O XXIII Encontro SOCINE acontecerá na Unisinos, em Porto Alegre, de 08 a 11 de outubro de 2019.

A lista dos trabalhos aprovados pode ser acessada aqui. Os associados também podem checar a avaliação final de seus trabalhos pela sua área de associado.

Todos os aprovados precisam realizar o pagamento dentro do prazo para que sua participação seja confirmada. Os valores, após o primeiro prazo, terão acréscimos. O pagamento deverá ser feito pela área do associado, via Paypal.

Primeiro prazo: 10 de junho a 12 de julho – R$190,00 (profissionais) / R$95,00 (estudantes/profissionais sem vínculo)
Segundo prazo: 15 de julho a 26 de julho – R$220,00 (profissionais) / R$110,00 (estudantes/profissionais sem vínculo)
Prazo final: 29 de julho a 02 de agosto – R$260,00 (profissionais) / R$130,00 (estudantes/profissionais sem vínculo)

Tendo qualquer dúvida ou dificuldade, favor contatar a secretaria no e-mail socine@socine.org.br.

Ficha do Proponente

Proponente

    Mariana Arruda Carneiro da Cunha (UFPE)

Minicurrículo

    Pesquisadora de pós-doutorado (PNPD/CAPES) do Programa de Pós-graduação em Comunicação
    da Universidade Federa de Pernambuco. É doutora em Cinema pela Birkbeck, University of
    London e mestre em Estudos Críticos e Culturais pela mesma instituição.

Ficha do Trabalho

Título

    Devir ecológico: corporeidades não-humanas no cinema contemporâneo

Resumo

    Esta comunicação examina os desdobramentos das imagens da natureza, mais especificamente de florestas e bosques, em “Jin” (2013) e “Mulheres que cantam” (2014), dois filmes do realizador turco Reha Erdem que apresentam um forte engajamento com o não-humano e o meio ambiente. Trata-se de discutir o papel estético e ético da espacialidade em obras que se aproximam de uma abordagem não-antropocêntrica, a partir de uma perspectiva ecológica e de uma discussão sobre a materialidade do cinema.

Resumo expandido

    Imagens de florestas e bosques estão presentes no cinema, notadamente como cenários de filmes de certos gêneros, como é o caso dos filmes de terror. No entanto, uma produção recente de filmes de realizadores contemporâneos põe em evidência aspectos que vão além de uma interpretação simbólica desses lugares e paisagens. Esta comunicação examina os desdobramentos de imagens da natureza em filmes contemporâneos que buscam um forte engajamento com o não-humano e o meio ambiente. Trata-se de entender o papel estético e ético da espacialidade em filmes com tendência a uma abordagem não-antropocêntrica do cinema, a partir de uma noção de natureza como uma rede de seres orgânicos e inorgânicos sensíveis, cuja agência se espalha para além das formas de vida humana. Nesse sentido, a partir de uma perspectiva ecológica e de uma discussão sobre a materialidade do cinema, a pesquisa analisa os filmes “Jin” (2013) e “Mulheres que cantam” (2014) do realizador turco Reha Erdem, buscando, contudo, paralelos com a cinematografia de realizadores como Apichatpong Weerasethakul e Naomi Kawase, cujas obras desestabilizam perspectivas dominantes sobre a relação entre humanos e meio ambiente, ressaltando uma forma não-antropocêntrica de pensar o mundo.

    Ambos “Jîn” (2013) e “Mulheres que cantam” (2014) enfatizam corporeidades não-humanas do ponto de vista narrativo e estético. “Jîn” apresenta uma parábola ambiental a partir do conflito curdo-turco como reflexo da ruína da humanidade diante da natureza. A protagonista, Jîn, é uma guerrilheira curda que deserta a milícia e foge pela paisagem rural da Turquia, atravessando exuberantes florestas e paisagens montanhosas. Já “Mulheres que cantam” retrata o dia a dia de um grupo de moradores de uma ilha que, após receber um aviso para evacuar a ilha por conta da possibilidade de um terremoto, se recusam a deixá-la. Os que ficam passam a viver em um clima apocalíptico, em que, por exemplo, cavalos contraem uma doença misteriosa numa floresta e começam a morrer. Nos dois filmes, o tratamento dado à natureza e aos animais enfatiza a materialidade e a agência dos elementos não-humanos, além de levar o observador a sentir e pensar a natureza como uma experiência corpórea e afetiva.

