O XXIII Encontro SOCINE acontecerá na Unisinos, em Porto Alegre, de 08 a 11 de outubro de 2019.

A lista dos trabalhos aprovados pode ser acessada aqui. Os associados também podem checar a avaliação final de seus trabalhos pela sua área de associado.

Todos os aprovados precisam realizar o pagamento dentro do prazo para que sua participação seja confirmada. Os valores, após o primeiro prazo, terão acréscimos. O pagamento deverá ser feito pela área do associado, via Paypal.

Primeiro prazo: 10 de junho a 12 de julho – R$190,00 (profissionais) / R$95,00 (estudantes/profissionais sem vínculo)
Segundo prazo: 15 de julho a 26 de julho – R$220,00 (profissionais) / R$110,00 (estudantes/profissionais sem vínculo)
Prazo final: 29 de julho a 02 de agosto – R$260,00 (profissionais) / R$130,00 (estudantes/profissionais sem vínculo)

Tendo qualquer dúvida ou dificuldade, favor contatar a secretaria no e-mail socine@socine.org.br.

Ficha do Proponente

Proponente

    Ramayana Lira de Sousa (UNISUL)

Minicurrículo

    Professora do Programa de Pós-Graduação em Ciências da Linguagem e do Curso de Cinema e Audiovisual da Universidade do Sul de Santa Catarina. Vice-presidente da SOCINE.

Ficha do Trabalho

Título

    Formas do sexo lésbico no cinema narrativo

Seminário

    Mulheres no cinema e audiovisual

Resumo

    Sem apostar em uma teleologia a respeito do “progresso” na visibilidade lésbica no cinema e no audiovisual nas três últimas décadas, propõe-se a análise do sexo lésbico em filmes narrativos, buscando entender seus enquadramentos (estético e políticos). Explorando as várias formas de filmar o encontro sexual entre duas mulheres, desafiamos proposições que enfatizam o privilégio do olhar masculino e avançamos uma crítica feminista que problematiza a própria legibilidade da imagem da lésbica.

