A comunidade Socine e sua Diretoria expressam a profunda tristeza pela perda da querida Professora Ieda Tucherman.

Sua trajetória intelectual, que tanto contribuiu para o pensamento sobre os processos do contemporâneo, certamente fica de legado para nosso campo, além da sua irreverência, força e humor.

Nos solidarizamos com familiares, amigos, colegas e estudantes da Profa. Ieda.

Diretoria da Socine

Mariana Baltar

Alessandra Brandão

Catarina Andrade

Carla Rabelo

NOTA DE PESAR

É com profunda tristeza que a SOCINE comunica o falecimento do nosso amigo Osmar Gonçalves, professor da UFC e membro da Diretoria na gestão de 2021 a 2023.

Amigo de personalidade generosa, sensível, de olhar perspicaz para a dimensão das correlações arte contemporânea, especialmente entre a fotografia e o cinema; Osmar foi imprescindível para a elaboração e realização do Prêmio Socine, cuja primeira edição ocorreu em 2023.

Professor da Universidade Federal do Ceará e do programa de Pós-graduação em Comunicação (PPGCOM-UFC), é doutor em Comunicação pela UFMG, com bolsa-sanduíche na Bauhaus-Universität (Alemanha). Realizou pós-doutorado em Arte Contemporânea na Université Sorbonne Nouvelle – Paris 3 (2015) e  foi pesquisador visitante na New York University (2022).

Além das parcerias com colegas de diversas universidades brasileiras (UFRJ, da UnB, da USP e da UFPE), Osmar mantinha cooperações acadêmicas com LIRA – Laboratoire International de Recherches en Arts da Sorbonne Nouvelle (França), da Ruhr-Universität Bochum (Alemanha). Contribuiu como pesquisador e como Diretor Científico da Compós, onde coordenou o GT Comunicação, Artes e Tecnologias da Imagem. Na Socine, além de participar de Conselhos e Diretoria, coordenou o ST Interseções Cinema e Arte.

Organizou os livros “Narrativas Sensoriais: ensaios sobre cinema e arte contemporânea” (Circuito, 2014), ganhador do Prêmio FUNARTE de Estímulo à Produção Crítica em Artes Visuais e, junto com Susana Dobal, “Fotografia Contemporânea: fronteiras e transgressões” (Casa das Musas, 2013). Em 2019, Osmar recebeu um o prêmio de fotografia PrixPhoto da Aliança Francesa.

A densidade, serenidade e delicadeza que marcaram a trajetória de Osmar, como fotógrafo, professor, pesquisador, companheiro de Diretoria, de trabalho e, principalmente, como amigo, deixará imensa saudade!

Que seus ensinamentos, reflexões e sua memória sigam vivas!

Nossos sentimentos e solidariedade aos familiares e amigos de Osmar.

Diretoria Socine

[CARTA ABERTA EM DEFESA DO CENTRO TÉCNICO AUDIOVISUAL E DA CINEMATECA BRASILEIRA]

No dia 07 de agosto de 2020, a Secretaria do Audiovisual (SAv), vinculada ao Ministério do Turismo, recebeu as chaves da Cinemateca Brasileira. Desde então, mesmo após encontros com associações do setor e promessas de resolução do impasse administrativo, os rumos da instituição permanecem incertos e o acervo segue desprotegido. No dia 16 de setembro, Edianne Paulo de Abreu foi nomeada para a Coordenação Geral do Centro Técnico Audiovisual (CTAv), entidade federal também vinculada à SAv. As duas entidades pertencentes ao Ministério do Turismo, responsáveis pela preservação do patrimônio audiovisual brasileiro estão com as suas estruturas de gestão fragilizadas. De um lado, um órgão público sem comando especializado, nem recursos para gerir o maior acervo audiovisual do país; de outro, uma instituição que passa a ser comandada por uma profissional sem conhecimento e preparo técnicos específicos para gerir um órgão com tamanha complexidade e importância.

