O XXIII Encontro SOCINE acontecerá na Unisinos, em Porto Alegre, de 08 a 11 de outubro de 2019.

A lista dos trabalhos aprovados pode ser acessada aqui. Os associados também podem checar a avaliação final de seus trabalhos pela sua área de associado.

Todos os aprovados precisam realizar o pagamento dentro do prazo para que sua participação seja confirmada. Os valores, após o primeiro prazo, terão acréscimos. O pagamento deverá ser feito pela área do associado, via Paypal.

Primeiro prazo: 10 de junho a 12 de julho – R$190,00 (profissionais) / R$95,00 (estudantes/profissionais sem vínculo)
Segundo prazo: 15 de julho a 26 de julho – R$220,00 (profissionais) / R$110,00 (estudantes/profissionais sem vínculo)
Prazo final: 29 de julho a 02 de agosto – R$260,00 (profissionais) / R$130,00 (estudantes/profissionais sem vínculo)

Tendo qualquer dúvida ou dificuldade, favor contatar a secretaria no e-mail socine@socine.org.br.

Ficha do Proponente

Proponente

    Alan Gomes Freitas (UFF)

Minicurrículo

    Mestrando do PPGCINE – Programa de Pós-graduação em Cinema e Audiovisual da Universidade Federal Fluminense (UFF). Bacharel em Comunicação Social, habilitação em Jornalismo, pela UFAM. Tem experiência na área de Comunicação, com ênfase em Jornalismo Digital e Assessoria de Comunicação, atua também no campo do audiovisual onde realiza obras em diversos formatos e linguagens e ministra cursos livres. Atualmente dirige o Centro Popular do Audiovisual na cidade de Manaus.

Ficha do Trabalho

Título

    Fome, peste, guerra e morte: o cinema em Manaus durante a I Guerra

Resumo

    A cidade de Manaus, no início do século XX, vivia o fim da opulência proporcionada pelo ciclo econômico da borracha. Em um período de cerca de 40 anos, passou da aceleração propiciada por símbolos da modernidade europeia – indústria automobilística, abertura dos portos ao comércio estrangeiro, intensa urbanização – para uma grave estagnação econômica. O cinema se estabelece como principal entretenimento da metrópole e a eclosão da Primeira Guerra Mundial reflete-se no consumo de cinema da cidade

Resumo expandido

    Manaus inicia o século XX com luz elétrica instalada, intensa circulação de barcos a vapor e uma mudança radical em sua visualidade com melhoramentos urbanos e características cosmopolitas, tendo sua população ampliada e a introdução de elementos e costumes de origens diversificadas. Em pouco mais de dez anos, essa pujança econômica dá lugar ao terror de uma crise com ares apocalípticos. Milhares de trabalhadores abandonam seus postos de trabalho nos rincões do estado, e avançam para a capital, com suas fomes, suas doenças e caindo mortos sucumbindo ao cenário de misério.

    É essa capital, que recém vivenciou um mergulho na modernidade europeia, passando da condição de simples vila para uma efervescente metrópole, “modernidade” aqui referida não como um período histórico demarcado, mas como mudança nas experiências subjetivas das pessoas, uma “aceleração” das sensações (CHARNEY & SCHWARTZ, 2006). Há nesse indicações de um esforço da elite local em se definir através do seu consumo, tanto na aquisição de bens supérfluos, quando na frequência de espaços de lazer, como nas salas cinema, que se consolidam no fim da primeira década do século XX. Se em um primeiro momento o cinema – ainda ocupando espaços de exibição junto de outras atrações – foi recebido de maneira fria, quase indiferente, talvez pela grande variedade de opções de entretenimento no período, é com a decadência de ofertas – no início dos anos de 1910, que o cinema vai ser reivindicado como espaço de sofisticação na capital (COSTA, 1996).
    A intensidade da trajetória dessa cidade no período compreendido como belle époque (MESQUITA, 2016) – a população de cerca de 29.000 habitantes em 1872 passou para 61.000 em 1900 -, desperta curiosidade e é objeto de estudos que privilegiam a dimensão econômica, mas é carente de registros na historiografia clássica dos aspectos culturais referentes à essa dinâmica social. Chama atenção no período da I Guerra Mundial (de 1914 a 1918), determinadas mobilizações na imprensa local. Em 1916, o Cinema Polytheama, ao exibir o drama de guerra O patriota francês ou O sacrifício pela pátria, advertia seus frequentadores:

