O XXIII Encontro SOCINE acontecerá na Unisinos, em Porto Alegre, de 08 a 11 de outubro de 2019.

A lista dos trabalhos aprovados pode ser acessada aqui. Os associados também podem checar a avaliação final de seus trabalhos pela sua área de associado.

Todos os aprovados precisam realizar o pagamento dentro do prazo para que sua participação seja confirmada. Os valores, após o primeiro prazo, terão acréscimos. O pagamento deverá ser feito pela área do associado, via Paypal.

Primeiro prazo: 10 de junho a 12 de julho – R$190,00 (profissionais) / R$95,00 (estudantes/profissionais sem vínculo)
Segundo prazo: 15 de julho a 26 de julho – R$220,00 (profissionais) / R$110,00 (estudantes/profissionais sem vínculo)
Prazo final: 29 de julho a 02 de agosto – R$260,00 (profissionais) / R$130,00 (estudantes/profissionais sem vínculo)

Tendo qualquer dúvida ou dificuldade, favor contatar a secretaria no e-mail socine@socine.org.br.

Ficha do Proponente

Proponente

    Alexandre Rafael Garcia (Unespar / UFPR)

Minicurrículo

    Alexandre Rafael Garcia é professor, pesquisador e realizador de cinema. Doutorando em História na UFPR, mestre em Multimeios na Unicamp e graduado em Cinema pela Faculdade de Artes do Paraná (Unespar). Professor de cinema na Unespar e no Colégio Medianeira, em Curitiba. Atualmente coordena o projeto de extensão HATARI! Trabalha com realização cinematográfica, tendo realizado filmes de curta, média e longa-metragem. Foi fundador e sócio da produtora O Quadro, de 2010 a 2015.

Ficha do Trabalho

Título

    Hong Sang-soo e a volta do parafuso nos filmes de conversação

Seminário

    Teoria dos Cineastas

Resumo

    Esta análise de “A Câmera de Claire” (2017) apresenta a ideia de que os filmes de Hong Sang-soo evidenciam um gesto criador e reflexivo sobre o conceito de “filmes de conversação”, cunhado a partir da teoria do cineasta Éric Rohmer. No filme sul-coreano, uma foto tirada pela personagem é ao mesmo motivadora de intriga e de reflexão conceitual: o que os personagens veem não é a mesma coisa que nós espectadores percebemos. Essa dicotomia é base da filmografia atual de Sang-soo.

