O XXIII Encontro SOCINE acontecerá na Unisinos, em Porto Alegre, de 08 a 11 de outubro de 2019.

A lista dos trabalhos aprovados pode ser acessada aqui. Os associados também podem checar a avaliação final de seus trabalhos pela sua área de associado.

Todos os aprovados precisam realizar o pagamento dentro do prazo para que sua participação seja confirmada. Os valores, após o primeiro prazo, terão acréscimos. O pagamento deverá ser feito pela área do associado, via Paypal.

Primeiro prazo: 10 de junho a 12 de julho – R$190,00 (profissionais) / R$95,00 (estudantes/profissionais sem vínculo)
Segundo prazo: 15 de julho a 26 de julho – R$220,00 (profissionais) / R$110,00 (estudantes/profissionais sem vínculo)
Prazo final: 29 de julho a 02 de agosto – R$260,00 (profissionais) / R$130,00 (estudantes/profissionais sem vínculo)

Tendo qualquer dúvida ou dificuldade, favor contatar a secretaria no e-mail socine@socine.org.br.

Ficha do Proponente

Proponente

    Gabriela Santos Alves (UFES)

Minicurrículo

    Professora do Departamento de Comunicação Social e do Programa de Pós graduação em Comunicação e Territorialidades da Universidade Federal do Espírito Santo – UFES, Brasil. Pós doutora em Comunicação e Cultura (Eco/UFRJ). Realizadora audiovisual, atua como roteirista, diretora, curadora e cineclubista. Áreas de interesse acadêmico: cultura audiovisual, teoria feminista, cinema, memória e gênero. E-mail: gabriela.alves@ufes.br.

Ficha do Trabalho

Título

    C(elas): claustros femininos e maternagem no ambiente prisional

Resumo

    O objetivo desta proposta é tratar do processo de realização do curta-metragem C(elas), documentário que trata da relação entre maternidade e sistema prisional no Brasil a partir da experiência e do encontro entre uma equipe de set constituída exclusivamente por mulheres e mulheres em situação de privação de liberdade na ala materno infantil da Penitenciária Feminina de Cariacica, a fim de abordar uma temática importante para a teoria feminista: a maternidade.

Resumo expandido

    Silenciamento e invisibilidade são conceitos centrais da teoria feminista, dada suas potencialidades de desconstrução e ressignificação de práticas culturais e de papeis sociais de gênero, contribuindo para a construção de uma memória social feminina, no cinema e audiovisual ou nos demais campos do conhecimento. Nesse universo, julgo importante destacar duas ausências femininas: a das mulheres em situação de privação de liberdade e a das mulheres que roteirizam e dirigem filmes. Segundo dados da Agência Nacional do Cinema (Ancine), a partir de um levantamento inédito no Brasil, das 2.583 obras audiovisuais registradas na agência em 2016 apenas 17% foram dirigidas e 21% roteirizadas por mulheres, embora mais da metade da população brasileira seja feminina. Além disso, mostra que mulheres negras não dirigiram ou roteirizaram um filme sequer entre os de maior bilheteria no período de 1995 a 2016, o que significa que o olhar que contribuirá para a formação do imaginário coletivo das futuras gerações no Brasil será o do homem (Ancine, 2017).
    Na contramão desse cenário há produções audiovisuais brasileiras que investem não só na formação de equipes majoritariamente femininas, com mulheres ocupando cargos de direção e roteiro mas, especialmente, em narrativas que focam suas abordagens em temas femininos e/ou feministas, trazendo a figura da mulher, literalmente, para o primeiro plano, com personagens mulheres tratando de assuntos comuns ao seu universo e narrando suas próprias experiências. Nesse cenário, o objetivo desta proposta é tratar do processo de realização do curta-metragem C(elas), documentário que trata da relação entre maternidade e sistema prisional no Brasil a partir da experiência e do encontro entre uma equipe de set constituída exclusivamente por mulheres a fim de abordar uma temática importante para a teoria feminista, a maternidade, e em um ambiente específico: a ala materno infantil da Penitenciária Feminina de Cariacica, localizada no estado do Espírito Santo, Brasil. O roteiro do documentário, bem como sua direção, foram realizados por mim.
    Desse encontro entre mulheres, especialmente a partir de suas conversas, o filme foi realizado. Para a equipe, ouvir as mulheres grávidas e/ou com filhos recém-nascidos foi a principal ação – o que essas mulheres em situação de privação de liberdade tinham a dizer? O dado que impulsionou a escrita do argumento e do projeto do filme foi o crescimento alarmante e contínuo da população prisional feminina no Brasil nos últimos quinze anos, que foi de 567,4%. Sobre a temática da maternidade na prisão, ela tem sido presente em meus estudos desde 2014, quando a partir das reflexões sobre feminismo e violência contra a mulher me deparei com o altíssimo e crescente número de mulheres encarceradas no Brasil. O tema, então, passou a ser o objeto central de minha pesquisa acadêmica, cujo projeto de pesquisa se intitula Clausuras — territórios e sentidos dos claustros femininos, e também de minha produção artística, na realização de documentário e roteiros que tratam da temática. O objetivo, nos próximos anos da pesquisa acadêmica e artística, é refletir sobre territórios e sentidos de outros claustros femininos, institucionalizadas ou não, em ambientes além da penitenciária, como o hospital psiquiátrico, o espaço urbano e o espaço doméstico, a partir das categorias mães, donas de casa, loucas, santas, putas, histéricas, drogadas e presas.

