O XXIII Encontro SOCINE acontecerá na Unisinos, em Porto Alegre, de 08 a 11 de outubro de 2019.

A lista dos trabalhos aprovados pode ser acessada aqui. Os associados também podem checar a avaliação final de seus trabalhos pela sua área de associado.

Todos os aprovados precisam realizar o pagamento dentro do prazo para que sua participação seja confirmada. Os valores, após o primeiro prazo, terão acréscimos. O pagamento deverá ser feito pela área do associado, via Paypal.

Primeiro prazo: 10 de junho a 12 de julho – R$190,00 (profissionais) / R$95,00 (estudantes/profissionais sem vínculo)
Segundo prazo: 15 de julho a 26 de julho – R$220,00 (profissionais) / R$110,00 (estudantes/profissionais sem vínculo)
Prazo final: 29 de julho a 02 de agosto – R$260,00 (profissionais) / R$130,00 (estudantes/profissionais sem vínculo)

Tendo qualquer dúvida ou dificuldade, favor contatar a secretaria no e-mail socine@socine.org.br.

Ficha do Proponente

Proponente

    maria henriqueta creidy satt (PUCRS)

Minicurrículo

    Jornalista, Documentarista e pesquisadora audiovisual., Doutora em Poéticas visuais (USP) e Mestre em antropologia visual (UNICAMP). Professora dos cursos de Produção audiovisual e jornalismo (PUCRS); Coordenou a pós-graduação Cinema Expandido, 2008 -2011. (PUCRS).

Ficha do Trabalho

Título

    Tão longe é aqui: Autoficção e a desconstrução dos universos femininos

Seminário

    Mulheres no cinema e audiovisual

Resumo

    Eliza Capai tem uma série de filmes e reportagens com mulheres de diferentes lugares do mundo. Nesta comunicação, o foco de atenção é o ensaio “Tão longe é aqui”, longa-metragem de estreia da diretora, realizado em uma viagem à África. O interesse é perceber a forma como inventa sua persona, sob o conceito da autoficção, para colocar em cena tanto seu estranhamento com as vulnerabilidades das mulheres africanas como o embate com as suas próprias precariedades.

Resumo expandido

    Por um período dos anos 2000, Eliza Capai viajou pelo mundo fazendo documentários e reportagens sobre o universo feminino. América Central, África e Brasil desenham os territórios que a diretora perambulou e filmou sozinha, com uma câmera e um gravador, conversando com mulheres sobre suas “vidas vividas” (BUTLER, 2011), a partir de diferentes perspectivas.
    Desta série, o road movie “Tão longe é aqui” é o resultado de uma viagem pelo continente africano, onde Eliza recolhe imagens, sons, encontros com mulheres e acontecimentos que se desenrolam em frente a sua câmera.
    O documentário se agrega ao repertório de ensaios cinematográficos de autoria feminina brasileiros do século XXI, bem como dialoga com uma tradição de narrativas epistolares, de viagens e diários que transbordam nas produções audiovisuais contemporâneas.
    Comum aos ensaios de viagem, o centro narrativo está não somente nas novidades dos espaços desbravados, mas, antes, no percurso interior da realizadora que “descobre outro eu no processo de pensar novos e velhos ambientes e pensar o eu em um ambiente diferente” (CORRIGAN, 2015), seguindo a lógica benjaminiana de que se viaja para descobrir a própria geografia (BENJAMIN,1994) .
    Num primeiro momento, o filme carta destinado a sua filha é o artifício para organizar as memórias da viagem, “interrogar sua própria vida, se debruçar sobre sua arqueologia íntima” (ARFUCH, 2010) e expressar suas experiências e transformações internas.
    A narração em tom intimista, afetivo e lacunar conduz a narrativa, apresenta e contextualiza as entrevistas que Eliza vai fazendo ao longo do caminho, inventa estórias bifurcando a linearidade do relato, cria um canal para falar sobre suas sensações em relação ao mundo que desbrava e dialoga, sempre “interrogando as imagens que mostra” (LINS, 20017). A esfera visual é contaminada por esta mesma sensibilidade ensaística, poética e política da voz e revela muito sobre os encontros da diretora com suas personagens, sua forma direta e sem preparativos prévios de conversar; conversas, muitas vezes, reticentes e de estranhamento mútuo da língua, da pele, da cor, das roupas. Sensações que chegam a nós pela estética de captação e montagem que pontua o percurso narrativo com planos fixos, longos e muitas vezes silenciosos das personagens e de tantas outras mulheres desconhecidas, de todas as idades, que olham frontalmente para a câmera, sozinhas ou em grupo. Planos de duração que invadem também paisagens e situações cotidianas.
    A figura da filha, destinatária da carta, serve também para a realizadora-personagem se vislumbrar inserida naquele espaço, de se colocar no lugar daquelas mulheres que vivem uma realidade diferente da sua . Uma forma de “familiarizar o estranho” e, principalmente, subvertê-lo a favor delas. Este gesto inventivo esgarça ainda mais as bordas do ensaio documental e encontra Jean Rouch, não por acaso também filmando na África sozinho, precursor de elevar a fabulação, o imaginário e o delírio a um estatuto de documento.
    Já a diretora-personagem será confrontada, questionada e transformada por algumas de suas interlocutoras sobre seu desejo de sororidade – apontado como – etnocêntrico, assim como sobre a impossibilidade de se colocar em um lugar de fala que não é o seu.
    Assim, o objetivo desta comunicação é perceber nessas narrativas de si, as diferentes personas que a diretora-personagem se inventa na “deriva entre dois corpos, um eu privado e um eu público” (CORRIGAN, 2015) para colocar em cena suas confissões, delírios, desejos e embates acerca do feminino e dos feminismos– dos seu próprios e os de suas personagens. Autoficções, segundo a concepção de Klinger em seu diálogo com Butler, que forjam, graças ao documentário e por conta dele, “uma construção onde não existe original e cópia, apenas construção simultânea” do eu-autor no filme e na vida. (KLINGER, 2008).

