O XXIII Encontro SOCINE acontecerá na Unisinos, em Porto Alegre, de 08 a 11 de outubro de 2019.

A lista dos trabalhos aprovados pode ser acessada aqui. Os associados também podem checar a avaliação final de seus trabalhos pela sua área de associado.

Todos os aprovados precisam realizar o pagamento dentro do prazo para que sua participação seja confirmada. Os valores, após o primeiro prazo, terão acréscimos. O pagamento deverá ser feito pela área do associado, via Paypal.

Primeiro prazo: 10 de junho a 12 de julho – R$190,00 (profissionais) / R$95,00 (estudantes/profissionais sem vínculo)
Segundo prazo: 15 de julho a 26 de julho – R$220,00 (profissionais) / R$110,00 (estudantes/profissionais sem vínculo)
Prazo final: 29 de julho a 02 de agosto – R$260,00 (profissionais) / R$130,00 (estudantes/profissionais sem vínculo)

Tendo qualquer dúvida ou dificuldade, favor contatar a secretaria no e-mail socine@socine.org.br.

Ficha do Proponente

Proponente

    Mariana Dias Miranda (UFF)

Minicurrículo

    Mestranda do Programa de Pós-Graduação em Cinema e Audiovisual da Universidade Federal Fluminense (PPCine/UFF) na linha Narrativas e Estéticas, e membro do Nex – Núcleo de Estudos do Excesso nas Narrativas Audiovisuais.

Ficha do Trabalho

Título

    Afetos, corpos e atmosfera: o medo de classe em Los Decentes

Seminário

    Corpo, gesto e atuação

Resumo

    A presente comunicação tem como objetivo explorar a inerência política do conceito de afeto, compreendendo-o em suas possibilidades de conexão com a forma fílmica, como proposto por Brinkema (2014). Nesse sentido, a partir do diálogo entre afeto e o conceito de atmosfera desenvolvido por Gil (2005), visa-se explorar, no filme Los Decentes, a dimensão de circulação dos corpos em uma “atmosfera do medo”, reverberando o embate entre diferentes classes sociais no cinema argentino contemporâneo.

Resumo expandido

    O cinema argentino produziu, na última década, uma série de filmes, nos quais as relações entre diferentes estratificações sociais se tornam foco de uma exploração sensível, em que espaços de simultaneidade entre diferentes corpos de classe figuram no centro de narrativas mínimas. Dentre esses ambientes, destacam-se os grandes centros urbanos, como Buenos Aires e os countries, condomínios fechados, que, segundo Svampa (2005), podem ser definidos como uma autosegregação por parte das elites, as quais buscam uma comunidade em que prevaleça a demarcação de uma fronteira espacial para que semelhantes, principalmente oriundos de classes altas e média altas, estejam unidos essencialmente a partir da noção de propriedade e consumo.
    A busca por homogeneidade das sociabilidades de classe, reforçada principalmente pelas reconfigurações sociais de uma Argentina neoliberal pós anos 1990, será incorporada e retrabalhada, principalmente a partir de um afrouxamento da narrativa, que determina uma centralidade dos corpos e do sensório como lócus de disputas, em filmes como: Barrefondo (Jorge Leandro Colás, 2017), Historia del miedo (Benjamín Naishtat, 2014) e Los Decentes (Lukas Valenta Rinner, 2016).
    A partir disso, propõe-se pensar o conceito de afeto e circulação afetiva como um modo eficaz de compreensão das possibilidades políticas de um cinema voltado para o aspecto sensorial, ou seja, que passa de uma esfera dos grandes temas (macropolítica) para o cotidiano e íntimo (micropolítica). Nesse sentido, busca-se, nesta comunicação, um intercalar de diferentes acepções do afeto enquanto “poderes do corpo”, como definido por Del Rio (2008) e Ahmed (2004), com a proposta de Eugenie Brinkema (2014) de uma leitura formal do afeto, isto é, associando-as no que têm de comum.
    Grosso modo, o afeto e afetação são concebidos por Brinkema como uma força que está imbricada na estética e forma fílmica e, desse modo, as intensidades derivam do sistema formal e podem ser lidas através da mise-èn-scène, dos movimentos de câmera, sons, etc. A autora recupera, portanto, a proposta original da sistematização feita na obra Ética, de Espinosa, que visava entender as emoções e ações humanas a partir de uma espécie de geometria dos afetos. Brinkema, portanto, contrapõe noções da virada afetiva que determinam o conceito como uma força totalmente sem forma.
    Nesse sentido, há uma possibilidade de associação direta com a noção de atmosfera, como um “sistema energético” e de forças, definido por Gil (2005) como uma figura fílmica que pode ser percebida (lida) através das relações e reverberações entre os elementos formais do cinema. A atmosfera se relaciona, com isso, à uma percepção de forças em um determinado ambiente ou mise èn scène, que não se relaciona apenas com a dimensão do corpo humano em tela, mas do tecido fílmico.
    Através dessas associações, propõe-se uma análise do filme Los Decentes, entendendo-o como reverberação de uma atmosfera afetiva, na qual o medo de classe se torna núcleo de afetação, a partir do encontro entre elementos que formam o corpo fílmico e sua relação com corpos de classe em tela.
    Entende-se o medo a partir da definição de Ahmed (2005), como um afeto que diz respeito à antecipação de que algo possa vir a machucar, lesionar ou romper com algo seguro e confortável, com um espaço demarcado, sendo ligado diretamente a uma conexão entre corpo e espaço social. O objeto do medo, com isso, é formado a partir de uma economia afetiva, na qual a circulação de histórias de contato cria um formato e significado para um corpo como perigoso para a ordem social.
    Nesse sentido, considera-se sintomático esse tipo de atmosfera em obras como Los Decentes, que tem como núcleo temático um condomínio fechado, no qual as relações entre elite e classes populares é expressa principalmente através do corpo e da organização da mise èn scène, sugerindo a possibilidade de uma leitura afetiva do que seria a “luta de classes” no mundo contemporâneo.

