O XXIII Encontro SOCINE acontecerá na Unisinos, em Porto Alegre, de 08 a 11 de outubro de 2019.

A lista dos trabalhos aprovados pode ser acessada aqui. Os associados também podem checar a avaliação final de seus trabalhos pela sua área de associado.

Todos os aprovados precisam realizar o pagamento dentro do prazo para que sua participação seja confirmada. Os valores, após o primeiro prazo, terão acréscimos. O pagamento deverá ser feito pela área do associado, via Paypal.

Primeiro prazo: 10 de junho a 12 de julho – R$190,00 (profissionais) / R$95,00 (estudantes/profissionais sem vínculo)
Segundo prazo: 15 de julho a 26 de julho – R$220,00 (profissionais) / R$110,00 (estudantes/profissionais sem vínculo)
Prazo final: 29 de julho a 02 de agosto – R$260,00 (profissionais) / R$130,00 (estudantes/profissionais sem vínculo)

Tendo qualquer dúvida ou dificuldade, favor contatar a secretaria no e-mail socine@socine.org.br.

Ficha do Proponente

Proponente

    Cyntia Araújo Nogueira (UFRB)

Minicurrículo

    Professora do curso de Cinema e Audiovisual da Universidade Federal do Recôncavo da Bahia, é doutora em Artes pela Universidade do Estado do Rio de Janeiro, mestre em Comunicação pela Universidade Federal Fluminense e graduada em Comunicação pela Universidade Federal da Bahia. Tem experiência em comunicação, cinema, cultura e artes, atuando com o temas história do cinema no Brasil e na Bahia, história da cultura, crítica cinematográfica, cinema e outras artes, cinema negro, performance negra.

Ficha do Trabalho

Título

    A capoeira-dança nos desenhos de Carybé e no filme Vadiação

Seminário

    Cinema comparado

Resumo

    Análise das relações entre cinema, artes e cultura na série Jogo da Capoeira (1951), de Carybé, e no filme Vadiação (1954), de Alexandre Robatto, baseado em storyboard do artista plástico argentino. Dos desenhos ao filme, das imagens pictóricas ao registro dos corpos-capoeira em movimento, o filme constrói-se a partir de um roteiro de atitudes, posturas e gestos da capoeira, atualizados pela câmera, a serviço dos corpos de sujeitos históricos afrodescendentes em jogo, luta, dança.

