O XXIII Encontro SOCINE acontecerá na Unisinos, em Porto Alegre, de 08 a 11 de outubro de 2019.

A lista dos trabalhos aprovados pode ser acessada aqui. Os associados também podem checar a avaliação final de seus trabalhos pela sua área de associado.

Todos os aprovados precisam realizar o pagamento dentro do prazo para que sua participação seja confirmada. Os valores, após o primeiro prazo, terão acréscimos. O pagamento deverá ser feito pela área do associado, via Paypal.

Primeiro prazo: 10 de junho a 12 de julho – R$190,00 (profissionais) / R$95,00 (estudantes/profissionais sem vínculo)
Segundo prazo: 15 de julho a 26 de julho – R$220,00 (profissionais) / R$110,00 (estudantes/profissionais sem vínculo)
Prazo final: 29 de julho a 02 de agosto – R$260,00 (profissionais) / R$130,00 (estudantes/profissionais sem vínculo)

Tendo qualquer dúvida ou dificuldade, favor contatar a secretaria no e-mail socine@socine.org.br.

Ficha do Proponente

Proponente

    Marcia de Noronha Santos Ferran (UFF)

Minicurrículo

    Professora adjunta do Departamento de Artes e Estudos Culturais da UFF, arquiteta e urbanista. Fez Doutorado co-tutela em Arquitetura e Filosofia pela Universidade Federal da Bahia e pela Université Paris 1 (Panthéon-Sorbonne). Suas pesquisas têm focado nos seguintes temas: noção de Hospitalidade na arte; política cultural urbana; intervenções artísticas no espaço urbano. Recebeu bolsas e prêmios incluindo CNPq e Itaú Cultural- Prêmio de pesquisa sobre Política Cultural.

Ficha do Trabalho

Título

    Visão em colapso: corpo e finitude entre Jarman e Saramago

Mesa

    Corpo, duração e finitude: Jarman, Tsai Ming-Liang e Black Mirror

Resumo

    Examina-se o estatuto da visão e da cegueira como deflagrador de limites e potenciais de sociabilidade e criação fílmica em A Cegueira (Meirelles) e Blue (Jarman). O colapso de civilidade impetrado aos corpos no primeiro contrasta-se com a hospitalidade (Lévinas). Já Blue traz o próprio corpo do diretor em colapso. Se A Cegueira traz a discussão da visão como potencial encontro com o rosto do outro, em que reside o limiar entre paz e guerra, na tela azul de Jarman residem limiares do cinema.

Resumo expandido

    Nossa proposta é examinar o estatuto da visão e da sua falta (cegueira) como deflagrador de limites e potenciais para sociabilidade e para a criação cinematográfica através dos filmes A Cegueira (Fernando Meirelles) e Blue de Derek Jarman.
    A temática da visão vem sendo crescentemente discutida enquanto meio de controle, gestão da sociedade e freio às pulsões mais anímicas. O ápice deste fenômeno é imaginado, por exemplo, no romance Ensaio sobre a Cegueira de José Saramago. No livro, o escritor, através de uma parábola, leva suas personagens a uma situação limite onde ter visão significa guiar, decidir, julgar. No filme baseado no livro, ter visão também acarreta ter o triste privilégio de se assistir ao colapso da civilidade, intensificado para o espectador como o colapso da cidade imaginária filmada.
    Na criação fílmica e poética, o aspecto “visual” do audiovisual merece comumente estudos fenomenológicos e semióticos. Nesse sentido, ao idealizar um filme que exibe exclusivamente uma tela monocromática azul, quando estava à beira da perda total da visão, Derek Jarman – em Blue – legou ao estudo do cinema de ensaio ou cinema de exposição um desafiante manifesto sobre os limites e a autonomia da criação fílmica.
    O filme-ensaio trata tanto da finitude física como também da finitude de modelos fílmicos, ao abrir mão de imagens sem abrir mão de narrativa. Assim, nos lega ao mesmo passo a latência da inventividade.
    Abordaremos aquele colapso de civilidade impetrado essencialmente aos corpos das personagens de Saramago, contrastando-o com a ideia de hospitalidade de Emmanuel Lévinas. Já em Blue, é o corpo do próprio diretor que testemunha os colapsos. Trata-se portanto de uma miríade de colapsos que remete a sentidos diversos tais como ética/violência e corpo/calamidade urbana.
    Vemos várias possíveis relações entre a cidade em colapso imaginada em Ensaio sobre a Cegueira e as cidades contemporâneas, em que cotidianamente se dão episódios de incêndios e revoltas, estupros, transito caótico e, essencialmente, a finitude da legitimação política.
    Interessa igualmente produzir uma aproximação à ordem do fantástico, em que a cegueira branca de Saramago evoca a problemática ética da hospitalidade levantada por Emmanuel Lévinas, para quem o sentido da visão é antes de tudo a possibilidade de encontro com o rosto do outro, e é neste encontro que reside o limiar entre paz e Guerra. Como aponta Jarman, aproxima-se assim a tela azul fixa aos limiares entre cinema e arte.
    Enfim, almejamos abrir um diálogo ficcional entre Saramago e Jarman a respeito de finitudes e cegueiras através das abordagem das corporeidades.

