O XXIII Encontro SOCINE acontecerá na Unisinos, em Porto Alegre, de 08 a 11 de outubro de 2019.

A lista dos trabalhos aprovados pode ser acessada aqui. Os associados também podem checar a avaliação final de seus trabalhos pela sua área de associado.

Todos os aprovados precisam realizar o pagamento dentro do prazo para que sua participação seja confirmada. Os valores, após o primeiro prazo, terão acréscimos. O pagamento deverá ser feito pela área do associado, via Paypal.

Primeiro prazo: 10 de junho a 12 de julho – R$190,00 (profissionais) / R$95,00 (estudantes/profissionais sem vínculo)
Segundo prazo: 15 de julho a 26 de julho – R$220,00 (profissionais) / R$110,00 (estudantes/profissionais sem vínculo)
Prazo final: 29 de julho a 02 de agosto – R$260,00 (profissionais) / R$130,00 (estudantes/profissionais sem vínculo)

Tendo qualquer dúvida ou dificuldade, favor contatar a secretaria no e-mail socine@socine.org.br.

Ficha do Proponente

Proponente

    Maria Guiomar Pessoa de Almeida Ramos (ECO/UFRJ)

Minicurrículo

    Guiomar Ramos, professora de Graduação e de Pós-Graduação em Tecnologias e Linguagens da Comunicação, na UFRJ. Coordena o grupo de extensão Cinerama Cineclube da Praia Vermelha. É pesquisadora de cinema, com mestrado e doutorado pela Escola de Comunicação da Universidade de São Paulo, publicou entre outros o livro “Um cinema brasileiro antropofágico (1970-74)” (FAPESP, 2007). Documentarista, dirigiu os curtas Pixador (2000), Café com leite (água e azeite?) (2007),o longa Por parte de Pai, (2017)

Ficha do Trabalho

Título

    Cinema Experimental, Cinema Expandido, Documentário: entre o Arquivo e o Found-footage

Seminário

    Interseções Cinema e Arte

Resumo

    Tendo a obra inicial do artista multimídia Arthur Omar como baliza, apresentar o Coletivo Anarca Filmes através de 2 curtas-metragens destacando a presença do chamado Cinema Expandido. Estabelecer distâncias e continuidades entre a prática de alguns filmes dos 70’s de Omar e as produções da Anarca, destacando aspectos que salientam a performance e a utilização de um material de arquivo re-significado como found-footage.

Resumo expandido

    Destacar o Documentário Experimental e o chamado Filme Expandido, apontando para o material de arquivo utilizado como found-footage, com a presença da performance, a partir de um diálogo entre as produções dos anos 1970 do realizador multimídia Arthur Omar e de alguns curtas-metragens contemporâneos do coletivo carioca: Anarca Filmes. Nos primeiros curtas de Omar existe uma desconstrução do formato documentário a partir de uma nova utilização do Documento na busca pelo Experimental. Podemos encontrar processo semelhante na criação dos curtas da Anarca Filmes. Tipo de criação realizado de forma artesanal, onde além de uma descontextualização das cenas ali apresentadas, estas são expostas através do corpo performático. A intenção no resultado dessas experiências é a diversidade de texturas e a possibilidade de uma inversão de sentido das imagens originais. Para este paralelo entre a obra inicial do diretor multimídia e os curtas da Anarca foram escolhidos: O anno de 1798 (1975), Tesouro da Juventude, (1977) de Arthur Omar e Edna de Edna Toledo e Tropikal Terrorista, de Lorran Dias, (2018). A realização se dá a partir de suportes muito diversos: 35mm para Omar e câmeras de cyber shot, 4k, celular para a Anarca Filmes, formas representativas de épocas bem distintas. A existência de formatos díspares que tem como base a película e o vídeo, nos remete aos anos 1990, quando os limites entre esses dois suportes eram vistos dentro de uma fronteira rígida, significativa de escolas distintas: a vídeo-arte se colocava de um lado oposto ao das experiências provindas do registro cinematográfico. Com a imediata transportabilidade das imagens em movimento após a digitalização, passa-se tudo para um mesmo território: a diferença está nas texturas. Com o processo de digitalização, amplia-se as possibilidades de circulação desses produtos, para além dos cine-clubes e das galerias de arte, desembocando em lugares físicos como garagens, balcões ou espaços virtuais. A Anarca Filmes, coletivo formado por alunos (e ex alunos da ECO/UFRJ), que se amparam para realizar filmes de urgência, no sentido de uma produção de baixíssimo custo, se enquadra nesse tipo de exibição. Este grupo tem apresentado suas produções em lugares que não são exatamente galerias de arte mas que funcionam como tal, como a Casa NEM (lugar de proteção a LGBTs desabrigados), o Espaço Saracura e a Voide de Madureira. Suas criações têm uma demanda de enfrentamento político, relacionada a questões do universo racial e LGBT ou da própria realidade periférica. Esse teor crítico, e eminentemente político está também presente nos curtas de Omar. O processo inventivo, tem também em comum, a fragmentação, a colagem, o reemprego de imagens e a presença da performance, de maneira a criar um viés provocativo capaz de re-significar o documento exibido. Em O anno de 1798, (1975), sobre a conhecida conjuração bahiana, em meio a algumas referências mais diretas ao tema, vemos imagens telejornalísticas de um parto-cesariano com muito sangue, representar metaforicamente o que teria sido o nascimento desta revolta popular, um nascimento forçado e visceral. Em Tesouro da Juventude (1977) o filme faz pulsar fragmentos de documentários etnográficos exibidos na TV, através de efeitos especiais de fotografia, da música eletrônica e de remixagens sonoras do próprio diretor. Edna, num movimento performático da realizadora, cria um plano ininterrupto de quinze minutos para representar sua doença através de infinitas caixas de remédios utilizadas para a cura. Tropikal Terrorista parte de imagens de arquivo das manifestações de 2013 descontextualizando-as e criando potência para uma performance física pelas ruas do Rio de Janeiro. Ao apresentar este estudo sobre o experimentalismo, a apresentação almeja lançar um novo olhar para o audiovisual contemporâneo, destacando no aspecto desconstrutor destas produções, a presença do found footage.