O CTAv foi criado em 1985, a partir de um acordo de cooperação técnica entre a Embrafilme e o National Film Board do Canadá, com a missão de apoiar, capacitar, difundir e preservar o audiovisual brasileiro. Desde então, o CTAv apoia a produção de filmes e séries com cessão de equipamentos de filmagem e finalização, além de alguns serviços, em parcerias estabelecidas através de editais. Seu valioso acervo audiovisual inclui materiais que remontam aos anos 1930 e é constituído por cerca de 6 mil títulos e 30 mil rolos de filmes, além de 20 mil negativos fotográficos e quase 2 mil cartazes. Entre as obras, a maior parte da filmografia do pioneiro Humberto Mauro e clássicos da animação brasileira. A nova reserva técnica, lançada em 2013, possui os parâmetros climáticos ideais para a conservação de filmes e tem capacidade para 100 mil rolos. Sua existência é fundamental para a comunidade audiovisual e, devido às suas competências específicas, a instituição precisa ser comandada por profissional com experiência no setor.

As associações aqui subscritas vêm manifestar enorme preocupação com os rumos tomados pela Secretaria do Audiovisual em relação aos órgãos responsáveis pela preservação do patrimônio audiovisual brasileiro e pelo apoio à produção independente. Produtores, cineastas, artistas, curadores, pesquisadores e programadores de salas e mostras de cinema dependem do acesso a esses acervos e instituições para a continuidade de seus trabalhos. Não é somente a preservação audiovisual que se fragiliza neste momento, mas toda a cadeia da produção audiovisual brasileira se vê em risco. A ausência de ações concretas para a resolução do vácuo administrativo da Cinemateca Brasileira e a nomeação de uma coordenadora sem experiência para a gestão do CTAv fragilizam o audiovisual brasileiro.

Em um Estado democrático de direito, as políticas públicas devem ser formuladas com o setor produtivo e a sociedade civil – e jamais estar a reboque de interesses eleitorais. Defendemos, portanto, a importância de um princípio fundamental da gestão pública: a necessidade de nomeações de caráter técnico para órgãos públicos, com o reconhecimento das características técnicas, administrativas e culturais das instituições vinculadas ao audiovisual brasileiro e do mérito dos profissionais especializados da área.

São Paulo, 21 de setembro de 2020.

ABPA – Associação Brasileira de Preservação Audiovisual
ABRACI – Associação Brasileira de Cineastas
APAN – Associação dxs Profissionais do Audiovisual Negro
ABRACCINE – Associação Brasileira de Críticos de Cinema
SOCINE – Sociedade Brasileira de Estudos de Cinema
ABCA – Associação Brasileira de Cinema de Animação
ANDAI – Associação Nacional Distribuidores Independentes
API – Associação das Produtoras Independentes do Audiovisual Brasileiro
ABD-SP – Associação Brasileira de Documentaristas e Curta-Metragistas de São Paulo
ABD-DF- Associação Brasileira de Documentaristas e Curta-Metragistas do Distrito Federal
ABD-GOIÁS – Associação Brasileira de Documentaristas e Curta-Metragistas de Goiás
APTC-RS – Associação Profissional de Técnicos Cinematográficos do RS
SOS Cinemateca-APACI – Associação Paulista de Cineastas
Movimento Cinemateca Acesa
ABCV – Associação Brasiliense de Cinema e Vídeo
STIC – Sindicato Interestadual dos  Trabalhadores na Cinematográfica e do Audiovisual  – RJ
SINDCINE – Sindicato dos Trabalhadores na Indústria Cinematográfica e do Audiovisual dos Estados de São Paulo, Rio Grande do Sul, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Goiás, Tocantins e Distrito Federal

SIAESP – Sindicato da Indústria Audiovisual do Estado de São Paulo

Carta aberta do III Fórum dos Discentes de Pós-Graduação da SOCINE em defesa da democracia no Brasil

Nós, discentes de pós-graduação das áreas de comunicação, cinema e audiovisual, reunidos em Goiânia, na Universidade Federal de Goiás, durante o III Fórum Discente de pós-graduação da SOCINE, na oportunidade do XXII Encontro da Sociedade Brasileira de Estudos de Cinema e Audiovisual, reunimos nossas inquietações no formato desta carta.

