O XXIII Encontro SOCINE acontecerá na Unisinos, em Porto Alegre, de 08 a 11 de outubro de 2019.

A lista dos trabalhos aprovados pode ser acessada aqui. Os associados também podem checar a avaliação final de seus trabalhos pela sua área de associado.

Todos os aprovados precisam realizar o pagamento dentro do prazo para que sua participação seja confirmada. Os valores, após o primeiro prazo, terão acréscimos. O pagamento deverá ser feito pela área do associado, via Paypal.

Primeiro prazo: 10 de junho a 12 de julho – R$190,00 (profissionais) / R$95,00 (estudantes/profissionais sem vínculo)
Segundo prazo: 15 de julho a 26 de julho – R$220,00 (profissionais) / R$110,00 (estudantes/profissionais sem vínculo)
Prazo final: 29 de julho a 02 de agosto – R$260,00 (profissionais) / R$130,00 (estudantes/profissionais sem vínculo)

Tendo qualquer dúvida ou dificuldade, favor contatar a secretaria no e-mail socine@socine.org.br.

Ficha do Proponente

Proponente

    Nikola Matevski (ECA-USP)

Minicurrículo

    Jornalista, mestre em Meios de Processos Audiovisuais (ECA-USP, 2018). Foi programador de filmes e produtor do Sesc Paço da Liberdade, em Curitiba (2009-2011). Colaborou como crítico de cinema e tradutor em catálogos de mostras de cinema e revistas eletrônicas e impressas. Foi curador, seletor ou jurado em diversos festivais e mostras de cinema (Olhar de Cinema, Mostra Londrina de Cinema, entre outros). Repórter setorista da editoria de cultura da Gazeta do Povo entre 2003 e 2007.

Ficha do Trabalho

Título

    Movimentos do corpo e do pensamento:Glauber Rocha e Roberto Rossellini

Seminário

    Cinema comparado

Resumo

    A comunicação discute a relação entre “Di-Glauber” (Glauber Rocha) e “Centre d’art et culture Georges Pompidou” (Roberto Rossellini). Concluídos em 1977, os dois filmes passam-se nas dependências de museus de arte. Cada um apropria-se de pinturas e gravuras inseridas nos espaços expositivos, com choque e pessoalidade de um corpo agitado no caso de Rocha e um flanar abstrato e ruminante no de Rossellini.

Resumo expandido

    Com poucos meses de intervalo, tanto Glauber Rocha quanto Roberto Rossellini realizaram documentários ancorados em museus de arte. O cineasta brasileiro, tão logo soube do falecimento de seu amigo Di Cavalcanti, no dia 27 de outubro de 1976, deslocou uma equipe de filmagem para o Museu de Arte Moderna do Rio de Janeiro onde o corpo do renomado pintor era velado. Poucos meses depois, em janeiro de 1977, Roberto Rossellini era convidado pelo Ministério de Relações Exteriores da França para realizar um documentário por ocasião da inauguração do Centro Georges Pompidou, um ambicioso complexo de arte e cultura abrigado por um edifício arrojado e espetacular.

    Mais que uma coincidência de ocasião, a rodagem nos museus aproxima os dois cineastas de situações circunstanciais parecidas. Ambos filmaram pinturas e gravuras em seus respectivos espaços expositivos. Igualmente, tanto Rossellini quanto Rocha tocaram na relação dicotômica entre arte e vida, inserindo-se uma longa tradição da representação dos museus no cinema – uma herança marcada, no mais das vezes, pelas associações com a morte e pela evocação de experiências epifânicas. A postura de Rocha, contra a lugubridade do enterro, é um gesto enérgico de choque, irreverente e carnavalesco, manifesto na montagem descontínua e nos efeitos de câmera que produzem a imagem agitada e expansiva de um gesto físico. Rossellini, ao contrário, não faz do movimento do plano um desdobramento do corpo inquieto, mas encadeia sequências cujo vagar sereno é dinamizado pelo contínuo reenquadramento (deslocamentos de trilho, eixo e zoom). Onde o luto de Glauber é afrontoso com a norma social para se alçar à transgressão festiva, celebratória e profundamente pessoal em afirmação da vida, Rossellini esvai-se no distanciamento de uma imagem etérea e não-antropomórfica que faz as vezes de uma consciência abstrata que rumina sobre um fenômeno cultural inédito. Nesse caso, diante do público maciço que perambula pelo Centro Pompidou como se este fosse uma loja de departamentos, a arte talvez tenha sucumbido ao edifício avançado que lhe serve de sepulcro.

