O XXIII Encontro SOCINE acontecerá na Unisinos, em Porto Alegre, de 08 a 11 de outubro de 2019.

A lista dos trabalhos aprovados pode ser acessada aqui. Os associados também podem checar a avaliação final de seus trabalhos pela sua área de associado.

Todos os aprovados precisam realizar o pagamento dentro do prazo para que sua participação seja confirmada. Os valores, após o primeiro prazo, terão acréscimos. O pagamento deverá ser feito pela área do associado, via Paypal.

Primeiro prazo: 10 de junho a 12 de julho – R$190,00 (profissionais) / R$95,00 (estudantes/profissionais sem vínculo)
Segundo prazo: 15 de julho a 26 de julho – R$220,00 (profissionais) / R$110,00 (estudantes/profissionais sem vínculo)
Prazo final: 29 de julho a 02 de agosto – R$260,00 (profissionais) / R$130,00 (estudantes/profissionais sem vínculo)

Tendo qualquer dúvida ou dificuldade, favor contatar a secretaria no e-mail socine@socine.org.br.

Ficha do Proponente

Proponente

    Janaína Oliveira (IFRJ)

Minicurrículo

    Pesquisadora e curadora, Janaína Oliveira é doutora em História, professora no IFRJ (Instituto Federal do Rio de Janeiro – Campus São Gonçalo), e Fulbright Scholar no Centro de Estudos Africanos na Universidade de Howard, em Washington D.C. nos EUA. Atualmente é curadora do Encontro de Cinema Negro Zózimo Bulbul (RJ) e também consultora de filmes da África e da diápora negra para o Festival Internacional de Locarno (Suíça). É idealizadora do FICINE, Fórum Itinerante de Cinema Negro.

Ficha do Trabalho

Título

    Por uma estética opositiva: cinema negro e o conceito de Blackness

Seminário

    Cinema Negro africano e diaspórico – Narrativas e representações

Resumo

    Historicamente as definições sobre o que é cinema negro não são uníssonas. No centro das discussões está o conceito de Blackness, traduzido por vezes por negritude ou experiência negra. O presente trabalho é continuação de pesquisa que se propõe a ir além das análises contextuais que tradicionalmente abordam o tema e refletir sobre as cinematografias negras em um diálogo interno com as manifestações culturais negras e a afirmação de uma estética própria e opositiva.

Resumo expandido

    De um modo geral compreende-se o surgimento e desenvolvimento das cinematografias em paralelo às lutas históricas dos movimentos negros, ao demandarem por mudanças na representatividade negra dentro e fora das telas de cinema. Foi assim nos Estados Unidos, quando pela primeira vez realizadores negros passaram a produzir contra-representações às formas hegemônicas que Hollywood construía os personagens negros no cinema. Quando, por exemplo, Oscar Micheaux em 1920 realizou Nos limites dos portões (Within our gates) uma espécie de resposta cinematográfica às representações racistas em O nascimento de uma nação de D.W. Griffith, primeiro blockbuster da história do cinema estadunidense lançado em 1915. Ou ainda quando em meados dos anos 1980 na Inglaterra o Black Audio Film Collective iniciou seus trabalhos já numa dimensão de vanguarda, apresentando slides e filmes na universidade, museus, galerias de arte e cinemas, rompendo simultaneamente tanto com os estereótipos nas representações dos negros, como a forma de narrar e os espaços onde tradicionalmente se encontravam as imagens em movimento. Tratava-se de “construir uma imagem adequada, uma imagem verdade e intimidade, envolvia declarar guerra à própria máquina-imagem, pois o padrão das configurações do cinema era antiético – e mesmo hostil – à própria possibilidade de cinema negro” dizia o cineasta ganense radicado na Inglaterra John Akomfrah.

