O XXIII Encontro SOCINE acontecerá na Unisinos, em Porto Alegre, de 08 a 11 de outubro de 2019.

A lista dos trabalhos aprovados pode ser acessada aqui. Os associados também podem checar a avaliação final de seus trabalhos pela sua área de associado.

Todos os aprovados precisam realizar o pagamento dentro do prazo para que sua participação seja confirmada. Os valores, após o primeiro prazo, terão acréscimos. O pagamento deverá ser feito pela área do associado, via Paypal.

Primeiro prazo: 10 de junho a 12 de julho – R$190,00 (profissionais) / R$95,00 (estudantes/profissionais sem vínculo)
Segundo prazo: 15 de julho a 26 de julho – R$220,00 (profissionais) / R$110,00 (estudantes/profissionais sem vínculo)
Prazo final: 29 de julho a 02 de agosto – R$260,00 (profissionais) / R$130,00 (estudantes/profissionais sem vínculo)

Tendo qualquer dúvida ou dificuldade, favor contatar a secretaria no e-mail socine@socine.org.br.

Ficha do Proponente

Proponente

    Bruno F. Duarte (UFRJ)

Minicurrículo

    Bruno F. Duarte é mestrando do Programa de Pós-graduação em Comunicação e Cultura da ECO-UFRJ. Formou-se em comunicação social, com habilitação em cinema, pela PUC-Rio, em 2011. Pesquisa gênero, sexualidade e questões raciais no cinema a partir da obra do diretor Marlon Riggs (1957-1994). Colaborou com experiências de comunicação e mobilização como KBELA (Yasmin Thayná, 2015), AFROFLIX, Cia. Emú de Teatro Negro, Centro Afrocarioca de Cinema Zózimo Bulbul, Flup e Anistia Internacional Brasil.

Ficha do Trabalho

Título

    30 anos de Línguas Desatadas: autobiografias de bixas pretas no cinema

Seminário

    Cinema Negro africano e diaspórico – Narrativas e representações

Resumo

    A partir da análise do documentário autobiográfico Línguas Desatadas (Marlon Riggs, 1989) este ensaio procura refletir sobre o impacto da autoexpressão de corpos e subjetividades de bixas pretas na construção de imagens nos últimos 30 anos, traçando um paralelo em primeiro plano com o longa Moonlight (Barry Jenkins, 2016) e outras obras dos EUA e do Brasil.

