O XXIII Encontro SOCINE acontecerá na Unisinos, em Porto Alegre, de 08 a 11 de outubro de 2019.

A lista dos trabalhos aprovados pode ser acessada aqui. Os associados também podem checar a avaliação final de seus trabalhos pela sua área de associado.

Todos os aprovados precisam realizar o pagamento dentro do prazo para que sua participação seja confirmada. Os valores, após o primeiro prazo, terão acréscimos. O pagamento deverá ser feito pela área do associado, via Paypal.

Primeiro prazo: 10 de junho a 12 de julho – R$190,00 (profissionais) / R$95,00 (estudantes/profissionais sem vínculo)
Segundo prazo: 15 de julho a 26 de julho – R$220,00 (profissionais) / R$110,00 (estudantes/profissionais sem vínculo)
Prazo final: 29 de julho a 02 de agosto – R$260,00 (profissionais) / R$130,00 (estudantes/profissionais sem vínculo)

Tendo qualquer dúvida ou dificuldade, favor contatar a secretaria no e-mail socine@socine.org.br.

Ficha do Proponente

Proponente

    James Zortéa Gomes (UNISINOS)

Minicurrículo

    Doutorando em Poéticas Visuais pelo Programa de Pós Graduação em Artes Visuais do Instituto de Artes da Universidade Federal do Rio Grande do Sul UFRGS; Mestre pelo mesmo programa. Atualmente é professor dos Cursos de Realização Audiovisual (CRAV), Design e Jogos Digitais na Universidade do Vale dos Sinos – UNISINOS, também atua nos cursos de Comunicação da ULBRA-RS. Diretor e sócio-fundador da Osso filmes.

Ficha do Trabalho

Título

    O movimento por camadas: animetismos de Miyazaki e Wesley Rodrigues

Resumo

    As articulações gráficas entre camadas no tempo determinam uma estreita relação com a visualidade fílmica que observamos em animações tradicionais. O célebre Hayao Miyazaki e o animador brasileiro Wesley Rodrigues apresentam filmes onde as visualidades que operam a partir de um animestismo (LAMARRE, 2009) entre camadas gráficas. Thomas Lamarre propõe que esses movimentos gráficos entre as camadas, presentes em animes, criam uma sensação de movimento distinto do cinematismo de EISENSTEIN (1990)

Resumo expandido

    O cultivo de um campo parte de ações que transformam uma superfície, tal qual um desenho sobre uma folha de papel. As articulações gráficas entre camadas no tempo determinam uma estreita relação com a visualidade fílmica que observamos em animações tradicionais. O célebre Miyazaki e o animador brasileiro Wesley Rodrigues apresentam em seus filmes visualidades que operam a partir de um requintado movimento entre camadas gráficas.

    Logo, cabe apontar que Thomas Lamarre propõe que esses movimentos gráficos entre as camadas, tão recorrentes nas animações tradicionais, criam uma sensação de movimento distinto da câmera cinematográfica, que o autor caracteriza de animestismo (LAMARRE, 2009). Se o cinematismo de EISENSTEIN (1990) parte da potencialidade de explorar o movimento em profundidade perspectiva, para LAMARRE (2009, p. 7) “o animetismo não se trata de movimento em profundidade, mas de movimento sobre e entre superfícies.”

    Nesse sentido, cabe uma reflexão sobre o termo camada, estreitando relações com as plasticidades das realizações artísticas de Miyazaki e Wesley Rodrigues. No intuito de aproximar questões sobre como as camadas constituem campos gráficos de movimento, nos quais as animações evidenciam um pensamento que parte do desenho para organizar a edição dos filmes.

    “A própria ideia da animação incorporando o cinema, ou da animação tornando-se a lógica dominante da imagem em movimento, vem dessa aparente fusão da animação com informação, por meio das tecnologias digitais e redes de comunicação” (LAMARRE, 2009, p. 314, apud LONGO, 2017)

    A organização por empilhamento é interface comumente empregada em softwares que trabalham com camadas digitais, também conhecidas como layers. Essa organização tem relação direta com uso do acetato no início da industrialização animação, que permitiam um recurso econômico do processo ao separar a ação do personagem do cenário. Para Alberto Lucena Júnior a técnica desenvolvida pelo animador Earl Hurd “foi a maior contribuição técnica para a animação tradicional até o advento da computação gráfica: o desenho sobre folhas de celulóide transparente” (BARBOSA JÚNIOR, 2005, p. 66).

