O XXIII Encontro SOCINE acontecerá na Unisinos, em Porto Alegre, de 08 a 11 de outubro de 2019.

A lista dos trabalhos aprovados pode ser acessada aqui. Os associados também podem checar a avaliação final de seus trabalhos pela sua área de associado.

Todos os aprovados precisam realizar o pagamento dentro do prazo para que sua participação seja confirmada. Os valores, após o primeiro prazo, terão acréscimos. O pagamento deverá ser feito pela área do associado, via Paypal.

Primeiro prazo: 10 de junho a 12 de julho – R$190,00 (profissionais) / R$95,00 (estudantes/profissionais sem vínculo)
Segundo prazo: 15 de julho a 26 de julho – R$220,00 (profissionais) / R$110,00 (estudantes/profissionais sem vínculo)
Prazo final: 29 de julho a 02 de agosto – R$260,00 (profissionais) / R$130,00 (estudantes/profissionais sem vínculo)

Tendo qualquer dúvida ou dificuldade, favor contatar a secretaria no e-mail socine@socine.org.br.

Ficha do Proponente

Proponente

    Simplicio Neto Ramos de Sousa (ESPM)

Minicurrículo

    Diretor e Roteirista de documentários como “Onde a Coruja Dorme” e “Carioca era um Rio”. Bacharel em Ciências Sociais pela UFRJ, Mestre e Doutor em Comunicação pelo PPGCOM-UFF. Pesquisa o realismo no cinema brasileiro. Foi Professor Substituto no Dep. de Cinema e Video da UFF, de 2008 a 2010. Hoje é Professor Assistente I do Curso de Cinema e Audiovisual da ESPM-Rio. Curador e Editor de Catálogo de Mostras nos CCBBS, como “Cineastas e Imagens do Povo” e “Os múltiplos lugares de Roberto Farias”.

Ficha do Trabalho

Título

    Cor e Tela Panorâmica no Cinema Novo: imersão e distanciamento

Seminário

    Exibição cinematográfica, espectatorialidades e artes da projeção no Brasil

Resumo

    A adoção do “filme colorido” e, em alguns casos, de “formatos panorâmicos” por cineastas ligados ao Cinema Novo, decisão vista como garantia de maior público, depois de um período de dificuldades com o circuito exibidor, é o objeto de nossa investigação. Trata-se de um fenômeno que une questões de linguagem, gênero, e recepção do público. Já detectado por outros teóricos num viés “autorista”, mas revisto agora pela chave dos estudos da exibição cinematográfica.