    “Este filme tem cenas horrorosas de crueldade do inimigo invasor, cenas irritantes e espantosas. Assim sendo, não desejando agitações em seus salões, a empresa pede encarecidamente que os partidários das diversas nações em guerra não compareçam ao espetáculo, desde que não tenham a calma precisa para assistir ao desenrolar deste lindo trabalho”
    Jornal O tempo, 10.02.1916, p.2

    O alerta é curioso por buscar algum tipo de disciplinação do comportamento de frequentadores de cinema, mas não é completamente destoante com outros tipos de alertas ou julgamentos proferidos nas páginas dos periódicos da capital amazonense, que comentavam vestimentas, hábitos, e até a classe de frequentadores de salas.

    Charney & Schwartz (2006) apontam como o exercício do consumismo foi um dos motores da modernidade, propiciado por um ambiente urbano em que corpos e mercadorias circulam cada vez mais e de forma mais intensa. No entanto, essa mesma modernidade parece carecer de signos e significados, visto que reconfigura a arena de desejos. É então que o consumo assume dimensões outras que não a da fruição privada. É nessa arena que se insere o impulso expresso nestas páginas de buscar diferenciação e demarcações sociais no hábito de frequentar o cinema.

Bibliografia

    CHARNEY, Leo & SCHWARTZ, Vanessa. O cinema e a invenção da vida moderna. São Paulo: Cosac Naify, 2a edição, p. 33-65, 2010.
    DIAS, Edinea Mascarenhas. A ilusão do fausto: Manaus, 1890-1920. Manaus: Editora Valer, 1999.
    DOUGLAS, Mary & ISHERWOOD, Baron. O mundo dos bens: para uma antropologia do consumo. Rio de Janeiro: Ed. UFRJ, 2004.

    LAPERA, Pedro Vinicius Asterito. A encenação da discórdia. Tempo, [s.l.], v. 24, n. 1, p.21-40, jan. 2018. FapUNIFESP (SciELO). http://dx.doi.org/10.1590/tem-1980-542x2018v240102.
    SANTOS JUNIOR, Paulo Marreiro dos. Manaus da Bélle Époque: tensões entre culturas, ideais e espaços sociais. SIMPÓSIO NACIONAL DE HISTÓRIA, 27., 2013, Natal.

    SOUZA, Márcio. Amazônia e modernidade. Estud. av.,  São Paulo , v. 16, n. 45, p. 31-36,  Aug. 2002 .
    SOUZA, José Inácio de Melo. O cinema na cidade: algumas reflexões sobre a história da exibição cinematográfica no Brasil. Mnemocine, 2013.

O livro “XXII SOCINE: 50 anos do maio de 68”, organizado por Lisandro Nogueira e Cleomar Rocha já está disponível para download em nosso site. A obra é composta de 11 artigos que lidam com a temática do maio de 68 pela perspectiva do cinema, que foi o tema do XXII Encontro SOCINE realizado em Goiânia, em 2018. De acordo com os organizadores, “Não há dúvidas de que o tema foi, é, e será sempre instigante, ainda mais aos olhos de muitos que (sobre)viveram (a)os tempos de 68, especialmente no Brasil, e que durante o evento debateram e refletiram sobre o legado de tão importante período da história mundial para a contemporaneidade. Na presente coletânea de textos procuramos demonstrar um pouquinho do que foi a XXII SOCINE, bastante eclética, mas que correspondeu muito bem à chamada para trazer a reflexão dos acontecimentos políticos, sociais, culturais e artísticos do ano de 1968”. O livro leva o selo editorial da SOCINE e ficará disponível em nosso site para download na seção Livros.

