O XXIII Encontro SOCINE acontecerá na Unisinos, em Porto Alegre, de 08 a 11 de outubro de 2019.

A lista dos trabalhos aprovados pode ser acessada aqui. Os associados também podem checar a avaliação final de seus trabalhos pela sua área de associado.

Todos os aprovados precisam realizar o pagamento dentro do prazo para que sua participação seja confirmada. Os valores, após o primeiro prazo, terão acréscimos. O pagamento deverá ser feito pela área do associado, via Paypal.

Primeiro prazo: 10 de junho a 12 de julho – R$190,00 (profissionais) / R$95,00 (estudantes/profissionais sem vínculo)
Segundo prazo: 15 de julho a 26 de julho – R$220,00 (profissionais) / R$110,00 (estudantes/profissionais sem vínculo)
Prazo final: 29 de julho a 02 de agosto – R$260,00 (profissionais) / R$130,00 (estudantes/profissionais sem vínculo)

Tendo qualquer dúvida ou dificuldade, favor contatar a secretaria no e-mail socine@socine.org.br.

Ficha do Proponente

Proponente

    Adriano Del Duca (PPGCINE/UFF)

Minicurrículo

    Graduado em Ciências Sociais pela UNESP/FCLAr (2007) e em Cinema e Vídeo pela UNESPAR/FAP (2019).
    Mestrando em Cinema pelo PPGCINE/UFF.
    Professor de Sociologia no C. E. Almirante Álvaro Alberto, em Paraty-RJ desde 2015.
    É também roteirista, diretor e produtor audiovisual tendo realizado curta-metragens digitais e em bitola super-8 (Destaco: Digito ergo sum – 2009; Não Importa, 2012; Golpe no Iguaçu, 2015).
    Educador audiovisual em oficinas realizadas pelo SESC Paraty na região costeira em 2017.

Ficha do Trabalho

Título

    O “espaço alegórico” em filmes brasileiros do momento tropicalista.

Seminário

    Cinema comparado

Resumo

    A partir da comparação dos “espaços alegóricos” em quatro filmes brasileiros realizados no ‘momento tropicalista’ (1967-1972) – “Terra em Transe” (Glauber Rocha, 1967), “Brasil Ano 2000” (Walter Lima Jr. 1969), “Pindorama” (Arnaldo Jabor, 1970) e “Prata Palomares” (André Faria, 1971) – pretende-se refletir sobre a construção de “contra-narrativas” (STAN, 2006) que representam ‘Brasis’ alegóricos como elaboração de formas de ruptura com o regime de representação do cinema eurocêntrico.

Resumo expandido

    Na virada da década de 1960 para 1970, período marcado pelo “momento tropicalista”, a produção artística brasileira valeu-se de diversos expedientes no uso de linguagens que permitissem a elaboração de um discurso político que driblasse o controle ideológico e estabelecesse uma reflexão crítica da situação política autoritária que desenvolvia-se em inúmeros países latino americanos. Assumimos aqui a perspectiva de um ‘momento tropicalista’ desenvolvida por Flora Süssekind, contrapondo o termo ‘momento’ à ideia de um ‘movimento tropicalista’. Entendemos que essa acepção permite ampliar o alcance da análise da postura estética da tropicália e seus ecos na produção artística brasileira na década de 1970. Segundo Süssekind, a noção de ‘movimento’ estaria associada a um caráter programático e organizativo, enquanto a noção de ‘momento’ refere-se a um estado mais amplo e profundo expresso em uma arena de agitação política comum. Flora Süssekind pontua ainda que “as formas de criação de convergência e de intensa contaminação mútua no âmbito da produção cultural brasileira de fins dos anos 60 e início da década de 1970” compõem um ‘momento tropicalista’ ampliando a definição mais restritiva do ‘movimento da tropicália’ que estaria associada às artes plásticas e à música popular brasileira no biênio 1967 e 1968 (SÜSSEKIND, 2007, p.31).

