O XXIII Encontro SOCINE acontecerá na Unisinos, em Porto Alegre, de 08 a 11 de outubro de 2019.

A lista dos trabalhos aprovados pode ser acessada aqui. Os associados também podem checar a avaliação final de seus trabalhos pela sua área de associado.

Todos os aprovados precisam realizar o pagamento dentro do prazo para que sua participação seja confirmada. Os valores, após o primeiro prazo, terão acréscimos. O pagamento deverá ser feito pela área do associado, via Paypal.

Primeiro prazo: 10 de junho a 12 de julho – R$190,00 (profissionais) / R$95,00 (estudantes/profissionais sem vínculo)
Segundo prazo: 15 de julho a 26 de julho – R$220,00 (profissionais) / R$110,00 (estudantes/profissionais sem vínculo)
Prazo final: 29 de julho a 02 de agosto – R$260,00 (profissionais) / R$130,00 (estudantes/profissionais sem vínculo)

Tendo qualquer dúvida ou dificuldade, favor contatar a secretaria no e-mail socine@socine.org.br.

Ficha do Proponente

Proponente

    Giulianna Nogueira Ronna (PUCRS)

Minicurrículo

    Mestre em Comunicação Social PPGCOM/PUCRS (2019) – com incentivo de Bolsa CAPES. Especialista em Expressão Gráfica pela Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul – PUCRS/FAU (2008). Bacharel em Comunicação Social – Publicidade e Propaganda – pela Universidade Católica de Pelotas – UCPEL (1995). Participa do Kinepoliticom (CNPq): Grupo de Pesquisa em Cinema, Audiovisual, Estética, Comunicação e Política. É sócia e diretora de criação da Mais Propaganda.

Ficha do Trabalho

Título

    A INSTÂNCIA GRÁFICA E A EXPERIÊNCIA DO RASTRO EM AGNÈS VARDA

Resumo

    Neste trabalho, busco refletir a instância gráfica na cinescrita vardiana enquanto um recurso que revela rastros de uma voz. Trago os conceitos de vestígio, rastro e traço em Benjamin (2006) para realizar uma análise da instância gráfica no filme Sem teto nem lei (Sans toit ni loi, 1985), expondo como a narração, constituída a partir desta instância, sugere aquilo que já não está mais visível, mas permanece latente na visualidade, um modo de visibilidade que se organiza na experiência do rastro.