XXII Socine 50 anos de maio de 68
1650 Downloads

Tema do XXII encontro da Sociedade Brasileira de Estudos de Cinema e Audiovisual (SOCINE): “herança do maio de 1968 do ponto de vista do cinema, das novas redes de comunicação digital e da televisão”.

A Sociedade Brasileira de Estudos de Cinema e Audiovisual (SOCINE) repudia veementemente as manifestações recentes do governo federal contrárias a disciplinas das Humanidades como Filosofia ou Sociologia. Tais manifestações se constituem como ameaças inaceitáveis a áreas de conhecimento fundamentais que já convivem há anos com espaço reduzido nas políticas de financiamento de ensino e pesquisa no país.

A SOCINE considera que tais manifestações, além de desconhecerem a centralidade das Humanidades na construção da cidadania e no desenvolvimento do país, demonstram uma completa ausência de um projeto sério de educação e ciência.

Por isso, a SOCINE também assina a nota de repudio redigida pela ANPOF, disponível em:
http://www.anpof.org/portal/index.php/pt-BR/artigos-em-destaque/2075-nota-de-repudio-a-declaracoes-do-ministro-da-educacao-e-do-presidente-da-republica-sobre-as-faculdades-de-humanidades-nomeadamente-filosofia-e-sociologia

Diretoria SOCINE

Encerrou-se na última sexta, 19/04, o pagamento da anuidade e a submissão de trabalhos para o XXIII Encontro SOCINE que acontecerá de 08 a 11 de outubro na Unisinos, em Porto Alegre, RS. As propostas entram agora em período de avaliação e a divulgação dos trabalhos selecionados está prevista para o dia 10/06/2019.

Num momento em que a pesquisa brasileira sofre cortes, a SOCINE tem buscado reagir às dificuldades postas a toda área, implementando descontos a profissionais sem vínculo, criando novas formas de desligamento que possibilitam uma economia aos sócios e diminuindo a quantidade de anuidades atrasadas a serem pagas. Além disso, a escolha do tema deste ano levou em consideração a necessidade de refletirmos sobre preservação e memória audiovisual num período como este que vivemos. Por tudo isto, nos anima o fato do Encontro deste ano ter registrado o maior número de trabalhos submetidos nos últimos dez anos, totalizando 595 propostas enviadas. Em momentos de dificuldades como estes que o fortalecimento de nossa Sociedade e Encontro se faz cada vez mais importante e por isso, agradecemos a todas e todos que inscreveram seus trabalhos. Faremos mais um instigante e afetuoso Encontro, dessa vez em Porto Alegre.

Para finalizar, gostaríamos de informar aos sócios que não pagaram a anuidade, que é possível realizar o pagamento normalmente pelo sistema durante todo o ano. Para aqueles que buscam economizar, pode-se optar pelo Desligamento Parcial, que gera um desconto de 50% no valor da anuidade.

Para pagar e submeter os trabalhos é necessário que o sócio já cadastrado na Sociedade acesse nosso site socine.org.br e coloque seu CPF e sua senha no PAINEL DO ASSOCIADO.

Estando logado em nosso sistema, o sócio deverá clicar em MINHA CONTA e em seguida DADOS DE PAGAMENTO. Vai aparecer uma tela com o Histórico de pagamentos e ao lado Instruções de pagamento, onde é feito o processo via Paypal. Assim que o pagamento é realizado, aparece escrito PAGO no Histórico na coluna Anuidade 2019. Com isso é possível submeter o trabalho em seguida.

Para submeter a proposta de comunicação, você deve clicar em ENCONTROe em seguida INSCRIÇÃO. Abrirá uma tela com a explicação sobre cada uma das 4 modalidades e ao lado em Minha proposta você encontra os botões com as modalidades para se inscrever nelas. Você irá clicar naquela que você gostaria de enviar seu trabalho e preencher os campos. Depois de enviar a proposta você ainda pode edita-la até o encerramento do prazo. Após isso, a proposta entra em avaliação e não pode ser mais modificada.

Qualquer dúvida sobre o processo, entre em contato com a Secretaria pelo e-mail socine@socine.org.br