    No cinema brasileiro constituíram-se algumas vertentes criativas nas quais o dispositivo alegórico foi utilizado à exaustão. Em diversas obras, a narrativa se desdobra em espaços fictícios que, em sua composição simbólica, remetem a experiências históricas e políticas concretas da América Latina. A representação do ‘lugar Brasil’ através de uma representação do espaço ficcional composto por referências históricas, políticas ou culturais do colonialismo é uma característica de inúmeras obras do cinema brasileiro deste período. O presente artigo pretende debruçar-se sobre alguns filmes que lançam-se ao procedimento alegórico e fabulam locais e situações nacionais remetendo suas representações à herança colonial e também às lutas por liberação engendradas pelos povos latino americanos. As metáforas e alegorias de regimes estéticos como a tropicália enunciam representações do lugar que ora refletem criticamente a perspectiva concreta que o ispiram (Brasil e América Latina) e ora o imaginam em perspectivas simbólicas, positivas, quando da superação da condição do colonialismo, ou pessimistas, em seu aprofundamento em barbárie social.

    A abordagem de Fernando Ainsa quanto às ‘representações simbólicas’ de lugar permitem ampliar o sentido da compreensão sociológica que estabelecemos com os lugares e sublinha a complexidade que envolve a construção dos sentidos que atribuímos ao espaço. A delimitação de que “o espaço se configura como lugar significado e esse processo de significação lhe brinda com uma projeção simbólica” (MALDINEY, 1996 apud AINSA, 2006:p. 18) compreende a noção de lugar para além da materialidade geográfica, toma-o como algo humanamente significado. Essa definição amplia a percepção das dimensões narrativas, ideológicas e simbólicas que conformam as espacialidades.

    Tomaremos como objeto os filmes “Terra em Transe” (Glauber Rocha, 1967), “Brasil Ano 2000” (Walter Lima Jr. 1969),“Pindorama” (Arnaldo Jabor, 1970) e “Prata Palomares” (André Faria, 1971) e suas respectivas alegorias do espaço – Eldorado, Me esqueci, Pindorama e Porto Seguro/Maracangalha – para refletir os procedimentos alegóricos de representação de um espaço latino americano realizados por uma “contra-narrativa” característica da postura tropicalista. Em uma perspectiva comparativa entre as representações do espaço alegórico nessas obras, almeja-se uma reflexão sobre os usos de alegorias que representam indiretamente o Brasil, como um meio de driblar a censura, bem como a elaboração de um discurso fílmico de ruptura com o regime de representação do cinema dominante e as formas do cinema clássico narrativo.

Bibliografia

    OITICICA, Hélio. Esquema geral da nova objetividade. Originalmente publicado no catálogo da mostra “Nova Objetividade Brasileira” (Rio de janeiro, MAM, 1967);
    ORTIZ , R. A moderna tradição brasileira: cultura brasileira e indústria cultural. São Paulo: Brasiliense, 2006.
    RIDENTI, Marcelo. Em busca do povo brasileiro: artistas da revolução, do CPC à era da TV. São Paulo: Editora Record, 2000.
    SCHWARZ, Roberto. Cultura e Política, 1964-1969. IN: O Pai de Família e outros estudos, São Paulo: Paz e Terra, 1992.
    SHOHAT, E. & STAN, R. Crítica da Imagem Eurocêntrica. Ed. Cosac&Naif, São Paulo, 2006.
    SÜSSEKIND, Flora. Coro, Contrários, massa: a experiência tropicalista e o Brasil de fins dos anos 60. IN: BASUALDO, C. (Org.) Tropicália: uma revolução na cultura brasileira [1967-1972]. Ed. Cosac&Naif, São Paulo, 2007.
    XAVIER, I. Alegorias do subdesenvolvimento. São Paulo: Brasiliense, 1992.
    _________. Cinema brasileiro moderno. São Paulo: Paz e Terra, 2001.

O livro “XXII SOCINE: 50 anos do maio de 68”, organizado por Lisandro Nogueira e Cleomar Rocha já está disponível para download em nosso site. A obra é composta de 11 artigos que lidam com a temática do maio de 68 pela perspectiva do cinema, que foi o tema do XXII Encontro SOCINE realizado em Goiânia, em 2018. De acordo com os organizadores, “Não há dúvidas de que o tema foi, é, e será sempre instigante, ainda mais aos olhos de muitos que (sobre)viveram (a)os tempos de 68, especialmente no Brasil, e que durante o evento debateram e refletiram sobre o legado de tão importante período da história mundial para a contemporaneidade. Na presente coletânea de textos procuramos demonstrar um pouquinho do que foi a XXII SOCINE, bastante eclética, mas que correspondeu muito bem à chamada para trazer a reflexão dos acontecimentos políticos, sociais, culturais e artísticos do ano de 1968”. O livro leva o selo editorial da SOCINE e ficará disponível em nosso site para download na seção Livros.