Bibliografia

    BALSON, Erika. Exhibiting Cinema in Contemporary Art, Amsterdam University Press, 2009
    BERNARDET, Jean-Claude. Cineastas e Imagens do Povo. SP. Editora Brasiliense. 1985
    BORDWELL, D. & THOMPSON, K. Film-Art: An Introduction. New York: McGraw-Hill, 2010.
    COCCHIARLE Fernando, PARENTE, André. Filmes de Artista: Brasil, 1965-80, editora Contra-Capa, 2008.
    MULVEY, L. Death 24x a second: stillness and the moving image. Londres: Reaktion Books, 2006.
    NICHOLS, Bill. Introdução ao Documentário – 6ªed. SP. Editora: Papirus. 2016
    0MAR, Arthur. O antidocumentário, provisoriamente. Revista Vozes no revista Vozes nº 6, ano 72, 1978
    PARENTE, André. Cinema em trânsito: Cinema, Arte Contemporânea e Novas Mídias. Azougue Editorial, 2012.
    _____________. Narrativa e Modernidade – os cinemas não-narrativos no pós-guerra. Editora Papirus, 2009.
    RAMOS, Guiomar. “O documentário como fonte para o experimental no cinema de Arthur Omar” IN: Documentário no Brasil – tradição e transformação. São Paulo, Summus Editorial, 2004.
    _____________ e Murari, Lucas. “Fragmentos de uma história do cinema experimental ” IN Ramos, Fernão Pessoa e Schvarzman Sheila, Nova História do Cinema Brasileiro. Ed. SENAC, 2018.
    RAMOS, Fernão Pessoa. Mas afinal… o que é mesmo documentário? SP: Editora SENAC, 2008.
    __________________. A Cicatriz da Tomada: documentário, ética e imagem-intensa In: Teoria Contemporânea do Cinema ed. SP: SENAC, 2005, v.2.
    ROSA, C. A. J. DE. O específico Brasil. In: ALZUGARAY, P. (Ed.) Caderno SESC_Vídeobrasil 03: Limite, movimentação de imagem e muita estranheza. SP: Sesc, Associação Cultural Videobrasil, 2007.
    WEES, C. William. Recycled Imagens: The Art and Politics of Found Footage Films.

O livro “XXII SOCINE: 50 anos do maio de 68”, organizado por Lisandro Nogueira e Cleomar Rocha já está disponível para download em nosso site. A obra é composta de 11 artigos que lidam com a temática do maio de 68 pela perspectiva do cinema, que foi o tema do XXII Encontro SOCINE realizado em Goiânia, em 2018. De acordo com os organizadores, “Não há dúvidas de que o tema foi, é, e será sempre instigante, ainda mais aos olhos de muitos que (sobre)viveram (a)os tempos de 68, especialmente no Brasil, e que durante o evento debateram e refletiram sobre o legado de tão importante período da história mundial para a contemporaneidade. Na presente coletânea de textos procuramos demonstrar um pouquinho do que foi a XXII SOCINE, bastante eclética, mas que correspondeu muito bem à chamada para trazer a reflexão dos acontecimentos políticos, sociais, culturais e artísticos do ano de 1968”. O livro leva o selo editorial da SOCINE e ficará disponível em nosso site para download na seção Livros.

