O XXIII Encontro SOCINE acontecerá na Unisinos, em Porto Alegre, de 08 a 11 de outubro de 2019.

A lista dos trabalhos aprovados pode ser acessada aqui. Os associados também podem checar a avaliação final de seus trabalhos pela sua área de associado.

Todos os aprovados precisam realizar o pagamento dentro do prazo para que sua participação seja confirmada. Os valores, após o primeiro prazo, terão acréscimos. O pagamento deverá ser feito pela área do associado, via Paypal.

Primeiro prazo: 10 de junho a 12 de julho – R$190,00 (profissionais) / R$95,00 (estudantes/profissionais sem vínculo)
Segundo prazo: 15 de julho a 26 de julho – R$220,00 (profissionais) / R$110,00 (estudantes/profissionais sem vínculo)
Prazo final: 29 de julho a 02 de agosto – R$260,00 (profissionais) / R$130,00 (estudantes/profissionais sem vínculo)

Tendo qualquer dúvida ou dificuldade, favor contatar a secretaria no e-mail socine@socine.org.br.

Ficha do Proponente

Proponente

    Gilberto Alexandre Sobrinho (UNICAMP)

Minicurrículo

    Professor no IA/UNICAMP. Foi Professor Visitante no Departamento de Cinema, da San Francisco State University (EUA), na Universidad Iberoamericana (MX) e já colaborou com a Universidade de Leeds (INGL), resultando no documentário Um Pouco de Tudo, Talvez (2018). Publicou O autor multiplicado (Alameda) e Cinema em Redes (Papirus). Dirigiu a Trilogia Afro-Campineira: Diário de Exus (2015), A Dança da Amizade (2017), A mulher da Casa do Arco-Íris (2018) e prepara o lançamento da série Améfrica.TV

Ficha do Trabalho

Título

    Bixa Travesty e o queerlombismo: a negritude trans no documentário

Seminário

    Cinema Negro africano e diaspórico – Narrativas e representações

Resumo

    Análise do documentário Bixa Travesty (Kiko Goifman e Claudia Priscilla, 2018), centrado na artista multimídia Linn da Quebrada, com participação de Jup do Bairro, a partir da abordagem do queerlombismo. Essa justaposição gera um termo conceitual para pensar o cinema negro, no campo do documentário, que elabora artisticamente sua expressão visual e sonora por meio da performatividade artística transexual/travesti. Figurações não identitárias como invenção de mundo negras.

