O XXIII Encontro SOCINE acontecerá na Unisinos, em Porto Alegre, de 08 a 11 de outubro de 2019.

A lista dos trabalhos aprovados pode ser acessada aqui. Os associados também podem checar a avaliação final de seus trabalhos pela sua área de associado.

Todos os aprovados precisam realizar o pagamento dentro do prazo para que sua participação seja confirmada. Os valores, após o primeiro prazo, terão acréscimos. O pagamento deverá ser feito pela área do associado, via Paypal.

Primeiro prazo: 10 de junho a 12 de julho – R$190,00 (profissionais) / R$95,00 (estudantes/profissionais sem vínculo)
Segundo prazo: 15 de julho a 26 de julho – R$220,00 (profissionais) / R$110,00 (estudantes/profissionais sem vínculo)
Prazo final: 29 de julho a 02 de agosto – R$260,00 (profissionais) / R$130,00 (estudantes/profissionais sem vínculo)

Tendo qualquer dúvida ou dificuldade, favor contatar a secretaria no e-mail socine@socine.org.br.

Ficha do Proponente

Proponente

    Aida Rodrigues Feitosa (UFRJ)

Minicurrículo

    Jornalista, Analista Ambiental, Mestre em Comunicação pela Universidade de Brasília (UnB) e Doutoranda pela Escola de Comunicação da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ). Possui experiência em produção audiovisual, assessoria de imprensa, jornalismo ambiental e cultural. Tem com áreas de interesse: estética, teoria do cinema, teoria dos cineastas, cinema negro, cidades.

Ficha do Trabalho

Título

    Cidades da diáspora africana e a criação de imagens cinematográficas

Seminário

    Cinema Negro africano e diaspórico – Narrativas e representações

Resumo

    Uma estética particular liga o corpo dos personagens ao espaço das cidades aproximando as
    imagens dos cineastas Charles Burnett e André Novais. Tanto Watts, em Los Angeles; quanto
    Amazonas, em Contagem, grande Belo Horizonte são bairros habitados e filmados pelos diretores
    e que carregam a experiência comum da diáspora africana nas Américas. A relação dos
    personagens, da casa e do bairro revela imagens de pessoas negras longe dos esteriótipos que a
    indústria cinematográfica utiliza até os dias de hoje.

Resumo expandido

    O cotidiano da vida nas cidades está presente desde os primórdios da experiência fílmica . O
    movimento das ruas e das casas, as paisagens, as arquiteturas, as luzes da cidade sempre
    atraíram as lentes cinematográficas. A cidade é uma realidade em movimento, em fluxo contínuo
    que acompanha e molda o cotidiano de seus moradores. A construção de afetos, subjetividades e
    imaginários acontece nos seus espaços públicos e privados, no centro e nas periferias, nas
    multidões e na solidão.

    Nos filmes do norte-americano Charles Burnett e do brasileiro André Novaes podemos perceber
    essa construção formatando imagens cotidianas de negritude que dialogam tanto com as pessoas
    que vivem nas cidades retratadas quanto com diversas outras cidades pelo mundo. A crônica do
    cotidiano no gueto negro inaugura um mundo sensível particular dentro das casas que estão
    sempre em relação com a cidade, o bairro, a rua. “A cidade é, hoje, o lugar onde acontece a
    cotidianidade e a vida coletiva: habitamos nela e de uma maneira ou de outra somos a unidade
    mais básica de sua estrutura, essa vibrante célula que interage com ela enquanto a molda a cada
    dia.” (GOMÉZ;PAVÉS, 2014, p.9).

    Essa forma de vida cotidiana que se passa dentro da cidade é apresentada nos filmes Um bocado
    de amigos (1969) e O matador de ovelhas (1977), de Charles Burnett, e, Quintal (2015) e Ela volta
    na quinta (2014), de André Novais. O presente seminário pretende analisar esses filmes
    relacionando a corporalidade dos personagens com o espaço vivido.