Bibliografia

    ARFUCH, Leonor. O espaço biográfico: dilemas da subjetividade contemporânea. Rio de Janeiro: EdUERJ, 2010.
    BENJAMIN, Walter. Magia e técnica, arte e política: ensaios sobre literatura e história da cultura. São Paulo: Brasiliense, 1994.
    BUTLER, Judith. Problemas de gênero: feminismo e subversão da identidade. 3. ed. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 2010.
    BUTLER, Judith. Vida precária. Contemporânea: Revista de Sociologia da UFSCar, São Carlos, n. 1, 2011.
    CORRIGAN, Timothy. O filme-ensaio: desde Montaigne e depois de Marker. Campinas, SP: Papirus Editora, 2015.
    DEMETRI, Felipe Dutra. Judith Butler: filósofa da vulnerabilidade. BA: Editora Devires, 2018.
    HOLANDA, Karla e TEDESCO, Marina (orgs.). Feminino e plural: mulheres no cinema brasileiro. Campinas, SP: Papirus Editora, 2017.
    KLINGER, Diana. A escrita de si como performance. Campina Grande, PB: Revista Brasileira de literatura comparada, nº 12, 2008.
    LINS, Consuelo. O ensaio no documentário e a questão da narração. Compós,

O livro “XXII SOCINE: 50 anos do maio de 68”, organizado por Lisandro Nogueira e Cleomar Rocha já está disponível para download em nosso site. A obra é composta de 11 artigos que lidam com a temática do maio de 68 pela perspectiva do cinema, que foi o tema do XXII Encontro SOCINE realizado em Goiânia, em 2018. De acordo com os organizadores, “Não há dúvidas de que o tema foi, é, e será sempre instigante, ainda mais aos olhos de muitos que (sobre)viveram (a)os tempos de 68, especialmente no Brasil, e que durante o evento debateram e refletiram sobre o legado de tão importante período da história mundial para a contemporaneidade. Na presente coletânea de textos procuramos demonstrar um pouquinho do que foi a XXII SOCINE, bastante eclética, mas que correspondeu muito bem à chamada para trazer a reflexão dos acontecimentos políticos, sociais, culturais e artísticos do ano de 1968”. O livro leva o selo editorial da SOCINE e ficará disponível em nosso site para download na seção Livros.

