O XXIII Encontro SOCINE acontecerá na Unisinos, em Porto Alegre, de 08 a 11 de outubro de 2019.

A lista dos trabalhos aprovados pode ser acessada aqui. Os associados também podem checar a avaliação final de seus trabalhos pela sua área de associado.

Todos os aprovados precisam realizar o pagamento dentro do prazo para que sua participação seja confirmada. Os valores, após o primeiro prazo, terão acréscimos. O pagamento deverá ser feito pela área do associado, via Paypal.

Primeiro prazo: 10 de junho a 12 de julho – R$190,00 (profissionais) / R$95,00 (estudantes/profissionais sem vínculo)
Segundo prazo: 15 de julho a 26 de julho – R$220,00 (profissionais) / R$110,00 (estudantes/profissionais sem vínculo)
Prazo final: 29 de julho a 02 de agosto – R$260,00 (profissionais) / R$130,00 (estudantes/profissionais sem vínculo)

Tendo qualquer dúvida ou dificuldade, favor contatar a secretaria no e-mail socine@socine.org.br.

Ficha do Proponente

Proponente

    Pedro de Andrade Lima Faissol (Unespar)

Minicurrículo

    Pedro de Andrade Lima Faissol é professor do curso de Cinema e Audiovisual da Universidade Estadual do Paraná (FAP/Unespar), doutor e mestre em Meios e Processos Audiovisuais pela Universidade de São Paulo (ECA/USP) e graduado em Comunicação Social (habilitação Cinema) pela Universidade Federal Fluminense (IACS/UFF). Paralelamente à sua atuação como professor e pesquisador, atua como roteirista e diretor de curtas-metragens.

Ficha do Trabalho

Título

    A imagem de Cristo no cinema: um caso de idolatria

Seminário

    Cinema comparado

Resumo

    Marie-José Mondzain, em sua pesquisa acerca da economia icônica bizantina, faz um recuo à segunda crise do iconoclasmo para refletir sobre a produção de imagens contemporâneas. Partiremos desse debate, sintetizado na oposição eikon/eidolon, para comparar a imagem de Cristo em duas paixões dos EUA. Supõe-se que, no filme de DeMille (1927), a representação de Cristo tenha sido concebida para evitar os riscos da idolatria; já no filme de Ray (1961), para refletir a imagem de uma sociedade idólatra.

Resumo expandido

    Analisaremos comparativamente a representação de Jesus Cristo em duas grandes produções hollywoodianas: “Rei dos Reis” (1927), de Cecil B. DeMille, e “O Rei dos Reis” (1961), de Nicholas Ray. Para tal comparação, adotaremos nas duas paixões de Cristo um ponto de ancoragem em comum: o episódio da cura do cego. A maneira pela qual Jesus Cristo é representado revela a posição dos dois realizadores em relação ao dilema da idolatria: de um lado, uma imagem icônica de Cristo, concebida com o cuidado de não se mostrar por demais sensível ao espectador dos anos 20; de outro lado, já nos anos 60, o rosto de Jesus é filmado em super close-up, operação que parece refletir a imagem de uma sociedade idólatra.

    Para estabelecermos a relação entre as duas paixões de Cristo, pegaremos de empréstimo algumas ideias da filósofa francesa Marie-José Mondzain. Em sua vasta pesquisa acerca da Doutrina do Ícone, Mondzain identifica as raízes etimológicas do que chamamos hoje de “ícone” e “ídolo”. Na segunda crise do iconoclasmo bizantino, para que os iconófilos saíssem vencedores da extenuante batalha contra os iconoclastas, seria necessário que, após longos anos de proibição e destruição de imagens, Nicéforo formulasse em Constantinopla os Antirréticos (820 d.C.) A pedra fundamental de sua argumentação, segundo Mondzain, baseava-se no conceito de “economia” (oikonomia). Essa palavra de origem grega estabelecia uma clivagem entre a representação e o modelo representado: haveria, a partir de então, um elemento relacional mediando as imagens religiosas das figuras bíblicas que as inspiraram. Os iconófilos, embora partissem da mesma premissa dos iconoclastas (criticando a consubstancialidade entre essência e matéria), acrescentaram esse elemento mediador para responder às inquietações provocadas pela imagem religiosa. A partir de então, a Igreja se via momentaneamente livre do fantasma do paganismo, associado às estátuas dos ídolos gregos, e assim podia voltar a decorar o interior dos templos com imagens religiosas.

