O XXIII Encontro SOCINE acontecerá na Unisinos, em Porto Alegre, de 08 a 11 de outubro de 2019.

A lista dos trabalhos aprovados pode ser acessada aqui. Os associados também podem checar a avaliação final de seus trabalhos pela sua área de associado.

Todos os aprovados precisam realizar o pagamento dentro do prazo para que sua participação seja confirmada. Os valores, após o primeiro prazo, terão acréscimos. O pagamento deverá ser feito pela área do associado, via Paypal.

Primeiro prazo: 10 de junho a 12 de julho – R$190,00 (profissionais) / R$95,00 (estudantes/profissionais sem vínculo)
Segundo prazo: 15 de julho a 26 de julho – R$220,00 (profissionais) / R$110,00 (estudantes/profissionais sem vínculo)
Prazo final: 29 de julho a 02 de agosto – R$260,00 (profissionais) / R$130,00 (estudantes/profissionais sem vínculo)

Tendo qualquer dúvida ou dificuldade, favor contatar a secretaria no e-mail socine@socine.org.br.

Ficha do Proponente

Proponente

    Rodrigo Corrêa Gontijo (UNICAMP)

Minicurrículo

    Rodrigo Gontijo é doutorando e mestre em Multimeios pelo Instituto de Artes da UNICAMP e bacharel em Comunicação e Multimeios pela PUC-SP. Atua como artista, pesquisador e professor no Centro Universitário SENAC e na Academia Internacional de Cinema. Desenvolve projetos de live cinema, filme-ensaio, instalações e documentários. Seus trabalhos já foram apresentados no Brasil, Argentina, Canadá, Espanha e Marrocos e premiados pela Associação Paulista dos Críticos de Arte e Festival de Gramado.

Ficha do Trabalho

Título

    H.O. – o estado documental no cinema de invenção de Ivan Cardoso

Seminário

    Interseções Cinema e Arte

Resumo

    H.O. (1979) de Ivan Cardoso, filme que apresenta estados documentais de variadas intensidades em certos momentos da narrativa, foi estruturado a partir de uma colagem de imagens e sons que abordam o processo criativo do artista Hélio Oiticica. Esta pesquisa analisa os conceitos de documentalidade (STEYERL:2003) e leitura documentarizante (ODIN:2012) em H.O., para refletir sobre determinadas características do cinema experimental brasileiro.

Resumo expandido

    Ivan Cardoso é considerado um dos principais expoentes do cinema experimental brasileiro, dentro de um recorte específico conhecido como Cinema Marginal ou Cinema de Invenção. Para Hélio Oiticica, o experimental está ligado a “um estado de desligamento, de esvaziamento (que não significa um nada), que é a abertura para o ato expressivo enquanto ato criador” (TEIXEIRA, 1999. p.33) onde o experimental não é um objetivo a ser alcançado, mas apenas um caminho a ser percorrido no “exercício experimental da liberdade, que não consiste na criação de obras, mas na iniciativa de assumir o experimental” (OITICICA: 1972 p.2). O cinema marginal, ligado à contracultura, é marcado por uma ruptura com a linguagem visual recorrente do cinema comercial, por uma fragmentação da narrativa que prioriza o mostrar ao invés de narrar, através de personagens à deriva que se constroem no presente. O deboche, a ironia e a alegoria aparecem de maneira recorrente em filmes carregados de citações onde “pega-se o discurso-outro, incorporam-se às vezes pedaços inteiros do original, às vezes se reelabora a matriz deixando, no entanto, indícios claros da procedência” (RAMOS: 1987, p.133). Jairo Ferreira prefere chama-lo de Cinema de Invenção, termo emprestado de Ezra Pound, que na busca dos “elementos puros da literatura”, desenvolveu as seguintes categorias: “Inventores: homens que descobriram um novo processo ou cuja obra nos dá o primeiro exemplo conhecido de um processo; Mestres: homens que combinaram um certo número de tais processos e que os usaram tão bem ou melhor que os inventores; Diluidores: homens que vieram depois das duas primeiras espécies de escritor e não foram capazes de realizar tão bem o trabalho” (FERREIRA:2016, p.34).

