O XXIII Encontro SOCINE acontecerá na Unisinos, em Porto Alegre, de 08 a 11 de outubro de 2019.

A lista dos trabalhos aprovados pode ser acessada aqui. Os associados também podem checar a avaliação final de seus trabalhos pela sua área de associado.

Todos os aprovados precisam realizar o pagamento dentro do prazo para que sua participação seja confirmada. Os valores, após o primeiro prazo, terão acréscimos. O pagamento deverá ser feito pela área do associado, via Paypal.

Primeiro prazo: 10 de junho a 12 de julho – R$190,00 (profissionais) / R$95,00 (estudantes/profissionais sem vínculo)
Segundo prazo: 15 de julho a 26 de julho – R$220,00 (profissionais) / R$110,00 (estudantes/profissionais sem vínculo)
Prazo final: 29 de julho a 02 de agosto – R$260,00 (profissionais) / R$130,00 (estudantes/profissionais sem vínculo)

Tendo qualquer dúvida ou dificuldade, favor contatar a secretaria no e-mail socine@socine.org.br.

Ficha do Proponente

Proponente

    Carla Italiano (UFMG)

Minicurrículo

    Doutoranda em Comunicação Social pelo PPGCOM/UFMG – Universidade Federal de Minas Gerais, mestre em Comunicação Social pela mesma instituição, graduada em Cinema pela UFSC – Universidade Federal de Santa Catarina. Trabalha com curadoria de mostras e festivais de cinema.

Ficha do Trabalho

Título

    Autobiografia e Interseccionalidade em “Privilégio” de Yvonne Rainer

Seminário

    Mulheres no cinema e audiovisual

Resumo

    Tendo como objeto o longa “Privilégio” (1990) da artista estadunidense Yvonne Rainer, a presente proposta é guiada por duas frentes de investigação interconectadas: analisar os modos de inscrição fílmica de um “eu” que é autora e sujeito da própria obra, com as implicações decorrentes dessa dupla incidência; investigar a influência de teorizações do chamado feminismo interseccional no filme, atentando para o complexo tratamento das diferenças e subjetividades em operação na obra.

Resumo expandido

    Vivemos um momento ímpar para os estudos de gênero no Brasil. Um período marcado por debates e demandas advindos das mais diversas esferas, que ultrapassam o escopo da universidade e permeiam o debate público cotidiano. No universo do cinema isso é evidente: com a crescente publicação de textos que investigam a participação das mulheres à frente e atrás das câmeras; com mostras e festivais questionando publicamente os seus critérios de valoração ao responderem a demandas incontornáveis por representatividade; e com o aumento expressivo de filmes brasileiros dirigidos por mulheres, sobretudo os que transformam o corpo da cineasta em imagem e escancaram, em práticas coletivas ou individuais, os seus vínculos com conceitos e ativismos de viés feminista.

    Instigadas por esse cenário brasileiro, consideramos importante olhar para filmes e artistas de outros contextos que podem operar como contraponto produtivo para a atualidade. Nesse sentido, elencamos o longa Privilégio (1990), da artista e coreógrafa estadunidense Yvonne Rainer, como objeto de análise. Rainer (nascida em 1934) já possuía uma trajetória consolidada no campo da dança quando começou a experimentar com o cinema ainda na década de 1970. Privilégio é seu sexto filme, realizado quase vinte anos após os primeiros trabalhos. Seu mote é discorrer sobre a menopausa, tema historicamente mais que invisibilizado no cinema, por meio de diversas frentes de enunciação em uma concatenação marcadamente ensaística. Sua heterogeneidade é notória: o longa amarra entrevistas (reais?) de mulheres que vivenciaram a menopausa (incluindo a diretora), encenações pautadas por um distanciamento brechtiano e anti-ilusionista, referências bibliográficas escritas na tela de um computador e a presença da própria cineasta a intervir nas cenas. Uma das sequências centrais mostra um diálogo entre duas mulheres, ambas no processo de menopausa: uma delas, branca, coreógrafa, da idade da diretora, rememora episódios da sua juventude e os vizinhos de outrora; a outra, negra, de nome Yvonne, interpela e questiona sua interlocutora sobre os privilégios raciais que permeiam as histórias rememoradas/encenadas. O que resulta daí é uma obra formalmente desafiadora sobre o envelhecer e as relações assimétricas de poder entre mulheres, evocando questões ligadas a gênero, sexualidade, classe e raça nos Estados Unidos na passagem para os anos 1990. Lançando mão de procedimentos disruptivos de um “contra-cinema” (JOHNSTON, 1973) impressos em sua tessitura, o longa aponta como o privilégio não é algo estratificado e sim sempre em movimento, deslocando-se de maneira distinta de acordo com determinadas conjunturas e distribuições específicas de poder. As questões que surgem daí estão ligadas à posicionalidade de “quem fala?”, ou ainda à ética do “por quem se fala”, acerca de determinadas questões e vivências que envolvem uma categoria macro de “mulher”.

