O XXIII Encontro SOCINE acontecerá na Unisinos, em Porto Alegre, de 08 a 11 de outubro de 2019.

A lista dos trabalhos aprovados pode ser acessada aqui. Os associados também podem checar a avaliação final de seus trabalhos pela sua área de associado.

Todos os aprovados precisam realizar o pagamento dentro do prazo para que sua participação seja confirmada. Os valores, após o primeiro prazo, terão acréscimos. O pagamento deverá ser feito pela área do associado, via Paypal.

Primeiro prazo: 10 de junho a 12 de julho – R$190,00 (profissionais) / R$95,00 (estudantes/profissionais sem vínculo)
Segundo prazo: 15 de julho a 26 de julho – R$220,00 (profissionais) / R$110,00 (estudantes/profissionais sem vínculo)
Prazo final: 29 de julho a 02 de agosto – R$260,00 (profissionais) / R$130,00 (estudantes/profissionais sem vínculo)

Tendo qualquer dúvida ou dificuldade, favor contatar a secretaria no e-mail socine@socine.org.br.

Ficha do Proponente

Proponente

    Fernanda Omelczuk Walter (UFSJ)

Minicurrículo

    Professora da Universidade Federal de São João del-Rei (UFSJ). Membra do Grupo de Pesquisa em Educação, Filosofia e Imagem – GEFI, onde coordena Projetos de Ensino, Pesquisa e Extensão na interface do cinema com a Educação em escolas, hospitais, centros comunitários, abrigo de idosos, dentre outros.

Ficha do Trabalho

Título

    Ed.,psicologia e cinema:reflexões a partir de Jonas e o circo sem lona

Seminário

    Cinema e Educação

Resumo

    Partindo das proposições em Cinema e educação e de pesquisas sobre o ensino de Psicologia na formação dos professores, queremos pensar a presença do cinema no curso de Psicologia para as licenciaturas. Tendo como referência o filme “Jonas e o circo sem lona” a proposta reflete sobre a escolha, abordagem e desdobramentos pedagógicos do(s) filme(s), com vistas a uma relação política e criadora com o cinema e a uma formação inventiva e estética do futuro professor.

