O XXIII Encontro SOCINE acontecerá na Unisinos, em Porto Alegre, de 08 a 11 de outubro de 2019.

A lista dos trabalhos aprovados pode ser acessada aqui. Os associados também podem checar a avaliação final de seus trabalhos pela sua área de associado.

Todos os aprovados precisam realizar o pagamento dentro do prazo para que sua participação seja confirmada. Os valores, após o primeiro prazo, terão acréscimos. O pagamento deverá ser feito pela área do associado, via Paypal.

Primeiro prazo: 10 de junho a 12 de julho – R$190,00 (profissionais) / R$95,00 (estudantes/profissionais sem vínculo)
Segundo prazo: 15 de julho a 26 de julho – R$220,00 (profissionais) / R$110,00 (estudantes/profissionais sem vínculo)
Prazo final: 29 de julho a 02 de agosto – R$260,00 (profissionais) / R$130,00 (estudantes/profissionais sem vínculo)

Tendo qualquer dúvida ou dificuldade, favor contatar a secretaria no e-mail socine@socine.org.br.

Ficha do Proponente

Proponente

    Wilq Vicente (UFABC)

Minicurrículo

    Doutorando em Ciências Humanas e Sociais na UFABC e mestre em Estudos Culturais pela USP. Organizador do livro QUEBRADA? Cinema, Vídeo e Lutas Sociais (CINUSP, 2014) e curador de mostras, entre elas a 1ª Mostra Cinema de Quebrada (CCSP, 2005), Carta Branca ao Submarino Vermelho (19º Festival Int. de Curtas-Metragens de São Paulo, 2008), 3ª Mostra Cinema da Quebrada do CINUSP (2014) e a 1ª Mostra Cinema da Quebrada do MAE-UFBA (2016). Produziu o Circuito de Vídeo Popular na Rede TVT (2011-12).

Ficha do Trabalho

Título

    Narrativas audiovisuais e disputas culturais em busca do povo

Seminário

    Cinemas pós-coloniais e periféricos

Resumo

    O objetivo desse texto é compreender as transformações na produção de vídeo ligada às classes populares nas últimas décadas no país, tendo em vista mudanças nas formas organizativas e nas narrativas de expressões diversas dessa produção. Analisa-se sobretudo suas elaborações de categorias como “povo”, “periferia”, “comunidade”, que dialogam com concepções oriundas de outras estruturas sociais e institucionais bem como outras categorias discursivas utilizadas para abordar a desigualdade.

Resumo expandido

    A emergência de novos artistas e coletivos nas periferias introduz no cenário cultural um novo componente de disputa de significados e também de recursos e espaços, ainda que sobremaneira marcado pela desigualdade social. Não espanta que esta produção tenha se tornado visível ao mesmo tempo que surgiram representações da periferia na televisão, no cinema, na indústria cultural.

    Mudanças nas políticas governamentais, sejam diretamente culturais, sejam educacionais, sejam econômicas e sociais, inclusive aquelas que viabilizaram a ampliação do consumo das classes mais baixas, tiveram impacto no contexto de uma nova produção cultural popular. A diversificação de editais de seleção de projetos, o fortalecimento de ONGs, o aprofundamento da ótica da diversidade e cidadania no âmbito das políticas culturais, específicas visões de governos em relação à dinâmica entre Estado e cultura, a incorporação parcial de talentos da periferia pela indústria cultural parecem dialogar diretamente com o contexto da produção de vídeo nas periferias nas últimas décadas.

    “Popular”, “comunitário”, “de quebrada” ou “periférico” são termos agregados à essa produção que aglutinam uma grande diversidade de experiências e que são debatidos socialmente na disputa por legitimidade e sentido. Faz-se necessário considerar esta produção em diálogo com outras narrativas acerca do “povo” oriundas de outras dinâmicas sociais, sejam aquelas presentes na história do cinema brasileiro e na produção cultural contemporânea de uma maneira geral, sejam aquelas pautadas no âmbito de movimentos sociais e culturais no período, na organização do terceiro setor, nas políticas públicas de cultura e no cenário político nacional.