    O diálogo entre os filmes é enriquecido pela citação a Rossellini feita por Glauber: em tom memorialístico, o brasileiro recorda-se de ter sido apresentando ao cineasta italiano por intermédio de Di Cavalcanti. Então com 19 anos e trabalhando como jornalista, o baiano impressionou-se ao ver Rossellini filmar “sarcófagos e outros batuques das ruínas portuguesas com rapidez impressionante”. Desse testemunho marcante surgiu o aprendizado libertador que viu Glauber perceber a força de uma câmera na mão e uma ideia na cabeça. E no entanto, para além de qualquer efeito banalizado da máxima glauberiana, Rossellini em seu filme feito no Centro Pompidou registra precisamente um equilíbrio delicado entre o gesto de operação da câmera, predeterminado e também aberto à contingência, cuja dimensão última é a abstração das ideias e do pensamento.

    Na comunicação, uma comparação mais aprofundada será feita entre “Di-Glauber” ou “Ninguém assistirá ao formidável enterro da tua última quimera, somente a ingratidão, aquela pantera, foi sua companheira inseparável! – Di Cavalcanti Di Glauber” (Glauber Rocha, 1977) e “Centre d’art et culture Georges Pompidou” (Roberto Rossellini, 1977) levando em consideração as formas particulares com que cada cineasta se apropria de pinturas, gravuras e espaços expositivos dentro do ensejo mais largo que caracteriza suas lidas com a articulação entre o olhar e o gesto.

Bibliografia

    Adorno, Theodor. “Museu Valéry Proust”. In: Idem. Prismas – crítica cultural e sociedade. São Paulo: Ática, p. 173-85, 1998.

    Jacobs, Steven. Framing Picures: Film and Visual Arts. Edimburgo: Edinburgh University Press, 2012

    Matevski, Nikola. Uma Visita ao Beaubourg: itinerâncias do olhar no cinema de Roberto Rossellini. Dissertação (Mestrado). ECA-USP. São Paulo, 2018.

    Xavier, Ismail. “Di-Glauber: o documentário performativo e o trabalho de luto como afirmação da vida”. Devires. Vol. 12, n.2, jul-dez 2015, p. 120-131.

O livro “XXII SOCINE: 50 anos do maio de 68”, organizado por Lisandro Nogueira e Cleomar Rocha já está disponível para download em nosso site. A obra é composta de 11 artigos que lidam com a temática do maio de 68 pela perspectiva do cinema, que foi o tema do XXII Encontro SOCINE realizado em Goiânia, em 2018. De acordo com os organizadores, “Não há dúvidas de que o tema foi, é, e será sempre instigante, ainda mais aos olhos de muitos que (sobre)viveram (a)os tempos de 68, especialmente no Brasil, e que durante o evento debateram e refletiram sobre o legado de tão importante período da história mundial para a contemporaneidade. Na presente coletânea de textos procuramos demonstrar um pouquinho do que foi a XXII SOCINE, bastante eclética, mas que correspondeu muito bem à chamada para trazer a reflexão dos acontecimentos políticos, sociais, culturais e artísticos do ano de 1968”. O livro leva o selo editorial da SOCINE e ficará disponível em nosso site para download na seção Livros.

XXII Socine 50 anos de maio de 68
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Tema do XXII encontro da Sociedade Brasileira de Estudos de Cinema e Audiovisual (SOCINE): “herança do maio de 1968 do ponto de vista do cinema, das novas redes de comunicação digital e da televisão”.