Resumo expandido

    Análise do documentário Bixa Travesty (2018), dirigido por Kiko Goifman e Claudia Priscilla. Trata-se de um documentário com a performer/cantora Linn da Quebrada, e que traz também outra performer, Jup do Bairro, como sua parceira de palco e vida afetiva. Linn co-assina o roteiro, juntamente com os diretores. O documentário articula expressões de imagem e som em relação à autoimagem de Linn, o que desdobra em uma autoria partilhada, à medida que suas performances, arquivos pessoais, ideias, sociabilidade e intimidade que transcorrem na tela são organizados em parceria. Ao espectador é endereçado a figuração de Linn em sua plenitude, inclusive olhando para a câmera. Cinema e música convergem num produto artístico em que as performances de Linn e de Jup não são apenas objeto do olhar e da escuta, elas estabelecem parâmetros estruturais de organização do conteúdo do filme, tornando-se um documentário performático, em que a dimensão performativa ativa camadas de significação. Isso posto, é preciso considerar que o filme, em sua constituição formal estabelece parâmetros distintivos em relação às artistas trans/travestis negras consideradas. Paris is Burning (Jennie Livingston, 1990) um documentário americano tornou-se, a princípio, um marco da representação de artistas transexuais negras e latinas, dos subúrbios de Nova Iorque, ligadas a cena vogue. No entanto, a partir da análise de bell hooks (2019), que leu o filme sob a perspectiva do olhar colonizador da diretora, as imagens e os sons passaram a ter outro significado. Mesmo assim, as sequencias de performances nos balls onde se articulavam a invenção vogue e o conjunto de depoimentos permanecem importantes. Bixa Travesty faz uma ponte com essa obra dos anos 1990, subvertendo a lógica discursiva na relação sujeito-da-câmera e objeto da representação. E é justamente essa subversão o objeto do meu interesse. Assim como Ori (Raquel Gerber, 1989), documentário realizado por uma diretora branca, com Beatriz Nascimento, um marco na definição audiovisual das ideias originais dessa pensadora sobre a ressignificação de quilombo, temos também um casal de diretores não-negros que assumem o que se pode considerar uma aliança estratégica. Não por acaso, reverbera igualmente a ideia de quilombo, traduzida conceitualmente como quilombismo por Abdias do Nascimento, para a compreensão da resistência negra e também dispositivo estético e político, em outra chave. Linn da Quebrada é uma artista transexual/travesti negra (esse par acompanha suas próprias declarações) que viveu no interior de São Paulo (São José do Rio Preto e Votuporanga), em bairros periféricos, numa família evangélica. Depois de uma iniciação performática como drag queen em festas e boates dessas cidades, ela se muda para a periferia de São Paulo e é nesse outro espaço que desenvolve uma carreira focada no funk como gênero musical, articulada às redes sociais. No âmbito do audiovisual, seus dois videoclipes Enviadecer (2016) e blasFêmea (2017) tiveram amplo alcance no Youtube e também em 2017 gravou seu primeiro álbum, Pajubá. Sua inserção artístico-midiática se traduz fortemente na cultura digital e cria conexões potentes com novos realizadores negros, no cinema por exemplo, que também viabilizam seus trabalhos com ferramentas mais acessíveis, do ponto de vista econômico da produção. No documentário, Linn é aguerrida em suas performances, e daí desdobram um afrontamento associado à reflexão constante sobre formações discursivas de corpos e sujeitos, algo que aproxima seu vocabulário dos eixos da chamada teoria queer. São falas e gestos que se somam tecnologias de produção das periferias, no corre da sobrevivência, como também as tecnologias da subjetividade, em que o corpo-travesti é resistência, onde emerge a noção do corpo-quilombo. Uma outra configuração espaço-temporal de uma negritude trans e que oferece pistas para ler o filme a partir de uma matriz cara à ideia de cinema negro: a invenção negra no mundo.

Bibliografia

    BARROS, L., FREITAS, K. Experiência estética, alteridade e fabulação no cinema negro. Eco (UFRJ), v. 21, p. 97-121, 2018.
    BESSA, K. Um teto por si mesma”: multidimensões da imagem-som sob uma perspectiva feminista-queer. ArtCultura, Uberlândia, v. 17, n. 30, p. 67-85, jan-jun. 2015.
    BRUZZI, S. New documentary. Londres, Nova Iorque: Routledge, 2006.
    BUTLER, J. Problemas de gênero. Feminismo e subversão da identidade. Rio de Janeiro: José Olympio, 2015.
    FOUCAULT, M. Tecnologias del Yo. Barcelona: Piados Ibérica, 1995
    GILLESPIE, M.B. Film Blackness. American Cinema and the Idea of Black Film. Duham/Londres: Duke University Press, 2016.
    hooks, bell. Olhares negros: raça e representação. São Paulo: Elefante, 2019.
    NASCIMENTO, A. O quilombismo. Brasília: Fundação Palmares, 2002.
    OLIVEIRA, J. P. Kbela e Cinzas: O cinema negro no feminino do ‘Dogma Feijoada’ aos dias de hoje?. In: Avanca Cinema: Conferência Internacional, 2016.

O livro “XXII SOCINE: 50 anos do maio de 68”, organizado por Lisandro Nogueira e Cleomar Rocha já está disponível para download em nosso site. A obra é composta de 11 artigos que lidam com a temática do maio de 68 pela perspectiva do cinema, que foi o tema do XXII Encontro SOCINE realizado em Goiânia, em 2018. De acordo com os organizadores, “Não há dúvidas de que o tema foi, é, e será sempre instigante, ainda mais aos olhos de muitos que (sobre)viveram (a)os tempos de 68, especialmente no Brasil, e que durante o evento debateram e refletiram sobre o legado de tão importante período da história mundial para a contemporaneidade. Na presente coletânea de textos procuramos demonstrar um pouquinho do que foi a XXII SOCINE, bastante eclética, mas que correspondeu muito bem à chamada para trazer a reflexão dos acontecimentos políticos, sociais, culturais e artísticos do ano de 1968”. O livro leva o selo editorial da SOCINE e ficará disponível em nosso site para download na seção Livros.