    A ideia de “nossa realidade representada por nós mesmos” se coloca o tempo todo como pauta da ação, apontando sobretudo para uma disputa cultural por representatividade. É possível ver diferentes formas de lidar com esta pauta em produções como: Videolência (doc. 2009), do Núcleo de Comunicação Alternativa (NCA); Qual Centro? (doc. 2010), do Coletivo Nossa Tela; e Um salve doutor (fic. 2015), do Coletivo Mundo em Foco, vídeos fruto de projetos apoiados por editais públicos, de coletivos formados no âmbito de oficinas de ONGs, agora já fora do âmbito delas ou mesmo produções independentes de coletivos artísticos da periferia; em produções com maior estrutura de produção e circulação como Jennifer (fic. 2012), de Renato Cândido; Branco sai, preto fica (doc. 2014), de Adirley Queiroz; e Peripatético (fic. 2017), de Jéssica Queiroz, realizadores formados em cursos de audiovisual reconhecidos; e até mesmo em um filme como 5x Favela – Agora por Nós Mesmos (fic. 2010), de direção coletiva, mas sob a coordenação e produção executiva do renomado cineasta Cacá Diegues.

    Diferentes formas de produção são abarcadas dentro dos mesmos marcos, abrigando, inclusive, vídeos realizados a partir de um olhar externo sobre as ações e manifestações populares, concebidos por realizadores independentes, casos por exemplo, de Linha de Montagem (doc. 1982), de Renato Tapajós; Santa Marta: Duas semanas no Morro (doc. 1987), de Eduardo Coutinho; ou mesmo dos recentes A partir de agora – As jornadas de junho no Brasil (doc. 2014), de Carlos Pronzato; e Nunca Me Sonharam (doc. 2017), de Cacau Rhoden. São possibilidades que decorrem do objeto e conteúdo dos vídeos e filmes, mas sobretudo de vínculos que são estabelecidos com os bairros, territórios, comunidades, temas e movimentos abordados nas produções.

    A pesquisa aponta para formas distintas de apropriação dos mecanismos de produção da representação pelos sujeitos populares, descortinando tensões entre produtores de vídeo e o “povo”, com nuances próprias de seu contexto. O audiovisual feito na e pela periferia está posicionado em um campo de batalha cultural permanente, onde distintas alianças e forças se colocam para dar significados e orientar as práticas. Expor o contorno deste campo de batalha é o que almeja este texto.

Bibliografia

    BERNARDET, Jean-Claude. Cineastas e imagens do povo. 2a edição. São Paulo: Companhia das Letras, 2003.

    DAGRON, Alfonso Gumucio. (org.). El cine comunitario en América Latina y el Caribe. Bogotá: Centro de Competencia en Comunicación para América Latina, 2014.

    HALL, Stuart. Da Diáspora: identidades e mediações culturais. Belo Horizonte: Editora UFMG, 2013.

    HAMBURGER, Esther. “Da política e poética de certas formas audiovisuais”. Livre-docência apresentada à Escola de Comunicações e Artes da Universidade de São Paulo. São Paulo, 2008.

    ORTIZ, Renato. A moderna tradição brasileira. São Paulo: Brasiliense, 1999.

    RAMOS, José Mario Ortiz. Cinema, Estado e Lutas Sociais: Anos 50, 60, 70. Rio de
    Janeiro: Paz e Terra, 1983.

    RIDENTI, Marcelo. Em busca do povo brasileiro: Artistas da revolução, do CPC à era da TV. São Paulo: UNESP, 2014.

    SHOHAT, Ella.; STAM, Robert. Crítica da imagem eurocêntrica. São Paulo: Editora CosacNaify, 2006.

O livro “XXII SOCINE: 50 anos do maio de 68”, organizado por Lisandro Nogueira e Cleomar Rocha já está disponível para download em nosso site. A obra é composta de 11 artigos que lidam com a temática do maio de 68 pela perspectiva do cinema, que foi o tema do XXII Encontro SOCINE realizado em Goiânia, em 2018. De acordo com os organizadores, “Não há dúvidas de que o tema foi, é, e será sempre instigante, ainda mais aos olhos de muitos que (sobre)viveram (a)os tempos de 68, especialmente no Brasil, e que durante o evento debateram e refletiram sobre o legado de tão importante período da história mundial para a contemporaneidade. Na presente coletânea de textos procuramos demonstrar um pouquinho do que foi a XXII SOCINE, bastante eclética, mas que correspondeu muito bem à chamada para trazer a reflexão dos acontecimentos políticos, sociais, culturais e artísticos do ano de 1968”. O livro leva o selo editorial da SOCINE e ficará disponível em nosso site para download na seção Livros.