    É através desses conceitos operatórios, sintetizados na oposição eikon/eidolon, que iremos estabelecer a distinção entre a imagem de Cristo nas duas paixões supracitadas. No primeiro filme analisado, “Rei dos Reis” (1927), de DeMille, a operação empregada para encenar o milagre da visão é o plano ponto-de-vista. Pelos olhos do cego recém curado, o espectador vê o lento e gradual “aparecer” de Cristo. Ao final do processo, o seu rosto é revelado (pela primeira vez no filme) com a aparência de um ícone crístico. Supõe-se que tal referência iconográfica, assim como o uso do plano subjetivo, tenha sido uma estratégia arquitetada para representar Jesus Cristo de forma indireta. Cientes da natureza problemática da imagem religiosa, DeMille e sua equipe teriam optado pelo excesso de mediações para evitar os riscos da idolatria. Caso contrário, o filme poderia ser mal recebido pelo público dos anos 20.

    Já no início dos anos 60, a monumental paixão de Nicholas Ray é concebida pela MGM para encher os olhos de um público que ainda retinha em suas mentes a imagem do Cristo demilliano. O modelo crístico no filme de Ray é muito diferente. Na cena da cura do cego, o rosto de Cristo é filmado para valorizar o conteúdo significante do plano: os olhos azuis de Jesus. Serão eles, investidos de um poder de significação, que irão “operar” esse milagre. A imagem de Cristo adotada por Ray se mostrará coerente com a proposta de fazer de Jesus um “personagem de cinema”. Apoiando-se na imprecisão acerca da aparência do Cristo histórico, Ray segue uma orientação que lhe convém: caracteriza Jesus de acordo com o ideal de beleza vigente. A representação exacerbada de Cristo parece refletir, como um autêntico produto de seu tempo, a imagem de uma sociedade idólatra. Sacrifica-se o sentido transcendente da mensagem cristã para fazer caber o gênero das paixões no regime do espetáculo.

Bibliografia

    AGAMBEN, Giorgio. “O que é um dispositivo?” In: _______. O que é o contemporâneo? E outros ensaios. Chapecó: Argos, 2009.
    BELTING, Hans. A verdadeira imagem. Lisboa: Dante, 2011.
    BESANÇON, Alain. A imagem proibida: uma história intelectual da iconoclastia. Rio de Janeiro: Bertrand Brasil, 1997.
    LELOUP, Jean-Yves. O ícone: uma escola do olhar. São Paulo: UNESP, 2006.
    MONDZAIN, Marie-José. “Image, sujet, pouvoir”. In: Sens Public, Janeiro, 2008.
    _________. A imagem pode matar? Lisboa: Vega, 2009.
    _________. Imagem, ícone, economia: as fontes bizantinas do imaginário contemporâneo. Rio de Janeiro: Contraponto, 2013.
    VADICO, Luiz Antonio. A imagem do ícone: Cristologia através do cinema. Tese de doutorado da Universidade Estadual de Campinas, 2005.

O livro “XXII SOCINE: 50 anos do maio de 68”, organizado por Lisandro Nogueira e Cleomar Rocha já está disponível para download em nosso site. A obra é composta de 11 artigos que lidam com a temática do maio de 68 pela perspectiva do cinema, que foi o tema do XXII Encontro SOCINE realizado em Goiânia, em 2018. De acordo com os organizadores, “Não há dúvidas de que o tema foi, é, e será sempre instigante, ainda mais aos olhos de muitos que (sobre)viveram (a)os tempos de 68, especialmente no Brasil, e que durante o evento debateram e refletiram sobre o legado de tão importante período da história mundial para a contemporaneidade. Na presente coletânea de textos procuramos demonstrar um pouquinho do que foi a XXII SOCINE, bastante eclética, mas que correspondeu muito bem à chamada para trazer a reflexão dos acontecimentos políticos, sociais, culturais e artísticos do ano de 1968”. O livro leva o selo editorial da SOCINE e ficará disponível em nosso site para download na seção Livros.