    Assim, essa proposta de comunicação é guiada por duas frentes de investigação interconectadas. A primeira pretende analisar em Privilégio a inscrição de um eu que é autora e sujeito do próprio filme, com as implicações decorrentes dessa dupla incidência. Não se trata exatamente, ou não apenas, de um cinema de caráter pessoal, mas um que assuma e sublinhe o seu viés autobiográfico como impulso criador e fator constitutivo. Nesse filme o sujeito é um “eu” fragmentado, decomposto nas várias vozes das mulheres que compõem as encenações e os testemunhos “documentais” – vozes muitas vezes contraditórias -, ao mesmo tempo em que permanece amarrado à inscrição autobiográfica da diretora que tudo concatena. Já a segunda frente intenciona investigar a influência de teorizações do chamado feminismo interseccional no longa de Rainer, atentando para o complexo tratamento das diferenças e da(s) subjetividade(s) engendrado pelo filme.

Bibliografia

    AKOTIRENE, Carla. O que é interseccionalidade?. Belo Horizonte: Letramento, 2018.
    BUTLER, Judith. Problemas de gênero. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 2017.
    BUTLER, Alison. Women’s Cinema: the contested screen. Londres: Wallfower Press, 2002.
    DAVIS, Angela. Mulheres, raça e classe. São Paulo: Boitempo, 2016.
    JOHNSTON, Claire. Women’s Cinema as Counter-Cinema. In: Notes on Women’s Cinema. Londres: Society for Education in Film and Television, 1973.
    LAURETIS, Teresa de. Technologies of Gender: essays on theory, film, and fiction. Bloomington: Indiana University Press, 1987.
    LEJEUNE, Philippe. O pacto autobiográfico – de Rousseau à Internet. BH: Editora UFMG, 2008.
    MULVEY, Laura. Prazer visual e cinema narrativo. In: XAVIER, Ismail. A experiência do cinema. Rio de Janeiro: Edições Graal, 1983.
    OLNEY, James (org.). Autobiography: essays theoretical and critical. Princeton: Univ. Press, 1980.
    RIBEIRO, Djamila. O que é lugar de fala? Belo Horizonte: Letramento, 2017.

O livro “XXII SOCINE: 50 anos do maio de 68”, organizado por Lisandro Nogueira e Cleomar Rocha já está disponível para download em nosso site. A obra é composta de 11 artigos que lidam com a temática do maio de 68 pela perspectiva do cinema, que foi o tema do XXII Encontro SOCINE realizado em Goiânia, em 2018. De acordo com os organizadores, “Não há dúvidas de que o tema foi, é, e será sempre instigante, ainda mais aos olhos de muitos que (sobre)viveram (a)os tempos de 68, especialmente no Brasil, e que durante o evento debateram e refletiram sobre o legado de tão importante período da história mundial para a contemporaneidade. Na presente coletânea de textos procuramos demonstrar um pouquinho do que foi a XXII SOCINE, bastante eclética, mas que correspondeu muito bem à chamada para trazer a reflexão dos acontecimentos políticos, sociais, culturais e artísticos do ano de 1968”. O livro leva o selo editorial da SOCINE e ficará disponível em nosso site para download na seção Livros.

