O XXIII Encontro SOCINE acontecerá na Unisinos, em Porto Alegre, de 08 a 11 de outubro de 2019.

A lista dos trabalhos aprovados pode ser acessada aqui. Os associados também podem checar a avaliação final de seus trabalhos pela sua área de associado.

Todos os aprovados precisam realizar o pagamento dentro do prazo para que sua participação seja confirmada. Os valores, após o primeiro prazo, terão acréscimos. O pagamento deverá ser feito pela área do associado, via Paypal.

Primeiro prazo: 10 de junho a 12 de julho – R$190,00 (profissionais) / R$95,00 (estudantes/profissionais sem vínculo)
Segundo prazo: 15 de julho a 26 de julho – R$220,00 (profissionais) / R$110,00 (estudantes/profissionais sem vínculo)
Prazo final: 29 de julho a 02 de agosto – R$260,00 (profissionais) / R$130,00 (estudantes/profissionais sem vínculo)

Tendo qualquer dúvida ou dificuldade, favor contatar a secretaria no e-mail socine@socine.org.br.

Ficha do Proponente

Proponente

    tatiana a c costa (UNA)

Minicurrículo

    Pesquisadora e realizadora audiovisual. Professora na UNA (BH), onde coordena o projeto PRETANÇA. Na UFMG, integra o grupo de estudos CORAGEM – Cor, Raça e Gênero. Participa do movimento segundaPRETA e é colabora de mostras e cineclubes. Participou das equipes de curadoria do forumdoc.bh e Mostra de Cinema de Tiradentes. É co-autora dos livros “Olhares Contemporâneos” (2011), “Mulheres Comunicam: Mediações, Sociedade e Feminismos” (2016), entre outros.

Coautor

    Breno Henrique de Almeida Rocha (UFMG)

Ficha do Trabalho

Título

    Negruras e suas encruzilhadas no cinema negro contemporâneo

Seminário

    Cinema Negro africano e diaspórico – Narrativas e representações

Resumo

    Este trabalho apresenta um levantamento realizado a partir dos 185 curtas dirigidos por pessoas negras e inscritos ou convidados para seleção na edição de 2019 da Mostra de Cinema de Tiradentes. O levantamento foi feito com dados gerados pela organização e curadoria e na categorização em temáticas e estratégias percebidas nos filmes. O resultado revela algumas tendências de representação das negruras que dialogam com demandas histórias e apontam caminhos no cinema brasileiro contemporâneo.

Resumo expandido

    Pela primeira vez em sua história, a Mostra de Cinema de Tiradentes solicitou autodeclaração de raça e gênero de diretorxs na inscrição dos filmes de longa e curta-metragens para a seleção em sua 22ª edição, realizada em 2019. Compiladas as inscrições e convites dos 806 curtas, 185 tiveram direção de pessoas autodeclaradas negras. A iniciativa da Mostra responde a um contexto contemporâneo de uma também inédita ascensão de um conjunto heterogêneo de realizadorxs negrxs no cenário nacional. Essa produção cresce em um disperso movimento que reúne um conjunto de narrativas que parecem buscar não só representação mas a representatividade nas telas e fora delas.

    Parte desse conjunto de realizadorxs é oriunda de universidades é fruto de políticas públicas afirmativas originadas da atuação de intelectuais negrxs e das pressões de movimentos sociais. Fora das universidades, grupos de pessoas negras, em sua maioria de periferias, também começa a apresentar uma vigorosa produção audiovisual, estimulada em sua maioria também por investimentos diretos ou indiretos do setor público.

    A quantidade de filmes que são objeto deste levantamento e o conjunto de seus realizadorxs não se configuram, entretanto, como um movimento nos moldes do que já ocorreu em outros momentos no Brasil e em outros países. Na história recente, conjuntos de realizadorxs cujas obras influenciaram as gerações que os seguiram, notadamente nos EUA e na Inglaterra, foram autodenominados ou nomeados a posteriori em grupos mais ou menos coesos. Black Audio Film Collective, Blackspoitation ou L. A. Rebellion, alimentados por movimentos sociais e, por vezes, inspirando-se em cinematografias dissidentes como as africanas, estabeleceram rupturas e abriram caminhos. No Brasil, iniciativas pontuais, em torno de figuras que se tornaram emblemáticas como Zózimo Bulbul ou a tentativa de sistematização operada por Jeferson De (2005) em seu Dogma Feijoada, também foram marcos importantes e que reverberam nos filmes desta nova geração.

