O XXIII Encontro SOCINE acontecerá na Unisinos, em Porto Alegre, de 08 a 11 de outubro de 2019.

A lista dos trabalhos aprovados pode ser acessada aqui. Os associados também podem checar a avaliação final de seus trabalhos pela sua área de associado.

Todos os aprovados precisam realizar o pagamento dentro do prazo para que sua participação seja confirmada. Os valores, após o primeiro prazo, terão acréscimos. O pagamento deverá ser feito pela área do associado, via Paypal.

Primeiro prazo: 10 de junho a 12 de julho – R$190,00 (profissionais) / R$95,00 (estudantes/profissionais sem vínculo)
Segundo prazo: 15 de julho a 26 de julho – R$220,00 (profissionais) / R$110,00 (estudantes/profissionais sem vínculo)
Prazo final: 29 de julho a 02 de agosto – R$260,00 (profissionais) / R$130,00 (estudantes/profissionais sem vínculo)

Tendo qualquer dúvida ou dificuldade, favor contatar a secretaria no e-mail socine@socine.org.br.

Ficha do Proponente

Proponente

    Lucas Correia Meneguette (Fatec Tatuí)

Minicurrículo

    Lucas C. Meneguette possui Graduação em Tecnologia em Música (Unoeste), Mestrado e Doutorado em Tecnologias da Inteligência e Design Digital (PUC-SP), com a tese “A afinação do mundo virtual: identidade sonora em jogos digitais”. Atualmente é pesquisador e professor de Tecnologia em Produção Fonográfica na Fatec Tatuí, onde supervisiona o NAGA (Núcleo de Áudio e Games), focado no ensino e na produção de áudio para jogos.

Ficha do Trabalho

Título

    Imersão, games e experiência do espaço sonoro nos fones de Baby Driver

Mesa

    A MEMÓRIA CULTURAL DO CINEMA DE GÊNERO: UM MUSICAL DE GANGSTERS HOJE

Resumo

    O filme Baby Driver apresenta um aporte peculiar para o engendramento da experiência do espaço sonoro. Conforme o protagonista utiliza fones de ouvido para mascarar um tinnitus decorrente de um acidente de trânsito na infância, o filme propicia uma imersão em seu ponto de escuta subjetivo. Este trabalho propõe que tal fenômeno estabelece uma possível conexão com os conceitos de imersão e de presença conforme abordados pela literatura em realidade virtual e em games.

