O XXIII Encontro SOCINE acontecerá na Unisinos, em Porto Alegre, de 08 a 11 de outubro de 2019.

A lista dos trabalhos aprovados pode ser acessada aqui. Os associados também podem checar a avaliação final de seus trabalhos pela sua área de associado.

Todos os aprovados precisam realizar o pagamento dentro do prazo para que sua participação seja confirmada. Os valores, após o primeiro prazo, terão acréscimos. O pagamento deverá ser feito pela área do associado, via Paypal.

Primeiro prazo: 10 de junho a 12 de julho – R$190,00 (profissionais) / R$95,00 (estudantes/profissionais sem vínculo)
Segundo prazo: 15 de julho a 26 de julho – R$220,00 (profissionais) / R$110,00 (estudantes/profissionais sem vínculo)
Prazo final: 29 de julho a 02 de agosto – R$260,00 (profissionais) / R$130,00 (estudantes/profissionais sem vínculo)

Tendo qualquer dúvida ou dificuldade, favor contatar a secretaria no e-mail socine@socine.org.br.

Ficha do Proponente

Proponente

    Alessandra Soares Brandão (UFSC)

Minicurrículo

    Professora do PPGI e do curso de cinema da UFSC. Organizadora do Fazendo Gênero 12 – Direitos, Diversidades, Afetos. Pesquisadora permanente do IEG (Instituto de Estudos de Gênero) da UFSC.

Ficha do Trabalho

Título

    Bodylands: o entre-lugar da lésbica no cinema

Seminário

    Mulheres no cinema e audiovisual

Resumo

    O trabalho busca situar a figura da lésbica nos mapas dos feminismos em estudos de cinema. À heterossexualidade compulsória reconhecida desde os primeiros passos da teoria feminista do cinema, contraponho a ideia da lésbica como um ato político. Para além do problema de sua in/visibilidade, assumo o gesto de peregrinar pelas imagens do cinema para traçar as formas como a presença da lésbica resiste às estruturas de poder ativadas no corpo do filme, habitando um espaço que chamarei de bodylands.

