a todas e todos que inscreveram seus trabalhos. Faremos mais um instigante e afetuoso Encontro, dessa vez em Porto Alegre.

Para finalizar, gostaríamos de informar aos sócios que não pagaram a anuidade, que é possível realizar o pagamento normalmente pelo sistema durante todo o ano. Para aqueles que buscam economizar, pode-se optar pelo Desligamento Parcial, que gera um desconto de 50% no valor da anuidade.

Para pagar e submeter os trabalhos é necessário que o sócio já cadastrado na Sociedade acesse nosso site socine.org.br e coloque seu CPF e sua senha no PAINEL DO ASSOCIADO.

Estando logado em nosso sistema, o sócio deverá clicar em MINHA CONTA e em seguida DADOS DE PAGAMENTO. Vai aparecer uma tela com o Histórico de pagamentos e ao lado Instruções de pagamento, onde é feito o processo via Paypal. Assim que o pagamento é realizado, aparece escrito PAGO no Histórico na coluna Anuidade 2019. Com isso é possível submeter o trabalho em seguida.

Para submeter a proposta de comunicação, você deve clicar em ENCONTROe em seguida INSCRIÇÃO. Abrirá uma tela com a explicação sobre cada uma das 4 modalidades e ao lado em Minha proposta você encontra os botões com as modalidades para se inscrever nelas. Você irá clicar naquela que você gostaria de enviar seu trabalho e preencher os campos. Depois de enviar a proposta você ainda pode edita-la até o encerramento do prazo. Após isso, a proposta entra em avaliação e não pode ser mais modificada.

Qualquer dúvida sobre o processo, entre em contato com a Secretaria pelo e-mail socine@socine.org.br