Bibliografia

    BELLOUR, Raymond. La querelle des dispositifs. Cinéma- installations, expositions. Paris : P.O.L, 2012.

    DEBORD, Guy. La societé du spectacle, Paris: Ed. Gallimard,1992.

    DERRIDA, Jacques. Adieu à Emmanuel Lévinas. Paris: Galilée, 1997 a.
    ________________ De l’hospitalité. Anne Dufourmantelle invite Jacques Derrida à répondre. Paris : Calmann Levy, 1997 b.

    FOSTER, Hal. “Contra o pluralismo.” In: Recodificação, arte, espetáculo, política cultural. São Paulo : Casa Editorial Paulista, 1996.
    ______ The return of the real: L’avant-garde à la fin du siècle. Cambridge, Massachusetts: MIT Press, 1999.

    JARMAN, Derek. Chroma: A Book of Colour – June ’93, London 1994.

    KLOSSOWSKY, P. Les Lois de l’hospitalité. Paris : Gallimard, 1965.

    LEVINAS, E. Totalité et Infini – essai sur l’extériorité. Paris : Le Livre de Poche, 2003.
    ___________Ethique et infini. Le Livre de Poche, 1982. p.80.
    4.

    PEAKE, Tony. Derek Jarman. London, 1999.

    SHERER, R. René. Zeus Hospitalier, Éloge de l’hospitalité.

O livro “XXII SOCINE: 50 anos do maio de 68”, organizado por Lisandro Nogueira e Cleomar Rocha já está disponível para download em nosso site. A obra é composta de 11 artigos que lidam com a temática do maio de 68 pela perspectiva do cinema, que foi o tema do XXII Encontro SOCINE realizado em Goiânia, em 2018. De acordo com os organizadores, “Não há dúvidas de que o tema foi, é, e será sempre instigante, ainda mais aos olhos de muitos que (sobre)viveram (a)os tempos de 68, especialmente no Brasil, e que durante o evento debateram e refletiram sobre o legado de tão importante período da história mundial para a contemporaneidade. Na presente coletânea de textos procuramos demonstrar um pouquinho do que foi a XXII SOCINE, bastante eclética, mas que correspondeu muito bem à chamada para trazer a reflexão dos acontecimentos políticos, sociais, culturais e artísticos do ano de 1968”. O livro leva o selo editorial da SOCINE e ficará disponível em nosso site para download na seção Livros.

XXII Socine 50 anos de maio de 68
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Tema do XXII encontro da Sociedade Brasileira de Estudos de Cinema e Audiovisual (SOCINE): “herança do maio de 1968 do ponto de vista do cinema, das novas redes de comunicação digital e da televisão”.