    Para reconhecer uma camada é preciso determinar que alguma coisa está disposta sobre outra, o quê impõe uma ordem entre as coisas. O empilhamento sempre é adição, visto que, cada nova inserção de informação transforma o aglomerado e cria um novo sentido entre as camadas. Deste modo, o desenho compõe um campo de depósito, no qual, cada camada inscrita configura um novo panorama. Entre uma e outra camada, existem desgastes, perfurações, vazios, borrões que permitem relações dinâmicas, sendo que uma camada mais recente pode ser permeada por uma mais antiga. No curta “Viagem na Chuva” (2014) de Wesley Rodrigues, podemos observar que o intervalo animético (LAMARRE, 2009, p. 48) explora o movimento dos personagens com o ritmo dos borrões de pintura. As relações dinâmicas que atuam nas camadas entre desenho e pintura são os agentes da aglomeração de informações e sentidos da narrativa visual.

    A translucidez de parte das camadas é uma propriedade fundamental para as animações, uma vez que revelam ou ocultam as informações sobrepostas, na medida em que se compõe a visão geral da imagem. Miyazaki em “Ponyo – Uma Amizade que Veio do Mar” (2008), cria plasticidades de representação de fluídos explorando os diferentes ritmos sobrepostos entre camadas de movimento. Em PONYO (2008), o mar revolve-se no encadeamento de camadas panorâmicas junto de intervalos de linhas fluídos, onde “Miyazaki transmite o sentido de uma natureza mais dinâmica e menos controlável, mas insiste em um quadro absoluto de referência: a natureza.”(LAMARRE, 2009, p. 306).

    Nossa experiência é regida pela gravidade, com ela aprendemos a lidar com o plano horizontal, o chão. Nas obras de Miyazaki e Wesley Rodrigues a horizontalidade é intrínseca a maneira como realizam os desenhos, onde cada autor cria sua própria dinâmica de movimentação entre camadas.

Bibliografia

    BARBOSA JÚNIOR, Alberto Lucena. Arte da animação: técnica e estética através da história. São Paulo: Senac, 2005.
    EISENSTEIN, Serguei. A forma do filme. Rio de Janeiro: Jorge Zahar Editora, 1990.
    LAMARRE, Thomas. The Anime Machine: a media theory of animation. Minneapolis: University of Minnesota Press, 2009.
    LONGO, A. . Animetismo e Cinematismo: tendências de composição e operacionalidade plasmática no anime. In: 6 Seminário Nacional Cinema em Perspectiva, 2017, Curitiba. Anais do 6º Seminário Nacional Cinema em Perspectiva e X Semana Acadêmica de Cinema. Curitiba: UNESPAR, 2017. v. 6. p. 173-185.
    MIYAZAKI, Hayao. Turning Point: 1997-2008. Viz Media, 2014.
    PONYO: uma amizade que veio do mar. Direção: Hayao MIYAZAKI. Produção: Studio Ghibli, Japão. Animação (103 min), 2008.
    VIAGEM na Chuva. Direção: Wesley Rodrigues. Goiânia: Armoria Studio. Animação (12 min), 2014.
    VIOLEIRO Fantasma, O. Direção: Wesley Rodrigues. Goiânia: Armoria Studio. Animação (7 min), 2017.

O livro “XXII SOCINE: 50 anos do maio de 68”, organizado por Lisandro Nogueira e Cleomar Rocha já está disponível para download em nosso site. A obra é composta de 11 artigos que lidam com a temática do maio de 68 pela perspectiva do cinema, que foi o tema do XXII Encontro SOCINE realizado em Goiânia, em 2018. De acordo com os organizadores, “Não há dúvidas de que o tema foi, é, e será sempre instigante, ainda mais aos olhos de muitos que (sobre)viveram (a)os tempos de 68, especialmente no Brasil, e que durante o evento debateram e refletiram sobre o legado de tão importante período da história mundial para a contemporaneidade. Na presente coletânea de textos procuramos demonstrar um pouquinho do que foi a XXII SOCINE, bastante eclética, mas que correspondeu muito bem à chamada para trazer a reflexão dos acontecimentos políticos, sociais, culturais e artísticos do ano de 1968”. O livro leva o selo editorial da SOCINE e ficará disponível em nosso site para download na seção Livros.

