O XXIII Encontro SOCINE acontecerá na Unisinos, em Porto Alegre, de 08 a 11 de outubro de 2019.

A lista dos trabalhos aprovados pode ser acessada aqui. Os associados também podem checar a avaliação final de seus trabalhos pela sua área de associado.

Todos os aprovados precisam realizar o pagamento dentro do prazo para que sua participação seja confirmada. Os valores, após o primeiro prazo, terão acréscimos. O pagamento deverá ser feito pela área do associado, via Paypal.

Primeiro prazo: 10 de junho a 12 de julho – R$190,00 (profissionais) / R$95,00 (estudantes/profissionais sem vínculo)
Segundo prazo: 15 de julho a 26 de julho – R$220,00 (profissionais) / R$110,00 (estudantes/profissionais sem vínculo)
Prazo final: 29 de julho a 02 de agosto – R$260,00 (profissionais) / R$130,00 (estudantes/profissionais sem vínculo)

Tendo qualquer dúvida ou dificuldade, favor contatar a secretaria no e-mail socine@socine.org.br.

Ficha do Proponente

Proponente

    Silvia Okumura Hayashi (FAAP)

Minicurrículo

    Silvia Hayashi é doutora em Meios e Processos Audiovisuais (Universidade de São Paulo – Escola de Comunicações e Artes). Foi bolsista da CAPES e pesquisadora visitante na York University (Toronto, Canadá). Trabalha como montadora e realizadora de projetos audiovisuais. Foi professora temporária do Curso Superior do Audiovisual da ECA-USP. É professora de montagem do curso de Cinema da Fundação Armando Álvares Penteado.

Ficha do Trabalho

Título

    Timecodes e frame rates: uma trajetória do pulso cinematográfico

Seminário

    Montagem Audiovisual: reflexões e experiências

Resumo

    Timecode é uma sequência numérica de oito dígitos. O timecode é uma ferramenta chave do audiovisual, ele é o relógio mestre que sincroniza imagens e sons. Ele conta e indica a frequência do tempo, o frame rate. O timecode é um derivado da eletricidade e do vídeo e transita com fluidez pelo âmbito digital: ele pode tomar a forma do som, texto, imagem, metadata. Com a difusão das imagem estereoscópicas, estamos na emergência do surgimento de um novo frame rate e um novo timecode.

Resumo expandido

    Timecode é uma sequência numérica de oito dígitos. Ele é o relógio mestre da produção audiovisual. As formas e usos do timecode podem ser abrangentes e variadas: ele é uma ferramenta de contagem, indexação, uma metadata (RATCLIF, 1993). O timecode pode ser gravado sob a forma de som, imagem, dados. Ele pode se esconder entre intervalos verticais de fitas de vídeo ou ser visualizado como um item de menu em softwares de edição não-linear. O timecode é também uma informação que pode ser obtida através do processamentos de uma gravação de áudio. As decisões técnicas e padronizações do timecode são definidas pela SMPTE – Society of Motion Pictures and Television Engineers. Trata-se de um instrumento de alta precisão, atualmente quantificada com o número de uma parte por milhão. Apesar de invisível nas imagens que chegam às telas, o timecode está incrustado na produção audiovisual. Não por coincidência, o filme Timecode, dirigido por Mike Figgis em 2000 narra uma história em tempo real na qual personagens transitam por uma tela dividida em quatro quadrantes sincronizados no tempo.

    O timecode é um derivado do vídeo e da eletricidade. Ele possui portanto frequências regionais que decorrem da quantidade de ciclos da corrente elétrica em cada região geográfica. A chegada da cor na transmissão televisiva acarretou uma mudança de velocidade no padrão de transmissão da televisão no sistema NTSC (National Television System Comitee) . Os números assim começam a se proliferar: 25fps, 30fps, 29.97fps. Como todo aparato eletrônico, o timecode está sujeito a falhas, quebras, derivas. Existe toda uma literatura técnica dedicada às patologias do timecode, sejam elas de natureza tecnológica ou semântica, uma vez que a terminologia do timecode incluem termos tão surpreendentes ou reveladores quanto master e slave (PEMMARAJU, 2011).

