O XXIII Encontro SOCINE acontecerá na Unisinos, em Porto Alegre, de 08 a 11 de outubro de 2019.

A lista dos trabalhos aprovados pode ser acessada aqui. Os associados também podem checar a avaliação final de seus trabalhos pela sua área de associado.

Todos os aprovados precisam realizar o pagamento dentro do prazo para que sua participação seja confirmada. Os valores, após o primeiro prazo, terão acréscimos. O pagamento deverá ser feito pela área do associado, via Paypal.

Primeiro prazo: 10 de junho a 12 de julho – R$190,00 (profissionais) / R$95,00 (estudantes/profissionais sem vínculo)
Segundo prazo: 15 de julho a 26 de julho – R$220,00 (profissionais) / R$110,00 (estudantes/profissionais sem vínculo)
Prazo final: 29 de julho a 02 de agosto – R$260,00 (profissionais) / R$130,00 (estudantes/profissionais sem vínculo)

Tendo qualquer dúvida ou dificuldade, favor contatar a secretaria no e-mail socine@socine.org.br.

Ficha do Proponente

Proponente

    Patrícia Mourão de Andrade (USP)

Minicurrículo

    Pós doutoranda no Departamento de Artes Plásticas da ECA-USP (Escola de Comunicação e Artes da Universidade de São Paulo). Doutora em Meios e Processos Audiovisuais pela mesma unviersidade.

Ficha do Trabalho

Título

    O cinema-caverna de Robert Smithson

Seminário

    Interseções Cinema e Arte

Resumo

    A comunicação pretende situar os esboços de Robert Smithson para a construção de um cinema em uma caverna subterrânea e a descrição fornecida para o projeto no texto “Uma atopia cinemática” dentro de sua prática artística e textual. Em um segundo momento pretende-se investigar como o cinema insere-se em um projeto mais ambicioso do artista, que consiste em deslocar e repensar os enquadramentos e narrativas convencionados para a história da arte.

Resumo expandido

    Em 1971, Robert Smithson, ao descrever sua experiência tentando se lembrar de todos os filmes a que já assistiu, declara-se assaltado por um fluxo infinito e indiscernível de imagens de origens distintas. Em uma amalgama desconexa que leva a uma “miragem cinemática”, ele vê sua lembrança embaralhar cenas de filmes ruins com cenas de filmes bons, o “lixo de Hollywood” com filmes japoneses, indianos ou estruturais. No lugar de debater-se contra as trapaças do esquecimento, Smithson dobra a aposta da entropia e decide permitir que o “alhures se reconstrua como uma massa indiscernível”.
    Vista não como uma limitação, mas como um horizonte para a exploração de outras dimensões perceptivas, essa experiência de uma anamnese lamacenta leva-o a propor a construção de uma sala de cinema em de uma caverna ou mina abandonada. Descrita como um “verdadeiro cinema underground” e esboçada em uma série de desenhos, sua “Cinema-cavern” seria esculpida em negativo no subsolo, com tela, paredes e bancos cinzelados nas rochas da caverna – apenas a cabine de projeção, de madeira rústica, seria feita recorrendo a um material externo. O processo de construção seria filmado e, uma vez finalizada a obra, o filme da construção seria o único a ser exibido na tela do cinema-caverna.
    O derradeiro espectador desse cinema, seria, segundo Smithson um “espeleologista”, um “escravo da ociosidade”, “eternamente envolvido pelas sombras tremulantes, com a percepção tomada por certa indolência” e entregue à investigação e exploração dessas profundezas. À diferença do prisioneiro de Platão, de quem toma o plano para sua caverna, o seu espectador, saturado pela previsibilidade da tautologia, estaria livre para mergulhar em um reservatório de pura percepção. Como um viajante do tempo, jogado entre o torpor e a languidez da imobilidade, esse espectador poderia explorar o cascalho das margens da consciência e da memória.
    A descrição desse projeto encontra-se em Uma atopia cinemática. Publicado um ano depois do seminal texto de Jean Louis Baudry, Efeitos de base produzidos pelo aparelho ideológico, o texto tem vários pontos em comum com as ideias do autor sobre o dispositivo, em especial no que concerne à importância atribuída por Baudry à passividade do espectador. No entanto, Smithson toma claramente uma direção distinta da do teórico francês e de todas as soluções neo-brechtianas dos cinema-novos ou do cinema “underground” (a que não deixa de parodiar com seu projeto) que apostam em criar efeitos de distanciação. A alienação não era lida por Smithson a partir de um quadro de referências crítico-ideológico, mas como um mergulho desejado e criativo na atemporalidade.
    Na verdade, não era a primeira vez que o artista pensava sobre a situação-cinema Cinco anos antes, em um texto clássico, “Entropia e os novos monumentos”, ele recorreu ao cinema como um modelo para pensar a produção escultórica do minimalismo. Sustentando que essa produção institui um novo tipo de temporalidade, entrópica, na qual o tempo biológico e histórico é eliminado por uma percepção estática do tempo como espaço, Smithson afirmava que a sala de cinema teria agido como um condicionador mental para os artistas minimalistas. “O confinamento físico da caixa-preta”, ele escreve, “condiciona a mente. (…) O tempo é comprimido ou parado dentro da sala de cinema, e isso oferece ao espectador uma condição entrópica. Passar tempo em uma sala de cinema é como fazer um buraco na vida.”