    A análise se baseia nos conceitos de visualidada hápitca e tatilidade (Laura Mark, Giuliana Bruno), corporeidade (Vivian Sobchack) e afeto (Gilles Deleuze, Brian Massumi), e está fundamentada numa abordagem ecológica do cinema, como proposta por Timothy Morton, Anat Pick e Guinevere Narraway. Busca-se, portanto, pensar que funções a relação entre os corpos, a natureza e o afeto desempenha e que efeitos são produzidos a partir de uma aproximação com o não-humano, ou, para além da esfera da representação, a partir de uma conexão direta entre a materialidade da imagem e a materialidade do mundo, em razão da atribuição de uma agência aos elementos não-humanos. Em outras palavras, não se trata apenas de questionar como a natureza é representada, mas, fundamentalmente, como as imagens em movimento desafiam nossas ideias e noções filosóficas a respeito da natureza e do meio ambiente, e criam novas formas de imaginar a relação entre o humano e o não-humano.

Bibliografia

    Bennett, J. Empathic Vision. Stanford University Press, 2005.
    Berger, John. Why Look at Animals. In: About Looking. Londres: Vintage, 1992.
    Bruno, G. Surface: matters of aesthetics, materiality and media. Chicago: University of
    Chicago Press, 2014.
    Ivakhiv, Adrian. Ecologies of the Moving Image: Cinema, Affect, Nature. Waterloo, ON:
    Wilfrid Laurier University Press, 2013.
    Marks, Laura U. Touch: Sensuous Theory and Multisensuous Media. Minneapolis: University
    of Minnesota Press, 2002.
    Massumi, Brian. The Autonomy of Affect. Cultural Critique, No. 31, The Politics of Systems
    and Environments, Part II, 1995, pp. 83-109.
    Mazis, Glen A. Merleau-Ponty and the Face of the World: Silence, Ethics, Imagination and
    Poetic Ontology. New York: SUNY Press, 2016.
    Morton, Timothy. Hyperobjects: Philosophy and Ecology after the End of the World. University of Minnesota Press, 2013.
    Pick, Anat; Narraway, Guinevere (Orgs). Screening Nature: Cinema Beyond the Human. New
    York e Oxford: Berghahn Books, 2013

O livro “XXII SOCINE: 50 anos do maio de 68”, organizado por Lisandro Nogueira e Cleomar Rocha já está disponível para download em nosso site. A obra é composta de 11 artigos que lidam com a temática do maio de 68 pela perspectiva do cinema, que foi o tema do XXII Encontro SOCINE realizado em Goiânia, em 2018. De acordo com os organizadores, “Não há dúvidas de que o tema foi, é, e será sempre instigante, ainda mais aos olhos de muitos que (sobre)viveram (a)os tempos de 68, especialmente no Brasil, e que durante o evento debateram e refletiram sobre o legado de tão importante período da história mundial para a contemporaneidade. Na presente coletânea de textos procuramos demonstrar um pouquinho do que foi a XXII SOCINE, bastante eclética, mas que correspondeu muito bem à chamada para trazer a reflexão dos acontecimentos políticos, sociais, culturais e artísticos do ano de 1968”. O livro leva o selo editorial da SOCINE e ficará disponível em nosso site para download na seção Livros.

XXII Socine 50 anos de maio de 68
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Tema do XXII encontro da Sociedade Brasileira de Estudos de Cinema e Audiovisual (SOCINE): “herança do maio de 1968 do ponto de vista do cinema, das novas redes de comunicação digital e da televisão”.

