O XXIII Encontro SOCINE acontecerá na Unisinos, em Porto Alegre, de 08 a 11 de outubro de 2019.

A lista dos trabalhos aprovados pode ser acessada aqui. Os associados também podem checar a avaliação final de seus trabalhos pela sua área de associado.

Todos os aprovados precisam realizar o pagamento dentro do prazo para que sua participação seja confirmada. Os valores, após o primeiro prazo, terão acréscimos. O pagamento deverá ser feito pela área do associado, via Paypal.

Primeiro prazo: 10 de junho a 12 de julho – R$190,00 (profissionais) / R$95,00 (estudantes/profissionais sem vínculo)
Segundo prazo: 15 de julho a 26 de julho – R$220,00 (profissionais) / R$110,00 (estudantes/profissionais sem vínculo)
Prazo final: 29 de julho a 02 de agosto – R$260,00 (profissionais) / R$130,00 (estudantes/profissionais sem vínculo)

Tendo qualquer dúvida ou dificuldade, favor contatar a secretaria no e-mail socine@socine.org.br.

Ficha do Proponente

Proponente

    Juliana Soares Lima (UFPE)

Minicurrículo

    Juliana Soares é formada em Cinema e Audiovisual e mestranda em comunicação pela UFPE. Sua pesquisa trata da relação entre os corpos, a paisagem e o deslocamento no cinema de Claire Denis. Roteirista do curta-metragem Rosário (Vilarejo Filmes) e co-roteirista do longa-metragem Fim de Semana no Paraíso Selvagem, de Pedro Severien (Inquieta Filmes) e da série de animação infantil Ilha dos Sabiás (Carnaval Filmes).

Ficha do Trabalho

Título

    Denis, Conrad e Camus: o pessimismo do empreendimento colonial

Seminário

    Cinema comparado

Resumo

    Este trabalho pretende estabelecer um paralelo entre a filmografia de temática africana da cineasta francesa Claire Denis, e um recorte da literatura colonial europeia representada pelos autores Joseph Conrad e Albert Camus. Denis, Conrad e Camus, num intervalo de pouco mais de 100 anos, constroem de maneira diversa um olhar inquieto e descontente sobre o projeto colonial europeu.