Bibliografia

    AHMED, Sara. The Cultural Politics of Emotion. Nova Iorque: Routledge, 2004.
    BARRENHA, Natalia Christofoletti. A cidade e os medos – Historia del miedo (Benjamín Naishtat, 2014). In: Actas V ASAECA. Buenos Aires: Asaeca, 2016. p. 1-11.
    BRINKEMA, Eugenie. The forms of the affects. Durham: Duke University Press, 2014.
    DEL RÍO, Elena. Deleuze and the cinemas of performance. Powers of affection. Edinburg: EdinburgUniversity Press, 2008.
    GIL, Ines. A atmosfera como figura fílmica. Actas do III SOPCOM, VI LUSOCOM e II IBÉRICO. Volume I, 2005.
    OLIVEIRA JR, Luiz Carlos. A mise en scène no cinema: do clássico ao cinema de fluxo. Campinas: Papirus, 2013.
    PAGE, Joanna. Crisis and Capitalism in Contemporary Argentine Cinema. Durham: Duke University Press, 2009.
    RANCIÈRE, Jacques. O espectador emancipado. São Paulo: WMF; Martins Fontes, 2014.
    SVAMPA, Maristella. La sociedad excluyente: La Argentina bajo el signo del neoliberalismo. Buenos Aires: Taurus, 2005.

O livro “XXII SOCINE: 50 anos do maio de 68”, organizado por Lisandro Nogueira e Cleomar Rocha já está disponível para download em nosso site. A obra é composta de 11 artigos que lidam com a temática do maio de 68 pela perspectiva do cinema, que foi o tema do XXII Encontro SOCINE realizado em Goiânia, em 2018. De acordo com os organizadores, “Não há dúvidas de que o tema foi, é, e será sempre instigante, ainda mais aos olhos de muitos que (sobre)viveram (a)os tempos de 68, especialmente no Brasil, e que durante o evento debateram e refletiram sobre o legado de tão importante período da história mundial para a contemporaneidade. Na presente coletânea de textos procuramos demonstrar um pouquinho do que foi a XXII SOCINE, bastante eclética, mas que correspondeu muito bem à chamada para trazer a reflexão dos acontecimentos políticos, sociais, culturais e artísticos do ano de 1968”. O livro leva o selo editorial da SOCINE e ficará disponível em nosso site para download na seção Livros.

