O XXIII Encontro SOCINE acontecerá na Unisinos, em Porto Alegre, de 08 a 11 de outubro de 2019.

A lista dos trabalhos aprovados pode ser acessada aqui. Os associados também podem checar a avaliação final de seus trabalhos pela sua área de associado.

Todos os aprovados precisam realizar o pagamento dentro do prazo para que sua participação seja confirmada. Os valores, após o primeiro prazo, terão acréscimos. O pagamento deverá ser feito pela área do associado, via Paypal.

Primeiro prazo: 10 de junho a 12 de julho – R$190,00 (profissionais) / R$95,00 (estudantes/profissionais sem vínculo)
Segundo prazo: 15 de julho a 26 de julho – R$220,00 (profissionais) / R$110,00 (estudantes/profissionais sem vínculo)
Prazo final: 29 de julho a 02 de agosto – R$260,00 (profissionais) / R$130,00 (estudantes/profissionais sem vínculo)

Tendo qualquer dúvida ou dificuldade, favor contatar a secretaria no e-mail socine@socine.org.br.

Ficha do Proponente

Proponente

    Natália Flávia Maia Lima (UFC)

Minicurrículo

    Mestranda em Comunicação no PPGCOM-UFC, com linha de pesquisa em Fotografia e Audiovisual.

Ficha do Trabalho

Título

    Roy Andersson: imagem-complexa, trivialismo e supermodernidade.

Resumo

    O artigo se debruça sobre os conceitos estéticos e políticos que norteiam a produção cinematográfica de Roy Andersson, na sua opção pela “imagem-complexa”: planos sempre abertos e fixos, em modelo tableau, em uma ideia de montagem sem cortes. No eixo temático, trataremos do “trivialismo”, expresso na crítica recorrente de Andersson à modernidade, aos não-lugares, à dificuldade de comunicação e à angústia existencial que prevalece sobre os indivíduos que coabitam os centros urbanos.

Resumo expandido

    Com exceção de seu primeiro longa-metragem A Swedish Love Story (1970), toda a produção posterior do cineasta sueco Roy Andersson, entre curtas, longas e comerciais de TV, tem obedecido aos princípios estéticos do que ele define por “imagem-complexa”. Trata-se de um único plano para cada cena, sempre fixo, aberto, em modelo tableau. Andersson explica, em artigo de sua autoria publicado na antologia Swedish Film (LARSSON e MARKLUND, 2010), que sua opção por uma imagem sem cortes é sobretudo um posicionamento moral. Assim como Andre Bazin, ele acredita que o cinema deve respeitar a totalidade do acontecimento, evitando construir discursos a partir da montagem; só assim o espectador é levado a se posicionar diante das imagens. Além disso, Andersson salienta que o plano geral é o mais eficaz em comunicar o estado mental de um personagem, já que o corpo inteiro se expressa melhor do que apenas o rosto. Neste sentido, não utiliza close-ups, mas principalmente por rechaçar o uso de estratégias de sentimentalismo, principalmente ao lidar com temas difíceis como o holocausto nazista.

    Curiosamente, por outro lado, a dramaturgia proposta por Andersson é justamente a da inexpressividade. Os personagens estão constantemente em um estado de completa letargia, imersos nos próprios pensamentos, incomunicáveis. Se movimentam sorumbaticamente pelo quadro em trajetórias lentas e plasticamente demarcadas. Seus filmes falam da modernidade; dos modos de vida urbanos que se pautam num crescente individualismo e na dificuldade de comunicação forjada por esse voltar-se a si mesmo. Em entrevistas, Andersson demonstra uma preocupação muito grande com o fato de vivermos ainda hoje sob os mesmo códigos sociais que possibilitaram a ascensão do nazismo. Para ele, a mesma modernidade que levou ao holocausto é a que ainda vivemos, em consonância com o pensamento de Bauman em Modernidade e Holocausto (1989). Em Mundo de Glória (1991), assistimos ao cotidiano de um funcionário facínora do governo nazista: ele toma banho, almoça, visita a mãe no hospital… Cenas cotidianas são recorrentes em todos os filmes. Os grandes eventos são entrecortados pela banalidade do dia-a-dia. Andersson se define como um “trivialista”, pelo seu interesse nos eventos menores e apontando para o protagonismo do cotidiano nos agenciamentos dos modos de vida.

    Outra característica marcante da estética de Andersson está na direção de arte. Em seu estúdio em Estocolmo, ele levanta cenários imensos, de verdadeiras cidades. É constante a presença de fundos pintados e tromp de l’oeil, além da maquiagem e figurinos que fazem cenários e personagens confundirem-se na atmosfera de cores pálidas e sepulcrais. O fotógrafo, István Borbás, com quem Andersson trabalha desde 1989, considera que o trabalho deles se assemelha muito ao gesto de pintar, já que tanto os roteiros de Andersson são esboços em aquarela das esquetes, como a própria mise en scene é pensada em um jogo de composição centrípeta. O resultado final são imagens com um quê de hibridismo, entre cinema, fotografia, pintura e gravura, o que vem sem dúvidas a acentuar o distanciamento brechtiano almejado por Andersson. O modelo tableau realça também o estilo cômico das esquetes a partir da noção de comic framing.

Bibliografia

    AUGÉ, Marc. Não-lugares: uma introdução à supermodernidade. Londres: Verso. 1995.

    BAUMAN, Zygmunt. Modernidade e holocausto. Tradução Marcus Penchel. Rio de Janeiro: Zahar editores, 1998.

    LARSON, Mariah e MARKLUND, Anders (org.). Swedish Film: An Introduction and Reader. Lund: Nordic Academic Press. Suécia. 2010.