Resumo expandido

    Proponho com esse trabalho estabelecer um paralelo entre a filmografia de temática africana da cineasta francesa Claire Denis e um recorte da literatura colonial europeia. Me deterei aqui principalmente na literatura de Joseph Conrad e de Albert Camus. Denis, Conrad e Camus, num intervalo de 100 anos, constroem de maneira diversa um olhar inquieto e descontente sobre o projeto colonial europeu. Consciente de que existe uma postura recorrente nas representações de personagens europeus destes autores, seleciono Conrad e Camus em especial por considerar que eles também são, assim como Denis, transeuntes entre diferentes contextos culturais – ou por serem nativos de colônias europeias ou por terem passado algum período de suas vidas imersos nestes lugares. Como base teórica, Cultura e Imperialismo, onde Edward Said faz uma análise sobre como a produção cultural do século XIX e a expansão colonial estão interligadas.
    Publicado pela primeira vez no ano de 1899, Coração das Trevas, de Conrad, narra em primeira pessoa a viagem de Marlow pelo coração da África com a missão de trazer de volta à Europa Kurtz, um mercador de marfim cujos métodos desagradam a administração central. Durante o relato de sua expedição em busca de Kurtz, Marlow constrói uma descrição potente da missão europeia no continente africano. “Essa narrativa, por sua vez, está diretamente ligada à força redentora, bem como à devastação e ao horror, da missão europeia no mundo negro”. (SAID, 2011, p. 62). Ao mesmo tempo em que Coração das Trevas inevitavelmente está preso à estética imperialista, ainda é capaz de descrever o absurdo do projeto colonial através de um observador que, apesar de ainda inapto a se desvencilhar, já consegue enxergar as suas falhas. Said atribui a ambiguidade da obra de Conrad à sua própria trajetória: um expatriado polonês convertido em funcionário do sistema imperial britânico.
    Já o argelino Albert Camus nasceu em 1913 no povoado de Mondovi, fundado em terras onde viviam povos autóctones expropriados por agricultores comunistas deportados da França (prática comum do governo para se livrar de elementos politicamente problemáticos). Filho de uma espanhola e um francês, sua trajetória intercultural também deve ser levada em consideração ao debruçarmos-nos sobre sua obra. Para Said “Camus é um romancista que não descreve os fatos da realidade imperial, evidentes demais para ser mencionados; como em Austen, permanece um ethos que se destaca, sugerindo universalidade e humanismo, em profundo desacordo com as descrições do palco geográfico dos acontecimentos, feitas de maneira chã na ficção”. O Estrangeiro, publicado em 1942, compõe uma trilogia que se completa com O Mito de Sísifo (de 1941) e Calígula (de 1945). Com o passar do tempo, sua obra ganhou outra leitura. Se antes suas narrativas sobre resistência pareciam falar sobre problemas existenciais da ordem do individual, hoje são lidas como uma reflexão sobre a cultura imperial. (SAID, 2011, p. 276). Em poucas palavras, O Estrangeiro conta a história de Mersault, um argelino que trabalha em Paris. A narrativa começa com o recebimento da notícia da morte de sua mãe. A partir daí, o desenrolar dos fatos leva Mersault a cometer um crime pelo qual é julgado e condenado. Durante toda a narrativa, desde o descobrimento da morte da mãe até a sua própria condenação, Mersault mantém-se impassível, indiferente, como se observasse de fora os acontecimentos que definem de forma irreversível o seu futuro.
    Traçando paralelos, é possível afirmar que essas obras literárias têm muito em comum com a filmografia de Denis. Filmes como Bom Trabalho, Minha Terra, África e Chocolate mostram-se alegorias dos sentimentos de desconexão, isolamento e solidão que permeiam as vivências dos sujeitos europeus que transitam nos territórios coloniais, impossibilitados de estabelecer vínculos com seus habitantes e com o espaço. Juntas, essas obras são um retrato do lado pessimista oculto no empreendimento colonial europeu

Bibliografia

    CAMUS, Albert. O Estrangeiro. Rio de Janeiro: Record, 2009.

    CONRAD, Joseph. Coração das Trevas. São Paulo, Companhia das Letras, 2008

    RHYS, Jean. Wide Sargasso Sea

    SAID, Edward W. Cultura e Imperialismo. São Paulo: Companhia das Letras, 2011.

    _______. Orientalismo – O Oriente como invenção do Ocidente. São Paulo, Companhia das Letras, 2015.

    SHOHAT, Ella; STAM, Robert. Crítica da imagem eurocêntrica. São Paulo: Cosac Naify, 2006.

    VECCHIO, Marjorie, The Films of Claire Denis – Intimacy on the Border. Londres: I.B.Tauris & Co. Ltd, 2014

O livro “XXII SOCINE: 50 anos do maio de 68”, organizado por Lisandro Nogueira e Cleomar Rocha já está disponível para download em nosso site. A obra é composta de 11 artigos que lidam com a temática do maio de 68 pela perspectiva do cinema, que foi o tema do XXII Encontro SOCINE realizado em Goiânia, em 2018. De acordo com os organizadores, “Não há dúvidas de que o tema foi, é, e será sempre instigante, ainda mais aos olhos de muitos que (sobre)viveram (a)os tempos de 68, especialmente no Brasil, e que durante o evento debateram e refletiram sobre o legado de tão importante período da história mundial para a contemporaneidade. Na presente coletânea de textos procuramos demonstrar um pouquinho do que foi a XXII SOCINE, bastante eclética, mas que correspondeu muito bem à chamada para trazer a reflexão dos acontecimentos políticos, sociais, culturais e artísticos do ano de 1968”. O livro leva o selo editorial da SOCINE e ficará disponível em nosso site para download na seção Livros.