    O cinema em sua existência em celuloide passou ao largo das flutuações do timecode, mas não da eletricidade. No cinema sonoro, era de 16 a quantidade de frames registrada a cada segundo. Com a chegada do som, este número passa a 24 quadros por segundo, uma quantidade de amostras suficiente para reproduzir o movimento e o áudio com fidelidade. Em Montage, mon beau souci, texto publicado na revista Cahiers du Cinema em dezembro de 1956, Jean-Luc Godard especula que se a imagem o olho do cinema, a montagem é pulso ou a batida do coração cinematográfico (GODARD, 1956). O movimento na imagem cinematográfica se dá pela sucessão de quadros estáticos capturados na frequência de 24 amostras por segundo (DOANE, 2003). Numa analogia podemos dizer que o pulso cinematográfico, desde o advento do cinema sonoro em 1933, palpita na frequência de 24 batimentos por segundo.

    A substituição do celuloide pela imagem digital trouxe para a produção cinematográfica todas as questões de frequência e contagem enfrentadas pelo vídeo. Timecodes, frame rates, eletricidade, números e mais números, uma precisão ímpar na contagem e na sincronização entre dispositivos de produção audiovisual e a hora padrão. Uma obra audiovisual como The Clock (2010), de Christian Marclay, uma instalação audiovisual que nos mostra um filme de 24 horas que corre em sincronia absolta com o relógio é ao mesmo tempo uma obra tecnicamente monumental e uma reflexão sobre a natureza tecnológica do tempo cinematográfico (KRAUSS, 2011).

    Com o surgimento da projeção estereoscópica o frame rate da produção audiovisual está prestes a adotar uma nova frequência. Os 24 quadros por segundo da imagem monoscópica não atendem mais às necessidades de fidelidade da estereoscopia. A decisão por um número específico passará invevitavelmente por questões de engenharia de vídeo, qualidade da imagem e interesses econômicos dos agentes envolvidos em toda a cadeia de produção audiovisual. Um novo frame rate e um novo timecode em breve serão definidos, mudando um padrão definido em 1933 e assim batida do coração cinematográfico ganhará uma nova frequência padrão.

Bibliografia

    BISHOP, C. “Digital Divide: Contemporary Art and the New Media” in Artforum Vol. 51. No. 1 September 2012.
    DOANE, M. A. The emergence of cinematic time: modernity, contingency and the archive: Cambridge: Harvard University Press, 2003.
    GODARD, J.L. “Montage, mon beau souci”. Cahiers du Cinema, n.65, p. 30-31, dez. 1956.
    GROOM, A. (org) Time. Cambridge: MIT Press, 2013.
    JAMESON, F. Postmodernism, or the Cultural Logic of Late Capitalism: Durham, Duke University Press, 1991.
    KRAUSS, R. E. Clock Time. October No. 136, Spring 2011 p.213-217
    PEMMARAJU, G. “Misbehaving Clocks: A Primary Pathology of Timecode Troubles” in http://www.3quarksdaily.com/3quarksdaily/2011/05/misbehaving-clocks-a-primarypathology-of-timecode-troubles.html
    RATCLIF, J. Timecode a user’s guide. New York: Focal Press, 1993.
    SCHIVELBUSCH, W. The Railway Journey: The Industrialization of Time and Space in the 19th Century: Berkley, University of California Press, 1986

O livro “XXII SOCINE: 50 anos do maio de 68”, organizado por Lisandro Nogueira e Cleomar Rocha já está disponível para download em nosso site. A obra é composta de 11 artigos que lidam com a temática do maio de 68 pela perspectiva do cinema, que foi o tema do XXII Encontro SOCINE realizado em Goiânia, em 2018. De acordo com os organizadores, “Não há dúvidas de que o tema foi, é, e será sempre instigante, ainda mais aos olhos de muitos que (sobre)viveram (a)os tempos de 68, especialmente no Brasil, e que durante o evento debateram e refletiram sobre o legado de tão importante período da história mundial para a contemporaneidade. Na presente coletânea de textos procuramos demonstrar um pouquinho do que foi a XXII SOCINE, bastante eclética, mas que correspondeu muito bem à chamada para trazer a reflexão dos acontecimentos políticos, sociais, culturais e artísticos do ano de 1968”. O livro leva o selo editorial da SOCINE e ficará disponível em nosso site para download na seção Livros.

