O XXIII Encontro SOCINE acontecerá na Unisinos, em Porto Alegre, de 08 a 11 de outubro de 2019.

A lista dos trabalhos aprovados pode ser acessada aqui. Os associados também podem checar a avaliação final de seus trabalhos pela sua área de associado.

Todos os aprovados precisam realizar o pagamento dentro do prazo para que sua participação seja confirmada. Os valores, após o primeiro prazo, terão acréscimos. O pagamento deverá ser feito pela área do associado, via Paypal.

Primeiro prazo: 10 de junho a 12 de julho – R$190,00 (profissionais) / R$95,00 (estudantes/profissionais sem vínculo)
Segundo prazo: 15 de julho a 26 de julho – R$220,00 (profissionais) / R$110,00 (estudantes/profissionais sem vínculo)
Prazo final: 29 de julho a 02 de agosto – R$260,00 (profissionais) / R$130,00 (estudantes/profissionais sem vínculo)

Tendo qualquer dúvida ou dificuldade, favor contatar a secretaria no e-mail socine@socine.org.br.

Ficha do Proponente

Proponente

    Luiz Fernando Roos Todeschini (UFF)

Minicurrículo

    Realizador audiovisual e pesquisador, graduado em Cinema e Audiovisual pela UNILA, mestrando em Cinema e Audiovisual pela UFF, pesquisa o cinema Latino-americano contemporâneo através do diálogo entre fotografia cinematográfica e a construção do olhar de alteridade. É membro do grupo “Las Viralatas”, coletivo audiovisual voltado para periféricos sociais Latino-americanos.

Ficha do Trabalho

Título

    Da alteridade à alterofobia: o outro no cinema latino-americano

Seminário

    Audiovisual e América Latina: estudos estético-historiográficos comparados

Resumo

    Partindo do conceito de alteridade e suas implicações, proponho resgatar a presença da alterofobia em filmes latino-americanos contemporâneos. Questionando a capacidade do ser humano de se relacionar com o próximo, a presença do outro se afirma em alguns filmes como figura de ameaça, paranóia ou repulsa e põe em crise a existência de muros e divisões simbólicas. Trato de discutir os mecanismos de negociação da alteridade a partir dos sentidos contemporâneos das proximidades compulsórias.

Resumo expandido

    Esta investigação busca no cinema latino-americano contemporâneo as figurações do outro como motor para os conflitos sociais em cenários urbanos. Atravessando o pensamento estético-político, interrogo as implicações de uma alteridade compulsiva (Figueiredo, 2012) em espaços cujos outros, menos distantes e apartados, passam a conviver em proximidades compulsórias.
    Compreender o sentido da alteridade humana em sua experiência histórica requer resgatar do termo sua raiz colonial, contexto em que passou a significar problema. Dessa forma, procuro sublinhar os mecanismos históricos que constituíram as formas iniciais de percepção e controle do outro no início da colonização da América para, com isso, apontar as continuidades em certas práticas cotidianas. Trato de apresentar algumas ideias fundamentais: a dialética entre semiótica e alteridade (Todorov, 2010); as permanências do projeto colonial na geopolítica da linha abissal que segrega o mundo do progresso moderno ao selvagem e fora-da-lei (Santos, 1999; 2007); a categorização hierárquica e subordinada dos saberes coletivos na trincheira do alterocídio moderno que apazigua o outro odiando (Mbembe, 2014), herança imediata do epistemicídio civilizatório; o conceito de cine de la marginalidad de Christian León (2005; 2010) e o jogo de visibilidades nos cenários comunicacionais. Mas ainda, e com mais ênfase, busco na alterofobia o comportamento que une no mesmo gesto o gosto pela aniquilação e o desejo de ser o outro. Quando a repulsa e o fascínio trafegam em via dupla.
    Essas ideias são visíveis em filmes como El Hombre de Al Lado (Gastón Duprat e Mariano Cohn, 2010), ao reconhecer no ilustre vizinho Leonardo o potencial risco ao lugar de distinção do arquiteto Victor, ou na abjeção ao matador de aluguel Anísio em O Invasor (Beto Brant, 2002) e o medo generalizado e paranóico da ascensorista Glória em Praça Paris (Lúcia Murat, 2018). Tais narrativas questionam os modelos de sociabilidade em termos de uma crise da comunicação. Isso se faz visível nas oscilações entre o aparato jurídico e o diálogo humano, ou entre a desconfiança e a necessidade de isolamento e proteção. O pensamento espacial das puestas-en-escena evidencia essas distâncias que os personagens tomam de si, sendo os muros, janelas e vizinhanças atordoados pelas estritas relações de poder que organizam o comum e suas subjetividades. Esse trabalho procura resgatar o sentido pela figura da alteridade em sua negociação contemporânea, já que há muito tempo deixou de significar mediação ou partilha para se tornar abjeção e incomunicabilidade.

Bibliografia

    FIGUEIREDO, Vera Lúcia. A partilha do espaço urbano e a questão do outro próximo: repercussões no discurso teórico e na ficção cinematográfica. Galáxia: Revista do Programa de Pós-Graduação em Comunicação e Semiótica, São Paulo, 2012.

    LEÓN, Christian. El Cine de la Marginalidad: Realismo sucio y violencia urbana. Quito: Corporación Editora Nacional, 2005.

    ______. Reinventando al Otro: El documental indigenista en el Ecuador. Quito: La Caracola Editores, 2010.

    MBEMBE, Achille. Crítica da Razão Negra. Lisboa: Antígona, 2014.

