O XXIII Encontro SOCINE acontecerá na Unisinos, em Porto Alegre, de 08 a 11 de outubro de 2019.

A lista dos trabalhos aprovados pode ser acessada aqui. Os associados também podem checar a avaliação final de seus trabalhos pela sua área de associado.

Todos os aprovados precisam realizar o pagamento dentro do prazo para que sua participação seja confirmada. Os valores, após o primeiro prazo, terão acréscimos. O pagamento deverá ser feito pela área do associado, via Paypal.

Primeiro prazo: 10 de junho a 12 de julho – R$190,00 (profissionais) / R$95,00 (estudantes/profissionais sem vínculo)
Segundo prazo: 15 de julho a 26 de julho – R$220,00 (profissionais) / R$110,00 (estudantes/profissionais sem vínculo)
Prazo final: 29 de julho a 02 de agosto – R$260,00 (profissionais) / R$130,00 (estudantes/profissionais sem vínculo)

Tendo qualquer dúvida ou dificuldade, favor contatar a secretaria no e-mail socine@socine.org.br.

Ficha do Proponente

Proponente

    THIAGO MENDONCA (USP)

Minicurrículo

    Formado em Ciências sociais na USP e mestrando em Meios e Processos Audiovisuais na ECA. É roteirista de importantes diretores da nova geração como Adirley Queirós, Victor Furtado, entre outros. Colaborou com diversas publicações com textos sobre Cinema e música e é editor da Revista Zagaia. Entre seus filmes estão os premiados Minami em Close-up, A Guerra dos Gibis, Piove, il Film di Pio, O Canto da Lona, Entremundo, Procura-se Irenice, Jovens Infelizes e Um Filme de Cinema.

Ficha do Trabalho

Título

    O ECLIPSE DA EXCEÇÃO – REPRESENTAÇÕES DA DITADURA NO BRASIL 1985-1989

Resumo

    Celebrada ou colocada em cheque a volta da democracia povoou o cinema brasileiro nos primeiros anos da redemocratização (1985-1989), trazendo à cena diversas contradições presentes no mundo social. Da celebração de um tempo novo à denuncia de um falso rompimento, o cinema deste período surpreende por apresentar consciente ou inconscientemente as principais questões que seriam trabalhadas nos anos subsequentes sobre passado e presente frente as heranças da ditadura civil-militar.

Resumo expandido

    Data de 1990 o Hino à Proclamação da República que enunciava em seus versos: “Nós nem cremos que escravos outrora, tenha havido em tão nobre país. Hoje o rubro lampejo da aurora, acha irmãos, não tiranos hostis”. Havia dois anos que a escravatura fora abolida e a situação dos descendentes de escravos era calamitosa. Mas os versos do hino anunciavam premonitoriamente que a discussão sobre as consequências da escravidão já era página virada, mesmo que não se tenha enfrentado de frente as vicissitudes trazidas por ela. Não seria uma marca da história do Brasil a celebração da superação de um momento traumático antes que suas consequências pudessem ser digeridas? O que falar da memória da ditadura civil-militar que assolou o Brasil por 21 anos? 1 O período entre 1985 a 1989 é considerado o dos primeiros anos da redemocratização. Ainda não acontecera eleição direta, mas já se anunciava o eclipse da ditadura. Eclipse não é um fim. É um desaparecimento aparente pela interposição de outro corpo, no caso a volta da democracia. Celebrada ou colocada em cheque a volta da democracia povoou o cinema brasileiro trazendo à cena diversas contradições presentes no mundo social.2 Há uma quantidade razoável de filmes que trataram direta ou indiretamente a questão da ditadura civil-militar nestes anos. Em um primeiro levantamento podemos citar 10 filmes neste período de 5 anos3, com propostas e leituras díspares do momento histórico vivido. Da celebração de um tempo novo à denuncia de um falso rompimento. O cinema deste período surpreende por apresentar consciente ou inconscientemente as principais questões que seriam trabalhadas nos anos subsequentes sobre passado e presente frente as heranças da ditadura civil-militar.
    Em grande parte da bibliografia do cinema brasileiro este período aparece como uma sombra, um senão, quase uma mácula, quando não é simplesmente ocultado. Geralmente é apresentado como uma fase de decadência que teve como tiro de misericórdia o fim da Embrafilme. São raríssimas as obras que tratam diretamente do cinema da segunda metade dos anos 19804. Talvez pela disparidade enorme dos trabalhos (tanto em termos de propostas de linguagem e visão de mundo, quanto em termos de formas de produção) que trás obstáculos a um discurso sintético. Talvez porque o discurso hegemônico deste momento é de um cinema que procurava a todo custo integrar-se à indústria cultural realizando uma produção anódina e fadada ao esquecimento. Talvez por ser um momento obscuro, de difícil compreensão e com uma quantidade enorme de variáveis que dificultam a cristalização de uma narrativa. Seja lá qual o motivo, ao nos depararmos com os filmes que tratam da ditadura e suas heranças realizados no período, observamos um mar de possibilidades ainda pouco exploradas pela crítica. A segunda metade dos anos 1980 apresenta-se como um momento em aberto, onde ainda encontramos tanto elementos narrativos típicos do cinema experimental e político dos anos 1960 e 1970, quanto do cinema convencional buscando o mercado, estratégia já em voga no chamado Cinemão dos anos 1970 e reconfigurada a partir do Cinema da Retomada dos anos 1990 e 2000. Uma parte dos filmes desta época refletem o otimismo da abertura política. Outra parte desconfia deste discurso, atentando-se às continuidades estruturais entre o período autoritário e a redemocratização (discurso que só voltará a aparecer com total clareza na segunda metade de 2006 com Serras da Desordem de Andrea Tonacci).

