O XXIII Encontro SOCINE acontecerá na Unisinos, em Porto Alegre, de 08 a 11 de outubro de 2019.

A lista dos trabalhos aprovados pode ser acessada aqui. Os associados também podem checar a avaliação final de seus trabalhos pela sua área de associado.

Todos os aprovados precisam realizar o pagamento dentro do prazo para que sua participação seja confirmada. Os valores, após o primeiro prazo, terão acréscimos. O pagamento deverá ser feito pela área do associado, via Paypal.

Primeiro prazo: 10 de junho a 12 de julho – R$190,00 (profissionais) / R$95,00 (estudantes/profissionais sem vínculo)
Segundo prazo: 15 de julho a 26 de julho – R$220,00 (profissionais) / R$110,00 (estudantes/profissionais sem vínculo)
Prazo final: 29 de julho a 02 de agosto – R$260,00 (profissionais) / R$130,00 (estudantes/profissionais sem vínculo)

Tendo qualquer dúvida ou dificuldade, favor contatar a secretaria no e-mail socine@socine.org.br.

Ficha do Proponente

Proponente

    Jéssica Patrícia Soares (UFRGS)

Minicurrículo

    Jéssica Patrícia Soares é mestranda em Comunicação na Universidade Federal do Rio Grande do Sul, sob orientação da Professora Drª. Miriam de Souza Rossini, e graduada em Jornalismo pela ULBRA. Vinculada ao Grupo de Pesquisa Processos Audiovisuais (PROAv UFRGS), é bolsista do CNPq e atualmente estuda o cinema de horror contemporâneo e seu movimento no Brasil.

Ficha do Trabalho

Título

    Horror cotidiano: O social e político nos filmes brasileiros de horror

Resumo

    Partido de exemplos fílmicos como As Boas Maneiras (2017) e Animal Cordial (2017), esse trabalho propõe uma discussão sobre o cinema de horror produzido atualmente no Brasil, através da contribuição de autores como Carlos Primati e Laura Cánepa. Este trabalho parte da dissertação de mestrado que visa compreender como essas narrativas discutem questões de ordem política e social do país no presente, temáticas latentes nos filmes nacionais do gênero produzidos na última década.

Resumo expandido

    O cinema brasileiro vivencia um crescimento na realização de filmes de horror a partir da última década, uma produção que apresenta particularidades que permitem visualizar uma certa continuidade neste cinema de gênero no país. O interesse deste trabalho é refletir sobre esse movimento atual, marcado por filmes de narrativas mais abertamente políticas e centrados em um horror do cotidiano, de atritos interpessoais e suas consequências em meio a contextos urbanos fortemente relacionáveis à realidade do espectador.

    O horror como gênero cinematográfico é marcado por ciclos temporais que constituem sua filmografia, apresentando características específicas em uma “série de filmes associados entre si através de imagens compartilhadas, personagens, configurações, enredos e temas” (PEIRSE apud KLEIN, p. 4). Além de estabelecer um elemento essencial na compreensão do horror cinematográfico, os ciclos são indicativos dos momentos históricos e sociopolíticos no qual estão inseridos, reflexo do que Kracauer (1947) pondera sobre como os filmes de uma nação refletem sua mentalidade de um modo mais direto que qualquer outra produção artística. Exemplos desse diálogo são vistos em todos os ciclos, como a recente vertente do found footage, que trouxe ao gênero a realidade hipervigiada e virtual que reflete no excesso de registros videográficos caseiros e na disseminação deste material em redes sociais digitais.

    Ao considerarmos o cenário nacional, não há uma continuidade na produção do gênero de horror, dificultada por diferentes problemáticas, como questões de ordem política e orçamentária (CÁNEPA, 2008). Assim, esse crescimento atual possibilita analisar a formação de um movimento cinematográfico de horror, aspecto no qual esta pesquisa busca debruçar-se para entender as particularidades desse conjunto de filmes e se há, efetivamente, o início de um ciclo de horror propriamente nacional.