Resumo expandido

    Nosso estudo se concentra na percepção de um fenômeno social e estético que une questões de linguagem, gênero, recepção e exibição. A adoção do “filme colorido”, geralmente pelo processo Eastmancolor, e, mesmo em alguns casos, de “formatos panorâmicos” de exibição, por cineastas ligados ao Cinema Novo no final dos anos 60. Algo que seus autores tomavam como garantia de “comunicação” com o público, depois de um período de dificuldades com as bilheterias e o circuito exibidor. Na dita “fase alegórica” do movimento, vemos uma série de filmes com alegorizações de vies político, inspirados pela "Terra em Transe" (1967) de Glauber Rocha, e depois pela luta, colorida e em Widescreen, do "Dragão da Maldade contra o Santo Guerreiro" (1969) – que deu a Rocha a Palma de Ouro de Direção em Cannes. Filmes que ostentam a marca “Eastmancolor” nos materiais de divulgação como “Macunaíma"(Joaquim Pedro, 1969), "Pindorama", (Arnaldo Jabor, 1971) e "Os Deuses e os Mortos" (Ruy Guerra, 1971), ou mesmo "Brasil Ano 2000" (Walter Lima Jr, 1969) – que divulgava o processo “Tropicolor”-, abrem também a linha de um "cinema de metáforas", como chamou então Jean Claude Bernardet (2011). A adesão ao que Bertolt Brecht chamava de “realismo amplo”, pleno de alegorias sobre a realidade social, por complexas que fossem, significava "também a aspiração a um cinema mais didático", para Jean-Claude. E para chegar ao público, esse cinema tinha que ser ao mesmo tempo "didático e espetacular", dimensão entendida aqui, não como um aceno a narrativa mais convencional, hollywoodiana. O “espetacular” se via mais na adoção de orçamentos maiores, associados a uma atualização tecnológica do parque de projeção do cinema no Brasil. Tecnologias mais caras de produção e exibição resultariam em impacto comercial, trazendo o povo para as salas, pensava-se. Seriam estratégias inevitáveis, para fazê-lo aceitar e apreciar as inovações formais de tais obras, em termos de linguagem e narrativa, como os efeitos de distanciamento brechtiano próprios do Cinema Moderno de então. Afinal, tais procedimentos eram uma adicional forma de atualização, mas no campo estético. Por isso, esse tipo de filme é chamado de "alegoria-espetáculo", por Fernão Ramos (1987). Com essa pesquisa levantaremos mais informações, e questões, sobre como se deu essa junção, a princípio incompatível, entre alegoria e espetáculo, entre o uso de “efeitos de distanciamento”, e anti-ilusionismo, como preconiza Brecht, e o momento da explosão técnica e comercial do “filme colorido” e do “widescreen”, promessa de maior “imersão” do espectador. Levantamos a hipótese de que há maior complexidade nesse processo além de meras coincidências. Procuramos entender como filmes ao estilo de "Dragão da maldade", dialogavam em termos de técnica cinematográfica e de intertextualidade de gênero e narrativa com outros “nordesterns” comerciais do período, mais até do que com outras alegorias-espetáculos cinemanovistas. Falamos aqui de outros filmes-espetáculo, de cangaço, feitos em “formatos panorâmicos”, imersivos, como “Entre o amor e o cangaço” (1965) de Aurélio Teixeira. Ou em Eastmancolor, como "A morte comanda o Cangaço" (1961) de Carlos Coimbra. Ou, como o caso especial de "Quelé do Pajeu" (1969), de Anselmo Duarte, filmado em 35mm anamórfico e ampliado para 70mm em um laboratório na Espanha. Nesses “nordesterns” também vemos algum nível de conciliação, se não entre o efeito de distanciamento brechtiano e o efeito de imersão no espetáculo Widescreen e Eastmancolor, mas entre o espetáculo visual e alguma outra forma, mais popular, de alegoria. Com um maior entendimento, de apelo massivo, da vida social brasileira. Tipo de esforço que o próprio Glauber Rocha havia testemunhado, ainda em começo de carreira, no pioneirismo de Roberto Pires, seu colega de Iglufilmes, na Bahia, ao querer criar tanto um cinema de gênero, brasileiro e moderno, como também o pioneiro formato “Igluscope”, o Widescreen baiano, em “Redenção” (1958).

Bibliografia

    AUTRAN, Arthur. As concepções de público no pensamento industrial cinematográfico. Revista FAMECOS. Porto Alegre, n. 36, p. 84-90, ago. 2008.
    BERNARDET, J.C. Trajetória Crítica. São Paulo: Martins Fontes, 2011.
    HIRSZMAN, Leon. É bom falar! In: CALIL, Carlos Augusto (Org.). Mostra Leon Hirszman – CineSesc. São Paulo: SESC, 2005.
    RAMOS, Fernão Pessoa (org.). História do Cinema Brasileiro. São Paulo: Art Ed. LTDA, 1990.
    ___________. Cinema Marginal (1968/1973): A Representação em seu Limite. São Paulo, SP: Brasiliense, 1987
    ROCHA, Glauber. Entrevista de Glauber Rocha sobre o lançamento de Terra em Transe. Revista Artes, ago.-set. 1967b.
    ______. Revolução do Cinema Novo. São Paulo: Cosac & Naif. 2004.
    SIMIS, Anita. Estado e cinema no Brasil. São Paulo: Annablume/Fapesp, 1996
    XAVIER, Ismail. Alegorias do subdesenvolvimento: Cinema Novo, Tropicalismo,
    Cinema Marginal. São Paulo: Brasiliense, 1993.
    ______. O Cinema Brasileiro Moderno. São Paulo: Paz e Terra, 2001.

O livro “XXII SOCINE: 50 anos do maio de 68”, organizado por Lisandro Nogueira e Cleomar Rocha já está disponível para download em nosso site. A obra é composta de 11 artigos que lidam com a temática do maio de 68 pela perspectiva do cinema, que foi o tema do XXII Encontro SOCINE realizado em Goiânia, em 2018. De acordo com os organizadores, “Não há dúvidas de que o tema foi, é, e será sempre instigante, ainda mais aos olhos de muitos que (sobre)viveram (a)os tempos de 68, especialmente no Brasil, e que durante o evento debateram e refletiram sobre o legado de tão importante período da história mundial para a contemporaneidade. Na presente coletânea de textos procuramos demonstrar um pouquinho do que foi a XXII SOCINE, bastante eclética, mas que correspondeu muito bem à chamada para trazer a reflexão dos acontecimentos políticos, sociais, culturais e artísticos do ano de 1968”. O livro leva o selo editorial da SOCINE e ficará disponível em nosso site para download na seção Livros.

