O XXIII Encontro SOCINE acontecerá na Unisinos, em Porto Alegre, de 08 a 11 de outubro de 2019.

A lista dos trabalhos aprovados pode ser acessada aqui. Os associados também podem checar a avaliação final de seus trabalhos pela sua área de associado.

Todos os aprovados precisam realizar o pagamento dentro do prazo para que sua participação seja confirmada. Os valores, após o primeiro prazo, terão acréscimos. O pagamento deverá ser feito pela área do associado, via Paypal.

Primeiro prazo: 10 de junho a 12 de julho – R$190,00 (profissionais) / R$95,00 (estudantes/profissionais sem vínculo)
Segundo prazo: 15 de julho a 26 de julho – R$220,00 (profissionais) / R$110,00 (estudantes/profissionais sem vínculo)
Prazo final: 29 de julho a 02 de agosto – R$260,00 (profissionais) / R$130,00 (estudantes/profissionais sem vínculo)

Tendo qualquer dúvida ou dificuldade, favor contatar a secretaria no e-mail socine@socine.org.br.

Ficha do Proponente

Proponente

    Marcelo Carvalho da Silva (UTP)

Minicurrículo

    Pesquisador associado ao grupo de pesquisa Grudes (Desdobramentos Simbólicos do Espaço Urbano nas Narrativas Audiovisuais – PPGCOM, Universidade Tuiuti do Paraná), com bolsa Capes/PNPD. Doutor e mestre pelo Programa de Pós-Graduação em Comunicação e Cultura da Escola de Comunicação da UFRJ. Especialista em Arte e Filosofia pela PUC-Rio. Bacharel em Cinema e em Jornalismo pela UFF. Um dos autores dos livros Cinema/Deleuze (editora Papirus). Co-diretor do filme Chão de Estrelas.

Ficha do Trabalho

Título

    Ouvir o(a) autor(a): a entrevista ao vivo na Teoria dos Cineastas

Seminário

    Teoria dos Cineastas

Resumo

    Esta proposta tem como objetivo investigar algumas questões acerca da prática da entrevista ao vivo no âmbito da Teoria dos Cineastas, prioritariamente quanto aos processos de subjetivação envolvidos, às performances do desafiador (o entrevistador) e do desafiado (o entrevistado) e à composição a posteriori de um pensamento do cineasta sobre sua própria obra. A comunicação se insere no esforço de pensar o papel do pesquisador na Teoria dos Cineastas.

Resumo expandido

    A prática da entrevista ao vivo apresenta-se como uma importante ferramenta para a Teoria dos Cineastas. Ela coloca o(a) pesquisador(a) em contato direto com o discurso do(a) autor(a), o que não deixa de constituir-se como uma vantagem, considerando-se que a fala do(a) autor(a) sobre sua obra e sobre os processos mentais que a teriam presidido é geralmente tomada como um discurso abalizado e imbuído de autenticidade. Esse pressuposto geral e idealizado, no entanto, apresenta nuances que põem a entrevista como uma ferramenta delicada para a Teoria dos Cineastas.

    Partamos de uma hipótese, a de que haveria a possibilidade de se constituir argumentativamente, a partir da entrevista ao vivo, algo sobre os caminhos da criação, sem substituí-la ou reduzi-la à racionalidade lógica. O objetivo seria o de alcançar um sentido coerente por intermédio do discurso proferido a posteriori da criação, mesmo que o autor seja avesso à racionalização ou a teorizações sobre o seu próprio trabalho.

    Em um primeiro momento, deparamo-nos com a necessidade de distinção entre dois domínios intercomunicantes, dois processos de subjetivação (FOUCAULT, 1982) atualizados nas funções primordiais do entrevistador(a) e do entrevistado(a). Em uma entrevista ao vivo, uma pergunta suscita uma réplica; não qualquer réplica mas apenas aquelas que virtualmente (DELEUZE, 1996) comporiam com a pergunta feita. A réplica, por sua vez, induz torções na próxima pergunta etc. Ou seja, há toda uma série de passagens, trocas e atravessamentos entre entrevistador(a) e entrevistado(a) que sugere a construção de processos de subjetivação em comum.

