O XXIII Encontro SOCINE acontecerá na Unisinos, em Porto Alegre, de 08 a 11 de outubro de 2019.

A lista dos trabalhos aprovados pode ser acessada aqui. Os associados também podem checar a avaliação final de seus trabalhos pela sua área de associado.

Todos os aprovados precisam realizar o pagamento dentro do prazo para que sua participação seja confirmada. Os valores, após o primeiro prazo, terão acréscimos. O pagamento deverá ser feito pela área do associado, via Paypal.

Primeiro prazo: 10 de junho a 12 de julho – R$190,00 (profissionais) / R$95,00 (estudantes/profissionais sem vínculo)
Segundo prazo: 15 de julho a 26 de julho – R$220,00 (profissionais) / R$110,00 (estudantes/profissionais sem vínculo)
Prazo final: 29 de julho a 02 de agosto – R$260,00 (profissionais) / R$130,00 (estudantes/profissionais sem vínculo)

Tendo qualquer dúvida ou dificuldade, favor contatar a secretaria no e-mail socine@socine.org.br.

Ficha do Proponente

Proponente

    Ana Carolina Roure Malta de Sá (UnB)

Minicurrículo

    Doutoranda em Comunicação Social, na linha Imagem, Som e Escrita, pela UnB. Possui mestrado em Comunicação Social, na mesma linha, pela UnB (2014), especialização em Filosofia da Arte, pelo Instituto de Filosofia e Teologia do Estado de Goiás (2008) e graduação em Letras (português/inglês), pela PUC Goiás (2007). Ministrou as disciplinas Análise Fílmica e História da Arte e do Cinema I e II, no Instituto Mauá de Pesquisa e Educação.

Ficha do Trabalho

Título

    Sombras e deformação na direção de fotografia de Walter Carvalho

Seminário

    Teorias e análises da direção de fotografia

Resumo

    Guiado pelo método associativo de Aby Warburg e pelo conceito de anacronismo, este estudo investiga na direção de fotografia de Walter Carvalho o diálogo com diferentes momentos da história da arte na construção de sombras que dilaceram as formas e o modo como essa laceração pode evidenciar as deformações do universo interior dos personagens. A sombra enquanto transgressora das formas será investigada, a partir do entendimento de Didi-Huberman acerca do conceito de informe proposto por Bataille.

Resumo expandido

    Walter Carvalho é um diretor de fotografia do cinema brasileiro que busca desenvolver, a partir da reinvenção da linguagem cinematográfica, formalizações estéticas que geralmente tornam a direção de fotografia um elemento de destaque nas produções em que ele colabora. Grande parte das experimentações estéticas realizadas por ele ocorre a partir do diálogo intermidiático com a história da arte. Essa influência termina por se materializar em uma imagem que evoca efeitos pictográficos dentro das especificidades midiáticas do cinema. A impressão de qualidades próprias à pintura e à gravura é recorrente no trabalho que desenvolve com luz e sombra, aliás, o modo com que trabalha a relação/o embate desses elementos, produzindo fortes contrastes, muitas vezes subverte a forma naturalista de representação no cinema, como ocorre em produções como Lavoura Arcaica (2001), Crime delicado (2005), Veneno da Madrugada (2006), A erva do rato (2008). Nesses filmes, luz e sombra tornam-se personagens importantes, já que participam de modo enfático na construção de sentidos da narrativa, constituindo-se como elementos estruturantes. Neste trabalho, daremos ênfase ao papel transgressor da sombra nas narrativas mencionadas anteriormente; transgressor no sentido de dilacerar as semelhanças, de deformar. A respeito do próprio entendimento de Walter Carvalho sobre esse elemento, para ele a sombra serve para proteger a cena, já que possibilita os mistérios.