Resumo expandido

    A sonoridade peculiar de Baby Driver se apresenta ao espectador logo nos créditos de abertura: um Ré-6 soa assim que surge a silhueta da Sony, de tom pouco acima de 1kHz, prolongando-se conforme aparecem outras companhias de produção; o pulso sintético do logo sonoro procede em klangfarbenmelodie, primeiro aos violinos, depois com harmônicos oitavados, para enfim repousar nos freios de um Subaru e crescer novamente em tremolo. Trata-se, ao mesmo tempo, da renderização de um tinnitus persistente ouvido pelo protagonista Baby (em focalização intra-diegética), decorrente de um acidente de trânsito na infância, e também de uma subversão da realidade diegética em função de um ponto de escuta que a esteticiza musicalmente. Para mascarar esse zumbido, Baby utiliza constantemente fones de ouvido – e os acontecimentos narrativos passam a ocorrer ritmicamente, como que por entrainment. De fato, o áudio do filme constantemente emula na plateia a própria experiência dos fones de ouvidos de Baby, sugerindo uma imersão em seu espaço acústico. Pode-se argumentar que tal abordagem de sonorização imersiva se assemelha a alguns games em primeira-pessoa, em que o jogador veste o ponto de escuta de seu avatar, muitas vezes, por meio de fones. Os fones funcionam nos games como dispositivo acoplado à cabeça que atenua os dados sensórios provindos do exterior, projetando um espaço acústico virtual que fecha o jogador numa redoma sensória. Ruídos diegéticos, muitas vezes hiper-realistas, reforçam o sentimento de estar no mundo virtual, fenômeno conhecido como “presença”. A música, em geral, delineia um sentido emocional ao mesmo tempo em que dita um ritmo de participação, adaptando-se de forma dinâmica à cena. Em dispositivos móveis, o fone promove uma escuta privada típica da sociedade urbana contemporânea. Para Bull (2006), os fones engendram uma experiência solipsista do mundo, fechando o usuário num claustro tecnológico e demarcando territórios interpessoais – no filme, isso é notável inclusive no comportamento de Baby, que usa fones tanto para mascarar seu zumbido, quanto para evitar ou mesmo articular relacionamentos. Como o jogador está, por assim dizer, ao mesmo tempo dentro e fora do jogo, as divisões clássicas de sons diegéticos e extra-diegéticos são frequentemente desafiadas. Essa é uma das razões pelas quais Jørgensen (2007) cunhou o termo “som transdiegético” para designar o esmaecimento das fronteiras entre os espaços diegéticos e extra-diegético, decorrente da participação do jogador. Embora esses conceitos não possam ser transcritos aos filmes sem algum prejuízo, parece haver em Baby Driver uma estética imersiva que pode ser lida, para falar como Jenkins (2006), como uma “força de influência mútua” entre o game e o cinema. De qualquer forma, o comparativo entre os meios permite elucidar ainda algumas questões sobre a trilha sonora. Segundo Gorbman (1987), no modelo clássico de trilha cinematográfica, a música não deve ser percebida conscientemente enquanto construção estética destacada da cena: precisa ser invisível e inaudível, apenas servindo de recurso semiótico para a comunicação de emoções e de deixas narrativas – de modo que produza um “efeito diegético”. Chamo esse modelo de “arquitrilha”. Em jogos, este tipo de trilha cinematográfica é cada vez mais utilizado. No entanto, no passado era comum uma versão reduzida desse modelo, com músicas em loop, às vezes empáticas apenas ao cenário que representavam e com pouca variabilidade de sons – o que chamo de “minitrilha”. Mas Baby Driver se assemelha a um terceiro tipo de trilha de jogos: a “antitrilha”. Conforme os assaltantes atiram ao ritmo da música ouvida nos fones de Baby, ela passa a ser evidenciada e, portanto, torna-se tanto audível, quanto visível. Isso realça a conexão entre a música e a realidade diegética, de forma que o resultado é uma coincidência absurda. De algum modo, isso aumenta ainda mais a identificação do espectador com a participação do protagonista na cena.

Bibliografia

    BULL, M. Sounding out the city: personal stereos and the management of everyday life. Oxford: Berg, 2006.
    GORBMAN, C. Unheard melodies: narrative film music. Indianapolis: Indiana University Press, 1987.
    JENKINS, H. Convergence culture: where old and new media collide. New York: New York University, 2006.
    JØRGENSEN, K. What are Those Grunts and Growls Over There? Computer Game Audio and Player Action. Tese (Doutorado em Film and Media Studies). Copenhagen: Copenhagen University, 2007.
    MENEGUETTE, L. A afinação do mundo virtual: identidade sonora em jogos digitais. Tese (Doutorado em Tecnologias da Inteligência e Design Digital). São Paulo: PUC-SP, 2016.

O livro “XXII SOCINE: 50 anos do maio de 68”, organizado por Lisandro Nogueira e Cleomar Rocha já está disponível para download em nosso site. A obra é composta de 11 artigos que lidam com a temática do maio de 68 pela perspectiva do cinema, que foi o tema do XXII Encontro SOCINE realizado em Goiânia, em 2018. De acordo com os organizadores, “Não há dúvidas de que o tema foi, é, e será sempre instigante, ainda mais aos olhos de muitos que (sobre)viveram (a)os tempos de 68, especialmente no Brasil, e que durante o evento debateram e refletiram sobre o legado de tão importante período da história mundial para a contemporaneidade. Na presente coletânea de textos procuramos demonstrar um pouquinho do que foi a XXII SOCINE, bastante eclética, mas que correspondeu muito bem à chamada para trazer a reflexão dos acontecimentos políticos, sociais, culturais e artísticos do ano de 1968”. O livro leva o selo editorial da SOCINE e ficará disponível em nosso site para download na seção Livros.