Resumo expandido

    Em 2019, completam-se trinta anos da estreia do filme Línguas Desatadas (1989), o trabalho de maior repercussão de diretor negro norte-americano Marlon Riggs (1957-1994), negro, gay e soropositivo. A obra tensiona a estética do documentário através da justaposição de poesia, música, performance, imagens de arquivo e relatos autobiográficos para construção de um ensaio sobre a subjetividade de bixas pretas nos Estados Unidos dos anos 1980 e foi premiada em 1990 com o Prêmio Teddy no Festival de Berlim como melhor documentário sobre questões da população LGBTIQ+ (lésbicas, gays, bissexuais, travestis, transgêneros, intersexuais e queer). Três décadas depois, o filme ainda pode ser analisado por sua potência de auto-expressão e libertação, em paralelo com o desenvolvimento da linguagem documental no cinema. Também podemos investigar uma brecha aberta para um devir bixa preta no audiovisual que, nos EUA, possibilita a premiação de Moonlight, de Barry Jenkins, como o primeiro longa-metragem LGBTIQ+ e também o primeiro filme com elenco composto exclusivamente por pessoas negras a receber o Oscar de melhor filme em uma nítida tensão entre filmes independentes e a indústria cinematográfica norte-americana.
    Pouco difundida no Brasil, a obra de Riggs discute de forma interseccional e afirmativa opressões e discriminações que a população negra e a comunidade LGBTIQ+ vivem, convidando o espectador a transformar silêncio em linguagem e ação, além de suscitar uma série de questões do contexto brasileiro atual. Retomar indagações do fim dos anos 1980 e início dos anos 1990 pode ser um importante ponto de partida para contribuir com as discussões em torno do ensaio fílmico e da própria estética do documentário sob a perspectiva do cinema negro.
    A obra de Riggs está inserida no campo de produção de um conjunto de filmes que responderam ao contexto de invisibilização das questões LGBTIQ+ nos EUA, em sintonia com a construção de iniciativas coletivas de enfrentamento como Act Up e Queer Nation, ações que convergem arte, política, protestos performativos, e o desenvolvimento dos estudos queer na academia. Ainda assim, a produção de Riggs fica à margem do que acessamos do New Queer Cinema hoje, se comparado à dimensão da difusão de Paris is burning (1990), de Jennie Livingston, por exemplo. Em 1992, no artigo ‘Is Paris burning? (1992), bell hooks traça um paralelo entre os pontos de vista construídos nos dois filmes.
    Duas décadas antes, a cineasta branca Shirley Clarke já havia lançado seu olhar sobre um homem negro gay no documentário experimental O Retrato de Jason (1966). O dispositivo do filme é uma entrevista de doze horas em um quarto de hotel com Jason Holliday, ator, performer e garoto de programa que se permite entrar no jogo de encenar e ser visto pelas lentes de Clarke.
    Com sua obra, Riggs buscou explorar modos de vida de homens negros gays e seus processos de subjetivação através da experimentação na linguagem documental. Podemos investigar, a partir do caminho aberto por Línguas Desatadas, um devir bixa preta que se expressa nos últimos 30 anos em ou desde narrativas autobiográficas mais próximas do campo documental ou até mesmo da ficção, como o aclamado Moonlight (Barry Jenkins, 2016), que tem roteiro adaptado de uma peça autobiográfica nunca encenada escrita pelo dramaturgo negro e gay Tarell Alvin McCraney. Gestos de produções cinematográficas a partir de autobiografias de LGBTIQ+ negros também são encontradas no Brasil, produzidas por realizadores negros ou não como nos longas Madame Satã (Karim Aïnouz, 2002) e Esse amor que nos consome (Allan Ribeiro, 2012) e nos curtas Pele suja minha carne (2016) e BR3 (2018), ambos do jovem cineasta negro Bruno Ribeiro. Além de se debruçar sobre um modo de vida, Riggs filma enquanto um sujeito que é atravessado por essas marcas e abre caminhos estéticos para um modo de fazer filmes que dê conta dessa experiência. É o que nos interessa aqui.

Bibliografia

    COMBS, Rhea L. Exceeding the Frame: Documentary Filmmaker Marlon T. Riggs as Cultural Agitator. Atlanta: Emory University, 2009.
    HOOKS, bell. Is Paris burning? In Black Looks, race and representation. South End Press: Boston, 1992.
    SHOHAT, Ella e STAM, Robert. Crítica da imagem eurocêntrica. São Paulo: Cosac Naify, 2006.
    RICH, B. Ruby. New Queer Cinema: the director’s cut. Durham and London: Duke University Press, 2013.
    FOUCAULT, Michel. Ditos e Escritos V – Ética, Sexualidade, Política. Rio de Janeiro: Forense Universitária, 2006.
    GUEDES, Cintia. Entre o corpo-espetáculo e o corpo-memória: questões sobre raça e sexualidade nos filme Paris is Burning e Línguas Desatadas. In Catálogo Mostra Corpo e Cinema. Rio de Janeiro, 2016.
    GUSTAFSON, Irene. Putting things to the test: Reconsidering Portrait of Jason. In Camera Obscura, 77, vol. 26, nº 2. Duke University Press: Duhram – NC, 2011.

O livro “XXII SOCINE: 50 anos do maio de 68”, organizado por Lisandro Nogueira e Cleomar Rocha já está disponível para download em nosso site. A obra é composta de 11 artigos que lidam com a temática do maio de 68 pela perspectiva do cinema, que foi o tema do XXII Encontro SOCINE realizado em Goiânia, em 2018. De acordo com os organizadores, “Não há dúvidas de que o tema foi, é, e será sempre instigante, ainda mais aos olhos de muitos que (sobre)viveram (a)os tempos de 68, especialmente no Brasil, e que durante o evento debateram e refletiram sobre o legado de tão importante período da história mundial para a contemporaneidade. Na presente coletânea de textos procuramos demonstrar um pouquinho do que foi a XXII SOCINE, bastante eclética, mas que correspondeu muito bem à chamada para trazer a reflexão dos acontecimentos políticos, sociais, culturais e artísticos do ano de 1968”. O livro leva o selo editorial da SOCINE e ficará disponível em nosso site para download na seção Livros.