A Sociedade Brasileira de Estudos de Cinema e Audiovisual (SOCINE) repudia veementemente as manifestações recentes do governo federal contrárias a disciplinas das Humanidades como Filosofia ou Sociologia. Tais manifestações se constituem como ameaças inaceitáveis a áreas de conhecimento fundamentais que já convivem há anos com espaço reduzido nas políticas de financiamento de ensino e pesquisa no país.

A SOCINE considera que tais manifestações, além de desconhecerem a centralidade das Humanidades na construção da cidadania e no desenvolvimento do país, demonstram uma completa ausência de um projeto sério de educação e ciência.

Por isso, a SOCINE também assina a nota de repudio redigida pela ANPOF, disponível em:
http://www.anpof.org/portal/index.php/pt-BR/artigos-em-destaque/2075-nota-de-repudio-a-declaracoes-do-ministro-da-educacao-e-do-presidente-da-republica-sobre-as-faculdades-de-humanidades-nomeadamente-filosofia-e-sociologia

Diretoria SOCINE

Encerrou-se na última sexta, 19/04, o pagamento da anuidade e a submissão de trabalhos para o XXIII Encontro SOCINE que acontecerá de 08 a 11 de outubro na Unisinos, em Porto Alegre, RS. As propostas entram agora em período de avaliação e a divulgação dos trabalhos selecionados está prevista para o dia 10/06/2019.

Num momento em que a pesquisa brasileira sofre cortes, a SOCINE tem buscado reagir às dificuldades postas a toda área, implementando descontos a profissionais sem vínculo, criando novas formas de desligamento que possibilitam uma economia aos sócios e diminuindo a quantidade de anuidades atrasadas a serem pagas. Além disso, a escolha do tema deste ano levou em consideração a necessidade de refletirmos sobre preservação e memória audiovisual num período como este que vivemos. Por tudo isto, nos anima o fato do Encontro deste ano ter registrado o maior número de trabalhos submetidos nos últimos dez anos, totalizando 595 propostas enviadas. Em momentos de dificuldades como estes que o fortalecimento de nossa Sociedade e Encontro se faz cada vez mais importante e por isso, agradecemos a todas e todos que inscreveram seus trabalhos. Faremos mais um instigante e afetuoso Encontro, dessa vez em Porto Alegre.

Para finalizar, gostaríamos de informar aos sócios que não pagaram a anuidade, que é possível realizar o pagamento normalmente pelo sistema durante todo o ano. Para aqueles que buscam economizar, pode-se optar pelo Desligamento Parcial, que gera um desconto de 50% no valor da anuidade.

Para pagar e submeter os trabalhos é necessário que o sócio já cadastrado na Sociedade acesse nosso site socine.org.br e coloque seu CPF e sua senha no PAINEL DO ASSOCIADO.

Estando logado em nosso sistema, o sócio deverá clicar em MINHA CONTA e em seguida DADOS DE PAGAMENTO. Vai aparecer uma tela com o Histórico de pagamentos e ao lado Instruções de pagamento, onde é feito o processo via Paypal. Assim que o pagamento é realizado, aparece escrito PAGO no Histórico na coluna Anuidade 2019. Com isso é possível submeter o trabalho em seguida.

Para submeter a proposta de comunicação, você deve clicar em ENCONTROe em seguida INSCRIÇÃO. Abrirá uma tela com a explicação sobre cada uma das 4 modalidades e ao lado em Minha proposta você encontra os botões com as modalidades para se inscrever nelas. Você irá clicar naquela que você gostaria de enviar seu trabalho e preencher os campos. Depois de enviar a proposta você ainda pode edita-la até o encerramento do prazo. Após isso, a proposta entra em avaliação e não pode ser mais modificada.

Qualquer dúvida sobre o processo, entre em contato com a Secretaria pelo e-mail socine@socine.org.br