XXII Socine 50 anos de maio de 68
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Tema do XXII encontro da Sociedade Brasileira de Estudos de Cinema e Audiovisual (SOCINE): “herança do maio de 1968 do ponto de vista do cinema, das novas redes de comunicação digital e da televisão”.

A Sociedade Brasileira de Estudos de Cinema e Audiovisual (SOCINE) repudia veementemente as manifestações recentes do governo federal contrárias a disciplinas das Humanidades como Filosofia ou Sociologia. Tais manifestações se constituem como ameaças inaceitáveis a áreas de conhecimento fundamentais que já convivem há anos com espaço reduzido nas políticas de financiamento de ensino e pesquisa no país.

A SOCINE considera que tais manifestações, além de desconhecerem a centralidade das Humanidades na construção da cidadania e no desenvolvimento do país, demonstram uma completa ausência de um projeto sério de educação e ciência.

Por isso, a SOCINE também assina a nota de repudio redigida pela ANPOF, disponível em:
http://www.anpof.org/portal/index.php/pt-BR/artigos-em-destaque/2075-nota-de-repudio-a-declaracoes-do-ministro-da-educacao-e-do-presidente-da-republica-sobre-as-faculdades-de-humanidades-nomeadamente-filosofia-e-sociologia

Diretoria SOCINE

Encerrou-se na última sexta, 19/04, o pagamento da anuidade e a submissão de trabalhos para o XXIII Encontro SOCINE que acontecerá de 08 a 11 de outubro na Unisinos, em Porto Alegre, RS. As propostas entram agora em período de avaliação e a divulgação dos trabalhos selecionados está prevista para o dia 10/06/2019.

Num momento em que a pesquisa brasileira sofre cortes, a SOCINE tem buscado reagir às dificuldades postas a toda área, implementando descontos a profissionais sem vínculo, criando novas formas de desligamento que possibilitam uma economia aos sócios e diminuindo a quantidade de anuidades atrasadas a serem pagas. Além disso, a escolha do tema deste ano levou em consideração a necessidade de refletirmos sobre preservação e memória audiovisual num período como este que vivemos. Por tudo isto, nos anima o fato do Encontro deste ano ter registrado o maior número de trabalhos submetidos nos últimos dez anos, totalizando 595 propostas enviadas. Em momentos de dificuldades como estes que o fortalecimento de nossa Sociedade e Encontro se faz cada vez mais importante e por isso, agradecemos a todas e todos que inscreveram seus trabalhos. Faremos mais um instigante e afetuoso Encontro, dessa vez em Porto Alegre.

Para finalizar, gostaríamos de informar aos sócios que não pagaram a anuidade, que é possível realizar o pagamento normalmente pelo sistema durante todo o ano. Para aqueles que buscam economizar, pode-se optar pelo Desligamento Parcial, que gera um desconto de 50% no valor da anuidade.

Para pagar e submeter os trabalhos é necessário que o sócio já cadastrado na Sociedade acesse nosso site socine.org.br e coloque seu CPF e sua senha no PAINEL DO ASSOCIADO.

Estando logado em nosso sistema, o sócio deverá clicar em MINHA CONTA e em seguida DADOS DE PAGAMENTO. Vai aparecer uma tela com o Histórico de pagamentos e ao lado Instruções de pagamento, onde é feito o processo via Paypal. Assim que o pagamento é realizado, aparece escrito PAGO no Histórico na coluna Anuidade 2019. Com isso é possível submeter o trabalho em seguida.

Para submeter a proposta de comunicação, você deve clicar em ENCONTROe em seguida INSCRIÇÃO. Abrirá uma tela com a explicação sobre cada uma das 4 modalidades e ao lado em Minha proposta você encontra os botões com as modalidades para se inscrever nelas. Você irá clicar naquela que você gostaria de enviar seu trabalho e preencher os campos. Depois de enviar a proposta você ainda pode edita-la até o encerramento do prazo. Após isso, a proposta entra em avaliação e não pode ser mais modificada.

Qualquer dúvida sobre o processo, entre em contato com a Secretaria pelo e-mail socine@socine.org.br