XXII Socine 50 anos de maio de 68
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Tema do XXII encontro da Sociedade Brasileira de Estudos de Cinema e Audiovisual (SOCINE): “herança do maio de 1968 do ponto de vista do cinema, das novas redes de comunicação digital e da televisão”.

A Sociedade Brasileira de Estudos de Cinema e Audiovisual (SOCINE) repudia veementemente as manifestações recentes do governo federal contrárias a disciplinas das Humanidades como Filosofia ou Sociologia. Tais manifestações se constituem como ameaças inaceitáveis a áreas de conhecimento fundamentais que já convivem há anos com espaço reduzido nas políticas de financiamento de ensino e pesquisa no país.

A SOCINE considera que tais manifestações, além de desconhecerem a centralidade das Humanidades na construção da cidadania e no desenvolvimento do país, demonstram uma completa ausência de um projeto sério de educação e ciência.

Por isso, a SOCINE também assina a nota de repudio redigida pela ANPOF, disponível em:
http://www.anpof.org/portal/index.php/pt-BR/artigos-em-destaque/2075-nota-de-repudio-a-declaracoes-do-ministro-da-educacao-e-do-presidente-da-republica-sobre-as-faculdades-de-humanidades-nomeadamente-filosofia-e-sociologia

Diretoria SOCINE

Encerrou-se na última sexta, 19/04, o pagamento da anuidade e a submissão de trabalhos para o XXIII Encontro SOCINE que acontecerá de 08 a 11 de outubro na Unisinos, em Porto Alegre, RS. As propostas entram agora em período de avaliação e a divulgação dos trabalhos selecionados está prevista para o dia 10/06/2019.

Num momento em que a pesquisa brasileira sofre cortes, a SOCINE tem buscado reagir às dificuldades postas a toda área, implementando descontos a profissionais sem vínculo, criando novas formas de desligamento que possibilitam uma economia aos sócios e diminuindo a quantidade de anuidades atrasadas a serem pagas. Além disso, a escolha do tema deste ano levou em consideração a necessidade de refletirmos sobre preservação e memória audiovisual num período como este que vivemos. Por tudo isto, nos anima o fato do Encontro deste ano ter registrado o maior número de trabalhos submetidos nos últimos dez anos, totalizando 595 propostas enviadas. Em momentos de dificuldades como estes que o fortalecimento de nossa Sociedade e Encontro se faz cada vez mais importante e por isso, agradecemos a todas e todos que inscreveram seus trabalhos. Faremos mais um instigante e afetuoso Encontro, dessa vez em Porto Alegre.

Para finalizar, gostaríamos de informar aos sócios que não pagaram a anuidade, que é possível realizar o pagamento normalmente pelo sistema durante todo o ano. Para aqueles que buscam economizar, pode-se optar pelo Desligamento Parcial, que gera um desconto de 50% no valor da anuidade.

Para pagar e submeter os trabalhos é necessário que o sócio já cadastrado na Sociedade acesse nosso site socine.org.br e coloque seu CPF e sua senha no PAINEL DO ASSOCIADO.

Estando logado em nosso sistema, o sócio deverá clicar em MINHA CONTA e em seguida DADOS DE PAGAMENTO. Vai aparecer uma tela com o Histórico de pagamentos e ao lado Instruções de pagamento, onde é feito o processo via Paypal. Assim que o pagamento é realizado, aparece escrito PAGO no Histórico na coluna Anuidade 2019. Com isso é possível submeter o trabalho em seguida.

Para submeter a proposta de comunicação, você deve clicar em ENCONTROe em seguida INSCRIÇÃO. Abrirá uma tela com a explicação sobre cada uma das 4 modalidades e ao lado em Minha proposta você encontra os botões com as modalidades para se inscrever nelas. Você irá clicar naquela que você gostaria de enviar seu trabalho e preencher os campos. Depois de enviar a proposta você ainda pode edita-la até o encerramento do prazo. Após isso, a proposta entra em avaliação e não pode ser mais modificada.

Qualquer dúvida sobre o processo, entre em contato com a Secretaria pelo e-mail socine@socine.org.br