XXII Socine 50 anos de maio de 68
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Tema do XXII encontro da Sociedade Brasileira de Estudos de Cinema e Audiovisual (SOCINE): “herança do maio de 1968 do ponto de vista do cinema, das novas redes de comunicação digital e da televisão”.

A Sociedade Brasileira de Estudos de Cinema e Audiovisual (SOCINE) repudia veementemente as manifestações recentes do governo federal contrárias a disciplinas das Humanidades como Filosofia ou Sociologia. Tais manifestações se constituem como ameaças inaceitáveis a áreas de conhecimento fundamentais que já convivem há anos com espaço reduzido nas políticas de financiamento de ensino e pesquisa no país.

A SOCINE considera que tais manifestações, além de desconhecerem a centralidade das Humanidades na construção da cidadania e no desenvolvimento do país, demonstram uma completa ausência de um projeto sério de educação e ciência.

Por isso, a SOCINE também assina a nota de repudio redigida pela ANPOF, disponível em:
http://www.anpof.org/portal/index.php/pt-BR/artigos-em-destaque/2075-nota-de-repudio-a-declaracoes-do-ministro-da-educacao-e-do-presidente-da-republica-sobre-as-faculdades-de-humanidades-nomeadamente-filosofia-e-sociologia

Diretoria SOCINE

Encerrou-se na última sexta, 19/04, o pagamento da anuidade e a submissão de trabalhos para o XXIII Encontro SOCINE que acontecerá de 08 a 11 de outubro na Unisinos, em Porto Alegre, RS. As propostas entram agora em período de avaliação e a divulgação dos trabalhos selecionados está prevista para o dia 10/06/2019.

Num momento em que a pesquisa brasileira sofre cortes, a SOCINE tem buscado reagir às dificuldades postas a toda área, implementando descontos a profissionais sem vínculo, criando novas formas de desligamento que possibilitam uma economia aos sócios e diminuindo a quantidade de anuidades atrasadas a serem pagas. Além disso, a escolha do tema deste ano levou em consideração a necessidade de refletirmos sobre preservação e memória audiovisual num período como este que vivemos. Por tudo isto, nos anima o fato do Encontro deste ano ter registrado o maior número de trabalhos submetidos nos últimos dez anos, totalizando 595 propostas enviadas. Em momentos de dificuldades como estes que o fortalecimento de nossa Sociedade e Encontro se faz cada vez mais importante e por isso, agradecemos a todas e todos que inscreveram seus trabalhos. Faremos mais um instigante e afetuoso Encontro, dessa vez em Porto Alegre.

Para finalizar, gostaríamos de informar aos sócios que não pagaram a anuidade, que é possível realizar o pagamento normalmente pelo sistema durante todo o ano. Para aqueles que buscam economizar, pode-se optar pelo Desligamento Parcial, que gera um desconto de 50% no valor da anuidade.

Para pagar e submeter os trabalhos é necessário que o sócio já cadastrado na Sociedade acesse nosso site socine.org.br e coloque seu CPF e sua senha no PAINEL DO ASSOCIADO.

Estando logado em nosso sistema, o sócio deverá clicar em MINHA CONTA e em seguida DADOS DE PAGAMENTO. Vai aparecer uma tela com o Histórico de pagamentos e ao lado Instruções de pagamento, onde é feito o processo via Paypal. Assim que o pagamento é realizado, aparece escrito PAGO no Histórico na coluna Anuidade 2019. Com isso é possível submeter o trabalho em seguida.

Para submeter a proposta de comunicação, você deve clicar em ENCONTROe em seguida INSCRIÇÃO. Abrirá uma tela com a explicação sobre cada uma das 4 modalidades e ao lado em Minha proposta você encontra os botões com as modalidades para se inscrever nelas. Você irá clicar naquela que você gostaria de enviar seu trabalho e preencher os campos. Depois de enviar a proposta você ainda pode edita-la até o encerramento do prazo. Após isso, a proposta entra em avaliação e não pode ser mais modificada.

Qualquer dúvida sobre o processo, entre em contato com a Secretaria pelo e-mail socine@socine.org.br