Resumo expandido

    Em 1965, Éric Rohmer afirmou, “O que eu gostaria de fazer é um cinema de câmera absolutamente invisível. Sempre é possível tornar a câmera menos visível”. O cineasta consolidou sua carreira a partir de então, apresentando um estilo que podemos chamar de “filmes de conversação”. Em 1977, o próprio diretor afirmou que “é verdade que todos os meus filmes são feitos de conversações”. A partir deste conceito, ao observarmos o cineasta sul-coreano Hong Sang-soo, nascido em 1960 e em plena atividade, percebemos várias intersecções entre os filmes dos dois realizadores. Não é difícil apontar Sang-soo como sendo o mais fiel discípulo de Rohmer, pelo volume do seu trabalho e os diálogos (estéticos, narrativos e paratextuais) travados entre os filmes. Sang-soo é o diretor que melhor se aproveitou do modelo de Rohmer, tanto para viabilizar suas obras economicamente como para analisar e filosofar a respeito do próprio estilo.
    Entre 1996 e 2019, Sang-soo lançou 31 longas-metragens. A princípio suas obras parecem todas iguais: personagens que geralmente trabalham com cinema ou com literatura se envolvem em tramas amorosas e ficam discutindo seus relacionamentos, quase sempre afetados pelo álcool. A sua originalidade vem da maneira de mostrar estas situações.
    Para esta análise, partimos de “A Câmera de Claire”, de 2017, o 29º longa-metragem de Sang-soo. O próprio título é um diálogo com o 4º longa-metragem de Rohmer, “O Joelho de Claire”, de 1970. Além das relações já apontadas entre os diretores e de algumas citações visuais (planos semelhantes), os dois filmes compartilham outras duas questões fundamentais:
    1. Se passam no litoral francês.
    2. Possuem uma personagem estrangeira (em relação aos demais personagens), que é quem irá chacoalhar a narrativa. No filme de Rohmer, é Aurora, romancista, que literalmente provoca o protagonista a tomar determinadas ações. No filme de Sang-soo, é Claire, a fotógrafa, que vai interligar todos personagens e quem irá questionar suas ações. Ou seja, em ambos os casos, essa estrangeira é o elemento catalizador.
    “O Joelho de Claire” é o filme mais autorreflexivo de Rohmer em termos narrativos. “A Câmera de Caire” é uma volta do parafuso nos filmes de conversação, porque Sang-soo parte desse modelo cinematográfico e abala suas características, promovendo um tipo de filme que ao mesmo tempo é simples em suas premissas (narrativas, estéticas e de produção), mas complexo em seus desdobramentos, em uma espécie de mise en abyme.
    Enquanto Rohmer evitava contraplanos, mas usava com parcimônia, Sang-soo evita mais ainda e quando vemos um plano que parece ser um contraplano, uma dúvida é colocada no ar: o que vimos é real dentro da narrativa? Porque, como os filmes de Sang-soo insistem em nos mostrar, a realidade dos acontecimentos não é absoluta.
    Rohmer dizia que pretendia um cinema transparente, onde o espectador não sentia a câmera. Já Sang-soo pontua a nossa presença como espectadores a todo momento, nos colocando como observadores das situações retratadas, mas também como construtores de uma narrativa que não nos é apresentada de maneira ordenada e clara. Fatos são omitidos, o tempo é confundindo, as intenções são obscuras. A câmera não está a serviço do olhar dos personagens e não é organizadora dos fatos, mas sim uma intrusa naquelas situações.
    Em “A Câmera de Claire” temos uma única imagem que é ponto de vista de um personagem: So Wansoo, o personagem que é diretor de cinema, vê uma foto de Manhee, Mas, como percebemos em uma cena a seguir, aquela foto vista por Wansoo talvez nunca tenha existido, porque quando Claire fotografa o evento mencionado, Manhee estava com outra roupa. Este é apenas um exemplo, muito eloquente, das confusões que Sang-soo vem operando.
    Nesta análise é apresentada a ideia de que os filmes de Hong Sang-soo evidenciam um gesto criador e reflexivo sobre o conceito de “filmes de conversação”, cunhado a partir da teoria do cineasta Éric Rohmer.

Bibliografia

    AUMONT, Jacques. A Teoria dos cineastas. Campinas, SP: Papirus, 2004.
    AUMONT, Jacques. O cinema e a encenação. Lisboa: Edições Texto & Grafia, 2008.
    BAZIN, André. O que é o cinema? São Paulo: Cosac Naify, 2014.
    BORDWELL, David. Figuras traçadas na luz. Campinas: Papirus, 2008.
    BORDWELL, David. Sobre a história do estilo cinematográfico. Campinas, SP: Editora da Unicamp, 2013.
    GARCIA, Alexandre Rafael. Contos morais e o cinema de Éric Rohmer. Curitiba: Arte & Letra, 2018.

O livro “XXII SOCINE: 50 anos do maio de 68”, organizado por Lisandro Nogueira e Cleomar Rocha já está disponível para download em nosso site. A obra é composta de 11 artigos que lidam com a temática do maio de 68 pela perspectiva do cinema, que foi o tema do XXII Encontro SOCINE realizado em Goiânia, em 2018. De acordo com os organizadores, “Não há dúvidas de que o tema foi, é, e será sempre instigante, ainda mais aos olhos de muitos que (sobre)viveram (a)os tempos de 68, especialmente no Brasil, e que durante o evento debateram e refletiram sobre o legado de tão importante período da história mundial para a contemporaneidade. Na presente coletânea de textos procuramos demonstrar um pouquinho do que foi a XXII SOCINE, bastante eclética, mas que correspondeu muito bem à chamada para trazer a reflexão dos acontecimentos políticos, sociais, culturais e artísticos do ano de 1968”. O livro leva o selo editorial da SOCINE e ficará disponível em nosso site para download na seção Livros.

