O XXIII Encontro SOCINE acontecerá na Unisinos, em Porto Alegre, de 08 a 11 de outubro de 2019.

A lista dos trabalhos aprovados pode ser acessada aqui. Os associados também podem checar a avaliação final de seus trabalhos pela sua área de associado.

Todos os aprovados precisam realizar o pagamento dentro do prazo para que sua participação seja confirmada. Os valores, após o primeiro prazo, terão acréscimos. O pagamento deverá ser feito pela área do associado, via Paypal.

Primeiro prazo: 10 de junho a 12 de julho – R$190,00 (profissionais) / R$95,00 (estudantes/profissionais sem vínculo)
Segundo prazo: 15 de julho a 26 de julho – R$220,00 (profissionais) / R$110,00 (estudantes/profissionais sem vínculo)
Prazo final: 29 de julho a 02 de agosto – R$260,00 (profissionais) / R$130,00 (estudantes/profissionais sem vínculo)

Tendo qualquer dúvida ou dificuldade, favor contatar a secretaria no e-mail socine@socine.org.br.

Ficha do Proponente

Proponente

    Lucas dos Reis Tiago Pereira (UFF)

Minicurrículo

    Lucas dos Reis Tiago Pereira é mestrando pelo Programa de Pós-Graduação em Cinema e Audiovisual pela Universidade Federal Fluminense (PPGCINE/UFF) com pesquisa acerca da obra de Anselmo Duarte. Graduado em Cinema e Audiovisual – Licenciatura pela UFF e é o atual tutor do curso. Realizou iniciação científica e foi monitor das disciplinas de História do Cinema Brasileiro e de História do Cinema Mundial. Atuou no Programa de Iniciação à Docência (PIBID/UFF) no Colégio Estadual Guilherme Briggs

Ficha do Trabalho

Título

    Vereda da Salvação: Estética e Política no Brasil da década de 1960

Resumo

    A comunicação proposta visa analisar estética e politicamente o filme Vereda da Salvação (1965), dirigido por Anselmo Duarte. O objetivo principal é compreender como os processos culturais brasileiros na década de 1960 influenciaram a concepção e a recepção do filme. Objetiva-se ainda examinar o porquê de Vereda da Salvação ser obliterado na historiografia do cinema brasileiro, pois as análises a respeito do filme são escassas em grande parte da bibliografia a respeito do cinema nacional.