XXII Socine 50 anos de maio de 68
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Tema do XXII encontro da Sociedade Brasileira de Estudos de Cinema e Audiovisual (SOCINE): “herança do maio de 1968 do ponto de vista do cinema, das novas redes de comunicação digital e da televisão”.

A Sociedade Brasileira de Estudos de Cinema e Audiovisual (SOCINE) repudia veementemente as manifestações recentes do governo federal contrárias a disciplinas das Humanidades como Filosofia ou Sociologia. Tais manifestações se constituem como ameaças inaceitáveis a áreas de conhecimento fundamentais que já convivem há anos com espaço reduzido nas políticas de financiamento de ensino e pesquisa no país.

A SOCINE considera que tais manifestações, além de desconhecerem a centralidade das Humanidades na construção da cidadania e no desenvolvimento do país, demonstram uma completa ausência de um projeto sério de educação e ciência.

Por isso, a SOCINE também assina a nota de repudio redigida pela ANPOF, disponível em:
http://www.anpof.org/portal/index.php/pt-BR/artigos-em-destaque/2075-nota-de-repudio-a-declaracoes-do-ministro-da-educacao-e-do-presidente-da-republica-sobre-as-faculdades-de-humanidades-nomeadamente-filosofia-e-sociologia

Diretoria SOCINE

Encerrou-se na última sexta, 19/04, o pagamento da anuidade e a submissão de trabalhos para o XXIII Encontro SOCINE que acontecerá de 08 a 11 de outubro na Unisinos, em Porto Alegre, RS. As propostas entram agora em período de avaliação e a divulgação dos trabalhos selecionados está prevista para o dia 10/06/2019.

Num momento em que a pesquisa brasileira sofre cortes, a SOCINE tem buscado reagir às dificuldades postas a toda área, implementando descontos a profissionais sem vínculo, criando novas formas de desligamento que possibilitam uma economia aos sócios e diminuindo a quantidade de anuidades atrasadas a serem pagas. Além disso, a escolha do tema deste ano levou em consideração a necessidade de refletirmos sobre preservação e memória audiovisual num período como este que vivemos. Por tudo isto, nos anima o fato do Encontro deste ano ter registrado o maior número de trabalhos submetidos nos últimos dez anos, totalizando 595 propostas enviadas. Em momentos de dificuldades como estes que o fortalecimento de nossa Sociedade e Encontro se faz cada vez mais importante e por isso, agradecemos a todas e todos que inscreveram seus trabalhos. Faremos mais um instigante e afetuoso Encontro, dessa vez em Porto Alegre.

Para finalizar, gostaríamos de informar aos sócios que não pagaram a anuidade, que é possível realizar o pagamento normalmente pelo sistema durante todo o ano. Para aqueles que buscam economizar, pode-se optar pelo Desligamento Parcial, que gera um desconto de 50% no valor da anuidade.

Para pagar e submeter os trabalhos é necessário que o sócio já cadastrado na Sociedade acesse nosso site socine.org.br e coloque seu CPF e sua senha no PAINEL DO ASSOCIADO.

Estando logado em nosso sistema, o sócio deverá clicar em MINHA CONTA e em seguida DADOS DE PAGAMENTO. Vai aparecer uma tela com o Histórico de pagamentos e ao lado Instruções de pagamento, onde é feito o processo via Paypal. Assim que o pagamento é realizado, aparece escrito PAGO no Histórico na coluna Anuidade 2019. Com isso é possível submeter o trabalho em seguida.

Para submeter a proposta de comunicação, você deve clicar em ENCONTROe em seguida INSCRIÇÃO. Abrirá uma tela com a explicação sobre cada uma das 4 modalidades e ao lado em Minha proposta você encontra os botões com as modalidades para se inscrever nelas. Você irá clicar naquela que você gostaria de enviar seu trabalho e preencher os campos. Depois de enviar a proposta você ainda pode edita-la até o encerramento do prazo. Após isso, a proposta entra em avaliação e não pode ser mais modificada.

Qualquer dúvida sobre o processo, entre em contato com a Secretaria pelo e-mail socine@socine.org.br