XXII Socine 50 anos de maio de 68
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Tema do XXII encontro da Sociedade Brasileira de Estudos de Cinema e Audiovisual (SOCINE): “herança do maio de 1968 do ponto de vista do cinema, das novas redes de comunicação digital e da televisão”.

A Sociedade Brasileira de Estudos de Cinema e Audiovisual (SOCINE) repudia veementemente as manifestações recentes do governo federal contrárias a disciplinas das Humanidades como Filosofia ou Sociologia. Tais manifestações se constituem como ameaças inaceitáveis a áreas de conhecimento fundamentais que já convivem há anos com espaço reduzido nas políticas de financiamento de ensino e pesquisa no país.

A SOCINE considera que tais manifestações, além de desconhecerem a centralidade das Humanidades na construção da cidadania e no desenvolvimento do país, demonstram uma completa ausência de um projeto sério de educação e ciência.

Por isso, a SOCINE também assina a nota de repudio redigida pela ANPOF, disponível em:
http://www.anpof.org/portal/index.php/pt-BR/artigos-em-destaque/2075-nota-de-repudio-a-declaracoes-do-ministro-da-educacao-e-do-presidente-da-republica-sobre-as-faculdades-de-humanidades-nomeadamente-filosofia-e-sociologia

Diretoria SOCINE

Encerrou-se na última sexta, 19/04, o pagamento da anuidade e a submissão de trabalhos para o XXIII Encontro SOCINE que acontecerá de 08 a 11 de outubro na Unisinos, em Porto Alegre, RS. As propostas entram agora em período de avaliação e a divulgação dos trabalhos selecionados está prevista para o dia 10/06/2019.

Num momento em que a pesquisa brasileira sofre cortes, a SOCINE tem buscado reagir às dificuldades postas a toda área, implementando descontos a profissionais sem vínculo, criando novas formas de desligamento que possibilitam uma economia aos sócios e diminuindo a quantidade de anuidades atrasadas a serem pagas. Além disso, a escolha do tema deste ano levou em consideração a necessidade de refletirmos sobre preservação e memória audiovisual num período como este que vivemos. Por tudo isto, nos anima o fato do Encontro deste ano ter registrado o maior número de trabalhos submetidos nos últimos dez anos, totalizando 595 propostas enviadas. Em momentos de dificuldades como estes que o fortalecimento de nossa Sociedade e Encontro se faz cada vez mais importante e por isso, agradecemos a todas e todos que inscreveram seus trabalhos. Faremos mais um instigante e afetuoso Encontro, dessa vez em Porto Alegre.

Para finalizar, gostaríamos de informar aos sócios que não pagaram a anuidade, que é possível realizar o pagamento normalmente pelo sistema durante todo o ano. Para aqueles que buscam economizar, pode-se optar pelo Desligamento Parcial, que gera um desconto de 50% no valor da anuidade.

Para pagar e submeter os trabalhos é necessário que o sócio já cadastrado na Sociedade acesse nosso site socine.org.br e coloque seu CPF e sua senha no PAINEL DO ASSOCIADO.

Estando logado em nosso sistema, o sócio deverá clicar em MINHA CONTA e em seguida DADOS DE PAGAMENTO. Vai aparecer uma tela com o Histórico de pagamentos e ao lado Instruções de pagamento, onde é feito o processo via Paypal. Assim que o pagamento é realizado, aparece escrito PAGO no Histórico na coluna Anuidade 2019. Com isso é possível submeter o trabalho em seguida.

Para submeter a proposta de comunicação, você deve clicar em ENCONTROe em seguida INSCRIÇÃO. Abrirá uma tela com a explicação sobre cada uma das 4 modalidades e ao lado em Minha proposta você encontra os botões com as modalidades para se inscrever nelas. Você irá clicar naquela que você gostaria de enviar seu trabalho e preencher os campos. Depois de enviar a proposta você ainda pode edita-la até o encerramento do prazo. Após isso, a proposta entra em avaliação e não pode ser mais modificada.

Qualquer dúvida sobre o processo, entre em contato com a Secretaria pelo e-mail socine@socine.org.br