XXII Socine 50 anos de maio de 68
1650 Downloads

Tema do XXII encontro da Sociedade Brasileira de Estudos de Cinema e Audiovisual (SOCINE): “herança do maio de 1968 do ponto de vista do cinema, das novas redes de comunicação digital e da televisão”.

A Sociedade Brasileira de Estudos de Cinema e Audiovisual (SOCINE) repudia veementemente as manifestações recentes do governo federal contrárias a disciplinas das Humanidades como Filosofia ou Sociologia. Tais manifestações se constituem como ameaças inaceitáveis a áreas de conhecimento fundamentais que já convivem há anos com espaço reduzido nas políticas de financiamento de ensino e pesquisa no país.

A SOCINE considera que tais manifestações, além de desconhecerem a centralidade das Humanidades na construção da cidadania e no desenvolvimento do país, demonstram uma completa ausência de um projeto sério de educação e ciência.

Por isso, a SOCINE também assina a nota de repudio redigida pela ANPOF, disponível em:
http://www.anpof.org/portal/index.php/pt-BR/artigos-em-destaque/2075-nota-de-repudio-a-declaracoes-do-ministro-da-educacao-e-do-presidente-da-republica-sobre-as-faculdades-de-humanidades-nomeadamente-filosofia-e-sociologia

Diretoria SOCINE

Encerrou-se na última sexta, 19/04, o pagamento da anuidade e a submissão de trabalhos para o XXIII Encontro SOCINE que acontecerá de 08 a 11 de outubro na Unisinos, em Porto Alegre, RS. As propostas entram agora em período de avaliação e a divulgação dos trabalhos selecionados está prevista para o dia 10/06/2019.

Num momento em que a pesquisa brasileira sofre cortes, a SOCINE tem buscado reagir às dificuldades postas a toda área, implementando descontos a profissionais sem vínculo, criando novas formas de desligamento que possibilitam uma economia aos sócios e diminuindo a quantidade de anuidades atrasadas a serem pagas. Além disso, a escolha do tema deste ano levou em consideração a necessidade de refletirmos sobre preservação e memória audiovisual num período como este que vivemos. Por tudo isto, nos anima o fato do Encontro deste ano ter registrado o maior número de trabalhos submetidos nos últimos dez anos, totalizando 595 propostas enviadas. Em momentos de dificuldades como estes que o fortalecimento de nossa Sociedade e Encontro se faz cada vez mais importante e por isso, agradecemos a todas e todos que inscreveram seus trabalhos. Faremos mais um instigante e afetuoso Encontro, dessa vez em Porto Alegre.

Para finalizar, gostaríamos de informar aos sócios que não pagaram a anuidade, que é possível realizar o pagamento normalmente pelo sistema durante todo o ano. Para aqueles que buscam economizar, pode-se optar pelo Desligamento Parcial, que gera um desconto de 50% no valor da anuidade.

Para pagar e submeter os trabalhos é necessário que o sócio já cadastrado na Sociedade acesse nosso site socine.org.br e coloque seu CPF e sua senha no PAINEL DO ASSOCIADO.

Estando logado em nosso sistema, o sócio deverá clicar em MINHA CONTA e em seguida DADOS DE PAGAMENTO. Vai aparecer uma tela com o Histórico de pagamentos e ao lado Instruções de pagamento, onde é feito o processo via Paypal. Assim que o pagamento é realizado, aparece escrito PAGO no Histórico na coluna Anuidade 2019. Com isso é possível submeter o trabalho em seguida.

Para submeter a proposta de comunicação, você deve clicar em ENCONTROe em seguida INSCRIÇÃO. Abrirá uma tela com a explicação sobre cada uma das 4 modalidades e ao lado em Minha proposta você encontra os botões com as modalidades para se inscrever nelas. Você irá clicar naquela que você gostaria de enviar seu trabalho e preencher os campos. Depois de enviar a proposta você ainda pode edita-la até o encerramento do prazo. Após isso, a proposta entra em avaliação e não pode ser mais modificada.

Qualquer dúvida sobre o processo, entre em contato com a Secretaria pelo e-mail socine@socine.org.br