    A comunicação pretende situar os esboços de Smithson para sua Cinema-Cavern e a descrição do projeto em Uma atopia cinemática dentro de sua prática artística e textual. Sem deixar de referendar – ainda que para diferenciar – os estudos sobre o dispositivo e a espectadorialdiade no cinema, tentaremos pensar como a insistência de Smithson na sala de cinema como um modelo insere-se em um projeto mais ambicioso do artista de deslocar e repensar os enquadramentos e narrativas convencionados para a história

Bibliografia

    Childs, Elizabeth C. “Robert Smithson and Film: The Spiral Jetty Reconsidered” In: Arts Magazine 56, nº2, fall 2006.
    Deleuze, Gilles. A imagem tempo. São Paulo: Brasiliense. 2005
    Flam, Jack (org). Robert Smithson: The Collected Writings. Uni. of California Press, 1996.
    Lee, Pamela. Chronophobia: On Time in the Arts of the 1960s. Cambridge: Mit Press, 2004.
    Reynolds, A. Robert Smithson: Learning from New Jersey and Elsewhere. Cambridge: MIT, 2003
    Roberts, Jennifer L. Mirror Travels: Robert Smithon and History. New Haven Conn: Yale University Press, 2004
    Tsai, Eugenie. “The Sci-Fi Connection: The IG, J. G. Ballard, and Robert Smithson”. In: Modern Dreams: The Rise and Fall and Rise of Pop. Cambridge, MA: MIT Press, 1988
    ___________. (org) Robert Smithson, Berkeley: University of California Press
    Uroskie, Andrew V. “La Jetée en Spirale: Robert Smithson’s Stratigraphic Cinema”. In: Grey Room, Spring 2005, Vol. -, No. , Pages: 54-79

O livro “XXII SOCINE: 50 anos do maio de 68”, organizado por Lisandro Nogueira e Cleomar Rocha já está disponível para download em nosso site. A obra é composta de 11 artigos que lidam com a temática do maio de 68 pela perspectiva do cinema, que foi o tema do XXII Encontro SOCINE realizado em Goiânia, em 2018. De acordo com os organizadores, “Não há dúvidas de que o tema foi, é, e será sempre instigante, ainda mais aos olhos de muitos que (sobre)viveram (a)os tempos de 68, especialmente no Brasil, e que durante o evento debateram e refletiram sobre o legado de tão importante período da história mundial para a contemporaneidade. Na presente coletânea de textos procuramos demonstrar um pouquinho do que foi a XXII SOCINE, bastante eclética, mas que correspondeu muito bem à chamada para trazer a reflexão dos acontecimentos políticos, sociais, culturais e artísticos do ano de 1968”. O livro leva o selo editorial da SOCINE e ficará disponível em nosso site para download na seção Livros.