    No intuito de compreender e ampliar o debate do campo, o trabalho ora proposto pretende dar continuidade à pesquisa iniciada em 2018, cuja a primeira etapa foi apresentada no último Encontro da SOCINE, e que se propõe a ir além das análises contextuais que tradicionalmente abordam o tema e explorar a possibilidade de entender as cinematografias negras em uma perspectiva voltada para o diálogo interno entre as representações e manifestações culturais negras e a afirmação de uma estética negra e opositiva. A intenção aqui é refletir sobre a construção de uma estética que, mesmo surgida em diálogo e oposição às estéticas hegemônicas e, por extensão, eurocêntricas, possam ser compreendidas e ampliadas de maneira horizontal a partir de experiências culturais negras, tendo como ponto centro uma reflexão sobre o conceito de Blackness.

    Nesse sentido concordamos com bell hooks quando ela nos provoca dizendo: “Nós pensamos sobre a nossa pela como uma sala escura, um lugar de sombras. Nos falamos com frequência sobre as políticas cor e a forma como racismo criou uma estética que nos machuca, uma forma de pensar sobre a beleza que dói. Nas sombras tarde de noite, nós falamos sobre a necessidade de ver a escuridão de uma forma diferente, de falarmos disso de uma nova maneira. Naquele espaço de sombras nos esperamos por uma estética da negritude – estranha e opositiva.” Portanto, quais seriam as dimensões estéticas presentes nos filmes negros? É possível estabelecer linhas ou temas comuns às narrativas fílmicas negras que assistimos contemporaneamente nas telas? Em que medida elas dialogam com as manifestações culturais negras e outras referências dos cinemas da África e também da diáspora? São estes alguns dos questionamentos que orientam a pesquisa mais ampla da qual o trabalho proposto aqui faz parte.

Bibliografia

    FANON, Frantz. Pele negra, máscara branca. Salvador: EdUFBA, 2008.
    GILLESPIE, Michael Boyce. Film Blackness. American Cinema and the Idea of Black Film Durham, NC: Duke University Press, 2016.
    HOOKS, bell. Yearning: Race, Gender and Cultural Politics. New York: Routledge, 1990.
    ______ . Black Looks: Race and Representation. Boston: South and Press, 1992
    KILOMBA, Grada. Plantation Memories. Episodes of Everyday Racism. Münster: Unrast Verlag, 2. Edição, 2010
    MERCER, Kobena. Welcome to the Jungle: New Positions in Black Cultural Studies. NY: Routledge, 1994.
    MOTEN, Fred. “The case of Blackness”. Criticism, Spring 2008, Vol. 50, No. 2, pp. 177–218.
    ______. In the Break. The aesthetics of the Black Radical Tradition. Minneapolis: Minnesota University Press, 2003.
    REID, Mark A. Redefining Black Film. Berkeley: University of California Press, 1993.
    YEARWOOD, Gladstone. Black Film as a Signifying Practice. / Asmara: African World Press, Inc., 2000.

O livro “XXII SOCINE: 50 anos do maio de 68”, organizado por Lisandro Nogueira e Cleomar Rocha já está disponível para download em nosso site. A obra é composta de 11 artigos que lidam com a temática do maio de 68 pela perspectiva do cinema, que foi o tema do XXII Encontro SOCINE realizado em Goiânia, em 2018. De acordo com os organizadores, “Não há dúvidas de que o tema foi, é, e será sempre instigante, ainda mais aos olhos de muitos que (sobre)viveram (a)os tempos de 68, especialmente no Brasil, e que durante o evento debateram e refletiram sobre o legado de tão importante período da história mundial para a contemporaneidade. Na presente coletânea de textos procuramos demonstrar um pouquinho do que foi a XXII SOCINE, bastante eclética, mas que correspondeu muito bem à chamada para trazer a reflexão dos acontecimentos políticos, sociais, culturais e artísticos do ano de 1968”. O livro leva o selo editorial da SOCINE e ficará disponível em nosso site para download na seção Livros.

XXII Socine 50 anos de maio de 68
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Tema do XXII encontro da Sociedade Brasileira de Estudos de Cinema e Audiovisual (SOCINE): “herança do maio de 1968 do ponto de vista do cinema, das novas redes de comunicação digital e da televisão”.