    Escolhemos denominar este conjunto de filmes como parte do chamado cinema negro brasileiro contemporâneo num “gesto político de fazer uma demarcação especial […] como forma de existir frente ao hegemônico” (AUGUSTO, 2018). E tomamos para este estudo inicial provocações que partem de parâmetros epistemológicos afro-brasileiros, como a noção de “encruzilhada” (MARTINS, 1997) e de “performance do tempo espiralar” (MARTINS, 2002) numa tentativa de dar conta das particularidades raciais – as negruras – das construções simbólicas presentes nas obras.

    O levantamento inicial realizado nesse conjunto de 185 curtas-metragens não pretende dar conta de todas as potências dessa produção. Por um lado, e quantitativamente, o levantamento se deu a partir dos dados gerados pela organização e curadoria da Mostra e se ateve às autodeclarações de gênero e de raça. A organização dessas informações possibilita cruzamentos de dados posteriores como, por exemplo, os relacionados a origens geográfica e de formação. O visionamento e categorização dos filmes se deu a partir de temáticas e estratégias de abordagem percebidas nos curtas. Foi possível observar a criação de algumas “contraestratégias representacionais” (HALL, 2016) em relação a estereótipos acionados por um cinema hegemônico, num possível gesto a partir de um “olhar opositor” (ou opositivo) (HOOKS, 2019) que podem ser exploradas em estudos posteriores. Também são notáveis algumas pontuais tentativas de articulação e complexificação da própria ideia de raça, evidenciando o caráter de construção, ou de “ficção útil” a um imaginário colonial (branco) (MBEMBE, 2018).

    O resultado desse levantamento, em fase inicial, aponta para algumas tendências de representação que dialogam com demandas históricas e apontam caminhos na recente produção cinematográfica brasileira.

Bibliografia

    AUGUSTO, Heitor. Passado, presente e futuro: cinema, cinema negro e curta-metragem. In.: FESTCURTASBH. 20º, 2018, Belo Horizonte. Catálogo. Belo Horizonte: Fundação Clóvis Salgado, 2018. (p. 154-164)
    DE, Jeferson. Dogma feijoada: o cinema negro brasileiro. São Paulo. Imprensa Oficial, 2005.
    HALL, Stuart. Cultura e representação. Rio de Janeiro: ed. PUC-Rio/Apicuri, 2016
    HOOKS, bell. O olhar opositor: mulheres negras espectadoras. In.: Olhares negros: raça e representação. São Paulo: Elefante, 2019. (p. 214-241)
    MARTINS, Leda Maria. Afrografias da memória. Belo Horizonte: Mazza Edições, 1997.
    _________________ Performance do tempo espiralar. In: RAVETTI, Graciela e ARBEX, Márcia (orgs.). Performance, exílio, fronteiras: errâncias territoriais e textuais. Belo Horizonte: FALE-Faculdade de Letras da UFMG, 2002.
    MBEMBE, Achille. Crítica da Razão Negra. São Paulo: n-1 edições, 2018.
    SANTOS, Júlio César dos. A quem interessa o Cinema Negro?. Revista da ABPN . v. 5, n. 9 .
    nov.–fev. 2013.

O livro “XXII SOCINE: 50 anos do maio de 68”, organizado por Lisandro Nogueira e Cleomar Rocha já está disponível para download em nosso site. A obra é composta de 11 artigos que lidam com a temática do maio de 68 pela perspectiva do cinema, que foi o tema do XXII Encontro SOCINE realizado em Goiânia, em 2018. De acordo com os organizadores, “Não há dúvidas de que o tema foi, é, e será sempre instigante, ainda mais aos olhos de muitos que (sobre)viveram (a)os tempos de 68, especialmente no Brasil, e que durante o evento debateram e refletiram sobre o legado de tão importante período da história mundial para a contemporaneidade. Na presente coletânea de textos procuramos demonstrar um pouquinho do que foi a XXII SOCINE, bastante eclética, mas que correspondeu muito bem à chamada para trazer a reflexão dos acontecimentos políticos, sociais, culturais e artísticos do ano de 1968”. O livro leva o selo editorial da SOCINE e ficará disponível em nosso site para download na seção Livros.