XXII Socine 50 anos de maio de 68
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Tema do XXII encontro da Sociedade Brasileira de Estudos de Cinema e Audiovisual (SOCINE): “herança do maio de 1968 do ponto de vista do cinema, das novas redes de comunicação digital e da televisão”.

A Sociedade Brasileira de Estudos de Cinema e Audiovisual (SOCINE) repudia veementemente as manifestações recentes do governo federal contrárias a disciplinas das Humanidades como Filosofia ou Sociologia. Tais manifestações se constituem como ameaças inaceitáveis a áreas de conhecimento fundamentais que já convivem há anos com espaço reduzido nas políticas de financiamento de ensino e pesquisa no país.

A SOCINE considera que tais manifestações, além de desconhecerem a centralidade das Humanidades na construção da cidadania e no desenvolvimento do país, demonstram uma completa ausência de um projeto sério de educação e ciência.

Por isso, a SOCINE também assina a nota de repudio redigida pela ANPOF, disponível em:
http://www.anpof.org/portal/index.php/pt-BR/artigos-em-destaque/2075-nota-de-repudio-a-declaracoes-do-ministro-da-educacao-e-do-presidente-da-republica-sobre-as-faculdades-de-humanidades-nomeadamente-filosofia-e-sociologia

Diretoria SOCINE

Encerrou-se na última sexta, 19/04, o pagamento da anuidade e a submissão de trabalhos para o XXIII Encontro SOCINE que acontecerá de 08 a 11 de outubro na Unisinos, em Porto Alegre, RS. As propostas entram agora em período de avaliação e a divulgação dos trabalhos selecionados está prevista para o dia 10/06/2019.

Num momento em que a pesquisa brasileira sofre cortes, a SOCINE tem buscado reagir às dificuldades postas a toda área, implementando descontos a profissionais sem vínculo, criando novas formas de desligamento que possibilitam uma economia aos sócios e diminuindo a quantidade de anuidades atrasadas a serem pagas. Além disso, a escolha do tema deste ano levou em consideração a necessidade de refletirmos sobre preservação e memória audiovisual num período como este que vivemos. Por tudo isto, nos anima o fato do Encontro deste ano ter registrado o maior número de trabalhos submetidos nos últimos dez anos, totalizando 595 propostas enviadas. Em momentos de dificuldades como estes que o fortalecimento de nossa Sociedade e Encontro se faz cada vez mais importante e por isso, agradecemos a todas e todos que inscreveram seus trabalhos. Faremos mais um instigante e afetuoso Encontro, dessa vez em Porto Alegre.

Para finalizar, gostaríamos de informar aos sócios que não pagaram a anuidade, que é possível realizar o pagamento normalmente pelo sistema durante todo o ano. Para aqueles que buscam economizar, pode-se optar pelo Desligamento Parcial, que gera um desconto de 50% no valor da anuidade.

Para pagar e submeter os trabalhos é necessário que o sócio já cadastrado na Sociedade acesse nosso site socine.org.br e coloque seu CPF e sua senha no PAINEL DO ASSOCIADO.

Estando logado em nosso sistema, o sócio deverá clicar em MINHA CONTA e em seguida DADOS DE PAGAMENTO. Vai aparecer uma tela com o Histórico de pagamentos e ao lado Instruções de pagamento, onde é feito o processo via Paypal. Assim que o pagamento é realizado, aparece escrito PAGO no Histórico na coluna Anuidade 2019. Com isso é possível submeter o trabalho em seguida.

Para submeter a proposta de comunicação, você deve clicar em ENCONTROe em seguida INSCRIÇÃO. Abrirá uma tela com a explicação sobre cada uma das 4 modalidades e ao lado em Minha proposta você encontra os botões com as modalidades para se inscrever nelas. Você irá clicar naquela que você gostaria de enviar seu trabalho e preencher os campos. Depois de enviar a proposta você ainda pode edita-la até o encerramento do prazo. Após isso, a proposta entra em avaliação e não pode ser mais modificada.

Qualquer dúvida sobre o processo, entre em contato com a Secretaria pelo e-mail socine@socine.org.br