XXII Socine 50 anos de maio de 68
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Tema do XXII encontro da Sociedade Brasileira de Estudos de Cinema e Audiovisual (SOCINE): “herança do maio de 1968 do ponto de vista do cinema, das novas redes de comunicação digital e da televisão”.

A Sociedade Brasileira de Estudos de Cinema e Audiovisual (SOCINE) repudia veementemente as manifestações recentes do governo federal contrárias a disciplinas das Humanidades como Filosofia ou Sociologia. Tais manifestações se constituem como ameaças inaceitáveis a áreas de conhecimento fundamentais que já convivem há anos com espaço reduzido nas políticas de financiamento de ensino e pesquisa no país.

A SOCINE considera que tais manifestações, além de desconhecerem a centralidade das Humanidades na construção da cidadania e no desenvolvimento do país, demonstram uma completa ausência de um projeto sério de educação e ciência.

Por isso, a SOCINE também assina a nota de repudio redigida pela ANPOF, disponível em:
http://www.anpof.org/portal/index.php/pt-BR/artigos-em-destaque/2075-nota-de-repudio-a-declaracoes-do-ministro-da-educacao-e-do-presidente-da-republica-sobre-as-faculdades-de-humanidades-nomeadamente-filosofia-e-sociologia

Diretoria SOCINE

Encerrou-se na última sexta, 19/04, o pagamento da anuidade e a submissão de trabalhos para o XXIII Encontro SOCINE que acontecerá de 08 a 11 de outubro na Unisinos, em Porto Alegre, RS. As propostas entram agora em período de avaliação e a divulgação dos trabalhos selecionados está prevista para o dia 10/06/2019.

Num momento em que a pesquisa brasileira sofre cortes, a SOCINE tem buscado reagir às dificuldades postas a toda área, implementando descontos a profissionais sem vínculo, criando novas formas de desligamento que possibilitam uma economia aos sócios e diminuindo a quantidade de anuidades atrasadas a serem pagas. Além disso, a escolha do tema deste ano levou em consideração a necessidade de refletirmos sobre preservação e memória audiovisual num período como este que vivemos. Por tudo isto, nos anima o fato do Encontro deste ano ter registrado o maior número de trabalhos submetidos nos últimos dez anos, totalizando 595 propostas enviadas. Em momentos de dificuldades como estes que o fortalecimento de nossa Sociedade e Encontro se faz cada vez mais importante e por isso, agradecemos a todas e todos que inscreveram seus trabalhos. Faremos mais um instigante e afetuoso Encontro, dessa vez em Porto Alegre.

Para finalizar, gostaríamos de informar aos sócios que não pagaram a anuidade, que é possível realizar o pagamento normalmente pelo sistema durante todo o ano. Para aqueles que buscam economizar, pode-se optar pelo Desligamento Parcial, que gera um desconto de 50% no valor da anuidade.

Para pagar e submeter os trabalhos é necessário que o sócio já cadastrado na Sociedade acesse nosso site socine.org.br e coloque seu CPF e sua senha no PAINEL DO ASSOCIADO.

Estando logado em nosso sistema, o sócio deverá clicar em MINHA CONTA e em seguida DADOS DE PAGAMENTO. Vai aparecer uma tela com o Histórico de pagamentos e ao lado Instruções de pagamento, onde é feito o processo via Paypal. Assim que o pagamento é realizado, aparece escrito PAGO no Histórico na coluna Anuidade 2019. Com isso é possível submeter o trabalho em seguida.

Para submeter a proposta de comunicação, você deve clicar em ENCONTROe em seguida INSCRIÇÃO. Abrirá uma tela com a explicação sobre cada uma das 4 modalidades e ao lado em Minha proposta você encontra os botões com as modalidades para se inscrever nelas. Você irá clicar naquela que você gostaria de enviar seu trabalho e preencher os campos. Depois de enviar a proposta você ainda pode edita-la até o encerramento do prazo. Após isso, a proposta entra em avaliação e não pode ser mais modificada.

Qualquer dúvida sobre o processo, entre em contato com a Secretaria pelo e-mail socine@socine.org.br