Resumo expandido

    O tema de comunicação proposto visa analisar estética e politicamente o filme Vereda da Salvação (1965), dirigido por Anselmo Duarte. Objetiva-se entender o porquê de Vereda da Salvação ser esquecido na historiografia do cinema brasileiro, tendo em vista que as análises a respeito do filme são escassas em grande parte da bibliografia que tem como escopo a cinematografia nacional. Para tal empreitada, pretende-se utilizar conceitos importantes para a crítica de arte no Brasil na década de 1960, especialmente o conceito de Nacional-Popular, formulado pelo filósofo marxista Antonio Gramsci e bastante influente entre a intelectualidade brasileira. Segundo o autor, era necessário conduzir a classe subalterna para um desejo coletivo de “consciência atuante da necessidade histórica, como protagonista de um drama histórico real e efetivo” (GRAMSCI, 1978, p. 9) e diversos artistas no país entendiam a necessidade de formar essa consciência ao povo, por meio de uma arte Nacional-Popular. Especialmente o grupo de cineastas conhecidos pelo movimento Cinema Novo se aproximaram fortemente desses ideais. Vereda da Salvação não estava entre os filmes cinemanovistas apesar de dialogar com o conceito de Nacional-Popular e a história do cinema brasileiro o descartou das discussões acerca do tema. Considera-se relevante, então, questionar propostas historiográficas que centralizam o Cinema Novo como o que tem de mais importante no cinema brasileiro da década de 1960. “Apesar de exceções marcantes, como é o caso de (Walter Hugo) Khouri, o plano geral do cinema brasileiro na década de 1960 é a história do cinema novo e suas evoluções” (RAMOS, 1987, p.393). O livro Nova História do Cinema Brasileiro publicado em 2018, atualização do trabalho de 1987, Ramos não faz uma afirmação tão categórica, entretanto, as ideias ainda são as mesmas, pois os dois capítulos dedicados ao cinema brasileiro da década de 1960 sequer citam Vereda da Salvação e, mesmo Anselmo Duarte, é pouco abordado, como se fosse um cineasta desimportante no período.
    O trabalho a ser apresentado entende que o cinema de Anselmo Duarte não se distancia tanto do Cinema Novo, como de outros diretores da década de 1960, por exemplo, Carlos Hugo Christensen, Ody Fraga ou Carlos Coimbra. Anselmo Duarte dividiu conceitos temáticos e estéticos com os diretores cinemanovistas, especialmente em Vereda da Salvação, seu filme mais próximo do movimento, mesmo que seu cinema não tendo se fixado na memória social do cinema brasileiro. A comunicação visa, também, identificar as diferenças de Anselmo Duarte com o movimento cinemanovista.
    Primeiro, a associação de Vereda da Salvação com o melodrama, a partir de um gene matricial do cinema de estúdio no Brasil. Mesmo que, na década de 1960, os estúdios já estivessem em franca decadência. Pretendemos, portanto, demonstrar como Vereda da Salvação, se situou entre uma matriz do cinema clássico e uma matriz do cinema moderno ao se aproximar de discussões efervescentes sobre o povo brasileiro em “um período onde artistas e intelectuais de esquerda consolidavam uma relativa hegemonia no campo cultural brasileiro” (SCHWARZ, 1992, p.79). Pretendemos também, destacar a concepção de ‘Romantismo Revolucionário” cunhado pelo pesquisador Marcelo Ridenti que se dedica ao processo cultural brasileiro na década de 1960.
    Em seu livro Em Busca do Povo Brasileiro: artistas da revolução, do CPC à era da TV, o autor demonstra como o conceito se associa com a utopia pela transformação do mundo pela ação humana e, como essa ideia fora significativa para uma valorização de obras específicas da década de 1960, em um momento de consonância entre a classe artística engajada e o contexto político-social. Vereda da Salvação se distancia do modelo proposto por Ridenti, ao assumir uma visão pessimista a respeito do povo sertanejo, em um momento em que a ditadura civil-militar se instalava no país.

Bibliografia

    BAZIN, André. O que é o cinema? São Paulo:Cosac Naify,2014.

    GRAMSCI, A. Maquiavel, a política e o estado moderno. 3 ed. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 1978.

    NAPOLITANO, Marcos. Coração civil: arte, resistência e lutas culturais durante o regime militar brasileiro (1964-1980). 2011. 374p. Tese (Livre Docência) – Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas. Universidade São Paulo, São Paulo.

    RAMOS, Fernão. Os novos rumos do cinema brasileiro (1955-1970). In: _______ (org.). História do Cinema Brasileiro. São Paulo: Art Editora, 1987.

    _____________; SCHVARZMAN, Sheila. Nova história do cinema brasileiro. São Paulo: Sesc, 2018. 600 p.

    RIDENTI, Marcelo. Brasilidade revolucionária: um século de cultura e política, do CPC à era da TV. Rio de Janeiro: Record, 2000.

    SCHWARZ, Roberto. Cultura e política, 1964-1969. In: ____. O pai de família e outros estudos. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1992.

    XAVIER, Ismail. Cinema brasileiro moderno. 3.ed. São Paulo: Paz e Terra, 2006.

O livro “XXII SOCINE: 50 anos do maio de 68”, organizado por Lisandro Nogueira e Cleomar Rocha já está disponível para download em nosso site. A obra é composta de 11 artigos que lidam com a temática do maio de 68 pela perspectiva do cinema, que foi o tema do XXII Encontro SOCINE realizado em Goiânia, em 2018. De acordo com os organizadores, “Não há dúvidas de que o tema foi, é, e será sempre instigante, ainda mais aos olhos de muitos que (sobre)viveram (a)os tempos de 68, especialmente no Brasil, e que durante o evento debateram e refletiram sobre o legado de tão importante período da história mundial para a contemporaneidade. Na presente coletânea de textos procuramos demonstrar um pouquinho do que foi a XXII SOCINE, bastante eclética, mas que correspondeu muito bem à chamada para trazer a reflexão dos acontecimentos políticos, sociais, culturais e artísticos do ano de 1968”. O livro leva o selo editorial da SOCINE e ficará disponível em nosso site para download na seção Livros.