    O que aproxima de forma indelével o cineasta negro do Brasil e dos Estados Unidos é a
    identidade racial, que, num primeiro momento, pode ser descrita por características fenotípicas,
    entretanto, como vivência social e representação cinematográfica, instauram-se outros
    significantes. Segundo Munanga (2009, p. 20), a negritude e/ou a identidade negra se referem à
    história comum que liga, de uma maneira ou de outra, todos os grupos humanos que o olhar do
    mundo ocidental branco reuniu sob o nome de negros. A negritude se mostra como um dos
    antídotos contra as duas formas de perda de identidade: seja por segregação cercada pelo
    particular, seja por diluição no universal .(CÉSAIRE, 1987, apud MUNANGA, 2003, p. 21).

    Burnett e Novais nos oferecem uma narrativa visual para a qual podemos lançar um olhar múltiplo
    entrelaçando uma rede de conexões entre as pessoas, os fatos e as coisas do mundo. Ao revelar
    potencialidades de sentido para o cotidiano apresentado nos filmes percebemos uma estética
    particular que tem aproximações, distanciamentos, raccords, movimentos de câmera que liga o
    corpo dos personagens ao espaço filmado em dinâmicas que aproximam os dois diretores.

    Essa aproximação é possível ser analisada pela experiência comum da diáspora africana nas
    Américas que resultaram em bairros habitados majoritariamente pela população Afro-
    descendente. Tanto Watts, em Los Angeles, quanto Amazonas, em Contagem, grande Belo
    Horizonte são bairros periféricos que foram filmados e habitados pelos diretores. A relação dos
    personagens, da casa e do bairro revela imagens de pessoas negras longe dos esteriótipos que a
    indústria cinematográfica utiliza até os dias de hoje. (BOGLE, 2016, p.83)

Bibliografia

    AUMONT, Jacques. Les Théories des Cinéastes. 3 ed. Paris: Armand Colin, 2015.

    BHABHA, Homi K. O Local da Cultura. Belo Horizonte: Editora UFMG, 1998.

    BOGLE, Donald. Toms, Coons, Mulattoes, Mammies and Bucks: An Interpretative History of Blacks in Films. 5 ed. Boston: Bloomsbury Academic, 2016.

    CALVINO, Italo. As cidades invisíveis. São Paulo: Cia das Letras, 2010.

    CORRÊA, Roberto Lobato; ROSENDAHL, Zeny. Cinema, Música e Espaço. Rio de Janeiro: Ed. UERJ, 2009.

    CRIPS, Thomas. Black Film as Genre. In: MARTIN, Michael T. (org). Cinemas of theBlack Diaspora: Diversity, Dependence, and Oppositionality. Detroit: Wayne State University Press, 1996.

    DUNEIER, Mitchell. Ghetto: The Invention of a Place, the History of an Idea. New York: Farrar, Straus and Giroux, 2016.

    GILROY, Paul. O Atlântico negro: modernidade e dupla consciência. São Paulo, SP: Editora 34, 2012.

    GUERRERO, Ed. Framing Blackness: The African American Image Film. Philadelphia: Temple University Press, 1993.

O livro “XXII SOCINE: 50 anos do maio de 68”, organizado por Lisandro Nogueira e Cleomar Rocha já está disponível para download em nosso site. A obra é composta de 11 artigos que lidam com a temática do maio de 68 pela perspectiva do cinema, que foi o tema do XXII Encontro SOCINE realizado em Goiânia, em 2018. De acordo com os organizadores, “Não há dúvidas de que o tema foi, é, e será sempre instigante, ainda mais aos olhos de muitos que (sobre)viveram (a)os tempos de 68, especialmente no Brasil, e que durante o evento debateram e refletiram sobre o legado de tão importante período da história mundial para a contemporaneidade. Na presente coletânea de textos procuramos demonstrar um pouquinho do que foi a XXII SOCINE, bastante eclética, mas que correspondeu muito bem à chamada para trazer a reflexão dos acontecimentos políticos, sociais, culturais e artísticos do ano de 1968”. O livro leva o selo editorial da SOCINE e ficará disponível em nosso site para download na seção Livros.