XXII Socine 50 anos de maio de 68
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Tema do XXII encontro da Sociedade Brasileira de Estudos de Cinema e Audiovisual (SOCINE): “herança do maio de 1968 do ponto de vista do cinema, das novas redes de comunicação digital e da televisão”.

A Sociedade Brasileira de Estudos de Cinema e Audiovisual (SOCINE) repudia veementemente as manifestações recentes do governo federal contrárias a disciplinas das Humanidades como Filosofia ou Sociologia. Tais manifestações se constituem como ameaças inaceitáveis a áreas de conhecimento fundamentais que já convivem há anos com espaço reduzido nas políticas de financiamento de ensino e pesquisa no país.

A SOCINE considera que tais manifestações, além de desconhecerem a centralidade das Humanidades na construção da cidadania e no desenvolvimento do país, demonstram uma completa ausência de um projeto sério de educação e ciência.

Por isso, a SOCINE também assina a nota de repudio redigida pela ANPOF, disponível em:
http://www.anpof.org/portal/index.php/pt-BR/artigos-em-destaque/2075-nota-de-repudio-a-declaracoes-do-ministro-da-educacao-e-do-presidente-da-republica-sobre-as-faculdades-de-humanidades-nomeadamente-filosofia-e-sociologia

Diretoria SOCINE

Encerrou-se na última sexta, 19/04, o pagamento da anuidade e a submissão de trabalhos para o XXIII Encontro SOCINE que acontecerá de 08 a 11 de outubro na Unisinos, em Porto Alegre, RS. As propostas entram agora em período de avaliação e a divulgação dos trabalhos selecionados está prevista para o dia 10/06/2019.

Num momento em que a pesquisa brasileira sofre cortes, a SOCINE tem buscado reagir às dificuldades postas a toda área, implementando descontos a profissionais sem vínculo, criando novas formas de desligamento que possibilitam uma economia aos sócios e diminuindo a quantidade de anuidades atrasadas a serem pagas. Além disso, a escolha do tema deste ano levou em consideração a necessidade de refletirmos sobre preservação e memória audiovisual num período como este que vivemos. Por tudo isto, nos anima o fato do Encontro deste ano ter registrado o maior número de trabalhos submetidos nos últimos dez anos, totalizando 595 propostas enviadas. Em momentos de dificuldades como estes que o fortalecimento de nossa Sociedade e Encontro se faz cada vez mais importante e por isso, agradecemos a todas e todos que inscreveram seus trabalhos. Faremos mais um instigante e afetuoso Encontro, dessa vez em Porto Alegre.

Para finalizar, gostaríamos de informar aos sócios que não pagaram a anuidade, que é possível realizar o pagamento normalmente pelo sistema durante todo o ano. Para aqueles que buscam economizar, pode-se optar pelo Desligamento Parcial, que gera um desconto de 50% no valor da anuidade.

Para pagar e submeter os trabalhos é necessário que o sócio já cadastrado na Sociedade acesse nosso site socine.org.br e coloque seu CPF e sua senha no PAINEL DO ASSOCIADO.

Estando logado em nosso sistema, o sócio deverá clicar em MINHA CONTA e em seguida DADOS DE PAGAMENTO. Vai aparecer uma tela com o Histórico de pagamentos e ao lado Instruções de pagamento, onde é feito o processo via Paypal. Assim que o pagamento é realizado, aparece escrito PAGO no Histórico na coluna Anuidade 2019. Com isso é possível submeter o trabalho em seguida.

Para submeter a proposta de comunicação, você deve clicar em ENCONTROe em seguida INSCRIÇÃO. Abrirá uma tela com a explicação sobre cada uma das 4 modalidades e ao lado em Minha proposta você encontra os botões com as modalidades para se inscrever nelas. Você irá clicar naquela que você gostaria de enviar seu trabalho e preencher os campos. Depois de enviar a proposta você ainda pode edita-la até o encerramento do prazo. Após isso, a proposta entra em avaliação e não pode ser mais modificada.

Qualquer dúvida sobre o processo, entre em contato com a Secretaria pelo e-mail socine@socine.org.br