Motivados pelos temas “50 anos do maio de 68” do Encontro e “O papel da pesquisa em cinema e audiovisual em tempos de totalitarismo” do Fórum, apresentamos aqui nosso posicionamento frente aos processos políticos, econômicos e institucionais que progridem ao esfacelamento da democracia no Brasil e que afetam diretamente a pesquisa e o ensino.

Frente à atual conjuntura em que nos deparamos com desafios como: a PEC 241/55 de redução do orçamento referente à educação, o corte de bolsas de pesquisa, a proposta imponderada de desestruturação do campo e o estabelecimento de ideologias retrógradas que constituem formas de controle e vigilância dos alunos, professores e funcionários, nós defendemos a adoção do posicionamento a favor da democracia e do incentivo à educação e cultura no país.

Temos vivenciado o cerceamento em torno dos lugares de expressão individual e coletiva, através de ataques aos direitos humanos e sociais, e mais recentemente, através da ação ilegítima de agentes do Estado que adentram as universidades de forma autoritária, retirando cartazes com mensagens pró-democracia, entrevistando funcionários públicos e constrangendo discentes.

Nesse sentido, destacamos seis pontos que consideramos fundamentais para o comprometimento com uma nação democrática:

  • Defesa da democracia
  • Valorização das instituições de ensino, por um ensino público, diverso, de qualidade e universal
  • Manutenção dos Ministérios da Educação, da Cultura e da Ciência e da Tecnologia
  • Autonomia e diversidade na pesquisa acadêmica
  • Apoio à permanência dos programas sociais de inclusão
  • Pela defesa do Cinema enquanto campo de pesquisa e ensino

Repudiamos enfaticamente qualquer discurso que pregue a violência, a discriminação, o desmantelamento das instituições públicas, o descomprometimento com a pesquisa e o estabelecimento de um Estado repressor em relação às minorias que se encontram em situação de vulnerabilidade social e econômica.

Os estudos de cinema e audiovisual demonstram sua força e importância através do seu comprometimento com a investigação das ressonâncias no âmbito da imagem fílmica e da recepção trazidas pelas mudanças no Estado Democrático de Direito, para pensar como podemos recortar, em nível de reflexão e de engajamento político, um espaço de resistência contra o fascismo. Os temas do Encontro e do Fórum, assim, constituem energias pungentes de discussão sobre a situação em que nos encontramos, enquanto discentes, professores e pesquisadores de cinema e audiovisual.

Goiânia, 26 de outubro de 2018

Prezados colegas

 

É com tristeza que soubemos ontem do falecimento de Maria Rita Galvão.

Maria Rita é amiga e referência para muitos de nós na Socine. Há dois anos tivemos o prazer de homenageá-la e tê-la conosco em Campinas. Aos familiares e amigos, nosso forte abraço e sentimentos.

 

A diretoria

 

 

A diretoria da SOCINE expressa sua indignação e extrema preocupação com a situação que o governo do estado Rio de Janeiro vem impondo a uma das mais importantes universidades do país, a UERJ.

Especificamente em nossa área de atuação, a Universidade Estadual do Rio de Janeiro tem contribuído de forma intensa e significativa desde muito antes de nossa criação, há 20 anos. As pesquisas na área de cinema e audiovisual realizadas nessa universidade são anualmente apresentadas em nossos encontros e representam o que de melhor se faz no país. Em 2016 foram 13 pesquisas diferentes apresentadas em apenas um encontro.

A situação que hoje é imposta a essa universidade, com especulações sobre privatizações, é contrária a tudo que é desejável para o desenvolvimento da pesquisa, da formação e do país como um todo.

Nos solidarizamos e nos colocamos à disposição na luta pelo ensino de qualidade e gratuito travado hoje pelos docentes, pesquisadores, técnicos-administrativos e estudantes da UERJ. Mais do que um ataque à uma universidade de um estado, trata-se de um ataque à democracia no país.