    Guiado pelo método de pensar por e com imagens de Aby Warburg (2010, 2012, 2015), bem como por suas reflexões e também as de Georges Didi-Huberman (2015) acerca do conceito de anacronismo, este estudo busca evidenciar na direção de fotografia de Walter Carvalho os reencontros de temporalidades da história da arte na construção de sombras que dilaceram as formas. Além disso, este estudo também objetiva entender de que modo essa laceração, que é ao mesmo tempo uma transgressão da forma, pode metaforizar as deformações do universo interior dos personagens, possibilitando, assim, reflexões à respeito da importância do plano de expressão na construção do plano do conteúdo.

    Para identificar as sobrevivências na imagem, ou seja, verificar os traços do passado que permanecem no presente das narrativas cinematográficas em questão utiliza-se o método associativo do Atlas Mnemosyne (2010) de Aby Warburg, “que se constitui como instrumento de estudo ao colocar, lado a lado, as fotografias das imagens para relacioná-las, compará-las e ordená-las segundo hipóteses levantadas ao longo da pesquisa” (KERN, 2010, p.16). É desse modo que se pretende estabelecer as articulações e as associações entre as sombras produzidas por Walter Carvalho nos filmes em que assina a direção de fotografia e as sombras de artistas pertencentes a diferentes momentos da história da arte, como Goya, Rembrandt, Caravaggio, Goeldi, Kollwitz. As reflexões acerca da sombra enquanto transgressora das formas serão trabalhadas a partir do entendimento de Georges Didi-Huberman do conceito de informe, proposto por Georges Bataille, na revista Documents, e serão fundamentais para pensar as transgressões do próprio personagem nas narrativas. Para corroborar essas reflexões, o trabalho também conta com as ideias de deformação de Jacques Aumont (2011) e de faculdade desfiguradora da luz de Fabrice D’allones (2008).

Bibliografia

    AUMONT, J. O olho interminável: cinema e pintura. São Paulo: Cosac & Naify, 2011.

    D’ALLONES, F. R. La luz en el cine. Madrid: Cátedra, 2008.

    DIDI-HUBERMAN, G. Diante do tempo: história da arte e anacronismo das imagens. Belo Horizonte: UFMG, 2015.

    _____. A semelhança informe: ou o gaio saber visual segundo Georges Bataille. Rio de Janeiro: Contraponto, 2015.

    KERN, M. L. B. Imagem, historiografia, memória e tempo. ArtCultura, Uberlândia, v. 12, n. 21, p. 9-21, jul.-dez. 2010.

    OLIVEIRA, R. L. S. Direção de fotografia e pintura: da analogia à deformação. In: ENCONTRO DA SOCIEDADE BRASILEIRA DE ESTUDOS DE CINEMA E AUDIOVISUAL – SOCINE, 21, 2018, João Pessoa. Anais… São Paulo, 2018. p. 637-644.

    WARBURG, A. Atlas Mnemosyne. Madri: Akal, 2010.

    _____. O nascimento de Vénus e A primavera de Sandro Botticelli. Lisboa: KKYM, 2012.

    _____. Histórias de fantasma para gente grande: escritos, esboços e conferências. São
    Paulo: Companhia das Letras, 2015.

O livro “XXII SOCINE: 50 anos do maio de 68”, organizado por Lisandro Nogueira e Cleomar Rocha já está disponível para download em nosso site. A obra é composta de 11 artigos que lidam com a temática do maio de 68 pela perspectiva do cinema, que foi o tema do XXII Encontro SOCINE realizado em Goiânia, em 2018. De acordo com os organizadores, “Não há dúvidas de que o tema foi, é, e será sempre instigante, ainda mais aos olhos de muitos que (sobre)viveram (a)os tempos de 68, especialmente no Brasil, e que durante o evento debateram e refletiram sobre o legado de tão importante período da história mundial para a contemporaneidade. Na presente coletânea de textos procuramos demonstrar um pouquinho do que foi a XXII SOCINE, bastante eclética, mas que correspondeu muito bem à chamada para trazer a reflexão dos acontecimentos políticos, sociais, culturais e artísticos do ano de 1968”. O livro leva o selo editorial da SOCINE e ficará disponível em nosso site para download na seção Livros.