    Em H.O. (1979), Ivan Cardoso acompanha o processo criativo do artista Hélio Oiticica, onde a articulação de determinados elementos imagéticos e sonoros trazem estados documentais de diferentes intensidades, conhecidos por documentalidade (Steyerl:2003). Em alguns momentos, o cinema experimental brasileiro incorporou qualidades documentais, provocando tensões entre territórios seja por aproximação (Documentário de Rogério Sganzerla, 1966) ou por digressão (Congo de Arthur Omar que acompanha um artigo do mesmo autor chamado Anti-Documentário, provisoriamente, ambos de 1972).

    De acordo com Roger Odin, “todo filme pode, na condição de ser examinado sob a perspectiva adequada, revelar um aspecto documentário”, portanto ao submeter o leitor ao filme, este estabelece uma imagem sobre o enunciador, ou seja, “constrói um eu-origem real” (ODIN:2012, p.13). Num determinado instante de H.O., temos um depoimento em off de Oiticica falando sobre os Parangolés, enquanto Nildo da Mangueira dança com os mantos coloridos. Num outro trecho ouvimos a narração de Scarlet Moon sobre conceitos que definem as relações do espectador com as obras, enquanto assistimos imagens observativas da abertura da instalação Penetrável PN 27 “Rijanviera” que contou com as presenças de Lígia Clark, Lygia Pape, Caetano Veloso e Wally Salomão. Estas organizações narrativas promovidas por Cardoso, a partir de personagens que declaram a existência de algo sobre o mundo, podem ser compreendidas como “uma série de normas que distinguem as afirmações certas das falsas e que se fixam nos procedimentos de produção da verdade” (STEYERL:2003), permitindo assim que o leitor desenvolva uma leitura documentarizante, afinal o que estabelece este tipo de compreensão “é a realidade pressuposta do Enunciador, e não a realidade do representado” (ODIN:2012, p.18). Como aponta Steyerl “as formas documentais são menos o reflexo de uma realidade do que a criação dela mesma” (STEYERL:2003), portanto H.O., além de toda sua dimensão experimental, marginal ou de invenção, assim como outros filmes do cinema experimental brasileiro, podem ser considerados, como sugeriu Chris Marker descrevendo sua própria obra, um Cine Ma Verité.

Bibliografia

    FERREIRA, Jairo. Cinema de Invenção. Rio de Janeiro: Azougue Editorial, 2016

    ODIN, Roger. Filme documentário, leitura documentarizante. Significação – Revista de Cultura Audiovisual, V.39, nº 35, 2012. Disponível em http://www.revistas.usp.br/significacao/article/view/71238. Acesso em 05 de abril de 2019.

    OITICICA, Helio. Experimentar o experimental. Anotações do Artista, New York. 1972.
    Disponível em http://enciclopedia.itaucultural.org.br/ Acesso em 12 de abril de 2019

    RAMOS, Fernão. Cinema Marginal – a representação em seu limite. São Paulo: Brasiliense, 1987.

    STEYERL, Hito. Documentarism as Politics of Truth. EIPCP: European Institute for Progressive Cultural Policies, 2003. Disponível em http://www.eipcp.net/transversal/1003/steyerl2/en. Acesso em 05 de abril de 2019.

    TEIXEIRA, Francisco Elinaldo. Da Estação Primeira de Mangueira à Documenta de Kassel: Hélio Oiticica nas Redes do Virtual. Percurso, Revista de Psicanálise, São Paulo, nº 23, 2/1999.

O livro “XXII SOCINE: 50 anos do maio de 68”, organizado por Lisandro Nogueira e Cleomar Rocha já está disponível para download em nosso site. A obra é composta de 11 artigos que lidam com a temática do maio de 68 pela perspectiva do cinema, que foi o tema do XXII Encontro SOCINE realizado em Goiânia, em 2018. De acordo com os organizadores, “Não há dúvidas de que o tema foi, é, e será sempre instigante, ainda mais aos olhos de muitos que (sobre)viveram (a)os tempos de 68, especialmente no Brasil, e que durante o evento debateram e refletiram sobre o legado de tão importante período da história mundial para a contemporaneidade. Na presente coletânea de textos procuramos demonstrar um pouquinho do que foi a XXII SOCINE, bastante eclética, mas que correspondeu muito bem à chamada para trazer a reflexão dos acontecimentos políticos, sociais, culturais e artísticos do ano de 1968”. O livro leva o selo editorial da SOCINE e ficará disponível em nosso site para download na seção Livros.