XXII Socine 50 anos de maio de 68
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Tema do XXII encontro da Sociedade Brasileira de Estudos de Cinema e Audiovisual (SOCINE): “herança do maio de 1968 do ponto de vista do cinema, das novas redes de comunicação digital e da televisão”.

A Sociedade Brasileira de Estudos de Cinema e Audiovisual (SOCINE) repudia veementemente as manifestações recentes do governo federal contrárias a disciplinas das Humanidades como Filosofia ou Sociologia. Tais manifestações se constituem como ameaças inaceitáveis a áreas de conhecimento fundamentais que já convivem há anos com espaço reduzido nas políticas de financiamento de ensino e pesquisa no país.

A SOCINE considera que tais manifestações, além de desconhecerem a centralidade das Humanidades na construção da cidadania e no desenvolvimento do país, demonstram uma completa ausência de um projeto sério de educação e ciência.

Por isso, a SOCINE também assina a nota de repudio redigida pela ANPOF, disponível em:
http://www.anpof.org/portal/index.php/pt-BR/artigos-em-destaque/2075-nota-de-repudio-a-declaracoes-do-ministro-da-educacao-e-do-presidente-da-republica-sobre-as-faculdades-de-humanidades-nomeadamente-filosofia-e-sociologia

Diretoria SOCINE

Encerrou-se na última sexta, 19/04, o pagamento da anuidade e a submissão de trabalhos para o XXIII Encontro SOCINE que acontecerá de 08 a 11 de outubro na Unisinos, em Porto Alegre, RS. As propostas entram agora em período de avaliação e a divulgação dos trabalhos selecionados está prevista para o dia 10/06/2019.

Num momento em que a pesquisa brasileira sofre cortes, a SOCINE tem buscado reagir às dificuldades postas a toda área, implementando descontos a profissionais sem vínculo, criando novas formas de desligamento que possibilitam uma economia aos sócios e diminuindo a quantidade de anuidades atrasadas a serem pagas. Além disso, a escolha do tema deste ano levou em consideração a necessidade de refletirmos sobre preservação e memória audiovisual num período como este que vivemos. Por tudo isto, nos anima o fato do Encontro deste ano ter registrado o maior número de trabalhos submetidos nos últimos dez anos, totalizando 595 propostas enviadas. Em momentos de dificuldades como estes que o fortalecimento de nossa Sociedade e Encontro se faz cada vez mais importante e por isso, agradecemos a todas e todos que inscreveram seus trabalhos. Faremos mais um instigante e afetuoso Encontro, dessa vez em Porto Alegre.

Para finalizar, gostaríamos de informar aos sócios que não pagaram a anuidade, que é possível realizar o pagamento normalmente pelo sistema durante todo o ano. Para aqueles que buscam economizar, pode-se optar pelo Desligamento Parcial, que gera um desconto de 50% no valor da anuidade.

Para pagar e submeter os trabalhos é necessário que o sócio já cadastrado na Sociedade acesse nosso site socine.org.br e coloque seu CPF e sua senha no PAINEL DO ASSOCIADO.

Estando logado em nosso sistema, o sócio deverá clicar em MINHA CONTA e em seguida DADOS DE PAGAMENTO. Vai aparecer uma tela com o Histórico de pagamentos e ao lado Instruções de pagamento, onde é feito o processo via Paypal. Assim que o pagamento é realizado, aparece escrito PAGO no Histórico na coluna Anuidade 2019. Com isso é possível submeter o trabalho em seguida.

Para submeter a proposta de comunicação, você deve clicar em ENCONTROe em seguida INSCRIÇÃO. Abrirá uma tela com a explicação sobre cada uma das 4 modalidades e ao lado em Minha proposta você encontra os botões com as modalidades para se inscrever nelas. Você irá clicar naquela que você gostaria de enviar seu trabalho e preencher os campos. Depois de enviar a proposta você ainda pode edita-la até o encerramento do prazo. Após isso, a proposta entra em avaliação e não pode ser mais modificada.

Qualquer dúvida sobre o processo, entre em contato com a Secretaria pelo e-mail socine@socine.org.br