Resumo expandido

    A relação do cinema com a psicologia se confunde com a própria história do cinema se pensamos na sétima arte como o “inconsciente óptico” capaz de nos mostrar o invisível que atravessa o cotidiano (BENJAMIN, 2012). Machado (1997) considera curioso que o pai da psicanálise não tenha se referido ao cinema para ilustrar o funcionamento psíquico, sendo sua teoria tão próxima deste dispositivo.
    Outras vertentes de diálogo são análises sobre mecanismos de projeção e identificação do espectador com a visão da câmera, com personagens e enredos (AUMOUNT; MARIE, 2004). Além disso o cinema como produtor de subjetividade é uma possibilidade de subverter produções capitalísticas massificadas na direção da singularidade (GUATTARI; ROLNIK, 2005) especialmente para a escolha dos filmes que exibimos nos contextos de psicologia e educação.
    É nesse sentido que pensamos o filme Jonas e o circo sem lona (2015) de Paula Gomes, como um cinema que conjuga em conteúdo e estética modos outros de perceber e configurar problemáticas da psicologia da educação. O filme narra o envolvimento de Jonas com o circo que ele mesmo monta, constrói, ensaia, divulga, junto aos amigos no quintal de sua casa.
    Jonas constrói o circo com os “restos do mundo adulto” – pedaços de arquibancada, lonas velhas, o trapézio do circo onde sua família trabalhava (BENJAMIN, 2002). Esse universo, que pode parecer devaneio de fantasia infantil, é concreto e envolvente no filme, que nos mostra a dedicação, a autonomia, a disciplina de Jonas com a rotina dos ensaios, montagem, criação dos espetáculos. A “brincadeira” é vivida com compromisso e seriedade em contraste com as acusações dos adultos acerca de um Jonas irresponsável e relapso com os estudos e a escola.
    Assim, ao dar a ver a história de Jonas, Paula provoca o real com a presença da câmera e coloca em circulação traços de diferentes regimes da imagem da infância e da escola na contemporaneidade. A diretora da instituição, por exemplo, reclama que a presença da equipe documentarista na escola altera o comportamento de Jonas, inventa um novo Jonas preferimos dizer. Ela considera um mal exemplo filmar um aluno que não tem um bom desempenho nas provas e tarefas. O cinema, em sua visão, deveria manter uma correspondência mais direta com o que percebia, “representar o real” e não intervir nele (RANCIÈRE, 2009).
    Mas o que a diretora faz é suspender modos de percepção das “crianças problemas” comumente compartilhados pela comunidade escolar. Suas imagens colocam em circulação um menino atento, interessado e sensível.
    A câmera de Paula filma desde o início a favor de Jonas, uma câmera intencionada e assertiva, que corre com ele os riscos dessa relação – se tornando ela também uma personagem da história, que intervém junto à mãe para que o deixe ir para o circo, que consola Jonas pelo fracasso de sua empreitada – numa câmera tátil, que não só o filma, mas também lhe toca, literalmente, pelas mãos a acaricia-lo em consolo (COMOLLI, 2008).
    O interesse do menino pelo circo – a mais marginal das artes, um não lugar marcado pela instabilidade e o nomadismo – tenciona ainda mais a relação com a escola – lugar do conhecimento oficial, das certezas e busca por segurança. Não se trata de uma criança problema e “preguiçosa”, mas um menino que opta por abandonar a segurança e conforto da escola, o equilíbrio e estabilidade das ciências, como tantas vezes argumenta sua mãe, por uma vida itinerante que exige dedicação e trabalho. No circo o risco é condição eminente do artista em diferentes dimensões: riscos financeiros, físicos, emocionais, simbólicos (GOUDARD, 2009).
    Jonas escolheu viver esses riscos. Paula assumiu os riscos do “engajamento e fricção com o mundo”. Que riscos a presença de Jonas e desse(s) cinema(s) provocam em nossa percepção sobre as crianças problemas? Sobre nossas expectativas acerca do discurso psi sobre essas crianças? Sobre nossas percepções acerca da escola, da aprendizagem, da infância e do próprio cinema

Bibliografia

    AUMONT, J. MARIE, M. A análise do filme. Lisboa: Edições Texto & Grafia, 2004.

    BENJAMIN, Walter. Reflexões sobre a criança, o brinquedo e a educação. São Paulo: Duas Cidades, 2002.

    ______. A obra de arte na era de sua reprodutibilidade técnica. Em: BENJAMIN, Walter. Magia e Técnica, arte e Política. São Paulo: Brasiliense, 2012

    COMOLLI, Jean Louis. Ver e poder. Cinema, televisão, ficção, documentário. Belo Horizonte: UFMG, 2008.

    GOUDARD, Philippe. Estética do risco: do corpo sacrificado ao corpo abandonado. Em: WALLON, Emmanuel (org.) O circo no risco da arte. Belo Horizonte: Autêntica Editora, 2009.

    GUATTARI, F. & ROLNIK, S. Micropolítica: Cartografias do Desejo. Petrópolis: Editora Vozes, 2005.

    MACHADO, Arlindo. Pré- cinemas & pós-cinemas. Campinas, SP: Papirus, 1997.

    RANCIÈRE, Jacques. A partilha do Sensível: estética e política. São Paulo: EXO experimental org; Editora 34, 2009.

O livro “XXII SOCINE: 50 anos do maio de 68”, organizado por Lisandro Nogueira e Cleomar Rocha já está disponível para download em nosso site. A obra é composta de 11 artigos que lidam com a temática do maio de 68 pela perspectiva do cinema, que foi o tema do XXII Encontro SOCINE realizado em Goiânia, em 2018. De acordo com os organizadores, “Não há dúvidas de que o tema foi, é, e será sempre instigante, ainda mais aos olhos de muitos que (sobre)viveram (a)os tempos de 68, especialmente no Brasil, e que durante o evento debateram e refletiram sobre o legado de tão importante período da história mundial para a contemporaneidade. Na presente coletânea de textos procuramos demonstrar um pouquinho do que foi a XXII SOCINE, bastante eclética, mas que correspondeu muito bem à chamada para trazer a reflexão dos acontecimentos políticos, sociais, culturais e artísticos do ano de 1968”. O livro leva o selo editorial da SOCINE e ficará disponível em nosso site para download na seção Livros.