XXII Socine 50 anos de maio de 68
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Tema do XXII encontro da Sociedade Brasileira de Estudos de Cinema e Audiovisual (SOCINE): “herança do maio de 1968 do ponto de vista do cinema, das novas redes de comunicação digital e da televisão”.

A Sociedade Brasileira de Estudos de Cinema e Audiovisual (SOCINE) repudia veementemente as manifestações recentes do governo federal contrárias a disciplinas das Humanidades como Filosofia ou Sociologia. Tais manifestações se constituem como ameaças inaceitáveis a áreas de conhecimento fundamentais que já convivem há anos com espaço reduzido nas políticas de financiamento de ensino e pesquisa no país.

A SOCINE considera que tais manifestações, além de desconhecerem a centralidade das Humanidades na construção da cidadania e no desenvolvimento do país, demonstram uma completa ausência de um projeto sério de educação e ciência.

Por isso, a SOCINE também assina a nota de repudio redigida pela ANPOF, disponível em:
http://www.anpof.org/portal/index.php/pt-BR/artigos-em-destaque/2075-nota-de-repudio-a-declaracoes-do-ministro-da-educacao-e-do-presidente-da-republica-sobre-as-faculdades-de-humanidades-nomeadamente-filosofia-e-sociologia

Diretoria SOCINE

Encerrou-se na última sexta, 19/04, o pagamento da anuidade e a submissão de trabalhos para o XXIII Encontro SOCINE que acontecerá de 08 a 11 de outubro na Unisinos, em Porto Alegre, RS. As propostas entram agora em período de avaliação e a divulgação dos trabalhos selecionados está prevista para o dia 10/06/2019.

Num momento em que a pesquisa brasileira sofre cortes, a SOCINE tem buscado reagir às dificuldades postas a toda área, implementando descontos a profissionais sem vínculo, criando novas formas de desligamento que possibilitam uma economia aos sócios e diminuindo a quantidade de anuidades atrasadas a serem pagas. Além disso, a escolha do tema deste ano levou em consideração a necessidade de refletirmos sobre preservação e memória audiovisual num período como este que vivemos. Por tudo isto, nos anima o fato do Encontro deste ano ter registrado o maior número de trabalhos submetidos nos últimos dez anos, totalizando 595 propostas enviadas. Em momentos de dificuldades como estes que o fortalecimento de nossa Sociedade e Encontro se faz cada vez mais importante e por isso, agradecemos a todas e todos que inscreveram seus trabalhos. Faremos mais um instigante e afetuoso Encontro, dessa vez em Porto Alegre.

Para finalizar, gostaríamos de informar aos sócios que não pagaram a anuidade, que é possível realizar o pagamento normalmente pelo sistema durante todo o ano. Para aqueles que buscam economizar, pode-se optar pelo Desligamento Parcial, que gera um desconto de 50% no valor da anuidade.

Para pagar e submeter os trabalhos é necessário que o sócio já cadastrado na Sociedade acesse nosso site socine.org.br e coloque seu CPF e sua senha no PAINEL DO ASSOCIADO.

Estando logado em nosso sistema, o sócio deverá clicar em MINHA CONTA e em seguida DADOS DE PAGAMENTO. Vai aparecer uma tela com o Histórico de pagamentos e ao lado Instruções de pagamento, onde é feito o processo via Paypal. Assim que o pagamento é realizado, aparece escrito PAGO no Histórico na coluna Anuidade 2019. Com isso é possível submeter o trabalho em seguida.

Para submeter a proposta de comunicação, você deve clicar em ENCONTROe em seguida INSCRIÇÃO. Abrirá uma tela com a explicação sobre cada uma das 4 modalidades e ao lado em Minha proposta você encontra os botões com as modalidades para se inscrever nelas. Você irá clicar naquela que você gostaria de enviar seu trabalho e preencher os campos. Depois de enviar a proposta você ainda pode edita-la até o encerramento do prazo. Após isso, a proposta entra em avaliação e não pode ser mais modificada.

Qualquer dúvida sobre o processo, entre em contato com a Secretaria pelo e-mail socine@socine.org.br