A Sociedade Brasileira de Estudos de Cinema e Audiovisual (SOCINE) repudia veementemente as manifestações recentes do governo federal contrárias a disciplinas das Humanidades como Filosofia ou Sociologia. Tais manifestações se constituem como ameaças inaceitáveis a áreas de conhecimento fundamentais que já convivem há anos com espaço reduzido nas políticas de financiamento de ensino e pesquisa no país.

A SOCINE considera que tais manifestações, além de desconhecerem a centralidade das Humanidades na construção da cidadania e no desenvolvimento do país, demonstram uma completa ausência de um projeto sério de educação e ciência.

Por isso, a SOCINE também assina a nota de repudio redigida pela ANPOF, disponível em:
http://www.anpof.org/portal/index.php/pt-BR/artigos-em-destaque/2075-nota-de-repudio-a-declaracoes-do-ministro-da-educacao-e-do-presidente-da-republica-sobre-as-faculdades-de-humanidades-nomeadamente-filosofia-e-sociologia

Diretoria SOCINE

Encerrou-se na última sexta, 19/04, o pagamento da anuidade e a submissão de trabalhos para o XXIII Encontro SOCINE que acontecerá de 08 a 11 de outubro na Unisinos, em Porto Alegre, RS. As propostas entram agora em período de avaliação e a divulgação dos trabalhos selecionados está prevista para o dia 10/06/2019.

Num momento em que a pesquisa brasileira sofre cortes, a SOCINE tem buscado reagir às dificuldades postas a toda área, implementando descontos a profissionais sem vínculo, criando novas formas de desligamento que possibilitam uma economia aos sócios e diminuindo a quantidade de anuidades atrasadas a serem pagas. Além disso, a escolha do tema deste ano levou em consideração a necessidade de refletirmos sobre preservação e memória audiovisual num período como este que vivemos. Por tudo isto, nos anima o fato do Encontro deste ano ter registrado o maior número de trabalhos submetidos nos últimos dez anos, totalizando 595 propostas enviadas. Em momentos de dificuldades como estes que o fortalecimento de nossa Sociedade e Encontro se faz cada vez mais importante e por isso, agradecemos a todas e todos que inscreveram seus trabalhos. Faremos mais um instigante e afetuoso Encontro, dessa vez em Porto Alegre.

Para finalizar, gostaríamos de informar aos sócios que não pagaram a anuidade, que é possível realizar o pagamento normalmente pelo sistema durante todo o ano. Para aqueles que buscam economizar, pode-se optar pelo Desligamento Parcial, que gera um desconto de 50% no valor da anuidade.

Para pagar e submeter os trabalhos é necessário que o sócio já cadastrado na Sociedade acesse nosso site socine.org.br e coloque seu CPF e sua senha no PAINEL DO ASSOCIADO.

Estando logado em nosso sistema, o sócio deverá clicar em MINHA CONTA e em seguida DADOS DE PAGAMENTO. Vai aparecer uma tela com o Histórico de pagamentos e ao lado Instruções de pagamento, onde é feito o processo via Paypal. Assim que o pagamento é realizado, aparece escrito PAGO no Histórico na coluna Anuidade 2019. Com isso é possível submeter o trabalho em seguida.

Para submeter a proposta de comunicação, você deve clicar em ENCONTROe em seguida INSCRIÇÃO. Abrirá uma tela com a explicação sobre cada uma das 4 modalidades e ao lado em Minha proposta você encontra os botões com as modalidades para se inscrever nelas. Você irá clicar naquela que você gostaria de enviar seu trabalho e preencher os campos. Depois de enviar a proposta você ainda pode edita-la até o encerramento do prazo. Após isso, a proposta entra em avaliação e não pode ser mais modificada.

Qualquer dúvida sobre o processo, entre em contato com a Secretaria pelo e-mail socine@socine.org.br