XXII Socine 50 anos de maio de 68
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Tema do XXII encontro da Sociedade Brasileira de Estudos de Cinema e Audiovisual (SOCINE): “herança do maio de 1968 do ponto de vista do cinema, das novas redes de comunicação digital e da televisão”.

A Sociedade Brasileira de Estudos de Cinema e Audiovisual (SOCINE) repudia veementemente as manifestações recentes do governo federal contrárias a disciplinas das Humanidades como Filosofia ou Sociologia. Tais manifestações se constituem como ameaças inaceitáveis a áreas de conhecimento fundamentais que já convivem há anos com espaço reduzido nas políticas de financiamento de ensino e pesquisa no país.

A SOCINE considera que tais manifestações, além de desconhecerem a centralidade das Humanidades na construção da cidadania e no desenvolvimento do país, demonstram uma completa ausência de um projeto sério de educação e ciência.

Por isso, a SOCINE também assina a nota de repudio redigida pela ANPOF, disponível em:
http://www.anpof.org/portal/index.php/pt-BR/artigos-em-destaque/2075-nota-de-repudio-a-declaracoes-do-ministro-da-educacao-e-do-presidente-da-republica-sobre-as-faculdades-de-humanidades-nomeadamente-filosofia-e-sociologia

Diretoria SOCINE

Encerrou-se na última sexta, 19/04, o pagamento da anuidade e a submissão de trabalhos para o XXIII Encontro SOCINE que acontecerá de 08 a 11 de outubro na Unisinos, em Porto Alegre, RS. As propostas entram agora em período de avaliação e a divulgação dos trabalhos selecionados está prevista para o dia 10/06/2019.

Num momento em que a pesquisa brasileira sofre cortes, a SOCINE tem buscado reagir às dificuldades postas a toda área, implementando descontos a profissionais sem vínculo, criando novas formas de desligamento que possibilitam uma economia aos sócios e diminuindo a quantidade de anuidades atrasadas a serem pagas. Além disso, a escolha do tema deste ano levou em consideração a necessidade de refletirmos sobre preservação e memória audiovisual num período como este que vivemos. Por tudo isto, nos anima o fato do Encontro deste ano ter registrado o maior número de trabalhos submetidos nos últimos dez anos, totalizando 595 propostas enviadas. Em momentos de dificuldades como estes que o fortalecimento de nossa Sociedade e Encontro se faz cada vez mais importante e por isso, agradecemos a todas e todos que inscreveram seus trabalhos. Faremos mais um instigante e afetuoso Encontro, dessa vez em Porto Alegre.

Para finalizar, gostaríamos de informar aos sócios que não pagaram a anuidade, que é possível realizar o pagamento normalmente pelo sistema durante todo o ano. Para aqueles que buscam economizar, pode-se optar pelo Desligamento Parcial, que gera um desconto de 50% no valor da anuidade.

Para pagar e submeter os trabalhos é necessário que o sócio já cadastrado na Sociedade acesse nosso site socine.org.br e coloque seu CPF e sua senha no PAINEL DO ASSOCIADO.

Estando logado em nosso sistema, o sócio deverá clicar em MINHA CONTA e em seguida DADOS DE PAGAMENTO. Vai aparecer uma tela com o Histórico de pagamentos e ao lado Instruções de pagamento, onde é feito o processo via Paypal. Assim que o pagamento é realizado, aparece escrito PAGO no Histórico na coluna Anuidade 2019. Com isso é possível submeter o trabalho em seguida.

Para submeter a proposta de comunicação, você deve clicar em ENCONTROe em seguida INSCRIÇÃO. Abrirá uma tela com a explicação sobre cada uma das 4 modalidades e ao lado em Minha proposta você encontra os botões com as modalidades para se inscrever nelas. Você irá clicar naquela que você gostaria de enviar seu trabalho e preencher os campos. Depois de enviar a proposta você ainda pode edita-la até o encerramento do prazo. Após isso, a proposta entra em avaliação e não pode ser mais modificada.

Qualquer dúvida sobre o processo, entre em contato com a Secretaria pelo e-mail socine@socine.org.br