Bibliografia

    DAVIS, Angela. Estarão as prisões obsoletas? Trad.: Marina Vargas. Rio de Janeiro: Difel, 2018.
    FALUDI, Susan. Backlash: o contra-ataque na guerra não declarada às mulheres. Rio de Janeiro: Rocco, 2001.
    HOOKS, Bell. El feminismo es para todo el mundo. Trad.: Mapas. Madrid: Traficantes de sueños, 2017.
    HOLANDA, Karla; TEDESCO, Marina Cavalcanti (orgs). Feminino e Plural: mulheres no cinema brasileiro. Campinas, SP: Papirus, 2017.
    JAGGAR, Alison, BORDO, Susan. Gênero, corpo, conhecimento. Rio de Janeiro: Rosa dos Tempos, 2017.
    LAGARDE Y DE LOS RIOS, Marcela. Los cautiverios de las mujeres: madresposas, monjas, putas, presas y locas. 5ª edição. México, D.F.: Siglo XXI, UNAM, 2014.
    MONTERO GARCIA-CELAY, Maria Luisa, NIETO NAVARRO, Mariano. El patriarcado: una estrutura invisible. Julho de 2002. Disponível em: , acesso em: 23/06/2017.

O livro “XXII SOCINE: 50 anos do maio de 68”, organizado por Lisandro Nogueira e Cleomar Rocha já está disponível para download em nosso site. A obra é composta de 11 artigos que lidam com a temática do maio de 68 pela perspectiva do cinema, que foi o tema do XXII Encontro SOCINE realizado em Goiânia, em 2018. De acordo com os organizadores, “Não há dúvidas de que o tema foi, é, e será sempre instigante, ainda mais aos olhos de muitos que (sobre)viveram (a)os tempos de 68, especialmente no Brasil, e que durante o evento debateram e refletiram sobre o legado de tão importante período da história mundial para a contemporaneidade. Na presente coletânea de textos procuramos demonstrar um pouquinho do que foi a XXII SOCINE, bastante eclética, mas que correspondeu muito bem à chamada para trazer a reflexão dos acontecimentos políticos, sociais, culturais e artísticos do ano de 1968”. O livro leva o selo editorial da SOCINE e ficará disponível em nosso site para download na seção Livros.

XXII Socine 50 anos de maio de 68
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Tema do XXII encontro da Sociedade Brasileira de Estudos de Cinema e Audiovisual (SOCINE): “herança do maio de 1968 do ponto de vista do cinema, das novas redes de comunicação digital e da televisão”.

