O XXIII Encontro SOCINE acontecerá na Unisinos, em Porto Alegre, de 08 a 11 de outubro de 2019.

A lista dos trabalhos aprovados pode ser acessada aqui. Os associados também podem checar a avaliação final de seus trabalhos pela sua área de associado.

Todos os aprovados precisam realizar o pagamento dentro do prazo para que sua participação seja confirmada. Os valores, após o primeiro prazo, terão acréscimos. O pagamento deverá ser feito pela área do associado, via Paypal.

Primeiro prazo: 10 de junho a 12 de julho – R$190,00 (profissionais) / R$95,00 (estudantes/profissionais sem vínculo)
Segundo prazo: 15 de julho a 26 de julho – R$220,00 (profissionais) / R$110,00 (estudantes/profissionais sem vínculo)
Prazo final: 29 de julho a 02 de agosto – R$260,00 (profissionais) / R$130,00 (estudantes/profissionais sem vínculo)

Tendo qualquer dúvida ou dificuldade, favor contatar a secretaria no e-mail socine@socine.org.br.

Ficha do Proponente

Proponente

    ANA LUCIA DE ALMEIDA SOUTTO MAYOR (EPSJV/FIUOCRUZ)

Minicurrículo

    ANA LUCIA DE ALMEIDA SOUTTO MAYOR é Doutora em Literatura Comparada pela UFF (2006), Mestre em Literatura Brasileira pela UFRJ (1990) e membro, desde 2007, do Grupo de Pesquisa, Ensino e Extensão “Currículo e linguagem cinematográfica na educação básica”, coordenado pela Profa. Dra. Adriana Fresquet (FE/UFRJ). Atualmente é Pesquisadora em Saúde Pública no Laboratório de Iniciação Científica na Educação Básica (LIC-PROVOC), da EPSJV/FIOCRUZ. Docente Titular (aposentada) do CAp./UFRJ.

Coautor

    Isabela Cabral Félix de Sousa (Fiocruz)

Ficha do Trabalho

Título

    As autoritárias ondas na educação e a possiblidade de transformação

Seminário

    Cinema e Educação

Resumo

    Este trabalho tem por objetivo discutir o filme “A onda” como promissor para debater as autoritárias ondas no campo da educação, à luz das contribuições de Paulo Freire, dialogando também com as reflexões de Gaston Bachelard acerca do espírito científico, de Deleuze e Guattari a respeito da arte como potência do pensamento e de Alain Bergala sobre a “pedagogia do fragmento” para a leitura de imagens cinematográficas.