    Neste panorama, é possível destacar títulos que alcançaram reconhecimento no circuito de festivais, como As Boas Maneiras (Juliana Rojas e Marco Dutra, 2017), vencedor de cinco prêmios no Festival do Rio 2017, e Animal Cordial (Gabriela Amaral Almeida, 2017), um dos 22 filmes selecionados para a lista de candidatos brasileiros ao Oscar de Melhor Filme Estrangeiro. Tais obras não são classificadas somente como filmes de horror, porque transitam entre outros gêneros cinematográficos, uma tendência nas produções contemporâneas que exploram o horror em diálogo com diferentes possibilidades narrativas.

    Igualmente destaca-se um caráter político na abordagem de temáticas relativas à questões caras ao nosso tempo, como gênero, raça e classe social. Em As Boas Maneiras, o tensionamento racial é latente e atravessa toda a obra, do mesmo modo que confronta a desigualdade social a partir das duas protagonistas, uma patroa branca de classe média alta e uma empregada doméstica negra, moradora da periferia. As situações em que ambas interagem é a principal origem de inquietude da narrativa, mesmo em relação ao crescimento de um bebê lobisomem na barriga da personagem Ana (Marjorie Estiano). Já Animal Cordial exacerba a intolerância em um cenário cotidiano, a partir de uma narrativa que aborda a forte estratificação social da sociedade brasileira e a violência legitimada por determinados discursos. A produção traz a figura do ser humano como monstro, capaz de provocar uma perturbação no senso de realidade do espectador, que vê na tela um acontecimento banal transformar-se em carnificina. Nesse contexto, é possível analisar o personagem Inácio (Murilo Benício) à luz das discussões sobre a figura do “cidadão de bem” no Brasil, e de como determinados discursos que tem criado forma no país legitimam as ações violentas e autoritárias do protagonista. O trabalho parte da dissertação de mestrado que está em andamento junto ao Programa de Pós-Graduação em Comunicação da UFRGS, com bolsa do CNPq e apoio da CAPES.

Bibliografia

    CÁNEPA, Laura. Medo de quê? Uma história do horror nos filmes brasileiros. Tese de doutorado do Programa de Pós-Graduação em Multimeios do Instituto de Artes da Universidade Estadual de Campinas (UNICAMP). 2008.

    DORIA, Kim Wilhelm. O Horror Não Está no Horror: Cinema de Gênero, Anos Lula e Luta de Classes no Brasil. Dissertação de mestrado – USP, São Paulo, 2016.

    LOWESTEIN, A. Schocking Representation: Historical trauma, national cinema and the modern horror film. Columbia University Press, 2005.

    KRACAUER, Siegfried. De Caligari a Hitler: uma história psicológica do cinema alemão. Rio de Janeiro: Jorge Zahar Editor, 1988.

    NDALIANIS, Angela. The Horror Sensorium: Media and the Senses, Jefferson: McFarland & Company, 2012.

    PEIRSE, Alison. After Dracula: The 1930s Horror Film. Londres: I.B.Tauris. 2013.

    PRIMATI, Carlos. O filme de horror brasileiro: anatomia de uma transformação. Catálogo da Mostra “Medo e Delírio no Cinema Brasileiro Contemporâneo”. Belo Horizonte, 2014, p. 08-17.

O livro “XXII SOCINE: 50 anos do maio de 68”, organizado por Lisandro Nogueira e Cleomar Rocha já está disponível para download em nosso site. A obra é composta de 11 artigos que lidam com a temática do maio de 68 pela perspectiva do cinema, que foi o tema do XXII Encontro SOCINE realizado em Goiânia, em 2018. De acordo com os organizadores, “Não há dúvidas de que o tema foi, é, e será sempre instigante, ainda mais aos olhos de muitos que (sobre)viveram (a)os tempos de 68, especialmente no Brasil, e que durante o evento debateram e refletiram sobre o legado de tão importante período da história mundial para a contemporaneidade. Na presente coletânea de textos procuramos demonstrar um pouquinho do que foi a XXII SOCINE, bastante eclética, mas que correspondeu muito bem à chamada para trazer a reflexão dos acontecimentos políticos, sociais, culturais e artísticos do ano de 1968”. O livro leva o selo editorial da SOCINE e ficará disponível em nosso site para download na seção Livros.