 

Diretoria da Socine

Cezar Migliorin

Alessandra Brandão

Roberta Veiga

Suzana Reck Miranda

Informamos que a SOCINE agora faz parte do Fórum das Ciências Humanas, Sociais e Sociais Aplicadas.
O FCHSSA articula as sociedades científicas de diversas naturezas que representam os pesquisadores e as pesquisadoras das áreas ou subáreas que compõem essa Grande Área do Conhecimento do Sistema Nacional de Ciência e Tecnologia brasileiro. Seu objetivo principal é o debate e a tomada de posição sobre os temas relativos às políticas e às práticas de pesquisa que afetam os(as) pesquisadores, a comunidade científica e a sociedade brasileira.
A lista completa de instituições participantes pode ser acessada aqui.

 

Prezado Secretário do Audiovisual – interino, Sr. Alfredo Bertini

Prezado Ministro da Cultura – interino, Sr. Marcelo Calero

Prezado Presidente da República – interino, Sr. Michel Temer

Foi com estarrecimento que a Socine – Sociedade Brasileira de Estudos de Cinema e Audiovisual –  recebeu a notícia da demissão de vários funcionários da Cinemateca Brasileira, incluindo sua Coordenadora-geral, Olga Futemma.

A medida intempestiva, sem explicações ou aviso prévio, coloca em risco o trabalho de uma das maiores instituições de preservação audiovisual do mundo e que angariou o respeito de instituições congêneres de vários países e em especial da FIAF — International Federation of Film Archives.

O delicado acervo da Cinemateca requer manutenção contínua e altamente especializada. Funcionários com a mesma especialização e experiência não serão encontrados em curto prazo. Nesse sentido, temos a impressão de que nem a atual Secretaria do Audiovisual do Ministério da Cultura, nem o próprio ministro têm clareza sobre os danos que essa medida trará para um dos mais importantes patrimônios culturais do Brasil. Por isso, nós, pesquisadores de cinema, nos vemos no fundamental papel de alertar os senhores sobre os riscos que este acervo corre neste momento.

A Socine solicita ao Ministério da Cultura que reverta esse quadro gravíssimo.

Rio de Janeiro, 28 de Julho de 2016.

Segue abaixo a lista dos discentes que solicitaram bolsa de isenção do pagamento do XXVIII Encontro Socine e foram contemplados. Os estudantes contemplados terão a isenção cadastrada no perfil diretamente na Área do associado e precisarão confirmar a presença no evento (entraremos em contato posteriormente para esta confirmação).

Tendo qualquer dúvida ou dificuldade, favor contatar a secretaria no e-mail socine@socine.org.br.