Bibliografia

    AB’SABER, Tales A. M. A IMAGEM FRIA. Ateliê Editorial. 2003
    ARAUJO, INÁCIO. In: Críticas de Inácio Araujo cinema de boca a boca. Coleção Aplauso. São Paulo, Editora IMESP, 2010.
    AVELLAR, José Carlos et al. “Os críticos em questão: um debate sobre a atividade crítica na grande imprensa”. In Filme Cultura, n. 45, março1985, pp. 4-20.
    CANDIDO, Antonio. Formação da Literatura Brasileira. São Paulo, Editora da Universidade de São Paulo, 1975.
    OLIVEIRA, Francisco de. Crítica à razão dualista. O ornitorrinco. São Paulo, Editora Boitempo, 1999.
    ORICCHIO, Luiz Zanin. Cinema de novo: um balanço critico da retomada. Estação Liberdade. 2003
    RAMOS, FERNÃO (org). História do Cinema Brasileiro. São Paulo, ArtEditora, 1990
    XAVIER, I. N. O Concerto do ressentimento nacional. Sinópses (USP), SÃO PAULO, v. IV, n.8, p. 35-37, 2002. XAVIER, I. N. O cinema brasileiro dos anos 90. Praga – estudos marxistas, São Paulo, v. 9, p. 97-138, 2000.

O livro “XXII SOCINE: 50 anos do maio de 68”, organizado por Lisandro Nogueira e Cleomar Rocha já está disponível para download em nosso site. A obra é composta de 11 artigos que lidam com a temática do maio de 68 pela perspectiva do cinema, que foi o tema do XXII Encontro SOCINE realizado em Goiânia, em 2018. De acordo com os organizadores, “Não há dúvidas de que o tema foi, é, e será sempre instigante, ainda mais aos olhos de muitos que (sobre)viveram (a)os tempos de 68, especialmente no Brasil, e que durante o evento debateram e refletiram sobre o legado de tão importante período da história mundial para a contemporaneidade. Na presente coletânea de textos procuramos demonstrar um pouquinho do que foi a XXII SOCINE, bastante eclética, mas que correspondeu muito bem à chamada para trazer a reflexão dos acontecimentos políticos, sociais, culturais e artísticos do ano de 1968”. O livro leva o selo editorial da SOCINE e ficará disponível em nosso site para download na seção Livros.