XXII Socine 50 anos de maio de 68
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Tema do XXII encontro da Sociedade Brasileira de Estudos de Cinema e Audiovisual (SOCINE): “herança do maio de 1968 do ponto de vista do cinema, das novas redes de comunicação digital e da televisão”.

A Sociedade Brasileira de Estudos de Cinema e Audiovisual (SOCINE) repudia veementemente as manifestações recentes do governo federal contrárias a disciplinas das Humanidades como Filosofia ou Sociologia. Tais manifestações se constituem como ameaças inaceitáveis a áreas de conhecimento fundamentais que já convivem há anos com espaço reduzido nas políticas de financiamento de ensino e pesquisa no país.

A SOCINE considera que tais manifestações, além de desconhecerem a centralidade das Humanidades na construção da cidadania e no desenvolvimento do país, demonstram uma completa ausência de um projeto sério de educação e ciência.

Por isso, a SOCINE também assina a nota de repudio redigida pela ANPOF, disponível em:
http://www.anpof.org/portal/index.php/pt-BR/artigos-em-destaque/2075-nota-de-repudio-a-declaracoes-do-ministro-da-educacao-e-do-presidente-da-republica-sobre-as-faculdades-de-humanidades-nomeadamente-filosofia-e-sociologia

Diretoria SOCINE

Encerrou-se na última sexta, 19/04, o pagamento da anuidade e a submissão de trabalhos para o XXIII Encontro SOCINE que acontecerá de 08 a 11 de outubro na Unisinos, em Porto Alegre, RS. As propostas entram agora em período de avaliação e a divulgação dos trabalhos selecionados está prevista para o dia 10/06/2019.

Num momento em que a pesquisa brasileira sofre cortes, a SOCINE tem buscado reagir às dificuldades postas a toda área, implementando descontos a profissionais sem vínculo, criando novas formas de desligamento que possibilitam uma economia aos sócios e diminuindo a quantidade de anuidades atrasadas a serem pagas. Além disso, a escolha do tema deste ano levou em consideração a necessidade de refletirmos sobre preservação e memória audiovisual num período como este que vivemos. Por tudo isto, nos anima o fato do Encontro deste ano ter registrado o maior número de trabalhos submetidos nos últimos dez anos, totalizando 595 propostas enviadas. Em momentos de dificuldades como estes que o fortalecimento de nossa Sociedade e Encontro se faz cada vez mais importante e por isso, agradecemos a todas e todos que inscreveram seus trabalhos. Faremos mais um instigante e afetuoso Encontro, dessa vez em Porto Alegre.

Para finalizar, gostaríamos de informar aos sócios que não pagaram a anuidade, que é possível realizar o pagamento normalmente pelo sistema durante todo o ano. Para aqueles que buscam economizar, pode-se optar pelo Desligamento Parcial, que gera um desconto de 50% no valor da anuidade.

Para pagar e submeter os trabalhos é necessário que o sócio já cadastrado na Sociedade acesse nosso site socine.org.br e coloque seu CPF e sua senha no PAINEL DO ASSOCIADO.

Estando logado em nosso sistema, o sócio deverá clicar em MINHA CONTA e em seguida DADOS DE PAGAMENTO. Vai aparecer uma tela com o Histórico de pagamentos e ao lado Instruções de pagamento, onde é feito o processo via Paypal. Assim que o pagamento é realizado, aparece escrito PAGO no Histórico na coluna Anuidade 2019. Com isso é possível submeter o trabalho em seguida.

Para submeter a proposta de comunicação, você deve clicar em ENCONTROe em seguida INSCRIÇÃO. Abrirá uma tela com a explicação sobre cada uma das 4 modalidades e ao lado em Minha proposta você encontra os botões com as modalidades para se inscrever nelas. Você irá clicar naquela que você gostaria de enviar seu trabalho e preencher os campos. Depois de enviar a proposta você ainda pode edita-la até o encerramento do prazo. Após isso, a proposta entra em avaliação e não pode ser mais modificada.

Qualquer dúvida sobre o processo, entre em contato com a Secretaria pelo e-mail socine@socine.org.br