O XXIII Encontro SOCINE acontecerá na Unisinos, em Porto Alegre, de 08 a 11 de outubro de 2019.

A lista dos trabalhos aprovados pode ser acessada aqui. Os associados também podem checar a avaliação final de seus trabalhos pela sua área de associado.

Todos os aprovados precisam realizar o pagamento dentro do prazo para que sua participação seja confirmada. Os valores, após o primeiro prazo, terão acréscimos. O pagamento deverá ser feito pela área do associado, via Paypal.

Primeiro prazo: 10 de junho a 12 de julho – R$190,00 (profissionais) / R$95,00 (estudantes/profissionais sem vínculo)
Segundo prazo: 15 de julho a 26 de julho – R$220,00 (profissionais) / R$110,00 (estudantes/profissionais sem vínculo)
Prazo final: 29 de julho a 02 de agosto – R$260,00 (profissionais) / R$130,00 (estudantes/profissionais sem vínculo)

Tendo qualquer dúvida ou dificuldade, favor contatar a secretaria no e-mail socine@socine.org.br.

Ficha do Proponente

Proponente

    Pedro de Araujo Nogueira Tinen (Unicamp)

Minicurrículo

    Pesquisador e programador de cinema e audiovisual. Coordenador dos Programas
    Brasileiros do Festival Internacional de Curtas de SP (Curta Kinoforum), foi colaborador dos
    festivais Mix de Diversidade e Ecofalante de Cinema Ambiental. Mestre em Multimeios pela Unicamp, foi
    um dos autores da coleção Grandes Diretores do Cinema (Folha de São Paulo/2018).

Ficha do Trabalho

Título

    As Olimpíadas de Tóquio: imagens do Japão de 1964 e 2020

Seminário

    Cinema comparado

Resumo

    Um mais importantes documentários esportivos, Olimpíada de Tóquio (1965) de Kon Ichikawa é também uma obra controversa, as duas versões do filme derivam do conflito entre o diretor e o comitê que havia comissionado o projeto. Assim como em 1964, a iminência do evento em 2020 resulta na proliferação de imagens e discursos acerca da cidade e do país. Esta comunicação compara as versões do filme de Ichikawa com a produção audiovisual realizada em virtude da próxima edição dos jogos olímpicos.

Resumo expandido

    Inicialmente destinadas para a direção de Akira Kurosawa, as rédeas do filme oficial sobre as olimpíadas de Tóquio de 1964 foram transferidas para Kon Ichikawa após um desentendimento de Kurosawa acerca do orçamento do projeto (YOSHIMOTO, 2000, p. 427). Um dos poucos documentários da carreira de Ichikawa, a versão original com 170 minutos de duração do Olimpíada de Tóquio (tokyô orinpikku, 1965) estreou no Festival de Cannes, onde recebeu o prêmio da crítica. Ainda assim, a versão de quase três horas do filme desagradou o comitê olímpico japonês – que almejava um retrato mais descritivo e televisivo do evento. O resultado é uma nova versão de 120 minutos, editada sob a tutela do comitê, considerada até hoje como a versão final do filme pelo Comitê Olímpico Internacional.

    Uma produção de proporções épicas, 164 cinegrafistas e 57 técnicos de som trabalharam na captura de mais de 70 horas de material (CAZDYN et al, 2001, p. 315), igualmente, o filme foi um grande sucesso de bilheteria no Japão da época apesar das controvérsias entre realizador e os patrocinadores da obra. O filme oficial, na visão do comitê olímpico, era uma pedaço importante para o objetivo final dos jogos de Tóquio: o de reposicionar a imagem do Japão diante do mundo. Quase vinte anos após o bombardeio nuclear de Hiroshima e Nagasaki e do final da Segunda Guerra Mundial, os jogos de 1964 buscava produzir a imagem de um novo país, de um Japão moderno e de uma potência econômica, política e tecnológica na Ásia. A ideia de que o passado havia sido superado é apresentada logo na primeira sequência do filme, a demolição de muros antigos dá lugar aos prédios monumentais e modernistas que sediaram o evento.