XXII Socine 50 anos de maio de 68
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Tema do XXII encontro da Sociedade Brasileira de Estudos de Cinema e Audiovisual (SOCINE): “herança do maio de 1968 do ponto de vista do cinema, das novas redes de comunicação digital e da televisão”.

A Sociedade Brasileira de Estudos de Cinema e Audiovisual (SOCINE) repudia veementemente as manifestações recentes do governo federal contrárias a disciplinas das Humanidades como Filosofia ou Sociologia. Tais manifestações se constituem como ameaças inaceitáveis a áreas de conhecimento fundamentais que já convivem há anos com espaço reduzido nas políticas de financiamento de ensino e pesquisa no país.

A SOCINE considera que tais manifestações, além de desconhecerem a centralidade das Humanidades na construção da cidadania e no desenvolvimento do país, demonstram uma completa ausência de um projeto sério de educação e ciência.

Por isso, a SOCINE também assina a nota de repudio redigida pela ANPOF, disponível em:
http://www.anpof.org/portal/index.php/pt-BR/artigos-em-destaque/2075-nota-de-repudio-a-declaracoes-do-ministro-da-educacao-e-do-presidente-da-republica-sobre-as-faculdades-de-humanidades-nomeadamente-filosofia-e-sociologia

Diretoria SOCINE

Encerrou-se na última sexta, 19/04, o pagamento da anuidade e a submissão de trabalhos para o XXIII Encontro SOCINE que acontecerá de 08 a 11 de outubro na Unisinos, em Porto Alegre, RS. As propostas entram agora em período de avaliação e a divulgação dos trabalhos selecionados está prevista para o dia 10/06/2019.

Num momento em que a pesquisa brasileira sofre cortes, a SOCINE tem buscado reagir às dificuldades postas a toda área, implementando descontos a profissionais sem vínculo, criando novas formas de desligamento que possibilitam uma economia aos sócios e diminuindo a quantidade de anuidades atrasadas a serem pagas. Além disso, a escolha do tema deste ano levou em consideração a necessidade de refletirmos sobre preservação e memória audiovisual num período como este que vivemos. Por tudo isto, nos anima o fato do Encontro deste ano ter registrado o maior número de trabalhos submetidos nos últimos dez anos, totalizando 595 propostas enviadas. Em momentos de dificuldades como estes que o fortalecimento de nossa Sociedade e Encontro se faz cada vez mais importante e por isso, agradecemos a todas e todos que inscreveram seus trabalhos. Faremos mais um instigante e afetuoso Encontro, dessa vez em Porto Alegre.

Para finalizar, gostaríamos de informar aos sócios que não pagaram a anuidade, que é possível realizar o pagamento normalmente pelo sistema durante todo o ano. Para aqueles que buscam economizar, pode-se optar pelo Desligamento Parcial, que gera um desconto de 50% no valor da anuidade.

Para pagar e submeter os trabalhos é necessário que o sócio já cadastrado na Sociedade acesse nosso site socine.org.br e coloque seu CPF e sua senha no PAINEL DO ASSOCIADO.

Estando logado em nosso sistema, o sócio deverá clicar em MINHA CONTA e em seguida DADOS DE PAGAMENTO. Vai aparecer uma tela com o Histórico de pagamentos e ao lado Instruções de pagamento, onde é feito o processo via Paypal. Assim que o pagamento é realizado, aparece escrito PAGO no Histórico na coluna Anuidade 2019. Com isso é possível submeter o trabalho em seguida.

Para submeter a proposta de comunicação, você deve clicar em ENCONTROe em seguida INSCRIÇÃO. Abrirá uma tela com a explicação sobre cada uma das 4 modalidades e ao lado em Minha proposta você encontra os botões com as modalidades para se inscrever nelas. Você irá clicar naquela que você gostaria de enviar seu trabalho e preencher os campos. Depois de enviar a proposta você ainda pode edita-la até o encerramento do prazo. Após isso, a proposta entra em avaliação e não pode ser mais modificada.

Qualquer dúvida sobre o processo, entre em contato com a Secretaria pelo e-mail socine@socine.org.br