Agnes Aparecida Santos

Agnes Cardoso Gonçalves

Alexandre Nakahara

Aly Brenner Nogueira Pereira

Amanda de Sousa Veloso

amanda iegli tech

Ana Carolina Chaga

Ana Carolina Lopes Francisco

Ana Clara Silva Mattoso

Ana Júlia Olivier Rocha

Ana Paula Melo Sylvestre

Anastasia Lukovnikova

Anália Alencar Vieira

André Lima Monfrini

André Zanarotti Adabo

Anna Carolline B B de Oliveira

Anthony dos Santos Silva

Ariadne Joseane Felix Quintela

Arthur Brito Sayão Lobato

Bárbara Lima Martins

Beatriz Aranzana de Morais

Beatriz de Oliveira Fonseca

Beatriz Saldanha

Bernardo Schmitt

Brener Neves Silva

Bruno Gavranic Zaniolo

Bruno Mascena dos Santos

Bruno Mesquita Malta de Alencar

Caio Cardoso Holanda

CAIO OLYMPIO MATOS DA ROCHA

Camila Botelho da Silva Pereira

Camila Maglhães Lamha

Carlos Eduardo Queiroz

CARLOS KENJI KOKETSU

Carmem Martins

Carolina Rodrigues Mendonça Martins

CELIO REGINALDO MOREIRA PIMENTEL

Christiane Matos Batista

Cintya Ferreira Mendes

Dandarah Filgueira da Costa

Daniela Pereira Strack

Danielle de Souza Menezes

Davi Miguel de Souza Santos

Diana de Oliveira Souza Reis

edinaldo raffa

Eduarda caroline Borges dos Santos

Eduarda de Oliveira Figueiredo

Eduardo de Andrade Santiago Santos

Eduardo de Faria Carniel

Elivelton Ferreira Tomaz

Ellen Alves Lima

Emily Cristina Ferreira de Almeida

Ernesto David Pari Loaiza

Fabienne Maia Leite

Fabio Rodrigues da Silva Filho

Fábio de Carvalho Penido

Felipe Ferro Rodrigues

Felipe Puchalski da Silva Fiedler

Felippe Schultz Mussel

Fernanda Andrade Fachin

Fernanda Eda Paz Leite

Frederico Franco

Gabriel Darwich Leal Misi

Gabriel Felgueiras Corrêa Papaléo Pinto

Gabriel Philippini Ferreira Borges da Silva

Georgiane Abreu da Costa

German Nilton Rivas Flores Lima

Giovana Vernilo Mendes

GIOVANNA SIGWALT DE OLIVEIRA PEZZO

Guilherme Augusto Bonini

Guilherme Henrique Pereira Mariano

Guilherme Perussolo

Guilherme Rezende Landim

Guryva Cordeiro Portela

Gustavo de Oliveira Brandão

Gustavo de Souza Araujo

Haroldo Ferreira Lima

Helena Albert Bachur

Helena de Araujo Zimbrão

Helena Lukianski

Henrique Denis Lucas

Henrique Rodrigues Marques

Heverton Souza Lima

Iakima Delamare

Ianca Santos de Oliveira

Isabela Coura

Isabelle do Pilar Mendes

Isis Ferreira Gasparini

Ivan Kooiti Camargo Nakamura

Izabele Caroline Leite Medeiros

Jahnavi Devi Farias Dias

JANAINA WELLE

JAQUES LUCAS DE LEMOS CAVALCANTI

Jefferson de Souza

Jéssica Elaine Moreira Sampaio

Jéssica Maria Araújo dos Santos

João Cláudio Simões de Oliveira (JC Oliveira)