    A crise entre Ichikawa e o comitê surge justamente desse ponto, enquanto o diretor produziu um retrato intimista da saga de atletas do mundo todo – focando nas suas feições de ambição, derrota e vitória – os organizadores desejam ver mais da proeza dos atletas japoneses e das grandes obras realizadas para o evento (o trem bala, shinkansen, foi entregue apenas nove dias antes da cerimônia de abertura). Um comparação entre as duas versões do documentário – um distribuída internacionalmente pela British Lion Films e a outra pela Critetion Collection – pode nos ajudar a compreender a porosidade que existe entre os discursos oficiais e dissidentes que ambos os filmes produzem.

    De outro lado, enquanto a cidade de Tóquio é apenas uma coadjuvante no filme de Ichikawa, ela é a protagonista na produção audiovisual que antecede a edição dos jogos em 2020. Novamente, a narrativa oficial almeja renovar a imagem do país e, para isso, tanto o cinema quanto as novas mídias são empregados. O projeto de Naomi Kawase foi selecionado para a produção da obra oficial sobre as olímpiadas de 2020, mas enquanto o filme ainda está em fase de pré-produção, o comitê olímpico realiza uma série de pequenos vídeos destinados às redes sociais. Essas novas imagens nos revelam os discursos que cerceiam a próxima edição das olímpiadas no Japão: são, igualmente a 1964, imagens de um país tecnológico e moderno, mas também de um país globalizado e multicultural.

    Se nos anos 1960, o Japão buscava mostrar que os desastres da guerra haviam ficado para trás, agora, o país quer mostrar ao mundo que a estagnação econômica das últimas décadas e o desastre nuclear de Fukushima também foram superados. Colecionam-se imagens pop, saturadas e coloridas, que buscam exibir um país revigorado onde a tradição coexiste com a novidade. Tanto em 1964 quanto em 2020, a imagem audiovisual e cinematográfica é peça fundamental para a produção de imaginários e discursos acerca da cidade e do país, assim como para o soft-power japonês frente aos jogos olímpicos.

Bibliografia

    ANDERSON, Benedict. Imagined communities: Reflections on the origin and spread of nationalism. Nova Iorque: Verso, 2006.

    BRUNO, Giuliana. Atlas of emotion: Journeys in art, architecture, and film. Nova Iorque: Verso, 2002.

    CAZDYN, Eric et al. Tokyo Olimpiad: a symposium. In: QUANDT, J (Org.). Kon Ichikawa. Ontario: Cinematheque Ontario, 2001, p. 315-332.

    ELSAESSER, Thomas. Cinema como arqueologia das mídias. Edição e introdução de Adilson Mendes. São Paulo: Edições SESC, 2018.

    YOSHIMOTO, Mitsuhiro. Kurosawa: film studies and Japanese cinema. Charlotte: Duke University Press, 2000.

O livro “XXII SOCINE: 50 anos do maio de 68”, organizado por Lisandro Nogueira e Cleomar Rocha já está disponível para download em nosso site. A obra é composta de 11 artigos que lidam com a temática do maio de 68 pela perspectiva do cinema, que foi o tema do XXII Encontro SOCINE realizado em Goiânia, em 2018. De acordo com os organizadores, “Não há dúvidas de que o tema foi, é, e será sempre instigante, ainda mais aos olhos de muitos que (sobre)viveram (a)os tempos de 68, especialmente no Brasil, e que durante o evento debateram e refletiram sobre o legado de tão importante período da história mundial para a contemporaneidade. Na presente coletânea de textos procuramos demonstrar um pouquinho do que foi a XXII SOCINE, bastante eclética, mas que correspondeu muito bem à chamada para trazer a reflexão dos acontecimentos políticos, sociais, culturais e artísticos do ano de 1968”. O livro leva o selo editorial da SOCINE e ficará disponível em nosso site para download na seção Livros.