Resumo expandido

    A obra do artista plástico Carybé envolveu desenhos, pinturas, ilustrações e esculturas, privilegiando, de modo geral, o “modelo seguido pelos principais artistas modernos da Bahia, ou seja, a representação figurativa/narrativa de elementos culturais regionais” (MACIEL, 2016), ancorado nos discursos da baianidade, da metiçagem e da democracia racial. Muitas de suas obras sobre o candomblé e a capoeira, entretanto, vêm sendo analisadas sob uma perspectiva etnográfica. Para Castro Júnior (2012), seus desenhos da capoeira captam “a gestualidade do corpo, bem como a metamorfose que o mesmo sofre na ação contínua do jogo/dança/luta”, ou ainda, “as memórias gestuais do corpo-capoeira que revelam um saber corporal ‘arquivado no corpo’”. Com efeito, se ausência de referência espacial nos desenhos de Carybé muitas vezes reduz suas figuras a estereótipos, no que se refere à capoeira, o espaço abstrato acentua o sentido do movimento e da transformação dos corpos. A partir de Nelson Brissac Peixoto, que define as passagens como formas de introduzir espaços e tempos diferentes, o autor vê seus desenhos como “paisagens–passagem”, que intensificam, no presente, traços do passado. Considerando que esses “corpos-capoeiras” compartilham com o cinema e a dança o sentido da cinestesia, a pergunta que guia a análise é: quais ficções perceptivas (SUQUET, 2011) são construídas a partir do diálogo entre a série Jogo da Capoeira (1951), base do storyboard do filme, e o documentário Vadiação (1954), de Alexandre Robatto, cuja câmera segue os movimentos e gestos de grandes mestres de capoeira que frequentaram o Barracão de Mestre Waldemar da Liberdade, como Bugalho, Curió Velho, Caiçara, Traíra e Nagé, além do próprio Waldemar da Paixão. Com trilha sonora gravada previamente com Mestre Bimba e seus tocadores, como Crispim e Rosendo, que também participam do filme, Robatto realiza um documentário musical que se nutre da imagem pictórica e constrói-se a partir de um roteiro de atitudes e gestos atualizados pela câmera, a serviço de corpos e sujeitos históricos afrodescendentes em jogo, luta, dança. Ao focar os trânsitos entre o universo as artes visuais, da dança, do cinema e da capoeira a partir do sentido da cinestesia, ou seja, do sentido do movimento, que associa o táctil à visão, buscamos apontar não apenas a natureza complexa das interações e relações, frequentemente desiguais, entre a agência afrodescendente e a apropriação modernista da cultura negra, mas também as possibilidades apontadas pelo filme na direção de um cinema experimental, concebido, conforme Deleuze (2011), como um cinema dos corpos, a partir do qual, aponta, é possível chegar à vida. Incluído no catálogo 10 anos de Filme de Arte, editado pela Filmoteca do MAM-SP durante a Bienal de 1955, Vadiação parte da imagem pictórica para explorar a performatividade dos corpos. Introduz, com isso, uma diferença, um intervalo, capaz de produzir uma interface com o mundo dos trabalhadores do cais do porto, carregadores e armazenadores, profissões de capoeiristas como Nagé, principal jogador do filme, assassinado quatro anos após a sua realização. Assim, se a encenação da capoeira em um teatro, como arte e espetáculo, pode ser interpretada como uma forma de “dignificá-la” socialmente, afastando sua carga de ameaça e periculosidade ligada à cultura das ruas, sua força política parece persistir pelos efeitos de transversalidade entre sua prática social e cultural, seu caráter de luta e dança; a memória inscrita e atualizada nos corpos dos capoeiristas e a dimensão ritualística do jogo. O filme parece resistir, ainda, à sua apropriação pelo discurso da baianidade e da mestiçagem, uma marca da geração a qual pertenceu Robatto, amigo pessoal de Mário Cravo e Jorge Amado, e do próprio Carybé, possivelmente o responsável pela perspectiva subjetivada da câmera, a partir de sua experiência com a capoeira e com o cinema.

Bibliografia

    ABREU, Frederico José. Nagé: O homem que Lutou Capoeira até morrer. Salvador: Barabô, 2017.
    CASTRO JÚNIOR, Luís Vitor. A arte-capoeira: nas imagens do “Capeta Carybé”. Artigo. Projeto história, São Paulo, n.44, pp. 115-140, jun. 2012.
    COLEÇÃO RECÔNCAVO, Desenhos de Carybé. n.1-10.Salvador: Distribuidora Livraria Turista. 1951.
    DELEUZE, Gilles. A imagem-tempo. São Paulo: Brasiliense, 2007.
    MACIEL, Neila Dourado Gonçalves. A presença das culturas negras na arte moderna em Salvador e o discurso de baianidade. Artigo, revista Mosaico, v.9, n.2, p. 209-227, jul./dez. 2016.
    SETARO, André; DIAS, José Umberto. Alexandre Robatto, Filho. Pioneiro do Cinema Baiano. Salvador: FUNCEB / Diretoria de Imagem e Som, 1992.
    SUQUET, Annie. “O corpo dançante: um laboratório da percepção”. In: CORBIN, Alain; COURTINE, Jean-Jacques; VIGARELLO, Georges. História do corpo: As mutações do olhar: O século XX. Petrópolis, RJ: Vozes, 2011.

O livro “XXII SOCINE: 50 anos do maio de 68”, organizado por Lisandro Nogueira e Cleomar Rocha já está disponível para download em nosso site. A obra é composta de 11 artigos que lidam com a temática do maio de 68 pela perspectiva do cinema, que foi o tema do XXII Encontro SOCINE realizado em Goiânia, em 2018. De acordo com os organizadores, “Não há dúvidas de que o tema foi, é, e será sempre instigante, ainda mais aos olhos de muitos que (sobre)viveram (a)os tempos de 68, especialmente no Brasil, e que durante o evento debateram e refletiram sobre o legado de tão importante período da história mundial para a contemporaneidade. Na presente coletânea de textos procuramos demonstrar um pouquinho do que foi a XXII SOCINE, bastante eclética, mas que correspondeu muito bem à chamada para trazer a reflexão dos acontecimentos políticos, sociais, culturais e artísticos do ano de 1968”. O livro leva o selo editorial da SOCINE e ficará disponível em nosso site para download na seção Livros.