Resumo expandido

    Este trabalho busca situar a figura da lésbica nos mapas dos feminismos para pensar como e onde reside o gesto político da subjetividade lésbica na narrativa cinematográfica. Partindo do conceito de borderlands de Glória Anzaldúa (2007), sugiro, na especificidade do campo do cinema, a noção de bodylands como um espaço liminar que carrega tanto a experiência de opressão quanto o respiro da imagem que a ela escapa. Um entre-lugar na paisagem audiovisual que abriga as construções de uma geografia do desejo lésbico entre a negação e a morte, mas que também enseja modos de desestabilizar a heteronormatividade dominante nos filmes. O que faz o corpo da lésbica na materialidade do corpo do cinema?
    À heterossexualidade compulsória reconhecida desde os primeiros passos da teoria feminista do cinema, contraponho a ideia da lésbica como um ato político que escapa à ordem conservadora e normat/lizadora dos desejos tais como produzidos na narrativa cinematográfica. A lógica binária empreendida por Laura Mulvey para ler o cinema clássico hollywoodiano, por exemplo, expõe a base patriarcal que funda e sustenta a narrativa clássica. Na perspectiva de Mulvey, o jogo de visualidade que coloca a diferença sexual no cerne das operações de olhar (homem)/ser olhada (mulher) se dá de forma inescapável pelo modo mesmo como a narrativa clássica se constitui, como seus elementos produzem e existem a partir dessa diferença, propagando a ideologia patriarcal tanto no plano da representação, como em sua estrutura e no ato de se dar a ver a uma espectatorialidade (Bordwell, 277). Sabemos que o diagnóstico feminista de Mulvey refere-se primordialmente ao contexto da narrativa clássica consolidada em Hollywood, mesmo que esta tenha sido emulada em diversos outros contextos culturais e hoje ainda persista com todo conservadorismo, sobretudo no cinema mainstream. Logo, importa pensar o lugar (ou, antes, o não-lugar) da lésbica nesse jogo. Ora, se “a lésbica não é mulher” (32), como sustenta Monique Wittig, já que não participa do sistema heterossexual, que políticas extrair da presença da lésbica nesse cinema? Onde jaz o enredo da lésbica quando a estrutura narrativa é heterossexual?
    Com Monique Wittig (1991) e Maria Lugones (2003), compreendo a subjetividade lésbica como um ato político. De forma objetiva, porque a lésbica desestabiliza a espinha dorsal da ideologia patriarcal, segundo a qual a mulher é subjugada ao homem, já que com este ela não se relaciona. Soma-se a isso o fato de que a própria teoria feminista, branca e eurocêntrica, constituída em torno de um sujeito mulher universal, não foi capaz de sair de si, de seu heterocentrismo, para reconhecer o lugar da lésbica e da mulher racializada. Além disso, a lésbica encerra uma sexualidade feminina rejeitada e temida justamente porque não é regulada pelo homem (Farwell, 33). Assim, resta à lésbica uma existência no cinema marcada pelo gesto de resistir à margem, ao mesmo tempo em que desafia de dentro a estrutura que a oprime.
    Desse modo, sem deixar de reconhecer a problemática da in/visibilidade da mulher lésbica ao longo da história do cinema, mais comumente abordada do ponto de vista da representação, recorro às questões teóricas e estéticas em torno dessa in/visibilidade, com o intuito de mapear os modos como a presença da lésbica pode tensionar as instâncias de poder operantes nos filmes. Para isso, assumo o procedimento metodológico de peregrinar (Lugones) pelas imagens em movimento, tateando em busca de uma clandestinidade ativadora do desejo lésbico e, sobretudo, desafiadora de estruturas monádicas que não apenas invisibilizam a lésbica, mas promovem um jogo perverso de punição, seja por sua morte (exaustiva no cinema clássico), ou pela recusa de uma resolução narrativa de reconhecimento do amor lésbico (nas narrativas não industriais). Fadada ao desaparecimento antes mesmo de existir em toda sua potência, resta saber onde e como resiste a lésbica no cinema.

Bibliografia

    Anzaldúa, Gloria. Borderlands/La frontera: The new mestiza. San Francisco: Aunt Lute Books, 2007.

    Bordwell, David. “O cinema clássico hollywoodiano: normas e princípios narrativos”. In: Ramos, Fernão. Teoria contemporânea do cinema – Documentário e narratividade ficcional. Vol.II. São Paulo: senac, 2005.

    Farwell, Marilyn. Heterosexual plots & lesbian narratives. New York University Press, 2006.

    Lugones, Maria. Pilgrimages/Peregrinajes: theorizing coalition against multiple oppressions. Rowman & Littlefield, 2003.

    Mulvey, Laura. “Prazer visual e cinema narrativo”. In: XAVIER, Ismail (Org.). A experiência do cinema. Rio de Janeiro: Edições Graal/Embrafilme, 1983.

    Wittig, Monique. The straight mind. London: Haverster, 1991.

O livro “XXII SOCINE: 50 anos do maio de 68”, organizado por Lisandro Nogueira e Cleomar Rocha já está disponível para download em nosso site. A obra é composta de 11 artigos que lidam com a temática do maio de 68 pela perspectiva do cinema, que foi o tema do XXII Encontro SOCINE realizado em Goiânia, em 2018. De acordo com os organizadores, “Não há dúvidas de que o tema foi, é, e será sempre instigante, ainda mais aos olhos de muitos que (sobre)viveram (a)os tempos de 68, especialmente no Brasil, e que durante o evento debateram e refletiram sobre o legado de tão importante período da história mundial para a contemporaneidade. Na presente coletânea de textos procuramos demonstrar um pouquinho do que foi a XXII SOCINE, bastante eclética, mas que correspondeu muito bem à chamada para trazer a reflexão dos acontecimentos políticos, sociais, culturais e artísticos do ano de 1968”. O livro leva o selo editorial da SOCINE e ficará disponível em nosso site para download na seção Livros.