    Um segundo dado em jogo na entrevista ao vivo encontra-se na dimensão do inesperado e do improviso. Evidentemente que o entrevistado(a) pode sempre preparar-se de antemão, mas mesmo nas entrevistas nas quais ele(a) conhece todos os temas que serão tratados, entrará em cena a questão da atuação, da performance do desafiado. Por seu turno, o entrevistador também precisará atuar em resposta às reações do entrevistado(a), em uma performance do desafiador.

    Mas as performances do entrevistado e do entrevistador não esgotam a questão do imponderável. No âmbito da Teoria dos Cineastas, o foco da entrevista se daria primordialmente na concepção que teria presidido a obra, onde o inescrutável encontra-se já firmemente ancorado. O processo criativo artístico, mais do que qualquer outro processo criativo, comumente se concretiza a partir de um amálgama entre a intencionalidade de um pensamento racionalizável e o insondável da intuição que se implicam na criação. “Não é um tratado, é um filme”, diria o cineasta, até mesmo o autor de um filme ensaístico. Como, então, durante a entrevista ao vivo, instar o(a) cineasta a recompor como discurso o amálgama pensamento racionalizável/intuição que subjaz à obra?

    Ao inescrutável da criação passada, do filme realizado — a dimensão intuitiva –, soma-se à própria inacessibilidade do passado tal como ele é. A lembrança psicológica recria a imensa dimensão do passado em um rearranjo compreensível no presente (BERGSON, 1990). Mesmo momentos passados passíveis de serem recuperados por um discurso racionalizável são alvo das mais variadas reconstruções: camadas de enganos não intencionais; de delírio presente sobre o passado; toda sorte de desvios, transversalidades e fugas; ou mesmo de deliberada vontade de ludibriar o(a) entrevistador(a).

    A entrevista, assim, torna-se um esforço de composição retroativa, uma oportunidade para o(a) cineasta pôr em prática expedientes heterogêneos que procuram dar sentido e coerência à prática artística e à obra já realizadas. Este discurso proferido no momento da entrevista, com todas as vacilações de um ato de fala, criado em memória tanto das motivações apriorísticas do filme quanto do que foi efetivado na filmagem e na montagem, é o que precisa ser estimulado (e, em certo sentido, demonstrado) pelo(a) entrevistador(a).

Bibliografia

    BERGSON, Henri. Matéria e memória. São Paulo: Martins Fontes, 1990.
    DELEUZE, Gilles. O atual e o virtual. In: ALLIEZ, Eric. Deleuze filosofia virtual. Rio de Janeiro: Editora 34, 1996.
    _________. Foucault. Rio de Janeiro: Brasiliense, 1987.
    FOUCAULT, Michel. A hermenêutica do sujeito. Rio de Janeiro: Zahar, 1982.
    ________. História da sexualidade (vol. III: O cuidado de si). Rio de Janeiro: Graal, 1985.
    ________. Microfísica do poder. Rio de Janeiro, 1982.
    GARRETT, Anette. A entrevista, seus princípios e métodos. Rio de Janeiro: Agir, 1981.
    MEDINA, C. de Araújo. Entrevista: o diálogo possível. São Paulo: Editora Ática, 1995.
    MONDADA, Lorenza. A entrevista como acontecimento interacional: abordagem linguística e conversacional. Revista RUA, n. 3, 1997. Último acesso em 19 de abril de 2019. file:///C:/Users/Marcelo/Downloads/8640619-11292-2-PB.pdf

O livro “XXII SOCINE: 50 anos do maio de 68”, organizado por Lisandro Nogueira e Cleomar Rocha já está disponível para download em nosso site. A obra é composta de 11 artigos que lidam com a temática do maio de 68 pela perspectiva do cinema, que foi o tema do XXII Encontro SOCINE realizado em Goiânia, em 2018. De acordo com os organizadores, “Não há dúvidas de que o tema foi, é, e será sempre instigante, ainda mais aos olhos de muitos que (sobre)viveram (a)os tempos de 68, especialmente no Brasil, e que durante o evento debateram e refletiram sobre o legado de tão importante período da história mundial para a contemporaneidade. Na presente coletânea de textos procuramos demonstrar um pouquinho do que foi a XXII SOCINE, bastante eclética, mas que correspondeu muito bem à chamada para trazer a reflexão dos acontecimentos políticos, sociais, culturais e artísticos do ano de 1968”. O livro leva o selo editorial da SOCINE e ficará disponível em nosso site para download na seção Livros.