A Sociedade Brasileira de Estudos de Cinema e Audiovisual (SOCINE) repudia veementemente as manifestações recentes do governo federal contrárias a disciplinas das Humanidades como Filosofia ou Sociologia. Tais manifestações se constituem como ameaças inaceitáveis a áreas de conhecimento fundamentais que já convivem há anos com espaço reduzido nas políticas de financiamento de ensino e pesquisa no país.

A SOCINE considera que tais manifestações, além de desconhecerem a centralidade das Humanidades na construção da cidadania e no desenvolvimento do país, demonstram uma completa ausência de um projeto sério de educação e ciência.

Por isso, a SOCINE também assina a nota de repudio redigida pela ANPOF, disponível em:
http://www.anpof.org/portal/index.php/pt-BR/artigos-em-destaque/2075-nota-de-repudio-a-declaracoes-do-ministro-da-educacao-e-do-presidente-da-republica-sobre-as-faculdades-de-humanidades-nomeadamente-filosofia-e-sociologia

Diretoria SOCINE

Encerrou-se na última sexta, 19/04, o pagamento da anuidade e a submissão de trabalhos para o XXIII Encontro SOCINE que acontecerá de 08 a 11 de outubro na Unisinos, em Porto Alegre, RS. As propostas entram agora em período de avaliação e a divulgação dos trabalhos selecionados está prevista para o dia 10/06/2019.

Num momento em que a pesquisa brasileira sofre cortes, a SOCINE tem buscado reagir às dificuldades postas a toda área, implementando descontos a profissionais sem vínculo, criando novas formas de desligamento que possibilitam uma economia aos sócios e diminuindo a quantidade de anuidades atrasadas a serem pagas. Além disso, a escolha do tema deste ano levou em consideração a necessidade de refletirmos sobre preservação e memória audiovisual num período como este que vivemos. Por tudo isto, nos anima o fato do Encontro deste ano ter registrado o maior número de trabalhos submetidos nos últimos dez anos, totalizando 595 propostas enviadas. Em momentos de dificuldades como estes que o fortalecimento de nossa Sociedade e Encontro se faz cada vez mais importante e por isso, agradecemos a todas e todos que inscreveram seus trabalhos. Faremos mais um instigante e afetuoso Encontro, dessa vez em Porto Alegre.

Para finalizar, gostaríamos de informar aos sócios que não pagaram a anuidade, que é possível realizar o pagamento normalmente pelo sistema durante todo o ano. Para aqueles que buscam economizar, pode-se optar pelo Desligamento Parcial, que gera um desconto de 50% no valor da anuidade.

Para pagar e submeter os trabalhos é necessário que o sócio já cadastrado na Sociedade acesse nosso site socine.org.br e coloque seu CPF e sua senha no PAINEL DO ASSOCIADO.

Estando logado em nosso sistema, o sócio deverá clicar em MINHA CONTA e em seguida DADOS DE PAGAMENTO. Vai aparecer uma tela com o Histórico de pagamentos e ao lado Instruções de pagamento, onde é feito o processo via Paypal. Assim que o pagamento é realizado, aparece escrito PAGO no Histórico na coluna Anuidade 2019. Com isso é possível submeter o trabalho em seguida.

Para submeter a proposta de comunicação, você deve clicar em ENCONTROe em seguida INSCRIÇÃO. Abrirá uma tela com a explicação sobre cada uma das 4 modalidades e ao lado em Minha proposta você encontra os botões com as modalidades para se inscrever nelas. Você irá clicar naquela que você gostaria de enviar seu trabalho e preencher os campos. Depois de enviar a proposta você ainda pode edita-la até o encerramento do prazo. Após isso, a proposta entra em avaliação e não pode ser mais modificada.

Qualquer dúvida sobre o processo, entre em contato com a Secretaria pelo e-mail socine@socine.org.br