XXII Socine 50 anos de maio de 68
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Tema do XXII encontro da Sociedade Brasileira de Estudos de Cinema e Audiovisual (SOCINE): “herança do maio de 1968 do ponto de vista do cinema, das novas redes de comunicação digital e da televisão”.

A Sociedade Brasileira de Estudos de Cinema e Audiovisual (SOCINE) repudia veementemente as manifestações recentes do governo federal contrárias a disciplinas das Humanidades como Filosofia ou Sociologia. Tais manifestações se constituem como ameaças inaceitáveis a áreas de conhecimento fundamentais que já convivem há anos com espaço reduzido nas políticas de financiamento de ensino e pesquisa no país.

A SOCINE considera que tais manifestações, além de desconhecerem a centralidade das Humanidades na construção da cidadania e no desenvolvimento do país, demonstram uma completa ausência de um projeto sério de educação e ciência.

Por isso, a SOCINE também assina a nota de repudio redigida pela ANPOF, disponível em:
http://www.anpof.org/portal/index.php/pt-BR/artigos-em-destaque/2075-nota-de-repudio-a-declaracoes-do-ministro-da-educacao-e-do-presidente-da-republica-sobre-as-faculdades-de-humanidades-nomeadamente-filosofia-e-sociologia

Diretoria SOCINE

Encerrou-se na última sexta, 19/04, o pagamento da anuidade e a submissão de trabalhos para o XXIII Encontro SOCINE que acontecerá de 08 a 11 de outubro na Unisinos, em Porto Alegre, RS. As propostas entram agora em período de avaliação e a divulgação dos trabalhos selecionados está prevista para o dia 10/06/2019.

Num momento em que a pesquisa brasileira sofre cortes, a SOCINE tem buscado reagir às dificuldades postas a toda área, implementando descontos a profissionais sem vínculo, criando novas formas de desligamento que possibilitam uma economia aos sócios e diminuindo a quantidade de anuidades atrasadas a serem pagas. Além disso, a escolha do tema deste ano levou em consideração a necessidade de refletirmos sobre preservação e memória audiovisual num período como este que vivemos. Por tudo isto, nos anima o fato do Encontro deste ano ter registrado o maior número de trabalhos submetidos nos últimos dez anos, totalizando 595 propostas enviadas. Em momentos de dificuldades como estes que o fortalecimento de nossa Sociedade e Encontro se faz cada vez mais importante e por isso, agradecemos a todas e todos que inscreveram seus trabalhos. Faremos mais um instigante e afetuoso Encontro, dessa vez em Porto Alegre.

Para finalizar, gostaríamos de informar aos sócios que não pagaram a anuidade, que é possível realizar o pagamento normalmente pelo sistema durante todo o ano. Para aqueles que buscam economizar, pode-se optar pelo Desligamento Parcial, que gera um desconto de 50% no valor da anuidade.

Para pagar e submeter os trabalhos é necessário que o sócio já cadastrado na Sociedade acesse nosso site socine.org.br e coloque seu CPF e sua senha no PAINEL DO ASSOCIADO.

Estando logado em nosso sistema, o sócio deverá clicar em MINHA CONTA e em seguida DADOS DE PAGAMENTO. Vai aparecer uma tela com o Histórico de pagamentos e ao lado Instruções de pagamento, onde é feito o processo via Paypal. Assim que o pagamento é realizado, aparece escrito PAGO no Histórico na coluna Anuidade 2019. Com isso é possível submeter o trabalho em seguida.

Para submeter a proposta de comunicação, você deve clicar em ENCONTROe em seguida INSCRIÇÃO. Abrirá uma tela com a explicação sobre cada uma das 4 modalidades e ao lado em Minha proposta você encontra os botões com as modalidades para se inscrever nelas. Você irá clicar naquela que você gostaria de enviar seu trabalho e preencher os campos. Depois de enviar a proposta você ainda pode edita-la até o encerramento do prazo. Após isso, a proposta entra em avaliação e não pode ser mais modificada.

Qualquer dúvida sobre o processo, entre em contato com a Secretaria pelo e-mail socine@socine.org.br