Resumo expandido

    O cinema, em sua prática heterogênea, favorece os estudos voltados para a compreensão das ocorrências situadas nas zonas de contaminação e de entrelaçamento. A investigação e o debate originados desta perspectiva privilegiam um espaço singular na produção de conhecimento. É neste espaço que me coloco ao propor uma reflexão da instância gráfica na cinescrita vardiana, enquanto um recurso que revela rastros de uma voz.
    Interessa aqui o gráfico incluído na imagem (no registro executado pela câmera ou na pós-produção), que se afirma como matéria fílmica, presença visível e sensível, passando a responder aos tempos cinematográficos, assumindo também os efeitos de montagem, enquanto recurso e substância narrativa.
    Com a intenção de construir uma reflexão mais detalhada e acentuada, o propósito não é tipificar ou classificar, mas sim abrir um espaço para problematizar a forma como a instância gráfica contamina uma imagem e, assim, contribuir para o debate acerca das ocorrências inscritas no ecrã, capazes de se interligar à narrativa, reconfigurado os componentes visíveis e legíveis da imagem.
    Dito isto, trabalho com a perspectiva de que a instância gráfica, nos filmes de Agnès Varda, cria visualidades, em protagonismo, a partir de uma concepção cinematográfica que privilegia um tipo de escrita de imagens, em arranjos tipográficos variados, em traços, linhas e desenhos. Um cinema de natureza gráfica, no qual a câmera muitas vezes percorre os espaços repousando em placas de trânsito, cartazes, muros, painéis, em um trajeto particular que rompe com as escolhas usuais, como um filtro que subverte um padrão de imagem e conteúdo.
    Para tanto, ao investigar as relações entre o cinema e a instância gráfica, levo em conta as possíveis tensões e resistências que esta contaminação convoca, uma vez que é capaz de desestabilizar a imagem, constituindo uma visualidade além da sua representação. Considerando que o gráfico, quando inscrito na película, não apenas aparece, mas age no interior da imagem, trago o conceito de rastro, em desdobramento enquanto voz, uma vez que se ajusta ao entendimento do gráfico como um recurso que revela presenças e ausências.
    Arrisco dizer que a forma como a cineasta realiza sua cinescrita utiliza a instância gráfica como um recurso estético que explora os rastros na construção daquilo que não é nem visível, nem tangível, mas lá está, presente e ausente, como uma imagem dialética que desestabiliza essas posições.
    A voz viabiliza a reflexão centrada na percepção dos rastros, a partir da instância gráfica enquanto recurso estético que se posiciona como a presença de uma voz; explorando o rastro do eu-narrador; de uma voz que emerge do silêncio do gráfico: um gráfico-voz que diz algo sobre o filme que o próprio filme não é capaz de dizer, conferindo também uma espessura na perspectiva social, histórica e política que esta instância é capaz de transportar.
    Ao efetuar uma aproximação da cinescrita vardiana é possível constatar como Varda estrutura seu trabalho inserindo uma rede de associações rigorosamente amarrada ao eixo central. A partir de digressões, as narrativas projetam-se em uma composição heterogênea de imagens, textos, desenhos, pinturas, tipografias e fotografias.
    Nesta composição a instância gráfica, opera um tipo de visibilidade capaz de tensionar nosso olhar, naquilo que vemos e naquilo que se apaga. Uma marca estética que potencializa um tipo de escuta, tornando possível uma aproximação daquilo que já não está mais ali, mas deixa seu rastro enquanto presença de uma voz.
    Para tanto, realizo uma análise da instância gráfica no filme Sem teto nem lei (Sans toit ni loi, 1985), expondo como a narração, constituída a partir desta instância, sugere aquilo que já não está mais visível, mas permanece latente na visualidade. Dessa forma, o gráfico participa de um modo de visibilidade que se organiza na experiência do rastro, auxiliando na legibilidade das imagens.

Bibliografia

    BENJAMIN, Walter. Escavando e lembrando. In: ______. Rua de Mão única. 5. ed. Trad. Rubens Rodrigues Torres Filho e José Carlos Martins Barbosa. São Paulo: Brasiliense, 1987. p. 239-240. (Obras escolhidas; v. 2).

    BENJAMIN, Walter. Passagens. Belo Horizonte: UFMG, 2006.

    CONWAY, Kelley. Agnès Varda. University of Illinois, 2015.
    DeRoo, Rebecca J. Agnes Varda between Film, Photography, and Art. University of California Press, 2008.

    GAGNEBIN, Jeanne Marie. Lembrar escrever esquecer. São Paulo: Editora 34, 2006.

    GAGNEBIN, Jeanne Marie. Limiar, aura e rememoração: ensaios sobre Walter Benjamin São Paulo: Editora 34, 2014.

    MCGUIRE, Shana. Cinécriture et cinépeinture chez Agnès Varda, 2004. Disponível em: Acesso em: 22 jun. 2017.

    ROWLAND, Clara. A Escrita No Cinema: ensaios. Lisboa: Documenta. 2015.

O livro “XXII SOCINE: 50 anos do maio de 68”, organizado por Lisandro Nogueira e Cleomar Rocha já está disponível para download em nosso site. A obra é composta de 11 artigos que lidam com a temática do maio de 68 pela perspectiva do cinema, que foi o tema do XXII Encontro SOCINE realizado em Goiânia, em 2018. De acordo com os organizadores, “Não há dúvidas de que o tema foi, é, e será sempre instigante, ainda mais aos olhos de muitos que (sobre)viveram (a)os tempos de 68, especialmente no Brasil, e que durante o evento debateram e refletiram sobre o legado de tão importante período da história mundial para a contemporaneidade. Na presente coletânea de textos procuramos demonstrar um pouquinho do que foi a XXII SOCINE, bastante eclética, mas que correspondeu muito bem à chamada para trazer a reflexão dos acontecimentos políticos, sociais, culturais e artísticos do ano de 1968”. O livro leva o selo editorial da SOCINE e ficará disponível em nosso site para download na seção Livros.