XXII Socine 50 anos de maio de 68
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Tema do XXII encontro da Sociedade Brasileira de Estudos de Cinema e Audiovisual (SOCINE): “herança do maio de 1968 do ponto de vista do cinema, das novas redes de comunicação digital e da televisão”.

A Sociedade Brasileira de Estudos de Cinema e Audiovisual (SOCINE) repudia veementemente as manifestações recentes do governo federal contrárias a disciplinas das Humanidades como Filosofia ou Sociologia. Tais manifestações se constituem como ameaças inaceitáveis a áreas de conhecimento fundamentais que já convivem há anos com espaço reduzido nas políticas de financiamento de ensino e pesquisa no país.

A SOCINE considera que tais manifestações, além de desconhecerem a centralidade das Humanidades na construção da cidadania e no desenvolvimento do país, demonstram uma completa ausência de um projeto sério de educação e ciência.

Por isso, a SOCINE também assina a nota de repudio redigida pela ANPOF, disponível em:
http://www.anpof.org/portal/index.php/pt-BR/artigos-em-destaque/2075-nota-de-repudio-a-declaracoes-do-ministro-da-educacao-e-do-presidente-da-republica-sobre-as-faculdades-de-humanidades-nomeadamente-filosofia-e-sociologia

Diretoria SOCINE

Encerrou-se na última sexta, 19/04, o pagamento da anuidade e a submissão de trabalhos para o XXIII Encontro SOCINE que acontecerá de 08 a 11 de outubro na Unisinos, em Porto Alegre, RS. As propostas entram agora em período de avaliação e a divulgação dos trabalhos selecionados está prevista para o dia 10/06/2019.

Num momento em que a pesquisa brasileira sofre cortes, a SOCINE tem buscado reagir às dificuldades postas a toda área, implementando descontos a profissionais sem vínculo, criando novas formas de desligamento que possibilitam uma economia aos sócios e diminuindo a quantidade de anuidades atrasadas a serem pagas. Além disso, a escolha do tema deste ano levou em consideração a necessidade de refletirmos sobre preservação e memória audiovisual num período como este que vivemos. Por tudo isto, nos anima o fato do Encontro deste ano ter registrado o maior número de trabalhos submetidos nos últimos dez anos, totalizando 595 propostas enviadas. Em momentos de dificuldades como estes que o fortalecimento de nossa Sociedade e Encontro se faz cada vez mais importante e por isso, agradecemos a todas e todos que inscreveram seus trabalhos. Faremos mais um instigante e afetuoso Encontro, dessa vez em Porto Alegre.

Para finalizar, gostaríamos de informar aos sócios que não pagaram a anuidade, que é possível realizar o pagamento normalmente pelo sistema durante todo o ano. Para aqueles que buscam economizar, pode-se optar pelo Desligamento Parcial, que gera um desconto de 50% no valor da anuidade.

Para pagar e submeter os trabalhos é necessário que o sócio já cadastrado na Sociedade acesse nosso site socine.org.br e coloque seu CPF e sua senha no PAINEL DO ASSOCIADO.

Estando logado em nosso sistema, o sócio deverá clicar em MINHA CONTA e em seguida DADOS DE PAGAMENTO. Vai aparecer uma tela com o Histórico de pagamentos e ao lado Instruções de pagamento, onde é feito o processo via Paypal. Assim que o pagamento é realizado, aparece escrito PAGO no Histórico na coluna Anuidade 2019. Com isso é possível submeter o trabalho em seguida.

Para submeter a proposta de comunicação, você deve clicar em ENCONTROe em seguida INSCRIÇÃO. Abrirá uma tela com a explicação sobre cada uma das 4 modalidades e ao lado em Minha proposta você encontra os botões com as modalidades para se inscrever nelas. Você irá clicar naquela que você gostaria de enviar seu trabalho e preencher os campos. Depois de enviar a proposta você ainda pode edita-la até o encerramento do prazo. Após isso, a proposta entra em avaliação e não pode ser mais modificada.

Qualquer dúvida sobre o processo, entre em contato com a Secretaria pelo e-mail socine@socine.org.br