    PETHÓ, Agnes. Between Absorption, Abstraction and Exhibition: Inflections of the cinematic Tableau Shot in the films of Cornelius Porumboiu, Roy Andersson and Joanna Hogg. Acta. University Sapentiae. Film and Media Studies. 11. p. 39-76. Transilvânia. 2015.

    RATNER, Megan. The Trivialist Cinema of Roy Andersson. Film Quarterly 2015, Volume 69, Number 1. Disponivel em: https://filmquarterly.org/2015/09/24/the- trivialist-cinema-of-roy-andersson-an-interview/

    YANG, Julianne. Towards a Cinema of Contemplation: Roy Andersson’s aesthetics and ethics. Dissertação de mestrado. Universidade de Hong Kong. 2013.

O livro “XXII SOCINE: 50 anos do maio de 68”, organizado por Lisandro Nogueira e Cleomar Rocha já está disponível para download em nosso site. A obra é composta de 11 artigos que lidam com a temática do maio de 68 pela perspectiva do cinema, que foi o tema do XXII Encontro SOCINE realizado em Goiânia, em 2018. De acordo com os organizadores, “Não há dúvidas de que o tema foi, é, e será sempre instigante, ainda mais aos olhos de muitos que (sobre)viveram (a)os tempos de 68, especialmente no Brasil, e que durante o evento debateram e refletiram sobre o legado de tão importante período da história mundial para a contemporaneidade. Na presente coletânea de textos procuramos demonstrar um pouquinho do que foi a XXII SOCINE, bastante eclética, mas que correspondeu muito bem à chamada para trazer a reflexão dos acontecimentos políticos, sociais, culturais e artísticos do ano de 1968”. O livro leva o selo editorial da SOCINE e ficará disponível em nosso site para download na seção Livros.

XXII Socine 50 anos de maio de 68
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Tema do XXII encontro da Sociedade Brasileira de Estudos de Cinema e Audiovisual (SOCINE): “herança do maio de 1968 do ponto de vista do cinema, das novas redes de comunicação digital e da televisão”.

A Sociedade Brasileira de Estudos de Cinema e Audiovisual (SOCINE) repudia veementemente as manifestações recentes do governo federal contrárias a disciplinas das Humanidades como Filosofia ou Sociologia. Tais manifestações se constituem como ameaças inaceitáveis a áreas de conhecimento fundamentais que já convivem há anos com espaço reduzido nas políticas de financiamento de ensino e pesquisa no país.

A SOCINE considera que tais manifestações, além de desconhecerem a centralidade das Humanidades na construção da cidadania e no desenvolvimento do país, demonstram uma completa ausência de um projeto sério de educação e ciência.

Por isso, a SOCINE também assina a nota de repudio redigida pela ANPOF, disponível em:
http://www.anpof.org/portal/index.php/pt-BR/artigos-em-destaque/2075-nota-de-repudio-a-declaracoes-do-ministro-da-educacao-e-do-presidente-da-republica-sobre-as-faculdades-de-humanidades-nomeadamente-filosofia-e-sociologia

Diretoria SOCINE

Encerrou-se na última sexta, 19/04, o pagamento da anuidade e a submissão de trabalhos para o XXIII Encontro SOCINE que acontecerá de 08 a 11 de outubro na Unisinos, em Porto Alegre, RS. As propostas entram agora em período de avaliação e a divulgação dos trabalhos selecionados está prevista para o dia 10/06/2019.

Num momento em que a pesquisa brasileira sofre cortes, a SOCINE tem buscado reagir às dificuldades postas a toda área, implementando descontos a profissionais sem vínculo, criando novas formas de desligamento que possibilitam uma economia aos sócios e diminuindo a quantidade de anuidades atrasadas a serem pagas. Além disso, a escolha do tema deste ano levou em consideração a necessidade de refletirmos sobre preservação e memória audiovisual num período como este que vivemos. Por tudo isto, nos anima o fato do Encontro deste ano ter registrado o maior número de trabalhos submetidos nos últimos dez anos, totalizando 595 propostas enviadas. Em momentos de dificuldades como estes que o fortalecimento de nossa Sociedade e Encontro se faz cada vez mais importante e por isso, agradecemos a todas e todos que inscreveram seus trabalhos. Faremos mais um instigante e afetuoso Encontro, dessa vez em Porto Alegre.

Para finalizar, gostaríamos de informar aos sócios que não pagaram a anuidade, que é possível realizar o pagamento normalmente pelo sistema durante todo o ano. Para aqueles que buscam economizar, pode-se optar pelo Desligamento Parcial, que gera um desconto de 50% no valor da anuidade.

Para pagar e submeter os trabalhos é necessário que o sócio já cadastrado na Sociedade acesse nosso site socine.org.br e coloque seu CPF e sua senha no PAINEL DO ASSOCIADO.

Estando logado em nosso sistema, o sócio deverá clicar em MINHA CONTA e em seguida DADOS DE PAGAMENTO. Vai aparecer uma tela com o Histórico de pagamentos e ao lado Instruções de pagamento, onde é feito o processo via Paypal. Assim que o pagamento é realizado, aparece escrito PAGO no Histórico na coluna Anuidade 2019. Com isso é possível submeter o trabalho em seguida.

Para submeter a proposta de comunicação, você deve clicar em ENCONTROe em seguida INSCRIÇÃO. Abrirá uma tela com a explicação sobre cada uma das 4 modalidades e ao lado em Minha proposta você encontra os botões com as modalidades para se inscrever nelas. Você irá clicar naquela que você gostaria de enviar seu trabalho e preencher os campos. Depois de enviar a proposta você ainda pode edita-la até o encerramento do prazo. Após isso, a proposta entra em avaliação e não pode ser mais modificada.

Qualquer dúvida sobre o processo, entre em contato com a Secretaria pelo e-mail socine@socine.org.br