XXII Socine 50 anos de maio de 68
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Tema do XXII encontro da Sociedade Brasileira de Estudos de Cinema e Audiovisual (SOCINE): “herança do maio de 1968 do ponto de vista do cinema, das novas redes de comunicação digital e da televisão”.

A Sociedade Brasileira de Estudos de Cinema e Audiovisual (SOCINE) repudia veementemente as manifestações recentes do governo federal contrárias a disciplinas das Humanidades como Filosofia ou Sociologia. Tais manifestações se constituem como ameaças inaceitáveis a áreas de conhecimento fundamentais que já convivem há anos com espaço reduzido nas políticas de financiamento de ensino e pesquisa no país.

A SOCINE considera que tais manifestações, além de desconhecerem a centralidade das Humanidades na construção da cidadania e no desenvolvimento do país, demonstram uma completa ausência de um projeto sério de educação e ciência.

Por isso, a SOCINE também assina a nota de repudio redigida pela ANPOF, disponível em:
http://www.anpof.org/portal/index.php/pt-BR/artigos-em-destaque/2075-nota-de-repudio-a-declaracoes-do-ministro-da-educacao-e-do-presidente-da-republica-sobre-as-faculdades-de-humanidades-nomeadamente-filosofia-e-sociologia

Diretoria SOCINE

Encerrou-se na última sexta, 19/04, o pagamento da anuidade e a submissão de trabalhos para o XXIII Encontro SOCINE que acontecerá de 08 a 11 de outubro na Unisinos, em Porto Alegre, RS. As propostas entram agora em período de avaliação e a divulgação dos trabalhos selecionados está prevista para o dia 10/06/2019.

Num momento em que a pesquisa brasileira sofre cortes, a SOCINE tem buscado reagir às dificuldades postas a toda área, implementando descontos a profissionais sem vínculo, criando novas formas de desligamento que possibilitam uma economia aos sócios e diminuindo a quantidade de anuidades atrasadas a serem pagas. Além disso, a escolha do tema deste ano levou em consideração a necessidade de refletirmos sobre preservação e memória audiovisual num período como este que vivemos. Por tudo isto, nos anima o fato do Encontro deste ano ter registrado o maior número de trabalhos submetidos nos últimos dez anos, totalizando 595 propostas enviadas. Em momentos de dificuldades como estes que o fortalecimento de nossa Sociedade e Encontro se faz cada vez mais importante e por isso, agradecemos a todas e todos que inscreveram seus trabalhos. Faremos mais um instigante e afetuoso Encontro, dessa vez em Porto Alegre.

Para finalizar, gostaríamos de informar aos sócios que não pagaram a anuidade, que é possível realizar o pagamento normalmente pelo sistema durante todo o ano. Para aqueles que buscam economizar, pode-se optar pelo Desligamento Parcial, que gera um desconto de 50% no valor da anuidade.

Para pagar e submeter os trabalhos é necessário que o sócio já cadastrado na Sociedade acesse nosso site socine.org.br e coloque seu CPF e sua senha no PAINEL DO ASSOCIADO.

Estando logado em nosso sistema, o sócio deverá clicar em MINHA CONTA e em seguida DADOS DE PAGAMENTO. Vai aparecer uma tela com o Histórico de pagamentos e ao lado Instruções de pagamento, onde é feito o processo via Paypal. Assim que o pagamento é realizado, aparece escrito PAGO no Histórico na coluna Anuidade 2019. Com isso é possível submeter o trabalho em seguida.

Para submeter a proposta de comunicação, você deve clicar em ENCONTROe em seguida INSCRIÇÃO. Abrirá uma tela com a explicação sobre cada uma das 4 modalidades e ao lado em Minha proposta você encontra os botões com as modalidades para se inscrever nelas. Você irá clicar naquela que você gostaria de enviar seu trabalho e preencher os campos. Depois de enviar a proposta você ainda pode edita-la até o encerramento do prazo. Após isso, a proposta entra em avaliação e não pode ser mais modificada.

Qualquer dúvida sobre o processo, entre em contato com a Secretaria pelo e-mail socine@socine.org.br