Resumo expandido

    Em 1993, Terry Castle descrevia um caráter “aparicional” da lésbica na literatura e no cinema. Fantasmática, elusiva, vaporosa, difícil de ser reconhecida, para Castle (1993, p. 2), a lésbica, mesmo quando em plena vista, é percebida como uma “aparição”. O modo de visibilidade descrito por Castle, fugidio, marginal, encontra resposta, ainda na década de 1990, na afirmação de B. Ruby Rich, que escreveu: “Não quero cometer o erro de cair naquela caixinha confortável da vítima, reclamando da ausência em meio à presença. Não somos mais invisíveis” (2013, p. 42). De forma sempre questionadora, a lésbica no cinema traz problemas que precisam ser abordados se pretendemos entender com maior amplitude a relação entre gênero, sexualidade, desejo e imagem cinematográfica. Como Castle reconhece, a dificuldade em ver a lésbica deve-se ao fato de que, efetivamente, ela foi tornada um fantasma, tornada invisível na cultura moderna, por representar uma ameaça ao protocolo patriarcal – a civilização ocidental há séculos se vê assombrada pelo medo da existência de “mulheres sem homens” (1993, p.4-5), indiferentes ou resistentes ao desejo masculino. Complementando o caráter “aparicional” discutido por Castle, teóricas do cinema como Patricia White (1999) e Julianne Pidduck (2003) apontavam, mais de duas décadas atrás, que a lésbica finalmente teria alcançado o campo do visível de forma definitiva, tornando-se parte do repertório de subjetividades e desejos que produzem e são reproduzidos no cinema.
    Se o regime do visível hoje nos permite um encontro muito menos raro com as lésbicas no cinema, tal regime nos exige instrumentos cada vez mais sofisticados para a análise das imagens. Os estudos de cinema precisam da fricção trazida por abordagens como as teorias queer, decolonial, crítica da racialização. Tais perspectivas nos colocam o desafio de pensar a lésbica no cinema para além de modos mais antigos de representação. A própria ideia de “lésbica” como categoria pode ser colocada em questão, ao mesmo tempo em que temos a percepção de que o lesbianismo é um produtivo ponto de partida cuja relevância precisa ser resgatada.
    É na tentativa de nos re-engajarmos com a “questão lésbica” no cinema que esta proposta busca contribuir para o entendimento de um desconcertante paradoxo: por um lado, as lésbicas são quase invisíveis, operando à margem da representação da heteronormatividade (e mesmo da homossexualidade masculina); por outro lado, essa mesma invisibilidade pode ser entendida como uma imagem, a imagem de uma latência ou de uma ausência, a cada instante pronta para ser (de)codificada. Na dobra desse paradoxo, temos a complicação de uma hipervisibilidade que pode ser relacionada a uma tentativa de domesticação da lésbica através de um enquadramento no desejo masculino, mas que, também, se dá a ver em uma complexidade que exige exame detalhado da linguagem cinematográfica usada para a sua construção. Optamos, nesse momento, por explorar os desdobramentos da visibilidade lésbica em um dos seus aspectos mais controversos: as cenas de sexo em filmes narrativos.
    Em uma abordagem possível, as imagens de práticas sexuais (explícitas em maior ou menor grau), podem ser vistas como composições de forças e afetos que rearrajam corpos e políticas. O sexo lésbico, como diz Heather Butler, desvela a impotência por trás do modelo fálico (2004, p. 169). Partindo da análise de uma série de imagens de sexo em filmes lançados nas duas última décadas, discutimos como as estratégias estéticas (o “velamento” dos corpos, a imagem borrada, a coreografia dos corpos, a pausa narrativa para a inserção do sexo) produzem diferentes tipos de relação entre desejo e imagem. O foco no ato sexual nos permite, ainda, explorar o que parece ser possível de imaginar e de tornar imagem em termos de uma sexualidade que, mais do que afrontar, mostra-se indiferente ao domínio masculino do olhar.

Bibliografia

    BUTLER, Heather. What do you call a lesbian with long fingers? The development of lesbian and dyke pornography. In: WILLIAMS, Linda. Porn studies. Durham: Duke UP, 2004.
    CASTLE, Terry. The apparitional lesbian: female homosexuality and modern culture. Nova York: Columbia UP, 1993.
    DYER, Richard; PIDDUCK, Julianne. Now You See It: Studies in Lesbian and Gay Film. 2da edição. Londres: Routledge, 2003.
    RICH, B. Ruby. New Queer Cinema: The Director’s Cut. Durham: Duke UP, 2013.
    WHITE, Patricia. Uninvited: Classical Hollywood Cinema and Lesbian Representability, Bloomington: Indiana UP, 1999.

O livro “XXII SOCINE: 50 anos do maio de 68”, organizado por Lisandro Nogueira e Cleomar Rocha já está disponível para download em nosso site. A obra é composta de 11 artigos que lidam com a temática do maio de 68 pela perspectiva do cinema, que foi o tema do XXII Encontro SOCINE realizado em Goiânia, em 2018. De acordo com os organizadores, “Não há dúvidas de que o tema foi, é, e será sempre instigante, ainda mais aos olhos de muitos que (sobre)viveram (a)os tempos de 68, especialmente no Brasil, e que durante o evento debateram e refletiram sobre o legado de tão importante período da história mundial para a contemporaneidade. Na presente coletânea de textos procuramos demonstrar um pouquinho do que foi a XXII SOCINE, bastante eclética, mas que correspondeu muito bem à chamada para trazer a reflexão dos acontecimentos políticos, sociais, culturais e artísticos do ano de 1968”. O livro leva o selo editorial da SOCINE e ficará disponível em nosso site para download na seção Livros.

XXII Socine 50 anos de maio de 68
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Tema do XXII encontro da Sociedade Brasileira de Estudos de Cinema e Audiovisual (SOCINE): “herança do maio de 1968 do ponto de vista do cinema, das novas redes de comunicação digital e da televisão”.