Resumo expandido

    O filme “A onda” apresenta duas versões para o cinema (1981 e 2008) e sua atualidade e relevância sustentam-se, sobremaneira, nos tempos em que vivemos. A narrativa é baseada em fatos reais, em que um professor nos Estados Unidos trabalha a autocracia com alunos do Ensino Médio no final dos anos 60 do século passado, época de muitos questionamentos das desigualdades sociais. A versão de 2008, escolhida por nós, retrata o professor, inicialmente, sem autonomia, sendo obrigado a ensinar a disciplina autocracia e não o anarquismo, a disciplina de sua preferência. Assim, o docente, também objeto da arbitrariedade, posteriormente parece submeter seus alunos e isto nos remete às reflexões de Paulo Freire (1987), segundo as quais o oprimido passa a ser opressor. No começo do filme, este professor não revela aos seus alunos que está fazendo um experimento e a maioria dos educandos se engaja cegamente nessa proposta. Nesse sentido, é interessante observar como o personagem-docente do filme visualiza a sala de aula como um “laboratório”, no qual seus alunos, como “cobaias”, serão testados à luz de suas “hipóteses” científicas. Como aponta Bachelard (1996), “é justamente esse sentido do problema que caracteriza o verdadeiro espírito científico. Para o espírito científico, todo conhecimento é reposta a uma pergunta. Se não há pergunta, não pode haver conhecimento científico. Nada é evidente. Nada é gratuito. Tudo é construído.” (BACHELARD, 1996, p.18)
    Na análise deste filme, o comportamentalismo é uma das teorias educacionais que podemos recorrer para iluminar o papel manipulador que pode exercer um professor na sua sala de aula, pois o mesmo exerce poder evocando três tipos de forças: pela comunidade, pela ação e pela disciplina. Se sempre podemos questionar a ética deste poder de um professor, podemos repensar como este poder pode também ser colocado em favor dos oprimidos, os alunos (CUNHA, 2000). Neste filme, também são enfatizadas as parcerias que o professor tem com sua companheira e que um aluno tem com sua namorada. A educação pode ser transformadora, como nos ensina Paulo Freire (1986). Na narrativa fílmica, através do afeto de seus respectivos companheiros, tanto professor como aluno conseguem se dar conta da cegueira e exercer uma crítica saudável da situação que todos que estão vivenciando, isto é, o experimento de participar do grupo “A onda”.
    Pensar a linguagem cinematográfica como potência do pensamento implica ampliar as possibilidades de inclusão da textualidade fílmica em contextos formativos, tanto em espaços de educação formal como não formal. Como sublinham Deleuze e Guattari, “o pensamento não é um privilégio da filosofia: filósofos, cientistas, artistas são antes de tudo pensadores.” (DELEUZE e GUATTARI apud MACHADO, 2009, p.13). Do ponto de vista metodológico, a análise do filme será realizada por meio da leitura de fragmentos, segundo as contribuições de Alain Bergala (2008), segundo a qual em que o autor indica a leitura de “fragmentos fílmicos”, de modo a introduzir os estudantes na discussão de aspectos estéticos e temáticos das narrativas analisadas.
    “A Onda” suscita muitas possibilidades de debates também interessantes no que toca tanto ao papel modelo do professor como a pressão do grupo social. De todo modo, as autoritárias ondas na educação e a possiblidade de transformação são de particular relevância na adolescência, período crucial na formação de identidades, discussão das mais urgentes e relevantes nos dias atuais.

Bibliografia

    BACHELARD, Gaston. (1996) A formação do espírito científico: contribuição para uma psicanálise do conhecimento. Rio de Janeiro: Contraponto, 1996.
    BERGALA, Alain. (2008). A hipótese-cinema: pequeno tratado de transmissão do cinema dentro e fora da escola. Rio de Janeiro: Booklink – CINEAD-LISE-FE/UFRJ.
    CUNHA, Marcus Vinicius da Psicologia da Educação. Rio de Janeiro: DP&A, 2000.
    FREIRE, Paulo. Educação e mudança. Rio de Janeiro: Paz e Terra. 1986.
    FREIRE, Paulo. A pedagogia do oprimido. Rio de Janeiro: Paz e Terra. 1987.
    MACHADO, Roberto. Deleuze, a arte e a filosofia. Rio de Janeiro: Zahar, 2009.

O livro “XXII SOCINE: 50 anos do maio de 68”, organizado por Lisandro Nogueira e Cleomar Rocha já está disponível para download em nosso site. A obra é composta de 11 artigos que lidam com a temática do maio de 68 pela perspectiva do cinema, que foi o tema do XXII Encontro SOCINE realizado em Goiânia, em 2018. De acordo com os organizadores, “Não há dúvidas de que o tema foi, é, e será sempre instigante, ainda mais aos olhos de muitos que (sobre)viveram (a)os tempos de 68, especialmente no Brasil, e que durante o evento debateram e refletiram sobre o legado de tão importante período da história mundial para a contemporaneidade. Na presente coletânea de textos procuramos demonstrar um pouquinho do que foi a XXII SOCINE, bastante eclética, mas que correspondeu muito bem à chamada para trazer a reflexão dos acontecimentos políticos, sociais, culturais e artísticos do ano de 1968”. O livro leva o selo editorial da SOCINE e ficará disponível em nosso site para download na seção Livros.