XXII Socine 50 anos de maio de 68
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Tema do XXII encontro da Sociedade Brasileira de Estudos de Cinema e Audiovisual (SOCINE): “herança do maio de 1968 do ponto de vista do cinema, das novas redes de comunicação digital e da televisão”.

A Sociedade Brasileira de Estudos de Cinema e Audiovisual (SOCINE) repudia veementemente as manifestações recentes do governo federal contrárias a disciplinas das Humanidades como Filosofia ou Sociologia. Tais manifestações se constituem como ameaças inaceitáveis a áreas de conhecimento fundamentais que já convivem há anos com espaço reduzido nas políticas de financiamento de ensino e pesquisa no país.

A SOCINE considera que tais manifestações, além de desconhecerem a centralidade das Humanidades na construção da cidadania e no desenvolvimento do país, demonstram uma completa ausência de um projeto sério de educação e ciência.

Por isso, a SOCINE também assina a nota de repudio redigida pela ANPOF, disponível em:
http://www.anpof.org/portal/index.php/pt-BR/artigos-em-destaque/2075-nota-de-repudio-a-declaracoes-do-ministro-da-educacao-e-do-presidente-da-republica-sobre-as-faculdades-de-humanidades-nomeadamente-filosofia-e-sociologia

Diretoria SOCINE

Encerrou-se na última sexta, 19/04, o pagamento da anuidade e a submissão de trabalhos para o XXIII Encontro SOCINE que acontecerá de 08 a 11 de outubro na Unisinos, em Porto Alegre, RS. As propostas entram agora em período de avaliação e a divulgação dos trabalhos selecionados está prevista para o dia 10/06/2019.

Num momento em que a pesquisa brasileira sofre cortes, a SOCINE tem buscado reagir às dificuldades postas a toda área, implementando descontos a profissionais sem vínculo, criando novas formas de desligamento que possibilitam uma economia aos sócios e diminuindo a quantidade de anuidades atrasadas a serem pagas. Além disso, a escolha do tema deste ano levou em consideração a necessidade de refletirmos sobre preservação e memória audiovisual num período como este que vivemos. Por tudo isto, nos anima o fato do Encontro deste ano ter registrado o maior número de trabalhos submetidos nos últimos dez anos, totalizando 595 propostas enviadas. Em momentos de dificuldades como estes que o fortalecimento de nossa Sociedade e Encontro se faz cada vez mais importante e por isso, agradecemos a todas e todos que inscreveram seus trabalhos. Faremos mais um instigante e afetuoso Encontro, dessa vez em Porto Alegre.

Para finalizar, gostaríamos de informar aos sócios que não pagaram a anuidade, que é possível realizar o pagamento normalmente pelo sistema durante todo o ano. Para aqueles que buscam economizar, pode-se optar pelo Desligamento Parcial, que gera um desconto de 50% no valor da anuidade.

Para pagar e submeter os trabalhos é necessário que o sócio já cadastrado na Sociedade acesse nosso site socine.org.br e coloque seu CPF e sua senha no PAINEL DO ASSOCIADO.

Estando logado em nosso sistema, o sócio deverá clicar em MINHA CONTA e em seguida DADOS DE PAGAMENTO. Vai aparecer uma tela com o Histórico de pagamentos e ao lado Instruções de pagamento, onde é feito o processo via Paypal. Assim que o pagamento é realizado, aparece escrito PAGO no Histórico na coluna Anuidade 2019. Com isso é possível submeter o trabalho em seguida.

Para submeter a proposta de comunicação, você deve clicar em ENCONTROe em seguida INSCRIÇÃO. Abrirá uma tela com a explicação sobre cada uma das 4 modalidades e ao lado em Minha proposta você encontra os botões com as modalidades para se inscrever nelas. Você irá clicar naquela que você gostaria de enviar seu trabalho e preencher os campos. Depois de enviar a proposta você ainda pode edita-la até o encerramento do prazo. Após isso, a proposta entra em avaliação e não pode ser mais modificada.

Qualquer dúvida sobre o processo, entre em contato com a Secretaria pelo e-mail socine@socine.org.br