João Guilherme Batista Cardoso

João Lucas de Castro Pedrosa

João Paulo Pinto Wandscheer

Jorge Ribeiro dos Santos Filho

Julia Couto

Juliana Ferreira Torres

Juliana Gleymir Casanova da Silva

Juliana Rodrigues Pereira

Juliana Santoros Miranda

JULIANA VIEIRA COSTA

Júlia Meireles de Lima

Júlio Cesar Cruz Alves

Jyan Carlos Sales de França

Karen Barros da Fonseca

Laís de Lorenço Teixeira

Laís Torres Rodrigues

Lara Damiane de Oliveira Estevão

Lara Freitas de Carvalho

LARA LIMA SATLER

LARISSA SHAYANNA FERREIRA COSTA

Laura de Aguiar Miranda

Lein Machado

Let Pei Galvão Martins

LINA CIRINO ARAUJO OLIVEIRA DOS SANTOS

Livia Arbex

LORENNA COSTA MONTENEGRO

Lorenna Rocha da Silva

Luana Almeida

Luana Campos Ponchet

Luca Scupino Oliveira

Lucas Brichesi Minari

Lucas de Andrade Lima Britto

Lucas Fontanella Ferraz

Lucas Honorato Cordeiro Contreiras Teles

Lucas Manuel Mazuquieri Reis

Lucas Nakazato Jacobina

Luccas Pinheiro Lopes

Luciana Oliveira Vieira

Luciano Marafon

Luisa Maria Silva de Santana

Luiz Felipe Rocha Baute

Luiza Nascimento

Luís Gustavo Baptista e Ribeiro

Maiári Cruz Iasi

Maíra Tristão Nogueira

Marcel Gonnet Wainmayer

Marcella Ferrari Boscolo

Marcelo Miranda da Silva

Marcelo Ricardo dos Santos

Marcos Alex Rodrigues do Andrade

Marcos Antonio de Lima Junior

Marcus Benjamin Figueredo Alves de Souza

Maria Carolina Oliva Freire Pereira

Maria Gabriela Capper

MARIA IASMIN DA COSTA SOARES

Maria Luiza Correa da Silva Staut

Marina Morena Silva Carmo

Mateus Costa de Oliveira

Matheus Batista Massias

Matheus Jose Vieira

Mário Sérgio Teixeira Guimarães

Murilo Bronzeri

Murilo de Castro

Natasha Roberta dos Santos Rodrigues

Natália Jardanovski

nicolas Andrés luna

NICOLE DONATO PINTO MACHADO

Nuno Camilo Balduce Lindoso

Paula Nogueira Ramos

Paulo Henrique Vaz de Castro

Pedro Azevedo Raia de Siqueira

Pedro Giongo

Priscila de Assis Lopes de Andrade

Raabe Bastos

Rafael de Campos

Rafael Garcia Madalen Eiras

RAFAELLA PEREIRA DE LIMA

Raphaela Benetello

Rebeca Franco Fonseca de Freitas

Renata Masini Hein

Renato Beaklini

Renato Souto Maior Sampaio

Rodrigo Fernandez dos Reis

Rodrigo Pereira Silva Fonseca

Rodrigo Santos Sousa

Rodrigo Wallace Cordeiro dos Santos

Ruan Leandro Sommer Galvão

Samara Gabrielle Meneses Aragão

Silvia Seles Peres

SOFIA COSTA GUIMARAES

SUELEN CRISTINA NINO FERNANDES

Tainá Moraes

Taís Marques Monteiro

TATIANA GOMES DOS SANTOS

Tereza Violeta de Queiroz Martinez

Thais Ponzoni

Thiago Ferreira Pinto

Thiago Freitas Rosestolato

Uriel Nascimento Santos Pinho

Vanessa Maria Rodrigues

Victor Adriano Ramos

Victor Finkler Lachowski

Victoria Santos Santana

Vinícius Oliveira Rocha

ViqViçVic Junqueira Ayres Lucena

Welton Florentino Paranhos da Silva

Yanara Cavalcanti Galvão

 

Ficha do Proponente

Proponente

    Gustavo Soranz (Unesp)

Minicurrículo

    Professor da Universidade Estadual Paulista (UNESP), na Faculdade de Arquitetura, Artes, Comunicação e Design (FAAC), campus Bauru. Vinculado ao Departamento de Audiovisual e Relações Públicas – DARP e ao Programa de Pós-Graduação em Comunicação (PPGCom). Publicou o livro Trinh T. Minh-ha – intervalos entre antropologia, cinema e artes visuais (Sulina, 2019), Cinema no Amazonas: 1960-1990 (Rizoma Audiovisual, 2022) e Território imaginado (Edições Muiraquitã, 2012)

Ficha do Trabalho

Título

    Acervos fílmicos do Alto Rio Negro. O filme A civilização indígena do Uaupés como arquivo.

Mesa

    Autoria e alteridade no documentário: experiências com etnografias fílmicas e acervos audiovisuais

Resumo

    Em 1958 o salesiano Alcionílio Bruzzi publicou o livro A civilização indígena do Uaupés, etnografia dos povos do Alto Rio Negro. Em seguida, lançou um filme homônimo, que foi pouco visto. Como fazer para que essas imagens retornem aos Tukano para que sejam conhecidas e para que possam ser reinterpretadas por eles em novas produções audiovisuais? Pretendo pensar o retorno dessas imagens aos indígenas, a partir de exemplos de usos dessas imagens que adotei em documentários que montei recentemente.