A Sociedade Brasileira de Estudos de Cinema e Audiovisual (SOCINE) repudia veementemente as manifestações recentes do governo federal contrárias a disciplinas das Humanidades como Filosofia ou Sociologia. Tais manifestações se constituem como ameaças inaceitáveis a áreas de conhecimento fundamentais que já convivem há anos com espaço reduzido nas políticas de financiamento de ensino e pesquisa no país.

A SOCINE considera que tais manifestações, além de desconhecerem a centralidade das Humanidades na construção da cidadania e no desenvolvimento do país, demonstram uma completa ausência de um projeto sério de educação e ciência.

Por isso, a SOCINE também assina a nota de repudio redigida pela ANPOF, disponível em:
http://www.anpof.org/portal/index.php/pt-BR/artigos-em-destaque/2075-nota-de-repudio-a-declaracoes-do-ministro-da-educacao-e-do-presidente-da-republica-sobre-as-faculdades-de-humanidades-nomeadamente-filosofia-e-sociologia

Diretoria SOCINE

Encerrou-se na última sexta, 19/04, o pagamento da anuidade e a submissão de trabalhos para o XXIII Encontro SOCINE que acontecerá de 08 a 11 de outubro na Unisinos, em Porto Alegre, RS. As propostas entram agora em período de avaliação e a divulgação dos trabalhos selecionados está prevista para o dia 10/06/2019.

Num momento em que a pesquisa brasileira sofre cortes, a SOCINE tem buscado reagir às dificuldades postas a toda área, implementando descontos a profissionais sem vínculo, criando novas formas de desligamento que possibilitam uma economia aos sócios e diminuindo a quantidade de anuidades atrasadas a serem pagas. Além disso, a escolha do tema deste ano levou em consideração a necessidade de refletirmos sobre preservação e memória audiovisual num período como este que vivemos. Por tudo isto, nos anima o fato do Encontro deste ano ter registrado o maior número de trabalhos submetidos nos últimos dez anos, totalizando 595 propostas enviadas. Em momentos de dificuldades como estes que o fortalecimento de nossa Sociedade e Encontro se faz cada vez mais importante e por isso, agradecemos a todas e todos que inscreveram seus trabalhos. Faremos mais um instigante e afetuoso Encontro, dessa vez em Porto Alegre.

Para finalizar, gostaríamos de informar aos sócios que não pagaram a anuidade, que é possível realizar o pagamento normalmente pelo sistema durante todo o ano. Para aqueles que buscam economizar, pode-se optar pelo Desligamento Parcial, que gera um desconto de 50% no valor da anuidade.

Para pagar e submeter os trabalhos é necessário que o sócio já cadastrado na Sociedade acesse nosso site socine.org.br e coloque seu CPF e sua senha no PAINEL DO ASSOCIADO.

Estando logado em nosso sistema, o sócio deverá clicar em MINHA CONTA e em seguida DADOS DE PAGAMENTO. Vai aparecer uma tela com o Histórico de pagamentos e ao lado Instruções de pagamento, onde é feito o processo via Paypal. Assim que o pagamento é realizado, aparece escrito PAGO no Histórico na coluna Anuidade 2019. Com isso é possível submeter o trabalho em seguida.

Para submeter a proposta de comunicação, você deve clicar em ENCONTROe em seguida INSCRIÇÃO. Abrirá uma tela com a explicação sobre cada uma das 4 modalidades e ao lado em Minha proposta você encontra os botões com as modalidades para se inscrever nelas. Você irá clicar naquela que você gostaria de enviar seu trabalho e preencher os campos. Depois de enviar a proposta você ainda pode edita-la até o encerramento do prazo. Após isso, a proposta entra em avaliação e não pode ser mais modificada.

Qualquer dúvida sobre o processo, entre em contato com a Secretaria pelo e-mail socine@socine.org.br