XXII Socine 50 anos de maio de 68
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Tema do XXII encontro da Sociedade Brasileira de Estudos de Cinema e Audiovisual (SOCINE): “herança do maio de 1968 do ponto de vista do cinema, das novas redes de comunicação digital e da televisão”.

A Sociedade Brasileira de Estudos de Cinema e Audiovisual (SOCINE) repudia veementemente as manifestações recentes do governo federal contrárias a disciplinas das Humanidades como Filosofia ou Sociologia. Tais manifestações se constituem como ameaças inaceitáveis a áreas de conhecimento fundamentais que já convivem há anos com espaço reduzido nas políticas de financiamento de ensino e pesquisa no país.

A SOCINE considera que tais manifestações, além de desconhecerem a centralidade das Humanidades na construção da cidadania e no desenvolvimento do país, demonstram uma completa ausência de um projeto sério de educação e ciência.

Por isso, a SOCINE também assina a nota de repudio redigida pela ANPOF, disponível em:
http://www.anpof.org/portal/index.php/pt-BR/artigos-em-destaque/2075-nota-de-repudio-a-declaracoes-do-ministro-da-educacao-e-do-presidente-da-republica-sobre-as-faculdades-de-humanidades-nomeadamente-filosofia-e-sociologia

Diretoria SOCINE

Encerrou-se na última sexta, 19/04, o pagamento da anuidade e a submissão de trabalhos para o XXIII Encontro SOCINE que acontecerá de 08 a 11 de outubro na Unisinos, em Porto Alegre, RS. As propostas entram agora em período de avaliação e a divulgação dos trabalhos selecionados está prevista para o dia 10/06/2019.

Num momento em que a pesquisa brasileira sofre cortes, a SOCINE tem buscado reagir às dificuldades postas a toda área, implementando descontos a profissionais sem vínculo, criando novas formas de desligamento que possibilitam uma economia aos sócios e diminuindo a quantidade de anuidades atrasadas a serem pagas. Além disso, a escolha do tema deste ano levou em consideração a necessidade de refletirmos sobre preservação e memória audiovisual num período como este que vivemos. Por tudo isto, nos anima o fato do Encontro deste ano ter registrado o maior número de trabalhos submetidos nos últimos dez anos, totalizando 595 propostas enviadas. Em momentos de dificuldades como estes que o fortalecimento de nossa Sociedade e Encontro se faz cada vez mais importante e por isso, agradecemos a todas e todos que inscreveram seus trabalhos. Faremos mais um instigante e afetuoso Encontro, dessa vez em Porto Alegre.

Para finalizar, gostaríamos de informar aos sócios que não pagaram a anuidade, que é possível realizar o pagamento normalmente pelo sistema durante todo o ano. Para aqueles que buscam economizar, pode-se optar pelo Desligamento Parcial, que gera um desconto de 50% no valor da anuidade.

Para pagar e submeter os trabalhos é necessário que o sócio já cadastrado na Sociedade acesse nosso site socine.org.br e coloque seu CPF e sua senha no PAINEL DO ASSOCIADO.

Estando logado em nosso sistema, o sócio deverá clicar em MINHA CONTA e em seguida DADOS DE PAGAMENTO. Vai aparecer uma tela com o Histórico de pagamentos e ao lado Instruções de pagamento, onde é feito o processo via Paypal. Assim que o pagamento é realizado, aparece escrito PAGO no Histórico na coluna Anuidade 2019. Com isso é possível submeter o trabalho em seguida.

Para submeter a proposta de comunicação, você deve clicar em ENCONTROe em seguida INSCRIÇÃO. Abrirá uma tela com a explicação sobre cada uma das 4 modalidades e ao lado em Minha proposta você encontra os botões com as modalidades para se inscrever nelas. Você irá clicar naquela que você gostaria de enviar seu trabalho e preencher os campos. Depois de enviar a proposta você ainda pode edita-la até o encerramento do prazo. Após isso, a proposta entra em avaliação e não pode ser mais modificada.

Qualquer dúvida sobre o processo, entre em contato com a Secretaria pelo e-mail socine@socine.org.br