XXII Socine 50 anos de maio de 68
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Tema do XXII encontro da Sociedade Brasileira de Estudos de Cinema e Audiovisual (SOCINE): “herança do maio de 1968 do ponto de vista do cinema, das novas redes de comunicação digital e da televisão”.

A Sociedade Brasileira de Estudos de Cinema e Audiovisual (SOCINE) repudia veementemente as manifestações recentes do governo federal contrárias a disciplinas das Humanidades como Filosofia ou Sociologia. Tais manifestações se constituem como ameaças inaceitáveis a áreas de conhecimento fundamentais que já convivem há anos com espaço reduzido nas políticas de financiamento de ensino e pesquisa no país.

A SOCINE considera que tais manifestações, além de desconhecerem a centralidade das Humanidades na construção da cidadania e no desenvolvimento do país, demonstram uma completa ausência de um projeto sério de educação e ciência.

Por isso, a SOCINE também assina a nota de repudio redigida pela ANPOF, disponível em:
http://www.anpof.org/portal/index.php/pt-BR/artigos-em-destaque/2075-nota-de-repudio-a-declaracoes-do-ministro-da-educacao-e-do-presidente-da-republica-sobre-as-faculdades-de-humanidades-nomeadamente-filosofia-e-sociologia

Diretoria SOCINE

Encerrou-se na última sexta, 19/04, o pagamento da anuidade e a submissão de trabalhos para o XXIII Encontro SOCINE que acontecerá de 08 a 11 de outubro na Unisinos, em Porto Alegre, RS. As propostas entram agora em período de avaliação e a divulgação dos trabalhos selecionados está prevista para o dia 10/06/2019.

Num momento em que a pesquisa brasileira sofre cortes, a SOCINE tem buscado reagir às dificuldades postas a toda área, implementando descontos a profissionais sem vínculo, criando novas formas de desligamento que possibilitam uma economia aos sócios e diminuindo a quantidade de anuidades atrasadas a serem pagas. Além disso, a escolha do tema deste ano levou em consideração a necessidade de refletirmos sobre preservação e memória audiovisual num período como este que vivemos. Por tudo isto, nos anima o fato do Encontro deste ano ter registrado o maior número de trabalhos submetidos nos últimos dez anos, totalizando 595 propostas enviadas. Em momentos de dificuldades como estes que o fortalecimento de nossa Sociedade e Encontro se faz cada vez mais importante e por isso, agradecemos a todas e todos que inscreveram seus trabalhos. Faremos mais um instigante e afetuoso Encontro, dessa vez em Porto Alegre.

Para finalizar, gostaríamos de informar aos sócios que não pagaram a anuidade, que é possível realizar o pagamento normalmente pelo sistema durante todo o ano. Para aqueles que buscam economizar, pode-se optar pelo Desligamento Parcial, que gera um desconto de 50% no valor da anuidade.

Para pagar e submeter os trabalhos é necessário que o sócio já cadastrado na Sociedade acesse nosso site socine.org.br e coloque seu CPF e sua senha no PAINEL DO ASSOCIADO.

Estando logado em nosso sistema, o sócio deverá clicar em MINHA CONTA e em seguida DADOS DE PAGAMENTO. Vai aparecer uma tela com o Histórico de pagamentos e ao lado Instruções de pagamento, onde é feito o processo via Paypal. Assim que o pagamento é realizado, aparece escrito PAGO no Histórico na coluna Anuidade 2019. Com isso é possível submeter o trabalho em seguida.

Para submeter a proposta de comunicação, você deve clicar em ENCONTROe em seguida INSCRIÇÃO. Abrirá uma tela com a explicação sobre cada uma das 4 modalidades e ao lado em Minha proposta você encontra os botões com as modalidades para se inscrever nelas. Você irá clicar naquela que você gostaria de enviar seu trabalho e preencher os campos. Depois de enviar a proposta você ainda pode edita-la até o encerramento do prazo. Após isso, a proposta entra em avaliação e não pode ser mais modificada.

Qualquer dúvida sobre o processo, entre em contato com a Secretaria pelo e-mail socine@socine.org.br