Resumo expandido

    A Congregação Salesiana chegou ao Alto Rio Negro em 1915. Com apoio do governo brasileiro promoveu ações de evangelização nessa região, densamente habitada por populações indígenas. Na década de 1950 o trabalho da Congregação se guiava por um esforço de integração dos indígenas ao Estado nacional. Para isso era necessário conhecer mais profundamente os povos da região. Além do colecionismo da cultura material, o projeto missionário dos salesianos estabeleceu ações de descrição e produção de conhecimento sobre os grupos indígenas (MONTEIRO, 2012). Surgiram etnografias, dicionários de línguas indígenas, gravações em áudio, fotografias e filmes. Em 1958 o missionário salesiano Alcionílio Bruzzi publicou o livro A civilização indígena do Uaupés, etnografia dos povos da região. Em seguida, lançou um filme colorido homônimo, que descreve a região, suas populações, e registra lugares sagrados e mitológicos para os povos do Alto Rio Negro. O texto de Bruzzi é marcado por um caráter descritivo, não interpretativo, e a exemplo de outras etnografias do período feitas na região por missionários, “entrecortado por opiniões depreciativas e etnocêntricas acerca da cultura indígena ou mesmo da psicologia e inteligência dos índios” (Buchillet, 1994, p.7) Contudo, como assinalou a antropóloga Dominique Buchillet no Prefácio do livro Crenças e Lendas do Uaupés, do mesmo autor, é um trabalho que reúne dados etnográficos importantes para o conhecimento da região, que serve a antropólogos, mas também “pode ser utilizado pelos índios no processo de resgate da sua cultura que atualmente ocorre nesta região.” (1994, p.6). Em anos recentes proliferam iniciativas de repatriação de objetos da cultura material dos povos indígenas brasileiros, que foram patrimonializados em museus ao redor do mundo. Em se tratando de imagens em movimento, um processo de retomada dos arquivos não ocorre do mesmo modo, em função da natureza deste material (Roberts, 2023). Há diversos casos de retorno das imagens filmadas aos grupos que foram objeto do registro, com o notável caso do Vídeo nas Aldeias à frente, contudo, tal processo também tem seus limites. Como lidar com o retorno das imagens filmadas quando o agente produtor das imagens não tem o compromisso ético com isso? Como lidar com o descompasso histórico entre o registro inicial e o momento atual das lutas dos povos indígenas na arena das imagens em movimento? Há anos tenho trabalhado com temáticas ligadas aos povos indígenas do Alto Rio Negro, especialmente do grupo Tukano, e tenho utilizado imagens do filme citado em produções com colaboradores indígenas sobre questões atuais ligadas a processos socioculturais na Amazônia. Contudo, não sou um Tukano. Me considero e atuo como um aliado. A utilização que promovo dessas imagens possui um determinado caráter. Posso afirmar que sou privilegiado por ter acessado essas imagens, enquanto elas seguem praticamente desconhecidas dos indígenas do Alto Rio Negro ainda hoje. Como fazer para que essas imagens retornem aos Tukano para que sejam primeiramente conhecidas e, posteriormente, que possam ser reinterpretadas por eles em novas produções audiovisuais? Quais os desafios para um empreendimento dessa natureza especialmente no contexto do Alto Rio Negro, uma região de complexa sociodiversidade, que passa por transformações aceleradas no processo contínuo de aproximação com a chamada sociedade nacional? Como indigenizar os arquivos fílmicos históricos produzidos no contexto da colonização e da expansão da chamada sociedade nacional, contribuindo para um processo de renovação da identidade cultural dos povos indígenas?
    Meu interesse é pensar movimentos possíveis de retorno aos indígenas das imagens do filme homônimo, nesse processo de retomada e reinvenção da identidade cultural dos povos do Alto Rio Negro que tem ocorrido nas últimas décadas, partindo de reflexões e exemplos de sobre usos dessas imagens que adotei em documentários que montei nos anos recentes.

Bibliografia

    BUCHILET, Dominique. Prefácio. In: Bruzzi, Alcionilio. Crenças e lendas do Uaupes. Cayambe-Ecuador: Ediciones Abya-Yala, 1994.
    GLEGHORN, Charlotte. Subverting racist imagery for anti-racist intent: Indigenous filmmaking from Latin America and the resignification of the archive. In: Cultures of Anti-Racism in Latin America and the Caribbean. Institute of Latin American Studies, School of Advanced Study, London, 2019. p.73-100.
    MONTERO, Paula. Selvagens, civilizados, autênticos: a produção das diferenças nas etnografias salesianas (1920-1970). 2012.
    ROBERTS, Gillian. Indigenizing the Archive: Souvenir and the NFB. In: CARRUTHERS, Lee and TEPPERMAN, Charles (ed.) Canadian Cinema in the New Millennium. Montreal: McGill-Queen’s University Press; 2023. p.203-216.
    BRUZZI, Alcionilio. A civilização indígena do Uaupés. São Paulo: Centro de Pesquisas de Iauarete–Missão Salesiana do Rio Negro, 1962.