XXII Socine 50 anos de maio de 68
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Tema do XXII encontro da Sociedade Brasileira de Estudos de Cinema e Audiovisual (SOCINE): “herança do maio de 1968 do ponto de vista do cinema, das novas redes de comunicação digital e da televisão”.

A Sociedade Brasileira de Estudos de Cinema e Audiovisual (SOCINE) repudia veementemente as manifestações recentes do governo federal contrárias a disciplinas das Humanidades como Filosofia ou Sociologia. Tais manifestações se constituem como ameaças inaceitáveis a áreas de conhecimento fundamentais que já convivem há anos com espaço reduzido nas políticas de financiamento de ensino e pesquisa no país.

A SOCINE considera que tais manifestações, além de desconhecerem a centralidade das Humanidades na construção da cidadania e no desenvolvimento do país, demonstram uma completa ausência de um projeto sério de educação e ciência.

Por isso, a SOCINE também assina a nota de repudio redigida pela ANPOF, disponível em:
http://www.anpof.org/portal/index.php/pt-BR/artigos-em-destaque/2075-nota-de-repudio-a-declaracoes-do-ministro-da-educacao-e-do-presidente-da-republica-sobre-as-faculdades-de-humanidades-nomeadamente-filosofia-e-sociologia

Diretoria SOCINE

Encerrou-se na última sexta, 19/04, o pagamento da anuidade e a submissão de trabalhos para o XXIII Encontro SOCINE que acontecerá de 08 a 11 de outubro na Unisinos, em Porto Alegre, RS. As propostas entram agora em período de avaliação e a divulgação dos trabalhos selecionados está prevista para o dia 10/06/2019.

Num momento em que a pesquisa brasileira sofre cortes, a SOCINE tem buscado reagir às dificuldades postas a toda área, implementando descontos a profissionais sem vínculo, criando novas formas de desligamento que possibilitam uma economia aos sócios e diminuindo a quantidade de anuidades atrasadas a serem pagas. Além disso, a escolha do tema deste ano levou em consideração a necessidade de refletirmos sobre preservação e memória audiovisual num período como este que vivemos. Por tudo isto, nos anima o fato do Encontro deste ano ter registrado o maior número de trabalhos submetidos nos últimos dez anos, totalizando 595 propostas enviadas. Em momentos de dificuldades como estes que o fortalecimento de nossa Sociedade e Encontro se faz cada vez mais importante e por isso, agradecemos a todas e todos que inscreveram seus trabalhos. Faremos mais um instigante e afetuoso Encontro, dessa vez em Porto Alegre.

Para finalizar, gostaríamos de informar aos sócios que não pagaram a anuidade, que é possível realizar o pagamento normalmente pelo sistema durante todo o ano. Para aqueles que buscam economizar, pode-se optar pelo Desligamento Parcial, que gera um desconto de 50% no valor da anuidade.

Para pagar e submeter os trabalhos é necessário que o sócio já cadastrado na Sociedade acesse nosso site socine.org.br e coloque seu CPF e sua senha no PAINEL DO ASSOCIADO.

Estando logado em nosso sistema, o sócio deverá clicar em MINHA CONTA e em seguida DADOS DE PAGAMENTO. Vai aparecer uma tela com o Histórico de pagamentos e ao lado Instruções de pagamento, onde é feito o processo via Paypal. Assim que o pagamento é realizado, aparece escrito PAGO no Histórico na coluna Anuidade 2019. Com isso é possível submeter o trabalho em seguida.

Para submeter a proposta de comunicação, você deve clicar em ENCONTROe em seguida INSCRIÇÃO. Abrirá uma tela com a explicação sobre cada uma das 4 modalidades e ao lado em Minha proposta você encontra os botões com as modalidades para se inscrever nelas. Você irá clicar naquela que você gostaria de enviar seu trabalho e preencher os campos. Depois de enviar a proposta você ainda pode edita-la até o encerramento do prazo. Após isso, a proposta entra em avaliação e não pode ser mais modificada.

Qualquer dúvida sobre o processo, entre em contato com a Secretaria pelo e-mail socine@socine.org.br