XXII Socine 50 anos de maio de 68
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Tema do XXII encontro da Sociedade Brasileira de Estudos de Cinema e Audiovisual (SOCINE): “herança do maio de 1968 do ponto de vista do cinema, das novas redes de comunicação digital e da televisão”.

A Sociedade Brasileira de Estudos de Cinema e Audiovisual (SOCINE) repudia veementemente as manifestações recentes do governo federal contrárias a disciplinas das Humanidades como Filosofia ou Sociologia. Tais manifestações se constituem como ameaças inaceitáveis a áreas de conhecimento fundamentais que já convivem há anos com espaço reduzido nas políticas de financiamento de ensino e pesquisa no país.

A SOCINE considera que tais manifestações, além de desconhecerem a centralidade das Humanidades na construção da cidadania e no desenvolvimento do país, demonstram uma completa ausência de um projeto sério de educação e ciência.

Por isso, a SOCINE também assina a nota de repudio redigida pela ANPOF, disponível em:
http://www.anpof.org/portal/index.php/pt-BR/artigos-em-destaque/2075-nota-de-repudio-a-declaracoes-do-ministro-da-educacao-e-do-presidente-da-republica-sobre-as-faculdades-de-humanidades-nomeadamente-filosofia-e-sociologia

Diretoria SOCINE

Encerrou-se na última sexta, 19/04, o pagamento da anuidade e a submissão de trabalhos para o XXIII Encontro SOCINE que acontecerá de 08 a 11 de outubro na Unisinos, em Porto Alegre, RS. As propostas entram agora em período de avaliação e a divulgação dos trabalhos selecionados está prevista para o dia 10/06/2019.

Num momento em que a pesquisa brasileira sofre cortes, a SOCINE tem buscado reagir às dificuldades postas a toda área, implementando descontos a profissionais sem vínculo, criando novas formas de desligamento que possibilitam uma economia aos sócios e diminuindo a quantidade de anuidades atrasadas a serem pagas. Além disso, a escolha do tema deste ano levou em consideração a necessidade de refletirmos sobre preservação e memória audiovisual num período como este que vivemos. Por tudo isto, nos anima o fato do Encontro deste ano ter registrado o maior número de trabalhos submetidos nos últimos dez anos, totalizando 595 propostas enviadas. Em momentos de dificuldades como estes que o fortalecimento de nossa Sociedade e Encontro se faz cada vez mais importante e por isso, agradecemos a todas e todos que inscreveram seus trabalhos. Faremos mais um instigante e afetuoso Encontro, dessa vez em Porto Alegre.

Para finalizar, gostaríamos de informar aos sócios que não pagaram a anuidade, que é possível realizar o pagamento normalmente pelo sistema durante todo o ano. Para aqueles que buscam economizar, pode-se optar pelo Desligamento Parcial, que gera um desconto de 50% no valor da anuidade.

Para pagar e submeter os trabalhos é necessário que o sócio já cadastrado na Sociedade acesse nosso site socine.org.br e coloque seu CPF e sua senha no PAINEL DO ASSOCIADO.

Estando logado em nosso sistema, o sócio deverá clicar em MINHA CONTA e em seguida DADOS DE PAGAMENTO. Vai aparecer uma tela com o Histórico de pagamentos e ao lado Instruções de pagamento, onde é feito o processo via Paypal. Assim que o pagamento é realizado, aparece escrito PAGO no Histórico na coluna Anuidade 2019. Com isso é possível submeter o trabalho em seguida.

Para submeter a proposta de comunicação, você deve clicar em ENCONTROe em seguida INSCRIÇÃO. Abrirá uma tela com a explicação sobre cada uma das 4 modalidades e ao lado em Minha proposta você encontra os botões com as modalidades para se inscrever nelas. Você irá clicar naquela que você gostaria de enviar seu trabalho e preencher os campos. Depois de enviar a proposta você ainda pode edita-la até o encerramento do prazo. Após isso, a proposta entra em avaliação e não pode ser mais modificada.

Qualquer dúvida sobre o processo, entre em contato com a Secretaria pelo e-mail socine@socine.org.br