O XXIII Encontro SOCINE acontecerá na Unisinos, em Porto Alegre, de 08 a 11 de outubro de 2019.

A lista dos trabalhos aprovados pode ser acessada aqui. Os associados também podem checar a avaliação final de seus trabalhos pela sua área de associado.

Todos os aprovados precisam realizar o pagamento dentro do prazo para que sua participação seja confirmada. Os valores, após o primeiro prazo, terão acréscimos. O pagamento deverá ser feito pela área do associado, via Paypal.

Primeiro prazo: 10 de junho a 12 de julho – R$190,00 (profissionais) / R$95,00 (estudantes/profissionais sem vínculo)
Segundo prazo: 15 de julho a 26 de julho – R$220,00 (profissionais) / R$110,00 (estudantes/profissionais sem vínculo)
Prazo final: 29 de julho a 02 de agosto – R$260,00 (profissionais) / R$130,00 (estudantes/profissionais sem vínculo)

Tendo qualquer dúvida ou dificuldade, favor contatar a secretaria no e-mail socine@socine.org.br.

Ficha do Proponente

Proponente

    Rodrigo Cazes Costa (UFF)

Minicurrículo

    ui graduação em Direito pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (1999), graduação em Cinema pela Universidade Estácio de Sá (2003), mestrado em Letras pela Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro (2008) e doutorado em Letras pela Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro (2012). Atualmente é professor adjunto II da Universidade Federal Fluminense. Tem como projeto de pesquisa os gêneros cinematográficos no cinema brasileiro contemporâneo.

Ficha do Trabalho

Título

    As boas maneiras e os gêneros cinematográficos no cinema brasileiro

Resumo

    Por meio da análise do longa metragem As boas maneiras, de Juliana Rojas e Marco Dutra, investigamos como as referências aos gêneros cinematográficos (terror, musical) podem servir tanto para abordar questões da sociedade brasileira contemporânea, como o racismo e a desigualdade social, quanto para buscar um uso dessas referências que não esteja nem na chave da paródia nem do pastiche, fazendo uma operação que, ao final, também dilui as fronteiras entre cinema de autor-cinema de gênero.

Resumo expandido

    A questão dos gêneros no cinema é algo que existe sem, muitas vezes, nos darmos conta das complexidades envolvidas em torno dessas classificações. A princípio parecem classificações muito simples e óbvias, mas elas podem originar vários problemas teórico. A nossa referência teórica para a investigação da questão dos gêneros será a teoria semântico-sintática de ALTMAN (1984), assim como a revisão e ampliação dessa teoria, efetivada por ALTMAN (1999), que expande a proposição semântico-sintática para uma pragmática, que leva em consideração variados aspectos da construção de um gênero cinematográfico por meio de posições discursivas adotadas tanto pelos produtores dos filmes quanto pelo público que recebe esses filmes, posições essas que podem ser encontradas também no material de divulgação dos filmes e na crítica. A questão dos gêneros narrativos para o cinema está intimamente ligada a um modelo de produção industrial que teve na Hollywood Clássica o seu exemplo paradigmático. No cinema brasileiro, apesar dos esforços de algumas empreitadas como a Atlântida (não por acaso associada ao gênero da chanchada), Vera Cruz, Maristela, Multifilmes e o ciclo de produção da Boca do Lixo paulistana, nunca se conseguiu estabelecer de fato um modelo de produção industrial que possibilitasse ao cinema brasileiro ter a mesma produção baseada em gêneros conforme o modelo hollywoodiano. Outro aspecto que merece ser analisado nessa relação com o cinema de gênero no cinema brasileiro é o debate em torno do cinema de autor. O cinema brasileiro, a partir, principalmente, do Cinema Novo, passa a estar como que dividido entre duas frentes: numa das frentes se produziria um cinema cujo ideal estético seriam os filmes autorais, sendo Glauber Rocha o símbolo do autor no cinema nacional. Na outra frente estaria o cinema industrial, popularesco, simbolizado pelo gênero das chanchadas. É bom lembrar que Glauber Rocha as elege como inimigas em seu Revisão Crítica do Cinema Brasileiro, chegando até mesmo a chamá-las de pornografia (ROCHA, 2003). Essa divisão entre um cinema mais “autoral” e de “qualidade” e outro cinema de fatura mais popular, ligado aos gêneros, irá prevalecer nos anos 1970 e 1980, quando, de um lado, há as produções da Embrafilme, que representariam mais esse primeiro tipo de cinema e, de outro, as produções da Boca do Lixo paulistana, que estariam alinhadas ao segundo tipo. Esse debate ainda permaneceu quando houve a “retomada” do cinema brasileiro nos anos 1990, onde se buscou produzir um cinema de “qualidade técnica e artística”. Esses dois campos opostos no cinema brasileiro, cinema autoral x cinema de gênero (popular), começam a ganhar novos contornos a partir dos anos 2000, quando há um interesse renovado pela produção do Cinema Marginal, assim como pela produção do cinema da Boca do Lixo. O cinema brasileiro contemporâneo buscaria, então, diluir a dicotomia instalada com força desde o Cinema Novo entre um cinema de fatura autoral e um cinema popular que dialoga diretamente com as convenções de gêneros como terror, policial, suspense,comédia, etc. Um exemplo paradigmático de como a diluição dessas duas linhas de força ocorre no cinema brasileiro contemporâneo se dá por meio da produção dos cineastas Marco Dutra e Juliana Rojas. Dentro da produção de curtas e longas realizadas pela dupla ou por um dois dois sozinhos escolhemos analisar o longa-metragem As boas maneiras por ser um filme que sintetiza as marcas de estilo da produção desses cineastas: traz um forte diálogo com os gêneros terror e musical, oriundos do cinema clássico hollywoodiano, adicionando elementos da cultura brasileira e sem utilizar da paródia ou do pastiche; busca, ao mesmo tempo em que trabalha a intertextualidade típica do cinema de gênero, refletir sobre problemas da sociedade brasileira contemporânea, buscando, assim, trazer temáticas mais ligadas ao cinema de autor, buscando quebrar a rigidez dessa distinção.