A Sociedade Brasileira de Estudos de Cinema e Audiovisual (SOCINE) repudia veementemente as manifestações recentes do governo federal contrárias a disciplinas das Humanidades como Filosofia ou Sociologia. Tais manifestações se constituem como ameaças inaceitáveis a áreas de conhecimento fundamentais que já convivem há anos com espaço reduzido nas políticas de financiamento de ensino e pesquisa no país.

A SOCINE considera que tais manifestações, além de desconhecerem a centralidade das Humanidades na construção da cidadania e no desenvolvimento do país, demonstram uma completa ausência de um projeto sério de educação e ciência.

Por isso, a SOCINE também assina a nota de repudio redigida pela ANPOF, disponível em:
http://www.anpof.org/portal/index.php/pt-BR/artigos-em-destaque/2075-nota-de-repudio-a-declaracoes-do-ministro-da-educacao-e-do-presidente-da-republica-sobre-as-faculdades-de-humanidades-nomeadamente-filosofia-e-sociologia

Diretoria SOCINE

Encerrou-se na última sexta, 19/04, o pagamento da anuidade e a submissão de trabalhos para o XXIII Encontro SOCINE que acontecerá de 08 a 11 de outubro na Unisinos, em Porto Alegre, RS. As propostas entram agora em período de avaliação e a divulgação dos trabalhos selecionados está prevista para o dia 10/06/2019.

Num momento em que a pesquisa brasileira sofre cortes, a SOCINE tem buscado reagir às dificuldades postas a toda área, implementando descontos a profissionais sem vínculo, criando novas formas de desligamento que possibilitam uma economia aos sócios e diminuindo a quantidade de anuidades atrasadas a serem pagas. Além disso, a escolha do tema deste ano levou em consideração a necessidade de refletirmos sobre preservação e memória audiovisual num período como este que vivemos. Por tudo isto, nos anima o fato do Encontro deste ano ter registrado o maior número de trabalhos submetidos nos últimos dez anos, totalizando 595 propostas enviadas. Em momentos de dificuldades como estes que o fortalecimento de nossa Sociedade e Encontro se faz cada vez mais importante e por isso, agradecemos a todas e todos que inscreveram seus trabalhos. Faremos mais um instigante e afetuoso Encontro, dessa vez em Porto Alegre.

Para finalizar, gostaríamos de informar aos sócios que não pagaram a anuidade, que é possível realizar o pagamento normalmente pelo sistema durante todo o ano. Para aqueles que buscam economizar, pode-se optar pelo Desligamento Parcial, que gera um desconto de 50% no valor da anuidade.

Para pagar e submeter os trabalhos é necessário que o sócio já cadastrado na Sociedade acesse nosso site socine.org.br e coloque seu CPF e sua senha no PAINEL DO ASSOCIADO.

Estando logado em nosso sistema, o sócio deverá clicar em MINHA CONTA e em seguida DADOS DE PAGAMENTO. Vai aparecer uma tela com o Histórico de pagamentos e ao lado Instruções de pagamento, onde é feito o processo via Paypal. Assim que o pagamento é realizado, aparece escrito PAGO no Histórico na coluna Anuidade 2019. Com isso é possível submeter o trabalho em seguida.

Para submeter a proposta de comunicação, você deve clicar em ENCONTROe em seguida INSCRIÇÃO. Abrirá uma tela com a explicação sobre cada uma das 4 modalidades e ao lado em Minha proposta você encontra os botões com as modalidades para se inscrever nelas. Você irá clicar naquela que você gostaria de enviar seu trabalho e preencher os campos. Depois de enviar a proposta você ainda pode edita-la até o encerramento do prazo. Após isso, a proposta entra em avaliação e não pode ser mais modificada.

Qualquer dúvida sobre o processo, entre em contato com a Secretaria pelo e-mail socine@socine.org.br