    SANTOS, Boaventura de Sousa. Para além do pensamento Abissal: Das linhas globais a uma ecologia de saberes. Revista Novos Estudos, São Paulo, v. 3, n. 79, p.71-94, nov. 2007.

    ______. Pela mão de Alice: O social e o político na Pós-modernidade. 7. ed. Porto: Edições Afrontamento, 1999.

    TODOROV, Tzvetan. A conquista da América: A questão do outro. São Paulo: WMF Martins Fontes, 2010.

O livro “XXII SOCINE: 50 anos do maio de 68”, organizado por Lisandro Nogueira e Cleomar Rocha já está disponível para download em nosso site. A obra é composta de 11 artigos que lidam com a temática do maio de 68 pela perspectiva do cinema, que foi o tema do XXII Encontro SOCINE realizado em Goiânia, em 2018. De acordo com os organizadores, “Não há dúvidas de que o tema foi, é, e será sempre instigante, ainda mais aos olhos de muitos que (sobre)viveram (a)os tempos de 68, especialmente no Brasil, e que durante o evento debateram e refletiram sobre o legado de tão importante período da história mundial para a contemporaneidade. Na presente coletânea de textos procuramos demonstrar um pouquinho do que foi a XXII SOCINE, bastante eclética, mas que correspondeu muito bem à chamada para trazer a reflexão dos acontecimentos políticos, sociais, culturais e artísticos do ano de 1968”. O livro leva o selo editorial da SOCINE e ficará disponível em nosso site para download na seção Livros.

XXII Socine 50 anos de maio de 68
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Tema do XXII encontro da Sociedade Brasileira de Estudos de Cinema e Audiovisual (SOCINE): “herança do maio de 1968 do ponto de vista do cinema, das novas redes de comunicação digital e da televisão”.

A Sociedade Brasileira de Estudos de Cinema e Audiovisual (SOCINE) repudia veementemente as manifestações recentes do governo federal contrárias a disciplinas das Humanidades como Filosofia ou Sociologia. Tais manifestações se constituem como ameaças inaceitáveis a áreas de conhecimento fundamentais que já convivem há anos com espaço reduzido nas políticas de financiamento de ensino e pesquisa no país.

A SOCINE considera que tais manifestações, além de desconhecerem a centralidade das Humanidades na construção da cidadania e no desenvolvimento do país, demonstram uma completa ausência de um projeto sério de educação e ciência.

Por isso, a SOCINE também assina a nota de repudio redigida pela ANPOF, disponível em:
http://www.anpof.org/portal/index.php/pt-BR/artigos-em-destaque/2075-nota-de-repudio-a-declaracoes-do-ministro-da-educacao-e-do-presidente-da-republica-sobre-as-faculdades-de-humanidades-nomeadamente-filosofia-e-sociologia

Diretoria SOCINE

Encerrou-se na última sexta, 19/04, o pagamento da anuidade e a submissão de trabalhos para o XXIII Encontro SOCINE que acontecerá de 08 a 11 de outubro na Unisinos, em Porto Alegre, RS. As propostas entram agora em período de avaliação e a divulgação dos trabalhos selecionados está prevista para o dia 10/06/2019.

Num momento em que a pesquisa brasileira sofre cortes, a SOCINE tem buscado reagir às dificuldades postas a toda área, implementando descontos a profissionais sem vínculo, criando novas formas de desligamento que possibilitam uma economia aos sócios e diminuindo a quantidade de anuidades atrasadas a serem pagas. Além disso, a escolha do tema deste ano levou em consideração a necessidade de refletirmos sobre preservação e memória audiovisual num período como este que vivemos. Por tudo isto, nos anima o fato do Encontro deste ano ter registrado o maior número de trabalhos submetidos nos últimos dez anos, totalizando 595 propostas enviadas. Em momentos de dificuldades como estes que o fortalecimento de nossa Sociedade e Encontro se faz cada vez mais importante e por isso, agradecemos a todas e todos que inscreveram seus trabalhos. Faremos mais um instigante e afetuoso Encontro, dessa vez em Porto Alegre.

Para finalizar, gostaríamos de informar aos sócios que não pagaram a anuidade, que é possível realizar o pagamento normalmente pelo sistema durante todo o ano. Para aqueles que buscam economizar, pode-se optar pelo Desligamento Parcial, que gera um desconto de 50% no valor da anuidade.

Para pagar e submeter os trabalhos é necessário que o sócio já cadastrado na Sociedade acesse nosso site socine.org.br e coloque seu CPF e sua senha no PAINEL DO ASSOCIADO.

Estando logado em nosso sistema, o sócio deverá clicar em MINHA CONTA e em seguida DADOS DE PAGAMENTO. Vai aparecer uma tela com o Histórico de pagamentos e ao lado Instruções de pagamento, onde é feito o processo via Paypal. Assim que o pagamento é realizado, aparece escrito PAGO no Histórico na coluna Anuidade 2019. Com isso é possível submeter o trabalho em seguida.

Para submeter a proposta de comunicação, você deve clicar em ENCONTROe em seguida INSCRIÇÃO. Abrirá uma tela com a explicação sobre cada uma das 4 modalidades e ao lado em Minha proposta você encontra os botões com as modalidades para se inscrever nelas. Você irá clicar naquela que você gostaria de enviar seu trabalho e preencher os campos. Depois de enviar a proposta você ainda pode edita-la até o encerramento do prazo. Após isso, a proposta entra em avaliação e não pode ser mais modificada.

Qualquer dúvida sobre o processo, entre em contato com a Secretaria pelo e-mail socine@socine.org.br