Bibliografia

    ALTMAN, R. Film/genre. BFI, 1999.
    ___________. A Semantic/Synthatic approach to film genre. Cinema journal, vol. 23, no.3, University of Texas, 1984.
    BORDWELL, D. O cinema clássico hollywoodiano: normas e princípios narrativos: RAMOS, F.P (Org.). Teoria contemporânea do cinema vol. 2. São Paulo, SENAC, 2005.
    DUTRA, M. Entrevista à revista RUA, Revista universitária do audiovisual,15 de dezembro de 2011, www.rua.ufscar.br/o-lencol-branco-marco-dutra-e-juliana-rojas-usp-2002/. Visualizada em 24/01/2019.
    OLIVEIRA Jr. L.C. A mise en scène no cinema-do clássico ao cinema de fluxo. Campinas, Papirus, 2013.
    ROCHA, Glauber. Revisão crítica do cinema brasileiro. São Paulo, Cosac & Naify, 2003.
    ROSE, S. How post-horror movies are taking over cinema. London, The Guardian, 6/07/2017, visualizado em 24/01/2019: www.theguardian.com/film/2017/jul/06/post-horror-films-scary-movies-ghost-story-it-comes-at-night.
    VANOYE. F; GOLIOT-LÉTÉ. A. Ensaio sobre a análise fílmica. Campinas, Papirus, 2012.

O livro “XXII SOCINE: 50 anos do maio de 68”, organizado por Lisandro Nogueira e Cleomar Rocha já está disponível para download em nosso site. A obra é composta de 11 artigos que lidam com a temática do maio de 68 pela perspectiva do cinema, que foi o tema do XXII Encontro SOCINE realizado em Goiânia, em 2018. De acordo com os organizadores, “Não há dúvidas de que o tema foi, é, e será sempre instigante, ainda mais aos olhos de muitos que (sobre)viveram (a)os tempos de 68, especialmente no Brasil, e que durante o evento debateram e refletiram sobre o legado de tão importante período da história mundial para a contemporaneidade. Na presente coletânea de textos procuramos demonstrar um pouquinho do que foi a XXII SOCINE, bastante eclética, mas que correspondeu muito bem à chamada para trazer a reflexão dos acontecimentos políticos, sociais, culturais e artísticos do ano de 1968”. O livro leva o selo editorial da SOCINE e ficará disponível em nosso site para download na seção Livros.