XXII Socine 50 anos de maio de 68
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Tema do XXII encontro da Sociedade Brasileira de Estudos de Cinema e Audiovisual (SOCINE): “herança do maio de 1968 do ponto de vista do cinema, das novas redes de comunicação digital e da televisão”.

A Sociedade Brasileira de Estudos de Cinema e Audiovisual (SOCINE) repudia veementemente as manifestações recentes do governo federal contrárias a disciplinas das Humanidades como Filosofia ou Sociologia. Tais manifestações se constituem como ameaças inaceitáveis a áreas de conhecimento fundamentais que já convivem há anos com espaço reduzido nas políticas de financiamento de ensino e pesquisa no país.

A SOCINE considera que tais manifestações, além de desconhecerem a centralidade das Humanidades na construção da cidadania e no desenvolvimento do país, demonstram uma completa ausência de um projeto sério de educação e ciência.

Por isso, a SOCINE também assina a nota de repudio redigida pela ANPOF, disponível em:
http://www.anpof.org/portal/index.php/pt-BR/artigos-em-destaque/2075-nota-de-repudio-a-declaracoes-do-ministro-da-educacao-e-do-presidente-da-republica-sobre-as-faculdades-de-humanidades-nomeadamente-filosofia-e-sociologia

Diretoria SOCINE

Encerrou-se na última sexta, 19/04, o pagamento da anuidade e a submissão de trabalhos para o XXIII Encontro SOCINE que acontecerá de 08 a 11 de outubro na Unisinos, em Porto Alegre, RS. As propostas entram agora em período de avaliação e a divulgação dos trabalhos selecionados está prevista para o dia 10/06/2019.

Num momento em que a pesquisa brasileira sofre cortes, a SOCINE tem buscado reagir às dificuldades postas a toda área, implementando descontos a profissionais sem vínculo, criando novas formas de desligamento que possibilitam uma economia aos sócios e diminuindo a quantidade de anuidades atrasadas a serem pagas. Além disso, a escolha do tema deste ano levou em consideração a necessidade de refletirmos sobre preservação e memória audiovisual num período como este que vivemos. Por tudo isto, nos anima o fato do Encontro deste ano ter registrado o maior número de trabalhos submetidos nos últimos dez anos, totalizando 595 propostas enviadas. Em momentos de dificuldades como estes que o fortalecimento de nossa Sociedade e Encontro se faz cada vez mais importante e por isso, agradecemos a todas e todos que inscreveram seus trabalhos. Faremos mais um instigante e afetuoso Encontro, dessa vez em Porto Alegre.

Para finalizar, gostaríamos de informar aos sócios que não pagaram a anuidade, que é possível realizar o pagamento normalmente pelo sistema durante todo o ano. Para aqueles que buscam economizar, pode-se optar pelo Desligamento Parcial, que gera um desconto de 50% no valor da anuidade.

Para pagar e submeter os trabalhos é necessário que o sócio já cadastrado na Sociedade acesse nosso site socine.org.br e coloque seu CPF e sua senha no PAINEL DO ASSOCIADO.

Estando logado em nosso sistema, o sócio deverá clicar em MINHA CONTA e em seguida DADOS DE PAGAMENTO. Vai aparecer uma tela com o Histórico de pagamentos e ao lado Instruções de pagamento, onde é feito o processo via Paypal. Assim que o pagamento é realizado, aparece escrito PAGO no Histórico na coluna Anuidade 2019. Com isso é possível submeter o trabalho em seguida.

Para submeter a proposta de comunicação, você deve clicar em ENCONTROe em seguida INSCRIÇÃO. Abrirá uma tela com a explicação sobre cada uma das 4 modalidades e ao lado em Minha proposta você encontra os botões com as modalidades para se inscrever nelas. Você irá clicar naquela que você gostaria de enviar seu trabalho e preencher os campos. Depois de enviar a proposta você ainda pode edita-la até o encerramento do prazo. Após isso, a proposta entra em avaliação e não pode ser mais modificada.

Qualquer dúvida sobre o processo, entre em contato com a Secretaria pelo e-mail socine@socine.org.br