XXII Socine 50 anos de maio de 68
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Tema do XXII encontro da Sociedade Brasileira de Estudos de Cinema e Audiovisual (SOCINE): “herança do maio de 1968 do ponto de vista do cinema, das novas redes de comunicação digital e da televisão”.

A Sociedade Brasileira de Estudos de Cinema e Audiovisual (SOCINE) repudia veementemente as manifestações recentes do governo federal contrárias a disciplinas das Humanidades como Filosofia ou Sociologia. Tais manifestações se constituem como ameaças inaceitáveis a áreas de conhecimento fundamentais que já convivem há anos com espaço reduzido nas políticas de financiamento de ensino e pesquisa no país.

A SOCINE considera que tais manifestações, além de desconhecerem a centralidade das Humanidades na construção da cidadania e no desenvolvimento do país, demonstram uma completa ausência de um projeto sério de educação e ciência.

Por isso, a SOCINE também assina a nota de repudio redigida pela ANPOF, disponível em:
http://www.anpof.org/portal/index.php/pt-BR/artigos-em-destaque/2075-nota-de-repudio-a-declaracoes-do-ministro-da-educacao-e-do-presidente-da-republica-sobre-as-faculdades-de-humanidades-nomeadamente-filosofia-e-sociologia

Diretoria SOCINE

Encerrou-se na última sexta, 19/04, o pagamento da anuidade e a submissão de trabalhos para o XXIII Encontro SOCINE que acontecerá de 08 a 11 de outubro na Unisinos, em Porto Alegre, RS. As propostas entram agora em período de avaliação e a divulgação dos trabalhos selecionados está prevista para o dia 10/06/2019.

Num momento em que a pesquisa brasileira sofre cortes, a SOCINE tem buscado reagir às dificuldades postas a toda área, implementando descontos a profissionais sem vínculo, criando novas formas de desligamento que possibilitam uma economia aos sócios e diminuindo a quantidade de anuidades atrasadas a serem pagas. Além disso, a escolha do tema deste ano levou em consideração a necessidade de refletirmos sobre preservação e memória audiovisual num período como este que vivemos. Por tudo isto, nos anima o fato do Encontro deste ano ter registrado o maior número de trabalhos submetidos nos últimos dez anos, totalizando 595 propostas enviadas. Em momentos de dificuldades como estes que o fortalecimento de nossa Sociedade e Encontro se faz cada vez mais importante e por isso, agradecemos a todas e todos que inscreveram seus trabalhos. Faremos mais um instigante e afetuoso Encontro, dessa vez em Porto Alegre.

Para finalizar, gostaríamos de informar aos sócios que não pagaram a anuidade, que é possível realizar o pagamento normalmente pelo sistema durante todo o ano. Para aqueles que buscam economizar, pode-se optar pelo Desligamento Parcial, que gera um desconto de 50% no valor da anuidade.

Para pagar e submeter os trabalhos é necessário que o sócio já cadastrado na Sociedade acesse nosso site socine.org.br e coloque seu CPF e sua senha no PAINEL DO ASSOCIADO.

Estando logado em nosso sistema, o sócio deverá clicar em MINHA CONTA e em seguida DADOS DE PAGAMENTO. Vai aparecer uma tela com o Histórico de pagamentos e ao lado Instruções de pagamento, onde é feito o processo via Paypal. Assim que o pagamento é realizado, aparece escrito PAGO no Histórico na coluna Anuidade 2019. Com isso é possível submeter o trabalho em seguida.

Para submeter a proposta de comunicação, você deve clicar em ENCONTROe em seguida INSCRIÇÃO. Abrirá uma tela com a explicação sobre cada uma das 4 modalidades e ao lado em Minha proposta você encontra os botões com as modalidades para se inscrever nelas. Você irá clicar naquela que você gostaria de enviar seu trabalho e preencher os campos. Depois de enviar a proposta você ainda pode edita-la até o encerramento do prazo. Após isso, a proposta entra em avaliação e não pode ser mais modificada.

Qualquer dúvida sobre o processo, entre em contato com a Secretaria pelo e-mail socine@socine.org.br