A Sociedade Brasileira de Estudos de Cinema e Audiovisual (SOCINE) repudia veementemente as manifestações recentes do governo federal contrárias a disciplinas das Humanidades como Filosofia ou Sociologia. Tais manifestações se constituem como ameaças inaceitáveis a áreas de conhecimento fundamentais que já convivem há anos com espaço reduzido nas políticas de financiamento de ensino e pesquisa no país.

A SOCINE considera que tais manifestações, além de desconhecerem a centralidade das Humanidades na construção da cidadania e no desenvolvimento do país, demonstram uma completa ausência de um projeto sério de educação e ciência.

Por isso, a SOCINE também assina a nota de repudio redigida pela ANPOF, disponível em:
http://www.anpof.org/portal/index.php/pt-BR/artigos-em-destaque/2075-nota-de-repudio-a-declaracoes-do-ministro-da-educacao-e-do-presidente-da-republica-sobre-as-faculdades-de-humanidades-nomeadamente-filosofia-e-sociologia

Diretoria SOCINE

Encerrou-se na última sexta, 19/04, o pagamento da anuidade e a submissão de trabalhos para o XXIII Encontro SOCINE que acontecerá de 08 a 11 de outubro na Unisinos, em Porto Alegre, RS. As propostas entram agora em período de avaliação e a divulgação dos trabalhos selecionados está prevista para o dia 10/06/2019.

Num momento em que a pesquisa brasileira sofre cortes, a SOCINE tem buscado reagir às dificuldades postas a toda área, implementando descontos a profissionais sem vínculo, criando novas formas de desligamento que possibilitam uma economia aos sócios e diminuindo a quantidade de anuidades atrasadas a serem pagas. Além disso, a escolha do tema deste ano levou em consideração a necessidade de refletirmos sobre preservação e memória audiovisual num período como este que vivemos. Por tudo isto, nos anima o fato do Encontro deste ano ter registrado o maior número de trabalhos submetidos nos últimos dez anos, totalizando 595 propostas enviadas. Em momentos de dificuldades como estes que o fortalecimento de nossa Sociedade e Encontro se faz cada vez mais importante e por isso, agradecemos a todas e todos que inscreveram seus trabalhos. Faremos mais um instigante e afetuoso Encontro, dessa vez em Porto Alegre.

Para finalizar, gostaríamos de informar aos sócios que não pagaram a anuidade, que é possível realizar o pagamento normalmente pelo sistema durante todo o ano. Para aqueles que buscam economizar, pode-se optar pelo Desligamento Parcial, que gera um desconto de 50% no valor da anuidade.

Para pagar e submeter os trabalhos é necessário que o sócio já cadastrado na Sociedade acesse nosso site socine.org.br e coloque seu CPF e sua senha no PAINEL DO ASSOCIADO.

Estando logado em nosso sistema, o sócio deverá clicar em MINHA CONTA e em seguida DADOS DE PAGAMENTO. Vai aparecer uma tela com o Histórico de pagamentos e ao lado Instruções de pagamento, onde é feito o processo via Paypal. Assim que o pagamento é realizado, aparece escrito PAGO no Histórico na coluna Anuidade 2019. Com isso é possível submeter o trabalho em seguida.

Para submeter a proposta de comunicação, você deve clicar em ENCONTROe em seguida INSCRIÇÃO. Abrirá uma tela com a explicação sobre cada uma das 4 modalidades e ao lado em Minha proposta você encontra os botões com as modalidades para se inscrever nelas. Você irá clicar naquela que você gostaria de enviar seu trabalho e preencher os campos. Depois de enviar a proposta você ainda pode edita-la até o encerramento do prazo. Após isso, a proposta entra em avaliação e não pode ser mais modificada.

Qualquer dúvida sobre o processo, entre em contato com a Secretaria pelo e-mail socine@socine.org.br