XXII Socine 50 anos de maio de 68
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Tema do XXII encontro da Sociedade Brasileira de Estudos de Cinema e Audiovisual (SOCINE): “herança do maio de 1968 do ponto de vista do cinema, das novas redes de comunicação digital e da televisão”.

A Sociedade Brasileira de Estudos de Cinema e Audiovisual (SOCINE) repudia veementemente as manifestações recentes do governo federal contrárias a disciplinas das Humanidades como Filosofia ou Sociologia. Tais manifestações se constituem como ameaças inaceitáveis a áreas de conhecimento fundamentais que já convivem há anos com espaço reduzido nas políticas de financiamento de ensino e pesquisa no país.

A SOCINE considera que tais manifestações, além de desconhecerem a centralidade das Humanidades na construção da cidadania e no desenvolvimento do país, demonstram uma completa ausência de um projeto sério de educação e ciência.

Por isso, a SOCINE também assina a nota de repudio redigida pela ANPOF, disponível em:
http://www.anpof.org/portal/index.php/pt-BR/artigos-em-destaque/2075-nota-de-repudio-a-declaracoes-do-ministro-da-educacao-e-do-presidente-da-republica-sobre-as-faculdades-de-humanidades-nomeadamente-filosofia-e-sociologia

Diretoria SOCINE

Encerrou-se na última sexta, 19/04, o pagamento da anuidade e a submissão de trabalhos para o XXIII Encontro SOCINE que acontecerá de 08 a 11 de outubro na Unisinos, em Porto Alegre, RS. As propostas entram agora em período de avaliação e a divulgação dos trabalhos selecionados está prevista para o dia 10/06/2019.

Num momento em que a pesquisa brasileira sofre cortes, a SOCINE tem buscado reagir às dificuldades postas a toda área, implementando descontos a profissionais sem vínculo, criando novas formas de desligamento que possibilitam uma economia aos sócios e diminuindo a quantidade de anuidades atrasadas a serem pagas. Além disso, a escolha do tema deste ano levou em consideração a necessidade de refletirmos sobre preservação e memória audiovisual num período como este que vivemos. Por tudo isto, nos anima o fato do Encontro deste ano ter registrado o maior número de trabalhos submetidos nos últimos dez anos, totalizando 595 propostas enviadas. Em momentos de dificuldades como estes que o fortalecimento de nossa Sociedade e Encontro se faz cada vez mais importante e por isso, agradecemos a todas e todos que inscreveram seus trabalhos. Faremos mais um instigante e afetuoso Encontro, dessa vez em Porto Alegre.

Para finalizar, gostaríamos de informar aos sócios que não pagaram a anuidade, que é possível realizar o pagamento normalmente pelo sistema durante todo o ano. Para aqueles que buscam economizar, pode-se optar pelo Desligamento Parcial, que gera um desconto de 50% no valor da anuidade.

Para pagar e submeter os trabalhos é necessário que o sócio já cadastrado na Sociedade acesse nosso site socine.org.br e coloque seu CPF e sua senha no PAINEL DO ASSOCIADO.

Estando logado em nosso sistema, o sócio deverá clicar em MINHA CONTA e em seguida DADOS DE PAGAMENTO. Vai aparecer uma tela com o Histórico de pagamentos e ao lado Instruções de pagamento, onde é feito o processo via Paypal. Assim que o pagamento é realizado, aparece escrito PAGO no Histórico na coluna Anuidade 2019. Com isso é possível submeter o trabalho em seguida.

Para submeter a proposta de comunicação, você deve clicar em ENCONTROe em seguida INSCRIÇÃO. Abrirá uma tela com a explicação sobre cada uma das 4 modalidades e ao lado em Minha proposta você encontra os botões com as modalidades para se inscrever nelas. Você irá clicar naquela que você gostaria de enviar seu trabalho e preencher os campos. Depois de enviar a proposta você ainda pode edita-la até o encerramento do prazo. Após isso, a proposta entra em avaliação e não pode ser mais modificada.

Qualquer dúvida sobre o processo, entre em contato com a Secretaria pelo e-mail socine@socine.org.br