XXII Socine 50 anos de maio de 68
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Tema do XXII encontro da Sociedade Brasileira de Estudos de Cinema e Audiovisual (SOCINE): “herança do maio de 1968 do ponto de vista do cinema, das novas redes de comunicação digital e da televisão”.

A Sociedade Brasileira de Estudos de Cinema e Audiovisual (SOCINE) repudia veementemente as manifestações recentes do governo federal contrárias a disciplinas das Humanidades como Filosofia ou Sociologia. Tais manifestações se constituem como ameaças inaceitáveis a áreas de conhecimento fundamentais que já convivem há anos com espaço reduzido nas políticas de financiamento de ensino e pesquisa no país.

A SOCINE considera que tais manifestações, além de desconhecerem a centralidade das Humanidades na construção da cidadania e no desenvolvimento do país, demonstram uma completa ausência de um projeto sério de educação e ciência.

Por isso, a SOCINE também assina a nota de repudio redigida pela ANPOF, disponível em:
http://www.anpof.org/portal/index.php/pt-BR/artigos-em-destaque/2075-nota-de-repudio-a-declaracoes-do-ministro-da-educacao-e-do-presidente-da-republica-sobre-as-faculdades-de-humanidades-nomeadamente-filosofia-e-sociologia

Diretoria SOCINE

Encerrou-se na última sexta, 19/04, o pagamento da anuidade e a submissão de trabalhos para o XXIII Encontro SOCINE que acontecerá de 08 a 11 de outubro na Unisinos, em Porto Alegre, RS. As propostas entram agora em período de avaliação e a divulgação dos trabalhos selecionados está prevista para o dia 10/06/2019.

Num momento em que a pesquisa brasileira sofre cortes, a SOCINE tem buscado reagir às dificuldades postas a toda área, implementando descontos a profissionais sem vínculo, criando novas formas de desligamento que possibilitam uma economia aos sócios e diminuindo a quantidade de anuidades atrasadas a serem pagas. Além disso, a escolha do tema deste ano levou em consideração a necessidade de refletirmos sobre preservação e memória audiovisual num período como este que vivemos. Por tudo isto, nos anima o fato do Encontro deste ano ter registrado o maior número de trabalhos submetidos nos últimos dez anos, totalizando 595 propostas enviadas. Em momentos de dificuldades como estes que o fortalecimento de nossa Sociedade e Encontro se faz cada vez mais importante e por isso, agradecemos a todas e todos que inscreveram seus trabalhos. Faremos mais um instigante e afetuoso Encontro, dessa vez em Porto Alegre.

Para finalizar, gostaríamos de informar aos sócios que não pagaram a anuidade, que é possível realizar o pagamento normalmente pelo sistema durante todo o ano. Para aqueles que buscam economizar, pode-se optar pelo Desligamento Parcial, que gera um desconto de 50% no valor da anuidade.

Para pagar e submeter os trabalhos é necessário que o sócio já cadastrado na Sociedade acesse nosso site socine.org.br e coloque seu CPF e sua senha no PAINEL DO ASSOCIADO.

Estando logado em nosso sistema, o sócio deverá clicar em MINHA CONTA e em seguida DADOS DE PAGAMENTO. Vai aparecer uma tela com o Histórico de pagamentos e ao lado Instruções de pagamento, onde é feito o processo via Paypal. Assim que o pagamento é realizado, aparece escrito PAGO no Histórico na coluna Anuidade 2019. Com isso é possível submeter o trabalho em seguida.

Para submeter a proposta de comunicação, você deve clicar em ENCONTROe em seguida INSCRIÇÃO. Abrirá uma tela com a explicação sobre cada uma das 4 modalidades e ao lado em Minha proposta você encontra os botões com as modalidades para se inscrever nelas. Você irá clicar naquela que você gostaria de enviar seu trabalho e preencher os campos. Depois de enviar a proposta você ainda pode edita-la até o encerramento do prazo. Após isso, a proposta entra em avaliação e não pode ser mais modificada.

Qualquer dúvida sobre o processo, entre em contato com a Secretaria pelo e-mail socine@socine.org.br