XXII Socine 50 anos de maio de 68
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Tema do XXII encontro da Sociedade Brasileira de Estudos de Cinema e Audiovisual (SOCINE): “herança do maio de 1968 do ponto de vista do cinema, das novas redes de comunicação digital e da televisão”.

A Sociedade Brasileira de Estudos de Cinema e Audiovisual (SOCINE) repudia veementemente as manifestações recentes do governo federal contrárias a disciplinas das Humanidades como Filosofia ou Sociologia. Tais manifestações se constituem como ameaças inaceitáveis a áreas de conhecimento fundamentais que já convivem há anos com espaço reduzido nas políticas de financiamento de ensino e pesquisa no país.

A SOCINE considera que tais manifestações, além de desconhecerem a centralidade das Humanidades na construção da cidadania e no desenvolvimento do país, demonstram uma completa ausência de um projeto sério de educação e ciência.

Por isso, a SOCINE também assina a nota de repudio redigida pela ANPOF, disponível em:
http://www.anpof.org/portal/index.php/pt-BR/artigos-em-destaque/2075-nota-de-repudio-a-declaracoes-do-ministro-da-educacao-e-do-presidente-da-republica-sobre-as-faculdades-de-humanidades-nomeadamente-filosofia-e-sociologia

Diretoria SOCINE

Encerrou-se na última sexta, 19/04, o pagamento da anuidade e a submissão de trabalhos para o XXIII Encontro SOCINE que acontecerá de 08 a 11 de outubro na Unisinos, em Porto Alegre, RS. As propostas entram agora em período de avaliação e a divulgação dos trabalhos selecionados está prevista para o dia 10/06/2019.

Num momento em que a pesquisa brasileira sofre cortes, a SOCINE tem buscado reagir às dificuldades postas a toda área, implementando descontos a profissionais sem vínculo, criando novas formas de desligamento que possibilitam uma economia aos sócios e diminuindo a quantidade de anuidades atrasadas a serem pagas. Além disso, a escolha do tema deste ano levou em consideração a necessidade de refletirmos sobre preservação e memória audiovisual num período como este que vivemos. Por tudo isto, nos anima o fato do Encontro deste ano ter registrado o maior número de trabalhos submetidos nos últimos dez anos, totalizando 595 propostas enviadas. Em momentos de dificuldades como estes que o fortalecimento de nossa Sociedade e Encontro se faz cada vez mais importante e por isso, agradecemos a todas e todos que inscreveram seus trabalhos. Faremos mais um instigante e afetuoso Encontro, dessa vez em Porto Alegre.

Para finalizar, gostaríamos de informar aos sócios que não pagaram a anuidade, que é possível realizar o pagamento normalmente pelo sistema durante todo o ano. Para aqueles que buscam economizar, pode-se optar pelo Desligamento Parcial, que gera um desconto de 50% no valor da anuidade.

Para pagar e submeter os trabalhos é necessário que o sócio já cadastrado na Sociedade acesse nosso site socine.org.br e coloque seu CPF e sua senha no PAINEL DO ASSOCIADO.

Estando logado em nosso sistema, o sócio deverá clicar em MINHA CONTA e em seguida DADOS DE PAGAMENTO. Vai aparecer uma tela com o Histórico de pagamentos e ao lado Instruções de pagamento, onde é feito o processo via Paypal. Assim que o pagamento é realizado, aparece escrito PAGO no Histórico na coluna Anuidade 2019. Com isso é possível submeter o trabalho em seguida.

Para submeter a proposta de comunicação, você deve clicar em ENCONTROe em seguida INSCRIÇÃO. Abrirá uma tela com a explicação sobre cada uma das 4 modalidades e ao lado em Minha proposta você encontra os botões com as modalidades para se inscrever nelas. Você irá clicar naquela que você gostaria de enviar seu trabalho e preencher os campos. Depois de enviar a proposta você ainda pode edita-la até o encerramento do prazo. Após isso, a proposta entra em avaliação e não pode ser mais modificada.

Qualquer dúvida sobre o processo, entre em contato com a Secretaria pelo e-mail socine@socine.org.br