XXII Socine 50 anos de maio de 68
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Tema do XXII encontro da Sociedade Brasileira de Estudos de Cinema e Audiovisual (SOCINE): “herança do maio de 1968 do ponto de vista do cinema, das novas redes de comunicação digital e da televisão”.

A Sociedade Brasileira de Estudos de Cinema e Audiovisual (SOCINE) repudia veementemente as manifestações recentes do governo federal contrárias a disciplinas das Humanidades como Filosofia ou Sociologia. Tais manifestações se constituem como ameaças inaceitáveis a áreas de conhecimento fundamentais que já convivem há anos com espaço reduzido nas políticas de financiamento de ensino e pesquisa no país.

A SOCINE considera que tais manifestações, além de desconhecerem a centralidade das Humanidades na construção da cidadania e no desenvolvimento do país, demonstram uma completa ausência de um projeto sério de educação e ciência.

Por isso, a SOCINE também assina a nota de repudio redigida pela ANPOF, disponível em:
http://www.anpof.org/portal/index.php/pt-BR/artigos-em-destaque/2075-nota-de-repudio-a-declaracoes-do-ministro-da-educacao-e-do-presidente-da-republica-sobre-as-faculdades-de-humanidades-nomeadamente-filosofia-e-sociologia

Diretoria SOCINE

Encerrou-se na última sexta, 19/04, o pagamento da anuidade e a submissão de trabalhos para o XXIII Encontro SOCINE que acontecerá de 08 a 11 de outubro na Unisinos, em Porto Alegre, RS. As propostas entram agora em período de avaliação e a divulgação dos trabalhos selecionados está prevista para o dia 10/06/2019.

Num momento em que a pesquisa brasileira sofre cortes, a SOCINE tem buscado reagir às dificuldades postas a toda área, implementando descontos a profissionais sem vínculo, criando novas formas de desligamento que possibilitam uma economia aos sócios e diminuindo a quantidade de anuidades atrasadas a serem pagas. Além disso, a escolha do tema deste ano levou em consideração a necessidade de refletirmos sobre preservação e memória audiovisual num período como este que vivemos. Por tudo isto, nos anima o fato do Encontro deste ano ter registrado o maior número de trabalhos submetidos nos últimos dez anos, totalizando 595 propostas enviadas. Em momentos de dificuldades como estes que o fortalecimento de nossa Sociedade e Encontro se faz cada vez mais importante e por isso, agradecemos a todas e todos que inscreveram seus trabalhos. Faremos mais um instigante e afetuoso Encontro, dessa vez em Porto Alegre.

Para finalizar, gostaríamos de informar aos sócios que não pagaram a anuidade, que é possível realizar o pagamento normalmente pelo sistema durante todo o ano. Para aqueles que buscam economizar, pode-se optar pelo Desligamento Parcial, que gera um desconto de 50% no valor da anuidade.

Para pagar e submeter os trabalhos é necessário que o sócio já cadastrado na Sociedade acesse nosso site socine.org.br e coloque seu CPF e sua senha no PAINEL DO ASSOCIADO.

Estando logado em nosso sistema, o sócio deverá clicar em MINHA CONTA e em seguida DADOS DE PAGAMENTO. Vai aparecer uma tela com o Histórico de pagamentos e ao lado Instruções de pagamento, onde é feito o processo via Paypal. Assim que o pagamento é realizado, aparece escrito PAGO no Histórico na coluna Anuidade 2019. Com isso é possível submeter o trabalho em seguida.

Para submeter a proposta de comunicação, você deve clicar em ENCONTROe em seguida INSCRIÇÃO. Abrirá uma tela com a explicação sobre cada uma das 4 modalidades e ao lado em Minha proposta você encontra os botões com as modalidades para se inscrever nelas. Você irá clicar naquela que você gostaria de enviar seu trabalho e preencher os campos. Depois de enviar a proposta você ainda pode edita-la até o encerramento do prazo. Após isso, a proposta entra em avaliação e não pode ser mais modificada.

Qualquer dúvida sobre o processo, entre em contato com a Secretaria pelo e-mail socine@socine.org.br