XXII Socine 50 anos de maio de 68
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Tema do XXII encontro da Sociedade Brasileira de Estudos de Cinema e Audiovisual (SOCINE): “herança do maio de 1968 do ponto de vista do cinema, das novas redes de comunicação digital e da televisão”.

A Sociedade Brasileira de Estudos de Cinema e Audiovisual (SOCINE) repudia veementemente as manifestações recentes do governo federal contrárias a disciplinas das Humanidades como Filosofia ou Sociologia. Tais manifestações se constituem como ameaças inaceitáveis a áreas de conhecimento fundamentais que já convivem há anos com espaço reduzido nas políticas de financiamento de ensino e pesquisa no país.

A SOCINE considera que tais manifestações, além de desconhecerem a centralidade das Humanidades na construção da cidadania e no desenvolvimento do país, demonstram uma completa ausência de um projeto sério de educação e ciência.

Por isso, a SOCINE também assina a nota de repudio redigida pela ANPOF, disponível em:
http://www.anpof.org/portal/index.php/pt-BR/artigos-em-destaque/2075-nota-de-repudio-a-declaracoes-do-ministro-da-educacao-e-do-presidente-da-republica-sobre-as-faculdades-de-humanidades-nomeadamente-filosofia-e-sociologia

Diretoria SOCINE

Encerrou-se na última sexta, 19/04, o pagamento da anuidade e a submissão de trabalhos para o XXIII Encontro SOCINE que acontecerá de 08 a 11 de outubro na Unisinos, em Porto Alegre, RS. As propostas entram agora em período de avaliação e a divulgação dos trabalhos selecionados está prevista para o dia 10/06/2019.

Num momento em que a pesquisa brasileira sofre cortes, a SOCINE tem buscado reagir às dificuldades postas a toda área, implementando descontos a profissionais sem vínculo, criando novas formas de desligamento que possibilitam uma economia aos sócios e diminuindo a quantidade de anuidades atrasadas a serem pagas. Além disso, a escolha do tema deste ano levou em consideração a necessidade de refletirmos sobre preservação e memória audiovisual num período como este que vivemos. Por tudo isto, nos anima o fato do Encontro deste ano ter registrado o maior número de trabalhos submetidos nos últimos dez anos, totalizando 595 propostas enviadas. Em momentos de dificuldades como estes que o fortalecimento de nossa Sociedade e Encontro se faz cada vez mais importante e por isso, agradecemos a todas e todos que inscreveram seus trabalhos. Faremos mais um instigante e afetuoso Encontro, dessa vez em Porto Alegre.

Para finalizar, gostaríamos de informar aos sócios que não pagaram a anuidade, que é possível realizar o pagamento normalmente pelo sistema durante todo o ano. Para aqueles que buscam economizar, pode-se optar pelo Desligamento Parcial, que gera um desconto de 50% no valor da anuidade.

Para pagar e submeter os trabalhos é necessário que o sócio já cadastrado na Sociedade acesse nosso site socine.org.br e coloque seu CPF e sua senha no PAINEL DO ASSOCIADO.

Estando logado em nosso sistema, o sócio deverá clicar em MINHA CONTA e em seguida DADOS DE PAGAMENTO. Vai aparecer uma tela com o Histórico de pagamentos e ao lado Instruções de pagamento, onde é feito o processo via Paypal. Assim que o pagamento é realizado, aparece escrito PAGO no Histórico na coluna Anuidade 2019. Com isso é possível submeter o trabalho em seguida.

Para submeter a proposta de comunicação, você deve clicar em ENCONTROe em seguida INSCRIÇÃO. Abrirá uma tela com a explicação sobre cada uma das 4 modalidades e ao lado em Minha proposta você encontra os botões com as modalidades para se inscrever nelas. Você irá clicar naquela que você gostaria de enviar seu trabalho e preencher os campos. Depois de enviar a proposta você ainda pode edita-la até o encerramento do prazo. Após isso, a proposta entra em avaliação e não pode ser mais modificada.

Qualquer dúvida sobre o processo, entre em contato com a Secretaria pelo e-mail socine@socine.org.br