XXII Socine 50 anos de maio de 68
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Tema do XXII encontro da Sociedade Brasileira de Estudos de Cinema e Audiovisual (SOCINE): “herança do maio de 1968 do ponto de vista do cinema, das novas redes de comunicação digital e da televisão”.

A Sociedade Brasileira de Estudos de Cinema e Audiovisual (SOCINE) repudia veementemente as manifestações recentes do governo federal contrárias a disciplinas das Humanidades como Filosofia ou Sociologia. Tais manifestações se constituem como ameaças inaceitáveis a áreas de conhecimento fundamentais que já convivem há anos com espaço reduzido nas políticas de financiamento de ensino e pesquisa no país.

A SOCINE considera que tais manifestações, além de desconhecerem a centralidade das Humanidades na construção da cidadania e no desenvolvimento do país, demonstram uma completa ausência de um projeto sério de educação e ciência.

Por isso, a SOCINE também assina a nota de repudio redigida pela ANPOF, disponível em:
http://www.anpof.org/portal/index.php/pt-BR/artigos-em-destaque/2075-nota-de-repudio-a-declaracoes-do-ministro-da-educacao-e-do-presidente-da-republica-sobre-as-faculdades-de-humanidades-nomeadamente-filosofia-e-sociologia

Diretoria SOCINE

Encerrou-se na última sexta, 19/04, o pagamento da anuidade e a submissão de trabalhos para o XXIII Encontro SOCINE que acontecerá de 08 a 11 de outubro na Unisinos, em Porto Alegre, RS. As propostas entram agora em período de avaliação e a divulgação dos trabalhos selecionados está prevista para o dia 10/06/2019.

Num momento em que a pesquisa brasileira sofre cortes, a SOCINE tem buscado reagir às dificuldades postas a toda área, implementando descontos a profissionais sem vínculo, criando novas formas de desligamento que possibilitam uma economia aos sócios e diminuindo a quantidade de anuidades atrasadas a serem pagas. Além disso, a escolha do tema deste ano levou em consideração a necessidade de refletirmos sobre preservação e memória audiovisual num período como este que vivemos. Por tudo isto, nos anima o fato do Encontro deste ano ter registrado o maior número de trabalhos submetidos nos últimos dez anos, totalizando 595 propostas enviadas. Em momentos de dificuldades como estes que o fortalecimento de nossa Sociedade e Encontro se faz cada vez mais importante e por isso, agradecemos a todas e todos que inscreveram seus trabalhos. Faremos mais um instigante e afetuoso Encontro, dessa vez em Porto Alegre.

Para finalizar, gostaríamos de informar aos sócios que não pagaram a anuidade, que é possível realizar o pagamento normalmente pelo sistema durante todo o ano. Para aqueles que buscam economizar, pode-se optar pelo Desligamento Parcial, que gera um desconto de 50% no valor da anuidade.

Para pagar e submeter os trabalhos é necessário que o sócio já cadastrado na Sociedade acesse nosso site socine.org.br e coloque seu CPF e sua senha no PAINEL DO ASSOCIADO.

Estando logado em nosso sistema, o sócio deverá clicar em MINHA CONTA e em seguida DADOS DE PAGAMENTO. Vai aparecer uma tela com o Histórico de pagamentos e ao lado Instruções de pagamento, onde é feito o processo via Paypal. Assim que o pagamento é realizado, aparece escrito PAGO no Histórico na coluna Anuidade 2019. Com isso é possível submeter o trabalho em seguida.

Para submeter a proposta de comunicação, você deve clicar em ENCONTROe em seguida INSCRIÇÃO. Abrirá uma tela com a explicação sobre cada uma das 4 modalidades e ao lado em Minha proposta você encontra os botões com as modalidades para se inscrever nelas. Você irá clicar naquela que você gostaria de enviar seu trabalho e preencher os campos. Depois de enviar a proposta você ainda pode edita-la até o encerramento do prazo. Após isso, a proposta entra em avaliação e não pode ser mais modificada.

Qualquer dúvida sobre o processo, entre em contato com a Secretaria pelo e-mail socine@socine.org.br