XXII Socine 50 anos de maio de 68
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Tema do XXII encontro da Sociedade Brasileira de Estudos de Cinema e Audiovisual (SOCINE): “herança do maio de 1968 do ponto de vista do cinema, das novas redes de comunicação digital e da televisão”.

A Sociedade Brasileira de Estudos de Cinema e Audiovisual (SOCINE) repudia veementemente as manifestações recentes do governo federal contrárias a disciplinas das Humanidades como Filosofia ou Sociologia. Tais manifestações se constituem como ameaças inaceitáveis a áreas de conhecimento fundamentais que já convivem há anos com espaço reduzido nas políticas de financiamento de ensino e pesquisa no país.

A SOCINE considera que tais manifestações, além de desconhecerem a centralidade das Humanidades na construção da cidadania e no desenvolvimento do país, demonstram uma completa ausência de um projeto sério de educação e ciência.

Por isso, a SOCINE também assina a nota de repudio redigida pela ANPOF, disponível em:
http://www.anpof.org/portal/index.php/pt-BR/artigos-em-destaque/2075-nota-de-repudio-a-declaracoes-do-ministro-da-educacao-e-do-presidente-da-republica-sobre-as-faculdades-de-humanidades-nomeadamente-filosofia-e-sociologia

Diretoria SOCINE

Encerrou-se na última sexta, 19/04, o pagamento da anuidade e a submissão de trabalhos para o XXIII Encontro SOCINE que acontecerá de 08 a 11 de outubro na Unisinos, em Porto Alegre, RS. As propostas entram agora em período de avaliação e a divulgação dos trabalhos selecionados está prevista para o dia 10/06/2019.

Num momento em que a pesquisa brasileira sofre cortes, a SOCINE tem buscado reagir às dificuldades postas a toda área, implementando descontos a profissionais sem vínculo, criando novas formas de desligamento que possibilitam uma economia aos sócios e diminuindo a quantidade de anuidades atrasadas a serem pagas. Além disso, a escolha do tema deste ano levou em consideração a necessidade de refletirmos sobre preservação e memória audiovisual num período como este que vivemos. Por tudo isto, nos anima o fato do Encontro deste ano ter registrado o maior número de trabalhos submetidos nos últimos dez anos, totalizando 595 propostas enviadas. Em momentos de dificuldades como estes que o fortalecimento de nossa Sociedade e Encontro se faz cada vez mais importante e por isso, agradecemos a todas e todos que inscreveram seus trabalhos. Faremos mais um instigante e afetuoso Encontro, dessa vez em Porto Alegre.

Para finalizar, gostaríamos de informar aos sócios que não pagaram a anuidade, que é possível realizar o pagamento normalmente pelo sistema durante todo o ano. Para aqueles que buscam economizar, pode-se optar pelo Desligamento Parcial, que gera um desconto de 50% no valor da anuidade.

Para pagar e submeter os trabalhos é necessário que o sócio já cadastrado na Sociedade acesse nosso site socine.org.br e coloque seu CPF e sua senha no PAINEL DO ASSOCIADO.

Estando logado em nosso sistema, o sócio deverá clicar em MINHA CONTA e em seguida DADOS DE PAGAMENTO. Vai aparecer uma tela com o Histórico de pagamentos e ao lado Instruções de pagamento, onde é feito o processo via Paypal. Assim que o pagamento é realizado, aparece escrito PAGO no Histórico na coluna Anuidade 2019. Com isso é possível submeter o trabalho em seguida.

Para submeter a proposta de comunicação, você deve clicar em ENCONTROe em seguida INSCRIÇÃO. Abrirá uma tela com a explicação sobre cada uma das 4 modalidades e ao lado em Minha proposta você encontra os botões com as modalidades para se inscrever nelas. Você irá clicar naquela que você gostaria de enviar seu trabalho e preencher os campos. Depois de enviar a proposta você ainda pode edita-la até o encerramento do prazo. Após isso, a proposta entra em avaliação e não pode ser mais modificada.

Qualquer dúvida sobre o processo, entre em contato com a Secretaria pelo e-mail socine@socine.org.br